- Não, o Dwight queria estar aqui. Não importa o que ele tenha feito, eu só queria ele morto. O carma é foda. – olhou para o braço. Me levantei, o Daryl tentou me parar e então fui até a Tara.
- Tira sua blusa, se você tivesse de estar infectada, já teria começado a ter febre, mas eu preciso ver a ferida. – quando abri a ferida, não vi nenhuma inflamação ao redor e nem senti a temperatura elevada.
- A flecha dela pode não ter sido contaminada. – alertei.
- Temos essa possibilidade Hannah, mas ela precisa ficar isolada. – Rick interviu.
- Dwight atirou em mim, ele fez isso para despistar, com certeza. – Tara continuou a falar. - Ele não vai jogar a sua liberdade fora, ele precisa fingir para eles, mas ele precisa da gente, porque sem a nós, ele nunca será livre.
- Esse é o problema Tara, será mesmo que ele precisa da gente?
...
- Ela não vai morrer. – falei olhando para o Daryl que olhava para a Tara que rodava pelo local ajudando ao pessoal.
- Mas temos que ficar de olho. – resmungou por enquanto que limpava as flechas.
- Não precisam mais disso, ela está bem. – revirei os olhos e me sentei do seu lado na caminhonete. Ele ficou me encarando por alguns segundos até que desviou para nossa filha. – Ela ficou quietinha hoje e deixou eu ajudar o pessoal ontem. – alisei minha barriga por poucos segundos, vi que ela continuou quieta e então levei meu indicador dando alguns apertos na barriga, e isso a fez ficar agitada.
- Deixa nossa filha dormir. – resmungou e eu ri o encarando, me inclinei esperando que ele me desse um selinho e ele fez, com o semblante fechado.
- Não é hora dela dormir, ela precisa estar agitada agora para me deixar dormir mais tarde – brinquei com ele que negou com um aceno de cabeça e se levantou. – Vai aonde?
- Pegar algo para você comer, já tem um tempo que não come. – chegou perto me abraçando e em seguida me deu um beijo no ombro. – Não sai daqui.
Eu fiquei ali por alguns minutos, o que me fez ficar observando ao redor, como as pessoas estavam preocupadas em como as coisas ficariam de agora em diante. Se perdêssemos mais uma pessoa, sei que as coisas só piorariam.
Pode ser egoísmo meu, mas desde que entrei no grupo, que fui descoberta na estrada pelo Dale e ajudei o T-Dog, que fomos para a fazenda com o grupo e quase fui morta pelo meu atual namorado, como também as vezes que quase perdi a paciência com o pai da minha filha, digo que valeu a pena.
Sei que perdemos muitas pessoas, mas cada vida perdida, nos trouxe até aqui. Encontramos mais pessoas, eu encontrei minha família, tive meus últimos momentos com eles, apesar de ter pensado que naquele dia em que eu estava com Christina, minha melhor amiga que também morreu por conta de toda essa merda, pensei já ter os perdido.
- Pão de batata. – Daryl voltou segurando um prato e um copo, quando peguei vi que ali tinha suco e no prato além de pão de batata, tinha uma laranja descascada e partida ao meio.
- Muito obrigada, eu e Holly agradecemos com sua colaboração.
- Palhaça. – ri colocando um pedaço de pão na boca. Senti sua mão alisando minhas costas carinhosamente e depois passou para minha barriga. Quando eu parei de comer, olhei para meu lado em que ele me encarava por enquanto eu comia e o vi respirar fundo. – Preste atenção em mim querida. – fixei meu olhar nele, mas antes olhei ao redor vendo que as pessoas continuavam agitadas ajeitando as armas e suas vestes. – Não importa o que me aconteça, vocês devem ficar bem. – senti meu corpo arrepiar, e meus olhos encherem de lágrimas.
- Para... – não me deixou o interromper.
- Por favor, me ouve. Não quero que pense em mim, quero que pense em você e nela, o importante aqui são vocês, então se me acontecer algo, se eu for atingido, se eu morrer, levanta a porra da cabeça e siga em frente por nossa filha. Tudo bem? – senti as lágrimas descendo por minha bochecha e neguei comum aceno.
- Você não vai morrer.
- Daryl, precisamos ir. – ouvimos o Rick o chamar e ele se levantou me puxando para o abraçar, apesar da barriga não ajudar muito, ficamos naquele abraço por alguns segundos, comigo chorando no seu peito, com o sentimento de preocupação pairando no ar, não só por ele, mas por todos.
Andei com ele até o portão e o pessoal se despediu de mim, eu sentia meu coração apertar, pedindo que nada aconteça com eles, mas eu tinha o sentimento que eu poderia estar indo, que poderia os ajudar.
- Hannah, vai ficar aqui? – ouvi Tara me chamar e eu a olhei, fiquei sentada frente para a casa desde que eles saíram, mas de repente ouvimos uma buzina, indicando que poderia haver um ataque.
- Sério isso? – resmunguei e me levantei, Tara sinalizou para entrar na casa e eu neguei, mas fui por sua insistência. Alguém tinha ligado uma espécie de megafone e sabia que não era do nosso grupo.
- Negan pede encarecidamente que entreguem Hannah Monroe, se não a entregarem todos irão morrer. – um frio na espinha me surgiu quando meu nome foi citado. Olhei para Tara que me olhou assustada.
- Vamos ter que ir para o ponto de encontro, você aguenta? – ouvi outra pessoa falar e eu confirmei. Então saímos para uma das saídas de emergências, em que Maggie fez para casos como esses. Fomos para a floresta, dei um abraço em Tara que quis ficar para eles não nos alcançarem e continuamos a andar.
Continuamos a caminhar e eu segurava uma arma como prevenção. Até que nos assustamos com um grupo de mulheres, elas estavam com estacas pegando fogo, e eu apontei a arma para elas, o restante do grupo também fez o mesmo.
- Pessoal, está tudo bem, elas nos ajudaram, elas estão com a gente. – Tara apareceu com as mãos levantadas e logo abaixamos a arma, me aproximei de Tara e ela sorriu.
- Estão mortos, agora vai ficar tudo bem. – quando ela terminou de falar senti uma pontada na minha barriga. Olhei assustada para baixo sentindo um líquido descendo por minhas pernas. – Hannah, por favor, me diz que fez xixi nas calças.
- Minha bolsa estourou. – olhei para seu rosto que me olhava assustada e o pessoal ao redor não entendia o que estava acontecendo com a gente, até porque estávamos sussurrando.
- Gente, temos mais um bebê chegando, precisamos voltar para a comunidade, agora. – Tara falou algo e eu gemi sentindo uma contração pequena. Dois homens me fizeram uma cadeira de braço para me levarem até a comunidade, quando chegamos o outro grupo chegaram, o grupo do Daryl e do Rick.
Gritei por mais uma contração e vi o Daryl largar a besta vindo correndo até mim.
- O que aconteceu? – perguntou com sua voz grossa e alta. – Ela foi ferida? O que aconteceu merda? – gritou por enquanto que nos seguia, eu não conseguia falar por conta da dor e ele não deixava ninguém falar.
- Ela está vindo. – gritei com ele que ficou paralisado no local, mas vi quando o Rick parou do seu lado apertando seu ombro e os dois seguiram correndo até mim. Eles me deitaram na cama e ouvi a Maggie gritando com eles, pedindo os instrumentos certos para fazer meu parto.
- Ei, estou aqui. – Daryl parou do meu lado, alisando meu rosto.
- Precisa ver a dilatação. – falei com Maggie que tirava a roupa que estava começando a limpar os braços, não acreditava que ela quem iria fazer meu parto. – Cadê o Siddiq?
- Salvando o Negan. – olhei para eles assustada.
- Como assim?
- Foco na Holly, prioridade é ela. – olhei para o Daryl assustada.
- Porque ele está vivo? Eu não vou conseguir, não vou, por favor, me diz que ele morreu. – Daryl beijou minha testa suada.
- Está tudo bem, vencemos eles, vamos ficar bem. - vii a Maggie ajeitando um lençol na minha cintura para baixo, dobrei os joelhos e eu gritei de novo por mais duas horas, até que o único grito que ouvi na sala foi da minha pequena Holly, que gritou plenos pulmões, me deixando aliviada com choro alto sabia que ela estava bem. Me deitei respirando fundo na cama, relaxando as pernas e olhei para Maggie que passou para o Daryl a bebê. O homem chorou olhando para nossa filha e quando chegou perto, e quando a vi chorando baixinho vi que meu mundo estava ali.
- Obrigado por isso. – olhei para Daryl e me inclinei dando um selinho e depois um beijo na mãozinha da Holly, mesmo suja.
- Oi filha, esperamos muito por você.
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