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História De volta dos Mortos - Capítulo 3 - História escrita por RahNovak - Spirit Fanfics e Histórias
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História De volta dos Mortos - Capítulo 3


Escrita por: RahNovak

Capítulo 4 - Capítulo 3


- Precisamos realizar desejos - Foi a primeira condição imposta por mim.

         - Nem pensar. - Draco disse assim que terminei a frase. - Isso não está em discussão. Sem desejos.

        - Precisamos de força para achar a adaga, seu boçal. Como espera que a gente faça isso? - Hermione perguntou.

        - Usem sua parte vampira, o sangue eu dou, agora sem desejos.

         Respirei fundo pra não arrancar a jugular dele e pensei que ele só estava sendo paranóico demais ou protetor demais, não queria que tivessemos nosso poder, porque poderíamos fugir ou poderiamos machucar alguém...alguém importante para ele, como a pobre filhinha amada que desde que começamos essa conversa ele não largou. Ele está a protegendo, porque acha que somos capaz de machucar uma criança inocente, mas ele deve saber que por mais cruel que eu seja, eu jamais machucaria uma criança, não como ele machucou, não como ele me machucou.

            - Ok, o banho vai ser liberado então ou somos muito perigosos para isso?

*********

             Chuveiro, televisão, despertador, escova de dentes, celulares...meu Deus, a cada palavra que Hope falava eu ficava mais confuso. Ela me mostrava tudo, cada coisa que julgasse longe do meu conhecimento e apesar de não querer ouvir nada e fingir que não estou ouvindo, eu prestava atenção, mas não entendia nada. Ela disse que iria nos atualizar sobre o básico da vida moderna, Hermione obviamente ficou super feliz com a mensão de livros que seria importante para nosso aprendizado, mas eu não gostei tanto assim da idéia, eu não preciso de livros, eu preciso de desejos.

              Foi uma surpresa tirar aquela roupa de quase cinco séculos e ver que meu corpo não apodreceu, estava inteiro e lindo como sempre foi. Boa parte daquele banho eu fiquei olhando para o tal chuveiro e imaginando como fizeram isso, é tão...genial o fato de não precisarmos mais tomar banho em um rio ou de baldinho. Uma parte da outra parte eu passei aproveitando a água caindo no meu corpo e gostei da sensação de me sentir cada vez mais leve, cada vez mais limpo, cada vez eu mesmo. E na última parte pensei em todo resto das coisas que eu tinha para pensar e não eram poucas coisas, na verdade era coisa pra caramba.

            Quando desliguei o chuveiro e fui até a pia, me deparei com o espelho, não que eu nunca havia visto um, mas nunca havia visto um tão refletor. Então eu me dei conta que não sou mais o mesmo Harry de antes e duvido que eu volte a ser. Aquele Harry tinha muito rancor guardado no coração, aquele Harry ainda tinha esperança de voltar a ser um humano normal, aquele Harry não queria tomar sangue ou matar pessoas (pelo menos no começo de tudo) aquele Harry só queria ser o Harry, só queria viver com sua família e poder envelhecer normalmente, ele só queria ser amado e não temido pelo monstro que ele era. Esse Harry de agora, que está se olhando no espelho e pensando em quem é ele agora... só quer sobreviver e não voltar a ficar preso, porque ele sempre apreciou a vida livre e a liberdade. Ele só pode tentar rezar para não voltar a ser preso.

              Passei a mão pelo meu cabelo, estava enorme, horrível, péssimo e isso não é nada legal. Minha pele estava até que boa, mas não estava macia e as olheiras...ARGH! Como eu odeio essa malditas olheiras, mesmo tendo dormido por mais de quinhentos anos e não, eu nunca vou parar de falar que eu dormi por mais ou menos quinhentos anos, porque isso é surreal e só falando em voz alta pra fazer isso ter algum tipo de sentido. Essa coisa que refletia no espelho, não sou eu. Eu sou lindo, maravilhoso, gostoso e perfeito.

              Voltei para o quarto e a primeira coisa que vi foi a roupa que Blaise disse que iria deixar para mim. Enquanto a vestia, não pude deixar de pensar na quantidade de pano que está faltando, por mais que seja bem parecida com as roupas de antigamente (pelo menos as masculinas) não tem tantas camadas e isso é estranho, mas ao mesmo tempo é libertador, nos deixa menos presos a nós mesmos. Quanto peguei a camisa xadrez da cama, um objeto caiu no chão e sorri quando o vi, meus óculos redondos. Nem notei que estava vendo tudo embaçado, ser meio cego é uma bosta, mas não é fácil curar com mágia e eu não tentaria tal ato, ficar um pouco cego é uma coisa e completamente cego é outra coisa.

              Levemente me assustei ao ouvir batidas na porta. Odeio não conseguir ouvir as coisas muito bem, preciso de sangue ou eu vou surtar.

                - Quem é? - Pergunto e não ouso resposta, só a porta abrindo e uma Lilá bufando entrando.

                - Quem é? - Disse fazendo uma imitação ridícula da minha voz que me fez sorrir e revirar os olhos. - Se orienta garoto. Trouxe isso pra você. - Jogou a bolsa de sangue para mim e a peguei

                - Valeu. - Não perdi tempo e logo a abri.

               Uma explosão de tudo que a de bom atingiu minha boca quando o líquido vermelho fez contato com ela. Admito que tem um gosto diferente, é meio...não sei explicar, mas com o tempo eu não me importei mais com o sabor, só em beber para sobreviver. Não é fácil ser um híbrido, uma parte de você precisa de sangue e a outra de desejos e se uma parte não estar devidamente alimentada, você fica estranho ou sentindo falta de alguma coisa.

                 - E também vim cortar seu cabelo. - Diz e automaticamente olho para ela quando ouso o barulho da tesoura.

                 - Tá de brincadeira.

********

               Definitivamente não ficou ruim, na verdade ficou muito bom e Finalmente eu me pareço um pouco com antes. Os cachos mais curtos, porém bagunçados (digamos que seja meu charme) macios e brilhantes. Mas obviamente não foi isso que eu disse a loira que olhava para o meu cabelo com um sorriso orgulhoso.

                 - Ficou horrível. - Digo e vejo seu sorriso se desmanchando. Hunf, como se eu me importasse. - Ficou uma bosta, sua mão é podre.

               - Você deveria agradecer, pelo menos não vai andar por aí fazendo cosplay da Rapunzel. - Disse e saiu do quarto sem nem fechar a porta.

               - Hein? - Perguntei para o vento em confusão, mas nem deu tempo de me preocupar com a saída da loira, quando Hope entrou no quarto e arregalou os olhos assim que me viu. - O que foi?

               - Uau...você não tá mais parecendo a Rapunzel morena. - Disse e fiquei mais confuso ainda, quem é essa Rapunzel que estão me comparando? - Já vi que vou ter trabalho de te introduzir no bom da vida e...

                 - HOPE! - Ouso um grito e tampo o ouvido, ter super audição é bom e ruim ao mesmo tempo. - Eu já falei pra não sair assim quando eu...Uou. - Draco apareceu na porta e assim como a filha ficou imóvel, mas foi mais sútil em relação ao choque. - Quer dizer...está mais decente agora.

                 - Você quer dizer que não pareço mais um homem das cavernas, isso sim e obviamente eu concordo.

                 - Você não parecia um homem das cavernas, Harry. - A garota disse se jogando na cama como se eu tivesse dado permissão para ela fazer tal ato. - Você só estava com uma aparência de gente velha ou alguma coisa assim.

               - Ele é velho, querida. - Malfoy diz com um sorrisinho idiota no rosto que me faz revirar os olhos.

                - Não tão velho quanto você. - Digo indo até a cama e tirando a garota de cima dela que reclamou e fez careta. - Agora saiam daqui e me deixem em paz, eu preciso pensar.

                 - Precisa dizer a localização da adaga. - Malfoy disse enquanto eu os empurrava para fora do quarto.

                  - Precisa começar as aulas de reintegração ao mundo. - A Malfoy júnior também disse.

                  - Eu preciso é de paz e vocês dois são um saco. - E então sem deixar que eles falem mais nada, fecho a porta e respiro fundo. - Santa seja minha paciência.

              

                
      



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