~*~∆~*~Pov. Tom ~*~∆~*~
Tom observou o garoto colapsar a sua frente com grande curiosidade. Ele sabia o que Potter tentou fazer, porém desconhecia o que lhe causou tamanha agonia na tentativa. Ao se aproximar teve o caminho barrado por um campo de pura magia em torno do menino. Surgiu do nada e pulsava cintilando não ofuscante, mas de uma forma misteriosa em um roxo tão profundo quanto à noite. Mas de alguma forma translúcido.
Ao olhar com maior atenção percebeu a origem do campo de proteção. Era uma magnífica Dark fênix! Suas penas e penugens eram do mesmo roxo profundo do campo em uma tonalidade mais forte e reluzia com um brilho negro, porem sem ser obscuro. Suas garras, bico e olhos eram de um preto profundo. Seus olhos mostravam em si grande sabedoria e uma magia anciã, um traço comum a espécie.
Ele havia lido tudo sobre as fênix uma vez que era o familiar do seu inimigo. De todos os tipos o que mais lhe chamou a atenção era a Dark fênix. Nascida da essência primordial das trevas essa fênix se atrai para a pureza. Além de todas as habilidades mágicas inerentes a uma fênix a Dark fênix tinha mais uma, o humano que a Dark fênix escolher pode se aprofundar nas Dark arts e ainda sim permanecer puro e incólume. Em outras palavras ele pode realizar qualquer tipo de magia das trevas sem pagar o preço. Por um momento ele desejou ser escolhido, mas sabia, mesmo então, que não era puro e nunca seria.
As únicas outras pessoas que poderiam fazer o mesmo eram os imaculados. Humanos que faziam o ritual da pureza e eram aceitos pela Lady magia. Também havia descartado essa via uma vez que a pessoa que passava pelo ritual e era aceito se tornava celibatário para sempre e a magia sexual era uma das mais poderosas e vinculativas que existia.
Observou então à fênix se curvar e derramar sete de suas lagrimas sobre a ferida do garoto curando tanto o dano do basilisco, antigos ferimentos mal cicatrizados e o dano que o mesmo, de alguma forma, se infligiu. Depois que o mesmo voltou a si algo se passou entre o pássaro e o garoto que emocionado disse um 'sim' em voz alta formando assim um elo mágico entre a fênix... Não, da fênix para ele, se corrigiu ao ver o feixe de magia roxa deixar por completo o pássaro e entrar direto no coração do menino. Pela dor que o mesmo estava sentindo presumiu que a Dark fênix havia escolhido ele como o seu humano.
Interessante. Fawkes observava tudo de longe, e no instante que o elo se formou esta foi embora. Provavelmente não queria interferir no território alheio. O garoto agora inconsciente pela segunda vez em sua presença suspirou. Chega ser ridículo o como era fácil mata-lo!
A menina estava morta, seu corpo se restaurou por completo e o diário voltou a ser só um diário comum. Depois de analisar as circunstâncias se abaixou e afundou a presa do basilisco nele como o menino tentou. Como esperado o veneno arruinou a magia do diário e fez a tinta, tanto antiga como nova, jorrar como sangue. Repetiu o processo no outro lado e na capa.
Para o velhote o menino terá concluído a tarefa de eliminar o que uma vez foi seu diário, a garota será uma mera casualidade provavelmente creditada ao basilisco ou a ele mesmo, de alguma forma, permitindo a ele escapar pela tangente e retomar seus planos. Fawkes não iria dizer nada, embora fosse ligada ao velho, as fênix eram muito leais a sua espécie, ela jamais iria revelar o que aconteceu na câmara por estar ligado a uma de seus iguais.
Olhou para o garoto e seu pássaro, estranhamente não queria mata-lo e se fosse honesto consigo mesmo não queria ha um bom tempo. Quando o garoto teve a posse do seu diário e ele pode conhecê-lo pessoalmente, conhecer seus pensamentos, suas memórias e não a descrição imprecisa e supérflua de uma garotinha apaixonada e obviamente desprezada.
Não pode deixar de notar as semelhanças entre eles. Ambos órfãos, maltratados por trouxas, ignorados em seu sofrimento por Dumbledore. Ambos eram Slytherin embora o garoto tenha praticamente implorado ao chapéu seletor para coloca-lo em Gryffindor. Uma boa tática de camuflagem uma vez que o velhote não o perseguiu como fez consigo. Sim o garoto era muito promissor, uma esmeralda bruta implorando para ser lapidada e polida. Algo a que atenderia em igual medida.
Também não podia negar sua raiva ao ver que o garoto veio mesmo salvar a garota tola. Ficou tão furioso com, que soltou o basilisco sobre ele sem pensar duas vezes! Potter lhe pertencia e não permitiria que tal poder lhe escapa-se.
~ Isso não é um adeus Potter. Veremos-nos em breve.
Olhou para ele mais uma vez antes de se voltar para a estátua de Salazar Slytherin e entrar em sua boca. Dentro havia um longo corredor que seguia até uma ampla câmara onde o basilisco repousava, seu 'quarto'. Antes da câmara havia uma porta de carvalho esculpida com belas serpentes que dava em um conjunto de habitações consistindo em uma sala de estar com lareira, um escritório, uma cozinha com dispensa, um laboratório de poções com estoque e uma suíte. Também possuía a entrada/saída privada de Salazar. Sorriu ao se virar para a entrada selando-a. Só ele poderia abrir e fechar a mesma.
Precisava de uma parada ao Gringotts para restituir seus Lordes e seus cofres, antes de qualquer coisa. Dirigiu-se para o quarto e abriu o closet onde rapidamente substituiu suas vestes de Slytherin por vestes pretas formais com antigos botões da mais pura prata e como joias acrescentou o pingente de uma serpente formando o S de Slytherin preso aos seus ombros por três correntes tudo da mais pura prata.
Foi bom manter os aposentos privados da câmara abastecidos por todos esses anos Rias uma de seus elfos de casa cuidou da manutenção e limpeza o resto permaneceu intacto ao longo das décadas pelos poderosos encantos de preservação contidos pela câmara. Voltou-se para a saída precisava de uma varinha a da menina estava muito desgastada para seu uso.
Aparatou direto em frente ao banco e entrou sendo prontamente reconhecido pelos Goblins e conduzido diretamente a uma sala de reuniões no segundo andar.
Lord Voldemort estava de volta ainda mais poderoso e implacável.
~*~∆~*~ Pov. Harry ~*~∆~*~
Dor, forte e excruciante era o que sentiu no momento em que a presa do basilisco tocou o diário de Thomas M. Riddle! Superou ate mesmo o veneno correndo em suas veias. Não podia pensar, não tinha forças para continuar pressionando a presa envenenada. Seu último pensamento foi para Ginny a quem falhou em salvar.
Quando voltou a si estava dentro de uma espécie de bolha e em sua frente havia um belo pássaro preto. Não, preto não roxo escuro! E o mesmo não era um pássaro comum era uma fênix! Uma linda e majestosa fênix que o encarava com expectativa, sorriu. Era muito distinta da Fawkes, mas possuía a mesma aura de poder forte e imponente.
{Olá jovem humano. Tu descendente da luz, mas reclamado pelas trevas. Seu coração é puro assim como sua alma, porém ambos estão envoltos em trevas. Eu lhe observo desde aquela noite, em 31 de outubro de 1981, quando foi tocado pelas trevas pela primeira vez e não mais desejo observar-te de longe. Diga-me adorável filho da luz aceitaria a mim a Dark fênix como sua familiar?}
Ele estava assustado e maravilhado, tudo ao mesmo tempo, a fênix estava falando com ele e em sua mente! Esqueça isso, ela queria ser sua familiar! Estava sonhando ou, mais provável, estava morto. Pensou com desânimo. Mas escutou a bela voz novamente e estava rindo, o som mais bonito que já escutou na vida!
{Não é um sonho pequeno e definitivamente não estás morto. Eu curei sua chaga e pacifiquei sua escuridão, então pense com cuidado e responda honestamente, me aceitas?}
~ Sim
Respondo rapidamente, era verdade e não queria pensar! Não queria dar tempo de a bela fênix perceber que havia se enganado em sua escolha! Com felicidade observou o belo pássaro formar um elo direto com seu coração, se sentiu aceito e quente como um abraço materno onde não ha julgamento nem repreensão apenas aceitação e afeto. Quando o elo se afundou completamente em seu interior sentiu dor aguda forte, como se uma grande consciência rasgasse a sua mente e magia. Se fundindo permanentemente, não estava mais só, foi seu último pensamento antes de afundar na escuridão, pela segunda vez sangrenta, naquela noite.
Quando despertou estava molhado, sujo e dolorido cortesia do chão duro de pedra molhada da câmara. Olhou ao redor e viu Ginny, estava pálida e fria ao toque viu o diário destruído e ficou aliviado. De alguma forma ele conseguiu! Agora tinha de acordar Ginny para saírem da câmara.
~ Ginny, acorde esta tudo bem acabou.
Mas a menina não se moveu, ao examina lá de perto percebeu que estava rígida e não estava respirando mais. Seu coração pesou ele havia conseguido se livrar do Riddle, mas já era tarde demais para Ginny. Ron ficaria arrasado! Olhou ao redor e viu sua varinha caída e ao lado dela a Dark fênix, sua fênix pensou com uma mistura de felicidade e orgulho.
~ Tens um nome?
{Me chamo Silfer, jovem mestre. Para se comunicar comigo não precisa falar só pense e eu escutarei.}
{Assim? Chame-me de Harry, por favor! Bem vamos embora daqui tenho que chamar o prof. Dumbledore...}
{Ele esta no castelo e esta preocupado Fawkes disse onde estás porém ocultou o que ocorreu aqui uma vez que se relaciona com o momento em que selamos o nosso vínculo.}
{O que aconteceu depois que eu apaguei pela segunda vez? Eu não me lembro de ter destruído o diário, eu consegui fazer isso antes de apagar da primeira vez?}
{Harry o perigo se foi, porém já era tarde demais para salvar a garota. Não deve se culpar por algo que nunca foi sua responsabilidade, nem se lastimar por algo que não pode mudar. Quanto ao diário, esta irreparavelmente destruído. Agora sobre o que aconteceu manterei em segredo ate que estejas pronto para aceitar. Entretanto direi que quando uma Phoenix estabelece uma ligação familiar com um humano ela deve tomar algo deste em troca. Em nosso caso peguei uma pequena parte de sua alma para mim e lhe dei uma parte da minha. Somente eu dentre todas as Phoenix possuo tal habilidade, isso provocou algumas mudanças em ti. Seu núcleo mágico que outrora era branco tornou-se cinza, isso lhe permite o domínio da magia em todas as suas formas sem pedágio. Nossas mentes estão ligadas, embora nossas consciências sejam distintas, isso nos permite conversas não verbais em nossas mentes. Para falar comigo basta pensar e eu o escutarei com a mesma clareza que você me escuta agora em sua mente. Também me permite proteger sua mente contra invasões e ataques a mesma.}
Silfer sabia que seu jovem mestre guardava também uma parte da alma daquele que emergiu de dentro do diário. Ela entendia que ele ainda não estava pronto para aceitá-lo e, muito provavelmente, tentaria feri-lo machucando a si mesmo no processo.
Já era a segunda vez que ocorria, na primeira ao usar a proteção de sangue concedida por Lady magia pelo sacrifício de sua mãe para destruir o hospedeiro de um dos fragmentos da alma do homem ele havia sofrido grande agonia e só acordou dias depois. Porém ao invés de impedir o menino de se machucar o mestre de Fawkes o enviou de novo para a mesma tarefa desta vez quase lhe matando!
Estava condenada se deixaria seu adorável pequeno mestre lidar sozinho com o ancião humano.
{Entendo, bem não, não entendo nada! Mas isso terá de esperar, tenho de falar com o meu melhor amigo que falhei em salvar sua irmãzinha, e quase morri no processo! Obrigado por me salvar e por me curar completamente, você foi brilhante Silfer! Agora vamos sair daqui!}
Pegou a espada e levitou o corpo de Ginny, enquanto Silfer pousou em seu ombro esquerdo. Esse seria um longo e triste dia.
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