ANTES DE TODO O PROBLEMA
- É sério Hannah. Você não viu como foi ontem no hospital. Foi o melhor turno na minha vida. – falou Christina sorrindo para mim e eu amarrei meu cabelo que caiu de novo no meu rosto.
- Eu vi no noticiário. Um Estádio Caiu Christina. – falei para ela que assentiu animada. – Chegou um homem e uma mulher aqui, eu pensava que eram um casal, tinha uma barra de ferro fina entre eles. Só que a barra de ferro estava perto do coração de um deles, e o outro no pulmão do outro.
- Quem morreu?
- O do pulmão e quase perdíamos o do coração, a mulher quase morria e ela estava grávida. - paramos no refeitório.
- Bom dia. Quero um sanduiche natural de frango e um chá gelado de pêssego. – a moça do balcão assentiu me dando uma nota e logo depois fui pegar meu lanche.
- Agora me diz... o que aconteceu na casa de seus pais? – perguntou ela assim que nos sentamos em uma das mesas
- Só meus irmãos enchendo meu saco. Não sei como a namorada do Spencer o aguenta. – abri a garrafinha de chá gelado bebendo um gole.
- Seu irmão é chato, mas é um gato ao mesmo tempo.
- Da para parar? – perguntei emburrada e ela fez bico
- Ele é gato, mas você é meu amor gatona do meu coração. – lhe mandei língua e ela riu.
Alguns meses depois
- Para Jason, que merda. – falei sentindo as mãos do meu namorado acariciando meus seios.
- O que tem demais uma rapidinha? – perguntou me abraçando forte por trás ainda acariciando meus seios.
- Meu turno já vai começar.
- Eu vou viajar amor, não sei que dia eu volto. E infelizmente não vai ser divertido, vou ter que cuidar de um evento.
- É bom que fique com saudades, dai quando chegar em casa tem mais pique. – falei tentando soar séria e ele riu me puxando colando nossos lábios.
Algumas horas depois
Estava examinando uma pessoa que estava sentindo muitas dores no pescoço, cabeça e na coluna. Quando comecei a ouvir gritos. Ignorei e continuei a examinar meu paciente. Meu paciente me olhou preocupado e eu neguei.
- Deve ser alguém chegando na emergência, as vezes com uma perna quebrado ou algo do tipo. – ele assentiu. – Vou mandar você para o raio x, quando chegou aqui disse que não conseguia ver no olho esquerdo, certo? – ele assentiu – A dor de cabeça pode ter lhe causado isso.
- Você acha que é câncer? – perguntou com os olhos arregalados e respirei fundo.
- Não vai ser nada demais. Vamos fazer o raio x, e decidi agora. Vamos fazer... – ouvi mais gritos ainda e algumas pessoas começaram a correr no hospital passando pela porta. Fiquei olhando para a mesma e de repente Christina chegou na porta me olhando desesperada.
- O que está acontecendo doutora? – perguntou meu paciente para Christina
HOJE EM DIA
Christina morreu. Jason Morreu. Não sei de meus pais. A energia foi cortada. Água é raro na cidade. A cidade esta destruída. Tudo destruído.
Há dias que tudo começou. Uma mensagem na rádio foi transmitida falando sobre os ataques. E alguns minutos depois bombardearam a cidade de Atlanta. Eu estava saindo da cidade com a Christina quando uma daquelas coisas a pegaram. Morderam ela no pescoço. Ela gritou por minha ajuda e eu não pôde ajudar. Agora estou na estrada com o pouco de gasolina que resta nessa merda de carro.
- Ah não... merda. – dei um murro no volante com raiva.
Larguei o carro no mesmo lugar que ele parou e peguei minha mochila que tinha algumas coisas minhas. Andei por alguns minutos a procura de abrigo e nada. Alguns minutos depois tinham alguns caminhantes na minha frente andando devagar.
- Merda. – andei por um tempo na floresta e alguns minutos depois encontrei um morrinho que dava para a estrada. Fui subindo devagar e observando em todos os lugares se tinha algum andante por aquela região. Atravessei no costeiro e fiquei andando entre os carros parados na via, vasculhava também alguns carros (encontrei algumas roupas, remédios, comida, algumas já podres, e outras coisas) até que alguns metros depois visualizei uma movimentação, me esconde e logo depois tentei ver se são andantes. Vi um homem negro com uma camisa marrom com calça preta e um outro homem branco, usava uma camisa meio estilo havaiana, um chapéu de pescador e uma bermuda clara.
- Vamos ter muitas peças de reposição. – falou o de chapéu de pescador.
- Já não era para eles terem voltado? – perguntou o outro andando olhando para os cantos, eu me esquivei do seu olhar e continuei ouvindo a conversa que era bem baixa.
- Ainda está dia, não vamos nos preocupar ainda. Como está se sentindo? – ficamos mudos por um curto tempo – T-Dog, eu perguntei como está se sentindo. Não ignore essa pergunta.
- Está doendo muito, está até latejando.
- Deixe-me ver. – ouvi um voz mais alta reclamar de dor
- Não mexe ai não.
- Desculpe-me. Escuta, suas veias estão sem cor, tem uma bela infecção e isso pode te matar. – ouvi risadas
- Ah... e não poderia ser assim? O mundo está um inferno mesmo. Os mortos comem os vivos agora e... Theodore Douglas morre por causa de uma merda de corte.
- Isso seria estupidez. Estou falando desde ontem, precisamos lhe dar antibióticos. Vasculhamos esses carros e não achamos nada. Não acredita que não achamos ampicilina ou qualquer outro antibiótico nesse lugar. – olhei para minha mochila e sabia que tinha alguns remédios ali que poderia ajudar o rapaz, só que estou com medo do que eles possam achar e que eles tentem algo contra mim.
- É...
- É o que eu acho, não olhamos direito. – continuei escondida ali e depois eles ficaram mudos. Olhei para os lados e não tinha uma saída confortável para mim, eu não quero me jogar no morro e rolar até alguma árvore me parar. Não quero muitas coisas. Reforcei a mochila nos meus ombros e me virei andando devagar, abaixada para não me verem.
- Ei... quem é você? – arregalei os olhos e me xinguei mentalmente por não ter feito um bom trabalho. – Estou falando com você mocinha. – me virei e ali quem estava foi o cara de chapéu de pescador.
- Está vendo uma miragem. – falei andando para trás e ele deu alguns passos até mim, peguei a arma que estava do lado da minha mochila e apontei para ele que levantou os braços.
- Calma...
- Fica quieto. – falei ainda apontando aquela arma, aquela merda de arma que estava sem munição.
- Sei que não quer fazer isso.
- Fica longe.
- Você pode abaixar essa arma e... - me repente senti alguém me prendendo fazendo eu ficar imobilizada e um cara asiático pegou minha arma. Senti uma respiração ofegante na minha nuca e eu tentei me soltar. O asiático verificou a arma.
- Está sem munição. – falou ele colocando a arma na mochila.
- Só pode ser burra mesmo. – me apertou mais ainda e eu reclamei com ele
- Está me apertando. – ele riu
- Pode soltar ela Daryl. – o de chapéu de pescador falou e o cara continuou
- Ela estava apontando uma arma para você.
- Uma arma vazia.
- E se tivesse cheia?
- Ela não atiraria. – o senhor me olhava com um pequeno sorriso, o tal do Daryl me soltou e arrancou a mochila de minhas costas. Agora eu vi que eles não estavam sozinhos, tinham mais duas mulheres ali uma de cabelo curto e outra loira.
- Vamos ver o que tem aqui. – ele abriu a minha mochila toda e logo depois jogou tudo no chão. – Duas blusas, um short, um bolinho de chocolate, uma lata de milho verde, água, remédios... – o Daryl foi interrompido.
- Que remédios?
- Descongestionante, remédio para dor, essas coisas.
- Onde conseguiu essas coisas?- perguntou o senhor e eu o encarei
- Eu era médica. – assim que falei isso todos me olharam parecendo que eu tinha trazido esperança para o lugar.
- Médica? Então pode ajudar o T-Dog.
- O que T-Dog tem? – perguntou a loira
- O corte está infeccionado. – ele foi andando na frente e o cara me deu uma leve empurrada, parei o encarei.
- Me empurra de novo e eu... – me interrompeu
- Você o que marrentinha? – revirei os olhos e segui o pessoal, o T-Dog estava sentado do lado de um trailer fumando um cigarro.
- T... como está? – perguntou a loira
- Estaria bem melhor se eu tivesse um lugar confortável para deitar.
- T, essa aqui é... – o senhor me olhou ainda sem saber o meu nome.
- Hannah.
- Bem... essa é Hannah e ela é médica, pode te ajudar.
- Estou vendo miragem. – eu me abaixei ficando na sua altura naquele momento e peguei seu braço direito.
-Eu vou tirar esse curativo. – falei e tirei com eles dando alguns gemidos de dor
- Não confio nela. – ouvi a voz do Daryl
- Ela pode ser a salvação do T-Dog. Agora o que houve? – olhei para o T-Dog que estava um pouco lerdo e me levantei indo até o pessoal, o Daryl ficou com um tipo de alerta para meu lado.
- Preciso de água. Na minha mochila tem gases e umas fitas, o certo é da pontos, só que eu não tenho esse material.
- Deveria ter trazido do seu estoque. – falou o Daryl com um sorriso debochado no rosto
- Sinto muito, se eu soubesse que o mundo iria acabar tinha construído um hospital no subsolo da minha casa.
[...]
- Tiros? Mas como assim tiro? – perguntou ao asiático que estava contando um fato que aconteceu a pouco com eles.
- Eu não sei Dale. Não tava lá, só sei que uma garota apareceu de cavalo e levou a Lori.
- Você deixou? – perguntou o Dale para Daryl
- Larga do meu pé, o Rick que enviou a garota. Ela sabia o nome da Lori e do Carl.
- Eu ouvi gritos, foi você Andrea? – perguntou para a loira que passou por ele o ignorando
- É... ela foi atacada por um zumbi. – falou o asiático – Foi por muito pouco.
- Andrea você está bem?- Dale perguntou para ela que o encarou respirou fundo e negou entrando no trailer. Estava encostada olhando eles conversando, eles perceberam que eu estava ali parada e me olharam.
- Como ele está?
- Logo fica bom, mas é preciso que leve pontos, o corte foi profundo, nada muito grave, a sorte dele que não pegou em nenhuma veia. Só que o antibiótico que eu tenho não é muito bom, não serve muito para ele.
- Nesse lugar que o Carl, Lori, Rick, Shane estão deve ter remédios, podemos ir para lá e ajudamos ao T-Dog. – falou o asiático
- Não vou fazer isso, não podemos ir embora assim.
- Carol, o grupo se dividiu. Estamos fracos e espalhados. – falou Dale apoiando-se na porta do trailer.
- E se ela voltar? – eles perderam alguém – Em? E se ela voltar e não estivermos aqui? Isso pode acontecer.
- Se a Sophia voltar e estivermos longe isso vai ser horrível. – falou a Andrea
- Tudo bem, mas vamos planejar. – falou Daryl olhando para Carol que estava séria ainda. – Ficamos até amanhã de manhã e depois vamos embora.
- Podem fazer um cartaz grande e deixar alguns suprimentos para ela. – falei me intrometendo na conversa – Não pude deixar de escutar que perderam alguém. – falei dando um pequeno sorriso, o Daryl cerrou os olhos para mim.
- Fico hoje lá em cima no trailer vigiando. – respondeu ele ainda me olhando sério
- Se o trailer vai ficar, eu também irei. – falou Dale
- Obrigada, muito obrigada aos dois. – falou Carol
- Eu fico. – falou Andrea levantando as mãos e deu um pequeno sorriso confortando Carol
- Bem... se todos irão ficar, eu... – o asiático foi interrompido por Dale
- Não... você vai Glenn, leve a caminhonete de Carol.
- Eu? Por que sempre eu?
- Você tem que achar nosso pessoal, achar essa fazenda, ver o que está acontecendo. E o mais importante levar o T-Dog. Não vamos discutir. O corte está piorando sem um remédio.
- Eu fiz um curativo com as poucas coisas que eu tenho. Mas ele está um pouco febril por causa do mesmo. Meus remédios não são bons para esses sintomas, nenhum vai ajudar nos sintomas.
- Aí, não joga seus trapos na moto do meu irmão. – falou o Daryl jogando um pano sujo de graxa em Dale - Por que não falaram antes? Tenho os remédios do meu irmão. Metanfetamina, Ecstasy, só que não precisam. Tenho uns analgésicos bons. – ele falou jogando para mim... – ele procurou mais um pouco e alguns segundos depois jogou outro frasquinho – Doxiciclina e nem é genérico, é de primeira. O Merle pegou gonorreia uma vez. – peguei o Doxi e dei dois para T-Dog.
- Logo você melhora, esses são bons.
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