Daryl colocou a Judith no chão e eu me agachei um pouco lhe dando um beijo na testa, foi quando senti algo no meu bolso e quando peguei vi uma carta com meu nome, me fazendo sentir um aperto no coração, porém, um aperto digamos que bom.
Quando abri a carta rapidamente para ver quem me escreveu, apesar de já sentir quem tinha feito, sorri sentindo algumas lágrimas descerem por minha bochecha.
“Para a pessoa que me salvou...”.
Todos nos ajeitamos para a noite que chegava, eu fiquei no contêiner em que estava antes de ir para Alexandria, Daryl estava do lado de fora conversando com o pessoal O Rick e a Michonne tinham chegado horas depois de chegarmos, estavam sujos e cansados, dava para ver.
Como eu estava sozinha no contêiner, aquele foi o momento que me restou em pegar a carta do Carl e ler.
“Para a pessoa que me salvou,
Hannah.
Eu morri, de um jeito bem idiota. Mas eu morri.
Mas te agradeço por ter me dado mais anos de vida, por ter dado de tudo para eu ter tido uma adolescência legal, apesar de toda merda que passamos. Sem você e o Hershel, eu não estaria aqui.
Te considero como uma amiga, e quero seu bem, por favor, não faça nenhuma besteira, mas reaja, eu sei que você trava em momentos turbulentos. Agora você tem que se manter a salva, para proteger você e a jogadora, a Holly.
O Daryl será um bom pai e você será uma boa mãe, como a minha foi. Sempre se proteja, não fique nervosa. Eu sei que nesse momento está chorando, mas por favor, seque as lágrimas e lembre-se de mim como seu pequeno xerife, aquele quem você salvou de uma bala.
Eu fiz o que tinha a ser feito e eu faria mil vezes, uma pessoa especial precisava de ajuda e ele vai te ajudar.
Você precisa de alguém que faça seu parto, sem complicações, não quero que repita aquela cena. Não podemos perder você.
Eu fiz isso por você, pela Juddy, por meu pai, pela comunidade.
Fica bem, cuide-se e cuida da Jogadora.
Amo vocês.
Carl.”
Continuei a olhar para o papel em minhas mãos e sequei as lágrimas que não paravam de descer.
- O que foi? – ouvi a voz do Daryl e eu o olhei. Ele se agachou me dando um beijo na testa.
- Oi. - as lágrimas ainda continuavam a descer. – Só uma mensagem do Carl. – lhe mostrei a carta e sorri limpondo as lágrimas. – Ele morreu pela gente.
- Eu sei. – me levou até seus braços me dando um abraço forte e um beijo nos cabelos, com carinhos que não paravam em minhas costas.
- Ele me agradeceu por ter dado mais anos de vida a ele. – me deu outro beijo na testa. – Disse que era para ficarmos bem, que era para eu cuidar bem da nossa filha.
- Ele amava todos nós, morreu por nós, nos salvou. – olhei para o Daryl, confirmei ainda chorando e me inclinei lhe dando um selinho. – Por favor, não faz nenhuma besteira como hoje mais cedo, eu não posso te perder também.
- Está tudo bem, não vou fazer, por vocês. – sua mão livre foi para minha barriga alisando o local. Nossa filha estava quieta, e continuou. Daryl me puxou para deitar com ele, e assim eu peguei no sono por enquanto que ele fazia carinho no meu cabelo.
No dia seguinte acordei sozinha, olhei ao redor, estava tudo em silêncio ao meu redor, até que ouvi batidas na porta, me levantei com cuidado por conta da barriga e fui até a porta de entrada encontrando a Maggie.
- Hoje é um novo dia, uma nova batalha, preparada? – perguntei e ela confirmou.
- Sempre estarei pronta para proteger vocês. – nos abraçamos forte e senti minha filha chutar minha barriga forte. Maggie se agachou.
- Oi Holly, sua mamãe vai ajudar algumas pessoas hoje. Hoje será um dia agitado, mas você vai ter que ajudar a mamãe, mesmo ai dentro. Precisamos de você, o Hershel logo será seu amigo e virá para bricar com você, minha florzinha.
- É um menino? – perguntei e ela confirmou se levantando e eu sequei a lágrima que desceu em seu rosto. – Seu pai está orgulhoso, sua irmã, sua mãe e o Glenn também.
- O Daryl, ele disse que precisava ir mais cedo, mas ele vai chegar logo, ele vai ficar bem. – confirmei com um aceno.
- Eu sei que ele não é muito fã de despedidas. – nos despedimos e eu me ajeitei para ajudar ao pessoal no ponto de socorro. Quando estava chegando, vi uma das ajudantes no local chamando atenção do Siddiq.
- Você é a Hannah, correto? – ela me sinalizou e eu confirmei, ela me deu um colete e eu coloquei respirando fundo, com a ajuda do Siddiq ele me ajudou a deixar folgado por conta da barriga.
- Tem certeza disso? – me perguntou e eu o encarei.
- Eu sou uma médica, vou sobreviver e precisa manter os outros vivos. Minha filha vai ficar bem. – me sentei numa das camas próximas e o Sid se sentou na minha frente.
- Posso ficar aqui, certo? – confirmei com um aceno. – O Carl falou muito sobre você, como o salvou numa fazenda.
- Eu ouvi uma parte da conversa, posso te ajudar com algumas coisas, principalmente para as primeiros socorros, eu só vou poder ajudar em casos graves, foi o que me passaram. – dei de ombros e ele confirmou. Então começamos a nossa pequena aula. Em como estancar sangue fazer sutura, fizemos algumas em uvas, um dos jeitos mais difíceis e que de se fazer, ensinei teoricamente como fazer uma cirurgia, como ser feita uma amputação, de qualquer membro, até que paramos de focar nas explicações que eu dava com o som das buzinas.
- A qualquer momento. – ouvi um dos que integrava o grupo do socorro avisando.
Quando a noite vingou, não demorou muito para tudo ficar agitado, os tiros começaram a serem ouvidos, bombas foram jogadas e gritos.
- Siddiq, Alex e Joe, vejam se precisam de ajuda se alguém está ferido. – alguns minutos depois a Tara chegou sendo carregada por Rosita. Me levantei da cama e vi uma flecha no seu braço.
- Ai Meu Deus. – uma das pessoas falou assustada e eu revirei os olhos.
- A primeira coisa que vocês devem fazer quando um paciente chega, mostrar que tudo vai ficar bem. – cheguei perto e peguei uma tesoura rasgando a blusa para ter melhor visibilidade do ferimento.
- Ainda bem, não atravessou. – Tara me olhou um pouco aliviada, mas via sua face demonstrando dor.
- Preciso de anti-inflamatório e analgésico, quero ela recebendo soro, agora. – chamei atenção. – Precisamos tirar a flecha, agora. – Ajudei no que podia, mas não conseguia ficar muito tempo agachada, eu reclamei de dor. O Siddiq tinha chegado como Oliver que foi esfaqueado, era um caso mais sério. Suturei Tara rapidamente e em seguida fui ajudar ao Siddiq, que ficou nervoso, mas fez tudo certo.
A Maggie informou que todos deveriam dormir juntos hoje, para caso houvesse outro ataque na madrugada. Então eu fiquei num dos quartos junto com as meninas, eu estava dormindo quando senti uma mão passar por meu cabelo, quando abri os olhos o Daryl estava agachado perto do meu rosto, o mesmo me deu um selinho e continuou a acariciar meu cabelo.
- Estava preocupado com você. – sussurrou e eu sorri.
- Estamos bem, não fiz nenhuma besteira. – lhe dei um selinho o puxando para um abraço. Surrando para não acordar o pessoal. Me sentei com cuidado na cama e lhe puxei para um abraço.
- Estou sujo querida e todos estão bens, os feridos agradeceram por sua ajuda.– tentou sair do abraço, mas eu neguei, ele falava perto da minha orelha e me deu um beijo no local, me fazendo arrepiar.
- Não importa, eu te amo mesmo fedendo. – sorrimos agora nos encarando e te dei outro selinho.
- Volta a dormir, vou estar aqui. – confirmei com um aceno de cabeça e antes de me deitar olhei para a Tara ao meu lado que estava dormindo junto comigo na cama por conta do seu braço, ela dormia tranquilamente, e olhei ao redor, a Judith também estava aqui, no berço, segurando firme seu urso de pelúcia enquanto dormia. Voltei a dormir com os carinhos que ele me dava no cabelo, e de repente acordamos com gritos.
- O que está acontecendo? – ouvi a voz da Enid.
- Fiquem aqui, vou ver o que está acontecendo. Hannah, não faz besteira. – ele saiu correndo do quarto e ficamos ali agoniadas esperando que cheguem logo para Você fica aqui, não faz besteira. – ele saiu correndo quarto. Ficamos agoniadas, esperando notícias. Cerca de vinte minutos depois o Rick e o Daryl chegaram olhando para a Tara.
- O que aconteceu? – perguntei e o Rick desviou o olhar da Tara para mim.
- Os Salvadores infectaram as armas que usaram, todos que sofreram cortes ou levou um tiro foram doeceram e alguns viraram. – olhei para a Tara quando o Daryl terminou de falar. – Quando estava lá e disse que estava cansada de esperar, eu podia ter o matado.
- Não, o Dwight queria estar aqui. Não importa o que ele tenha feito, eu só queria ele morto. O carma é foda. – olhou para o braço. Me levantei, o Daryl tentou me parar e então fui até a Tara.
- Tira sua blusa, se você tivesse de estar infectada, já teria começado a ter febre, mas eu preciso ver a ferida. – quando abri a ferida, não vi nenhuma inflamação ao redor e nem senti a temperatura elevada.
- A flecha dela pode não ter sido contaminada. – alertei.
- Temos essa possibilidade Hannah, mas ela precisa ficar isolada. – Rick interviu.
- Dwight atirou em mim, ele fez isso para despistar, com certeza. – Tara continuou a falar. - Ele não vai jogar a sua liberdade fora, ele precisa fingir para eles, mas ele precisa da gente, porque sem a nós, ele nunca será livre.
- Esse é o problema Tara, será mesmo que ele precisa da gente?
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