- Pai, volta para cá. – não adiantou. Eu tentei o puxar, mas ele estava com a atenção virada para o Pete e a uma das piores coisas da minha vida aconteceu, quando eu estava o puxando, o Pete fez um movimento para empurrar meu pai com a katana, mas a situação ficou pior, porque senti uma quentura na minha bochecha e quando eu olhei para lado, a garganta do meu pai tinha sido cortada fazendo o sangue jorrar em mim. Meu pai caiu no chão morrendo e eu corri tentando fazer parar o sangramento, mas eu sabia que eu não ia conseguir.
- Não, não pai. Não me deixa. – eu estava desesperada. Não podíamos perder mais uma pessoa.
- Não, meu amor, não. – mamãe chorava e quando viu que ele estava morto permitiu que o Rick fizesse o que tinha que ser feito. Mesmo sentindo seu sangue na minha perna, eu não liguei, me agachei abraçando o papai.
- Ei. – olhei para cima vendo o Daryl e ele me olhava preocupado, logo em seguida a Carol se abaixou do meu lado.
- Que tal largar ele querida, podemos... – elevei minha mão e ela sabia o que eu queria.
- Eu quero fazer.
- Deixa que eu faço. – neguei para a fala do Daryl e Carol me entregou sua faca e quando eu olhei para minhas mãos, vi todo o sangue que estava em mim, o sangue do meu pai. Segurei a faca firme e em seguida, lentamente, enfiei na cabeça do meu pai. Eu não podia deixar a última imagem viva do meu pai ser de uma dessas coisas.
...
Fiquei mais um tempo abraçada ao meu pai até que senti braços me tirando dele. Eu estava no automático, não queria largar ele, mas o Daryl falou que vai ser melhor para mim. Eu estava sendo carregada por ele até nossa casa, passamos pela sala onde tinha algumas pessoas. Daryl passou direto comigo indo para nosso quarto, me levou para o banheiro me deixando sentada em cima do vaso.
- Opa, fica acordada. – meu corpo estava pesado, não estava aguentando mais.
Daryl P.O.V.
- Eu vou tirar ela de lá. – sai de perto do grupo e fui pegar ela. A Hannah já estava a um bom tempo abraçada ao pai, o corpo melado de sangue, mas eu não liguei quando a peguei no colo. A levei para casa, chegando lá encontrei algumas pessoas na sala, quando Maggie viu que eu a carregava se levantou querendo chegar perto e eu neguei.
Chegando no quarto fomos direto para o banheiro e a deixei sentada no vaso. Me abaixei para começar tirando o sapato dela e quando eu estava fazendo, olhei para cima e ela estava virando para o lado fechando os olhos.
- Opa, fica acordada. – e de repente ela caiu para o lado desacordada. Gritei pedindo ajuda e logo a Maggie chegou junto com o Rick. – Ela desmaiou. – Maggie correu indo para o banheiro e pegou um frasco cheirando, em seguida levou até o nariz da Hannah, a fazendo acordar.
- Acho que a pressão dela abaixou. – avisou e se levantou procurando alguma outra coisa.
- Ela deve estar a muito tempo sem comer, vou pedir para a Carol preparar algo para ela comer. - Rick saiu correndo.
- Ei, temos que tomar um banho, você está toda suja. – Maggie estava com um medidor de pressão. Tirei o casaco que ela estava usando e estava toda suja para a Maggie medir a pressão dela que logo constatou que estava baixo.
- Vou dar um banho nela e depois pego algo para ela comer.
- Eu trago daqui a cinco minutos. – assenti. Quando Maggie saiu comecei a tirar a roupa dela devagar. Depois que tirei a dela, tirei a minha ficando somente de cueca. Dei um banho nela, lavando seus cabelos e a sentia aérea, eu precisava cuidar dela. Saindo do banho a enrolei na toalha e em seguida enrolei uma toalha em minha cintura.
- Você está em pânico, eu sei como é, eu passei por isso, mas eu sabia expressar com raiva, então fala alguma coisa, por favor. – falei me agachando, ficando perto do seu rosto por enquanto que ela ficava sentada na cama. Eu lhe ajudei a colocar uma roupa e em seguida eu coloquei em mim, e voltei ficando na sua frente em pé.
- Eu preciso de você comigo, não vou aguentar perder mais ninguém. – vi algumas lágrimas descendo por seu rosto e os sequei rapidamente – Está tudo bem. – ela me puxou para um abraço e ficamos assim até que a Maggie chegou com uma bandeja deixando em cima da cama. Fez um sinal para mim nos deixando sozinhos de novo.
Eu precisava ficar de olho nela, é muito pressão para uma pessoa, mesmo nessa merda toda que está acontecendo.
Mais tarde levei um chá que a Carol fez para ela que dormiu um pouco, e eu fiquei do seu lado a todo tempo. Na madrugada eu senti a cama vazia e acordei assustado, mas quando a vi na frente da janela olhando para o céu me deixou mais tranquilo.
- Oi. – falou me deixando surpreso.
- Oi. – se levantou e deitou do meu lado me abraçando. – Perdeu o sono?
- Sonhei com ele, ele me dizia que era para eu ficar bem, ser forte, apesar das coisas poderem piorar, que eu tenho você. – respirou fundo e eu a olhei, estava com os olhos marejados. – Ele queria muito conhecer você. Você disse que não queria perder mais ninguém, e eu fiquei pensando que perdi meu pai e posso perder você.
- Vamos dar um jeito de nada disso acontecer.
- Eu te amo. – me pegou de surpresa. – Não precisa falar também, eu sei que é difícil para você expressar seus sentimentos.
- Mas você me ajudou nisso, nunca que eu iria beijar ou até andar de mãos dadas na frente das pessoas, eu sou um “bicho do mato”, mas você me ajudou. – beijei sua testa – Te amo. – falei baixo e ela me apertou mais nos seus braços. – Não vai acontecer nada com a gente.
Hannah Monroe P.O.V.
Algumas semanas depois
- Vai ter que ficar aqui. – Daryl falou por enquanto que eu colocava o tênis.
- Todos os treinos que fizemos juntos não vai valer de nada? Sério? – lhe perguntei o fazendo ficar sério.
- Precisamos de pessoas aqui para verificar as coisas e você é uma das boas, ótima desculpa? – ele estava tentando me driblar e estava conseguindo. Me levantei depois de colocar meu tênis e coloquei meu casaco ficando na sua frente. Me aproximei dele entrelaçando meus braços em seu pescoço e encostei nossos lábios em um beijo rápido e quente, recebendo um aperto forte na cintura.
- Eu não vou ficar por você, vou ficar por minha mãe. – lhe avisei, ele abaixou as mãos até minhas nádegas dando um tapa forte e apertando em seguida. – Sem despedidas. – avisei o fazendo rir.
- Sem despedidas.
Saímos de casa encontrando o grupo principal no portal. Me despedi de algumas pessoas no portão, mas ouvi o Rick falar que alguém deveria ficar de vigia, e meu irmão falou que ficaria recebendo um olhar sério de mim.
- Vai ficar bem? – Glenn chegou perto e eu dei de ombros.
- Só vocês não morrerem, por favor. – dei um abraço forte nele. Todos foram para mais uma missão, desviar os andantes de uma pedreira perto daqui. Comecei a rodar pelo local até que cheguei perto de casa, mas entrei na casa ao lado, onde o outro grupo fica, encontrei a Carol cozinhando.
- Oi querida.
- Oi Carol. – olhei para a babá eletrônica vendo a Judith dormindo fundamente. – Queria eu ter essa inocência toda de novo. – fiquei a admirando, até que a Carol me puxou forte e eu sem entender olhei para a janela vendo um cara matando a vizinha da frente.
- Fica aqui com os meninos, eu vou. – Carol me avisou e eu neguei. – Pelo amor Hannah, precisa proteger as crianças.
- Sério? O Carl... – ela me ignorou saindo da casa.
- Tenho um rifle. – Carl falou e eu o encarei.
- Você, fica aqui, me dá essa arma. Você fica aqui com essa. – toquei na arma atrás da minha cintura e a faca.
- Hannah, você não pode sair. – ouvi uma buzina forte. Corri para o andar de cima e vi uma parte das placas que nos protege saindo do lugar, a buzina estava vindo de lá, não dava para ver meu irmão. Ouvi meu nome sendo chamado e eu vi que era a Rosita.
- Precisamos de você, correndo. – olhei para o Carl rapidamente e o larguei correndo com Rosita para o consultório.
- A Denise está ajudando, mas é bem pior, precisamos de você. – falava por enquanto que corríamos pelos cantos das casas para não sermos vistas.
- O que aconteceu? – perguntei assim que entrei e olhei para a Denise que estava preocupada em colocar o acesso, quando ela viu que cheguei deixou comigo. Eu fiquei indicando para me ajudar na cirurgia, eu sabia que o risco seria maior agora e estava certa porquê quando estava quase conseguindo, ela estava sofrendo uma parada cardíaca, tentei de tudo mas ela morreu.
- Não precisava ser assim toda vez. – com a raiva que estava empurrei uma cadeira.
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