Pelo tempo que o conhecia, Jisung notava facilmente que algo estava errado com o amigo.
ChenLe estava quieto demais. A alguns dias notava a falta de seu sorriso, de sua risada, das conversas que duravam o dia todo.
De repente ele parecia apenas distante, eram amigos a anos e nunca havia o visto dessa forma.
Ficava ainda mais preocupado por não saber o porquê daquilo, se perguntava se teria feito algo que o chateasse.
Mas não esperaria para descobrir, assim que viu o garoto saindo apressado da sala de aula, o seguiu sem pensar duas vezes.
Os passos apressados do chinês o levaram a quadra da escola, onde entrou após verificar se estava vazio, sentando-se na arquibancada de cabeça baixa, com as mãos no rosto, sem notar a presença de Jisung.
– Hyung... – O outro chamou baixo, fazendo com que erguesse a cabeça e entregasse o nariz avermelhado. – O que está acontecendo? Você está chorando?
– N-não. – Mentiu descaradamente, secando as lágrimas que desciam enquanto negava. – Eu não te vi me seguir.
– Precisamos conversar... você esta estranho esses dias.
Jisung se aproximou, sentando-se ao lado do amigo que mantinha o semblante triste. ChenLe virou o rosto para evitar o contato visual.
– Fala comigo...
– Minha família vai voltar para a China. – Falou de uma vez, Jisung imediatamente sentiu lagrimas se formarem em seus olhos. – Ou seja, eu vou voltar para a China, eles disseram que é temporário... mas é isso.
– Q-quando? – Perguntou segurando o choro.
– Semana que vem... fiquei sabendo no começo dessa, não estava com coragem de falar com você por conta disso. – Disse de cabeça baixa. – Eu nunca tenho coragem para falar nada para você, não seria dessa vez que eu teria, ainda mais para uma notícia dessa.
– Do que esta falando? Nós contamos tudo um para o outro... ou quase tudo. – Jisung formou um bico nos lábios. – Mas você esta falando de outra coisa...
– Eu estou frustrado, Jisung! – Estourou em lagrimas. – Agora vou embora e continuo medroso!
– ChenLe! – O mais novo segurou seu rosto, o olhando nos olhos. – Calma... me explica, não precisa ficar dessa forma, seja o que for, ainda pode me contar...
– E-Eu... – Gaguejou pela aproximação. – Gosto de você, Jisung...
– Eu também, não achei que isso fosse novidade entre nós...
– V-você não esta entendendo. – ChenLe sentiu seu rosto queimar. – Eu gosto MUITO de você.
– Lele... isso também não é novidade.
Antes que pudesse perguntar algo, Jisung aproximou seus lábios do dele, num beijo calmo e carinhoso. O chinês ficou estático, mas fechou os olhos aproveitando o momento.
– Não é o único medroso. – Jisung falou tímido ao se afastar, acariciando o rosto do outro.
Os dois sorriram, ambos com o coração acelerado e completamente vermelhos.
– Seus lábios são macios, Lele...
– N-não fale esse tipo de coisa! – ChenLe sentia suas bochechas queimarem de tanta vergonha. – Mas o-obrigado.
O mais novo sorriu, dando um doce selar de lábios no garoto, soltando uma risada tímida.
Silenciosamente Jisung segurou sua mão e o fez deitar com a cabeça em seu ombro, os dois ficaram de olhos fechados, esquecendo do tempo que passava.
– Foi meu primeiro beijo. – ChenLe falou de repente. – Eu gostei.
– Vamos tentar com a língua depois.
– J-Jisung! – Corou dando um tapa fraco no braço dele. – Você vai me fazer morrer de vergonha.
O garoto riu divertido com como ChenLe ficava envergonhado, o achava fofo demais.
– Agora somos namorados? – Jisung perguntou.
– Somos? Mas eu vou embora...
– Um dia você vai voltar, não vai?
– Acho que sim...
– E além do mais, vamos continuar nos falando pelo celular. – Sorriu. – E caso você não volte, quando eu for mais velho eu tento ir para lá.
As lágrimas se formaram novamente nos olhos do chinês, que abraçou o namorado com força, sendo confortado por um carinho em seus cabelos.
– Somos namoradinhos agora. – Falou num tom divertido afim de tentar distraí-lo.
– Vamos continuar sendo quando eu for para a China? – Perguntou com um bico nos lábios, no qual Jisung não resistiu em dar um selinho.
– Claro, vamos continuar nos falando todo dia. – Sorriu. – E podemos fazer vídeo chamada quando sentirmos saudades de nos ver.
– Mas... não vamos poder dar beijinho. – Falou baixinho, extremamente tímido.
– E dai? A gente sempre gostou um do outro e nunca nos beijamos, essa foi a primeira vez, se esperamos tanto tempo podemos esperar de novo. – Riu baixo.
Os dois riram baixo e ChenLe voltou a deitar a cabeça no ombro do mais novo, aproveitando o tempo que teria com o namorado antes de partir.
Deixaram a aula de lado, queriam apenas ficar naquela quadra, de mãos dadas o resto do dia, aproveitar a sensação de terem seus sentimentos correspondidos.
– Ei Jisung. – Chamou o olhando. – Jura que não vai gostar de outro garoto enquanto eu estiver fora? Que vai me esperar voltar?
– Juro.
– Jura de mindinho? – Ergueu seu dedo, o encarando com um bico nos lábios.
Jisung sorriu erguendo seu dedo e o cruzando com o de ChenLe.
– De mindinho.
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