História De Repente Acontece - 11: Estou de volta.

Pov Tris

Passou tudo muito rápido, mal posso acreditar que depois de amanhã já vou me formar.

Deu tudo certo, pude curtir cada momento da Louisa. Mesmo tendo que trabalhar e estudar, eu tinha folga final de semana e na sexta-feira, as vezes faltava algumas aulas e passava o tempo todo com minha princesa.

Ela está cada dia mais linda e não posso mentir, está a cara do pai também, o que me deixa puta e feliz ao mesmo tempo.

Me lembro da primeira palavrinha dela que foi "papa" meu coraçao ficou partido; os primeiros dentinhos que nasceram, primeiros passinhos...

Louisa tem sido minha fonte de alegria, de vida, de tudo. Sempre quando chegava em casa morta de cansada, querendo desistir de tudo e ligar o foda-se, olhava para aquela carinha linda dela e juntava todas as forças do mundo e continuava. Foi tudo por ela e graças a ela.

Estou aqui sentada no sofá depois de um longo dia de trabalho na construtora que fiz estágio, vendo ela montada nas costas da Christina que está correndo pela casa sendo perseguida por Marlene enquanto Teresa coloca a mesa do jantar, ela nunca deixa a gente ajudar ela.

- Meu Deus, temos três crianças em casa!

- Para de ser careta Tris, vem brincar com a gente!

- Vem mamãe! - É incrível como uma criança de três anos já consegue falar quase tudo certinho.

- Não filha, mamãe está muito cansada, aliás vem aqui, precisamos conversar filha - Ela senta no meu colo enquanto Marlene e Christina vão pra cozinha tomar água. Passo a mão em seu cabelo Dourado e liso com leves ondulações nas pontas, igual ao meu - Filha, você sabe que a gente vai embora daqui né?

- Mas poque mamãe?

- Porque a mamãe só veio aqui pra Nova York pra poder fazer a faculdade e depois de amanhã a mamãe já se forma. Ai a gente voltar pra Chicago, onde a mamãe morava antes de vim morar aqui.

- O vovô e a vovó moram lá mamãe?

- Sim eles moram. A gente vai ficar um tempo lá na casa deles e depois que a mamãe conseguir um bom emprego, vou comprar uma casa bem bonita pra nós duas! - dou um beijo na testa dela.

- E eu vou te um quato rosa só pla mim?

- Vai sim, do jeito que você quiser - É tão prazeroso ver aqueles olhinhos verdinhos brilhando.

- Mas e o Tio Elic?

- Ah filha, não sei. Acho que ele vai ficar aqui, ele mora aqui.

- Eu gosto tanto dele, ele podia ser meu papai, né?- olho pra Christina que está encarando Marlene com a famosa cara do eita.

- Pois é minha filha, nem tudo é do jeito que a gente quer.

- Te amo mamãe

- Também te amo meu amor. Vamos jantar?

- Vamos!

Sentamos todas à mesa e começamos a comer o jantar que estava uma delícia, mas percebi que christina não parava de olhar pra Lou.

- Que foi, Christina?

- Ela é a cara do Tobias - dou uma olhada mortal pra Christina e Marlene bate nela.

- Quem é Tubiax, mamãe? - Ela olha pra mim com a cara toda suja de molho de tomate.

- Ninguém em especial filha. É só um amigo da tia Chris.

- Meu nada. Deus me livre ser amiga dele.

- Já terminou, Louisa?

- Siiiim! 

- Então vem, vamos tomar um banho - viro pra trás e sussurro pra Christina - Te Mato vagabunda!

Subo com a Lou, dou um banho nela e coloco ela pra dormir. Depois levanto tomo um banho e me deito com ela.

☆☆☆

Marlene levou a Louisa pra se arrumar, coisa que ela faz sempre que a gente sai e bom, eu não acho ruim, a Lou fica ainda mais linda quando arrumada por Marlene.

Fui pro meu quarto me arrumar também, coloquei um vestido bem bonito que o Eric me deu de aniversário, ele pediu pra eu usar na dia da nossa colação. Eric veio aqui, fez questão de nos levar, ele estava um gato como sempre e Louisa não parava de puxar seu saco.

Chegamos no auditório e deixamos a Teresa e a Lou sentadas com a família do Eric.

A cerimônia foi um pouco longa mas também foi muito bonita, toda hora me dava aquele nó na garganta mas eu me segurava, valeu muito a pena deixar tudo para trás e correr atrás dos meus sonhos e depois que tive a Louisa tudo ficou mais difícil porém muito mais motivador.

Despois da colação saímos pra comemorar em uma churrascaria bem bonita, que tinha uma bela Vista para o mar. Marlene levou o peguete dela e a Chris levou um "amiguinho " dela, que todo mundo sabia que de amigo só tinha o apelido. Alguns amigos nosso também foram, como a Tori e a Teresa mais a meus sogros.

Deixei a Lou com as meninas e Eric me levou lá na varanda que ficava um pouco escondida e dava pra sentir na cara aquela gostosa brisa do mar.

- Três anos e alguns meses de namoro. Você foi um anjo pra mim Eric, me ajudou tanto com a Louisa... Eu te amo - passo os braços em volta do seu pescoço e ele na minha cintura.

- É tão bom ouvir isso de você - ele me beija intensamente. 

- Eric, você sabe que eu vou ter que voltar...

- Tris. Sei disso desde o dia que te conheci, mas eu não vou deixar nossa história morrer assim. Eu amo muito a Lou, você...

- Ela também te ama muito - dou uma risada - não tira você da boca - ele dá um sorriso e um beijo na minha testa - É uma pena a gente ter que se separar. 

- Doi mais em mim, estou deixando vocês duas irem. Mas não é um adeus, quero que se lembre disso...

- Mamãe! - Louisa vem correndo e pego ela no colo - amo taaanto voxêis dois - Dramatiza nos abraçando ao mesmo tempo e Eric sorri olhando pra ela.

- Sorriso família! - Christina tira várias fotos nossa.

Passamos o restinho da noite na praia mas aí a Lou acabou dormindo e o Eric quis ir pra casa, não queria que ela ficasse com o corpinho doendo ou pegasse um resfriado. Ele é um amor.

Amanhã, eu estou voltando para Chicago. Não vejo a hora de estar em casa novamente, cercada de gente que eu amo. Começarei uma vida nova.

☆☆☆

Olho para o quarto e não vejo mais as coisinha de bebê. Ele está do jeito que encontrei pela primeira vez.

No canto da parede tem um monte de mala, minha e da Louisa, ela está ali no canto guardando alguns de seus brinquedinhos na mala de mão, é de partir o coração ver o tanto que ela está tristinha, chorou a beça quando se deu conta de que nós realmente iríamos embora e que o Eric realmente não iria com a gente.

Eu chorei mais ainda por sentir o mesmo que ela e por vê-la chorando.

- Filha... vem aqui - sento ela na cama e fico de joelhos olhando pra ela. 

- O que foi mamãe? - Ela diz baixinho.

- Filha, não fica triste. Você vai gostar muito de Chicago. Você vai poder brincar com seu priminho, vai poder fazer um monte de amiguinhos quando entrar na escolinha... E no seu aniversário eu vou fazer uma festa bem bonita pra você! - ela dá um sorrisinho forçado e seus olhinhos enchem de água. 

- O tio Elic vai poder ir pla festa mamãe? - Me parte o coração vê-la nesse estado. Dou um abraço bem apertado nela e acabo derramando algumas lágrima.

- Quem sabe filha, a gente pode chamar ele.

- Tá bom - Ela limpa minhas lágrimas - não chola mamãe.

- Não chora filha - limpo as dela.

Terminamos de arrumar as coisas e fomos para o aeroporto, Eric estava com a gente e não desgrudou nenhum momento da Lola, ela também não quis saber mais de ninguém, só do Eric.

Nosso voo teve meia hora de atraso e então anunciaram que tínhamos que embarcar. Levantei e fui até ela e o Eric que estavam olhando uma vitrine e conversando.

- Vamos Lou? - Eric pegou ela no colo e a abraçou bem forte, seus olhos marejaram.

- Não chora não princesa, eu prometo que a gente ainda vai se ver de novo. Ta bom?

- Ta bom - ele coloca ela no chão e ela corre até a Chris com sua bota rosa choque.

Não consigo conter as lágrimas, Caio no choro também e abraço ele apertado.

- Ai Eric. Isso é tão difícil. 

- Eu sei, também vai ser muito difícil pra mim perder vocês duas. Mas isso não é um adeus Tris - ele se solta do abraço e me beija. Logo olha nos meus olhos e solta um suspiro.

Pego minhas coisas e vou de encontro com as meninas na fila de embarque, pego a Lou no colo que está toda vermelha e antes de entrar no avião olho para trás e vejo Eric todo vermelho, ele dá um tchauzinho e joga um beijo, eu e a Lola retribuimos. 

- Eu gosto tanto dele - ela falou deitando a cabeça no meu colo.

- Eu também, filha.

O vôo não foi muito longo, já eram 7 da noite quando chegamos em Chicago, meus pais não sabiam queeu viria hoje, quis fazer surpresa.

No aeroporto de Chicago me despedi das meninas e agradeci por todos os longos quatro anos que me ajudaram. Foi choro atrás de choro, agora eu tenho que me acostumar a simplesmente não vê-las todos os dias.

Cada uma foi pra sua casa, e eu fui pra minha casa com minha filha e com minha mãe postiça, o táxi deixou a gente lá. 

- Olha Lola, aqui vai ser nossa nova casa até a mamãe conseguir um emprego e comprar uma pra gente.

- Que bonita mamãe! - Ela da um sorrisinho animada, olhando tudo.

Descemos do carro e pegamos nossas mala, paguei o táxi e fomos para a porta.

- Quer tocar a campainha ? 

- Sim! - ela toca com o dedinho na campainha, suas unhas estão pintadinhas com um rosa clarinho, obra das meninas. Não demora muito e meu pai atende a porta, fica paralisado quando vê a gente e quase cai para trás.

- Be... Beatrice! Porque não avisou que vinham? Meu Deus. Como você está linda minha netinha, como cresceu! Minhas meninas, meu Deus , Beatrice! - ele pega a Lola no colo que me olha com os olhos arregalados, logo nos abraça apertado - Entra gente! 

- Minha filha! - Minha mãe grita e nos abraçamos - Quanto tempo! Porque não me ligou dizendo que vinha? Que saudade, como está linda...

- Quis fazer surpresa! 

- E você minha princesa, como cresceu... Está tão linda como sua mãe! Minha neta, que coisa linda. Ai meu Deus só tem gente linda na minha família!

- Bligada.

Ficamos matando saudade na sala e depois subi pro meu quarto com nossas coisas, louca pra matar saudade de tudo aquilo, doida pra me deitar na minha cama, olhar para o teto e me lembrar de tudo que eu vivi há quatro/cinco anos atrás.

Estou de volta.