Pov Tris
- Alô?
- Mãe!
- Querida! Como vai? Está tudo bem!? Estava mesmo pensando te ligar, tive uns sonhos esquisitos com você nessas últimas noites.
- Ah mãe, está tudo bem. Eu acho. Como vão as coisas aí?
- Tudo muito bem aqui.
- E meu sobrinho, como está?
- Ah, ele está lindo, cada vez mais gordinho e a cara do seu irmão.
- Ah, que bom mãe... Estou louca pra vê-lo pessoalmente - fiquei um tempo calada pensando em como contar pra ela.
- Filha, conta - disse me pegando de surpresa.
- O que?
- Sei que tem alguma coisa pra me contar, Beatrice, nem adianta esconder, sou sua mãe.
- Ai mãe é que eu não queria ter que te dizer isso pelo telefone mas como não tem outro jeito...- respirei fundo e percebi seu nervosismo do outro lado - mãe eu estou grávida.
- Beatrice! - ela gritou e de repente tudo ficou mudo - Minha filha, não acredito nisso! Como isso foi acontecer!?
- Ah mãe, a senhora sabe.
- Sim eu sei, claro que eu sei, eu te ensinei... Meu deus minha filha, como você me fala uma coisa dessas... Eu sonhei com isso, meu Deus! Não pode ser verdade! Já foi no médico? Quantos meses?
- Seis, descobri ontem. Tive que fazer uma ecografia...
- Ai Beatrice, não sei se fico feliz ou se fico triste. Que irresponsabilidade garota! - ela brigou e depois respirou fundo - Seis meses. Em três meses sua vida vai mudar pra sempre, já pensou nisso!?
- Você não sabe o quanto...
- Já sabe o que é?
- Menina, mãe.
- Menina... Como você vai fazer agora Beatrice? Você vai ter que voltar não vai conseguir sozinha...
- Não mãe! Não vou desistir. Abri mão de muita coisa pra estar aqui e não vai ser agora que vou largar tudo.
- Mas minha filha, como você vai conseguir cuidar da criança, estudar e trabalhar? Deveria ter pensado nisso antes... - ela começou mas eu interrompi
- Não sei mãe, mas vou dar um jeito, não vou sair daqui - ficamos sem falar nada por um instante.
- Beatrice eu vou aí pra Nova York.
- O que?
- Sim, eu vou ficar aí e te ajudar pelo menos até a criança completar um ano...
- Não mãe, se você deixar o papai ele vai morrer do coração, você tem seu trabalho...
- Ai filha, é motivo de força maior...
- Não mãe, não quero que você faça isso.
- Então vou mandar a Teresa pra Nova York! Pronto!
- Mas mãe, ela tem família.
- Beatrice os filhos dela já são grandes, ela mora aqui em casa. Aqui não tem quase nada para se fazer porque eu e seu pai nem ficamos em casa, estávamos até pensando em demitir ela, vai ser ótimo ela ir ficar aí com vocês.
- É mãe, parece uma boa ideia. Conversa com ela e depois me liga, tenho que ir, beijos. Aliás, mãe não comente nada com o Marcus! Nem para o filho dele
- Como não, porque você não conta? É do Tobias? Meu Deus é do Tobias...
- Sim mãe, é dele. E não, mãe! Não quero que ele saiba, odeio aquele galinha. Não quero atrapalhar a nova vidinha sem vergonha dele.
- Como assim? Se ele é o pai...
- Não faz diferença! Não é pra contar.
- Mesmo que eu quisesse não teria como, Marcus viajou com o filho pra Califórnia e ele e seu pai nem estão mais se falando.
- Que bom. Isso é ótimo, melhor notícia que eu poderia receber.
Liguei pra minha mãe no dia seguinte, não queria que ela soubesse por outras pessoas.
Seria uma ótima ideia a Teresa morar aqui, ela poderia olhar minha filha de manhã e de tarde para que eu pudesse estudar e trabalhar, de noite eu ficava com ela. Aqui em casa tem um quarto sobrando e acho que ela pode ficar lá.
☆☆☆
- Ai seria ótimo se ela viesse mesmo, nada melhor do que a comidinha caseira da Teresa! - Chris.
- Verdade! E outra que assim você não ia precisar abandonar o emprego nem a faculdade, Tris!
- Foi o que eu pensei.
- E sobre a paternidade...? - Christina me olha com cara de medo e dou um olhar mortal.
- Ele não vai ficar sabendo, achei ótimo que foi embora pra Califórnia, assim não vou ter o azar de cruzar com ele por aí quando voltar para Chicago.
- Acho que você está pecando em não dizer pra ele, Tris.
- Não me importo, ele não vai saber, não é mesmo? - olho firme pra elas.
- Pode contar comigo - Mar.
- Comigo nem tanto, não sou a favor mas não vou abrir a boca- Chris.
- Aham, claro que não vai.
- Cala boca, Marlene.
- É você quem tem que calar a boca - concordei com Marlene e Chris deu de ombros.
Pedi para as meninas que fossem dar uma volta por aí para que eu pudesse conversar com o Eric sobre meu estado e como as coisas ficariam.
Tomei um banho e coloquei um vestidinho confortável e enquanto esperava Eric chegar, fiz um suco pra mim.
Perto da bancada da cozinha estava o telefone. Me senti tentada a discar um certo número que não saía da minha cabeça desde que eu descobri da gravidez.
Peguei ele, e digitei o número que eu tanto queria ligar, o de Tobias.
Chamou algumas vezes e alguns minutos depois ele finalmente tendeu, nessa hora meu coração acelerou e quando eu ouvi sua voz que parecia ainda mais grossa senti minha alma sair do corpo.
- Quem é? - perguntou grosseiro mas eu não respondi, não tinha voz o suficiente então ele se estressou - Pra estar me ligando nesse número deve ser um puta. Já falei mas vou falar novamente oorque estou de bom humor - nossa que bom humor, em? - se eu quiser te comer eu vou te ligar, não fica correndo atrás de mim porque eu não quero nada com vagabunda a não ser uma noite de sexo...
- Tobíiias.... - uma voz feminina no fundo começou a falar e eu não escutei mais nada. Ele desligou.
Minha respiração saiu do controle e eu me senti perdida em pensamentos. Comecei a lembrar do garoto tímido e incrível por quem eu me apaixonei pela peimeira vez e definitivamente, aquele não era ele.
Senti nojo. Meu corpo se contorceu em repulsa e eu me amaldiçoei por ter ligado para aquele maldito número.
A campanhia tocou e eu saí do meu estado de choque, ou apenas fingi. Fui até a porta e coloquei um sorriso na cara, ele não precisava saber disso, ninguém precisava, muito menos eu.
- Oi meu amor! - ele me dá um selinho e me entrega umas rosas recém retiradas do pé .
- Ai, que amor! Entra, baby - ele se senta no sofá e me sento ao seu lado.
- Eu peguei no Jardim da minha mãe, ela não precisa saber disso - sorri da cara de malandro que ele fez e então o beijei.
- Não me canso de olhar pra você é dizer o quanto você é linda - ele me beija mais uma vez e eu sorri tentando esquecer o que havia passado a alguns minutos atrás - E então? O que tem de tão importante pra dizer pra mim? - ele passa minhas pernas por cima do seu colo e fica passando a mão nelas enquanto me encara.
- Eric, o que eu vou te contar é uma coisa forte, eu juro que vou entender caso você não queira mais ficar comigo depois do que eu te disser, mas é... - ele me interrompe com um beijo e segura meu rosto.
- Sem rodopiar. Seja direta.
- Eric, eu estou grávida - ele ficou Branco. Mais Branco do que já era naturalmente. Logo se levanta e começa a andar de um lado para o outro.
- Então... você está dizendo que vou...Que eu vou ser...
- Não, Eric. Faz 3 meses que a gente namora, e eu estou com 6 meses, ou seja, é do infeliz do meu ex.
- Tris... - ele me olha chateado e preocupado ao mesmo tempo - Quando soube disso?
- Ontem. E olha Eric, você não precisa ficar comigo. Você não tem porque se comprometer e muito menos se envolver com meus problemas.
Ele continuou a andar de um lado para o outro e depois se sentou ao meu lado e passei os braços em seu pescoço lhe fazendo cafuné.
Pude sentir toda a tristeza e confusão que ele sentia naquele momento.
- Seis meses... Não é, mas podia ser meu - falou cabisbaixo. Beijei o topo de sua cabeça e tristemente desabafei:
- Eu também preferia que fosse seu, não dele... Mas se você quiser ir, Eric, fica a vontade. Não tem porque...
- Ei, ei - ele se levantou, pegou minha mão e levou ao seu peito. Eric apertou os olhos e quando percebeu que eu comecei a chorar apertou minha mão delicadamente - Eu vou sim ficar com você. Quem disse que eu não vou? Eu só estou um pouco... sei lá. Me pegou de surpresa, Tris.
- Eric eu gosto muito de você, mas não precisa fazer isso por mim - limpei meu rosto.
Não chorava só por ter de perder ele e do caos que estava se tornando a minha vida mas também pelo que eu tinha ouvido à alguns minutos atrás. Tudo girava, ia e vinha tudo me machucava e me fazia refletir se era aquilo mesmo que eu queria.
- Tris, as coisas acontecem. Mas eu não vou te deixar, muito pelo contrário, eu vou te ajudar - fiquei emocionada.
- Eric, eu tenho muita sorte de ter você, as meninas... Eu não sei o que faria se não fossem vocês.
- Vem cá - ele me abraça - vou cuidar de vocês.
- Me sinto muito bem em saber que não estou sozinha.
- Não está. Me tira uma dúvida: é um garotão ou uma princesinha?
- Uma princesinha.
- Já pensou em algum nome? - falou radiante tentando desviar do assunto que tanto nos incomodava.
- Sim - sorri e me animei um pouco.
Eric passou a tarde comigo e depois foi embora, ele também está animado com a bebê apesar de tudo e eu acho isso lindo, mesmo não sendo filha dele ele quer estar presente, me apoiar e me ajudar, enquanto o pai de verdade, sabe-se lá com quem está a essa hora.
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