- Mentira?!
- Dá pra acreditar? Cara... eu realmente não faço idéia do que tenha dado em mim naquele momebto. Eu estou ficando maluca com toda essa coisa que vem acontecendo desde que eu me mudei pra cá. Eu não estou bem amiga!
A primeira coisa que fiz quando cheguei em casa, foi trocar de roupa - eu só tomo banho mais tarde. Por quê? Porque eu prefiro tomar banho mais tarde. Não me julgue - como eu estava sozinha em casa, coloquei uma blusa que era do Matthew - apesar se nós termos terminado, eu catei uma blusa dele. Ele nem sentiu falta - que pegava até no meio das minhas coxas. Se eu não estivesse tão largada, eu diria que essa blusa fica sexy em mim, mas como eu disse, eu estou igual uma moradora de rua, ainda mais porque desse cabelo todo bagunçado - ás vezes não é tão bom ter o cabelo cacheado. Logo depois liguei para a Julie, para contar a novidade... acho que nem posso chamar isso de novidade não? E também aproveitei para xingar ela de tudo quanto é nome por ter colocado aquele plano idiota na minha cabeça.
- Nossa Susan, eu nem sei o que te dizer... quem dera se eu tivesse essa tua sorte...
- Sorte? Você chama isso de sorte? Não sei se você ainda não percebeu, mas a partir do momento que eu encostei nele, eu assinei minha sentença de morte! Você sabe o que isso significa?! - pergunto irritada.
- Sim Susan, eu sei muito bem o que significa. Significa que você tem aquele professor na palma da sua mão. - dou uma risada sarcástica.
- Oi? O que você... como assim "na palma da sua mão"? Eu estou ferrada isso sim. Onde já se viu Ju, beijar um professor. Esse tipo de coisa só acontece em filme, livro, apesar de eu nunca ter visto um filme assim.
- Você ainda não se tocou né? Ele está caidinho por você boba!
- Ah, com certeza! Ele deve ter me achado um bobona depois que ele leu a nossa conversa. Você tem idéia da vergonha que eu passei na hora que ele ficou sorrindo pro meu celular? Da vergonha que eu passei por sua causa por ter tirado aquela maldita foto?... Acho que não.
- Por favor Susan, não vem me dizer que você não gostou de ter beijado o senhor gostoso? - ela diz, e eu fico quieta.
Que beijo foi aquele meu Deus! Relembro de tudo o que aconteceu, o jeito de como ele me beijou, o jeito de como ele me pegou e me colocou em cima de mesa... digamos que aquilo foi tipo uma fantasia sexual... só que sem sexo. Você pode até ne achar ridícula, uma adolescente sem muita experiência, mas nenhum cara até hoje, não havia me beijado daquela forma gostosa, bruta, deliciosa.... Ok. Eu definitivamente não estou bem, mas que tipo de mulher ficaria bem depois de acontecer uma coisa dessas...
- Susan? Terra chamando Susan!
- Ãhn? - ela da uma risadinha maliciosa.
- Aposto que estava pensando naquela criatura. Acertei?
- Que? Claro que não. - faço suspense de uns três segundos. - Ta. Eu estava pensando nele. Satisfeita?
- Ainda não, só falta a senhorita responder à minha pergunta.
- Que pergunta?
- Não se faça de sonsa Susan!... Você gostou ou não?
- Gostei do quê? - me faço de boba.
- De ter beijado o seu professor. Eai, você gostou ou não?
- Claro que gostei né Julie! Eu adorei. Que tipo de pessoa não gostaria?... Mas isso não vai acontecer novamente. Não mesmo!
- Ahan, sei.
- Eu to falando sério, ta meu amor. Isso não vai acontecer de novo.
- Eu sei. Até porque você não quer. Não é mesmo?
- Sim.
- Tudo bem. Vou ter que desligar amiga, depois a gente se fala. Te amo, beijos.
- Também te amo. Beijo. - ela desliga.
Me jogo no sofá, e passo as mãos pelos meus cabelos.
- O que foi que eu fiz para merecer isso Deus?! - pergunto em voz alta.
Decido não pensar mais nisto. Conecto o fone de ouvido no meu celular - que só de olhar, jà me faz lembrar o por quê da tela trincada. Aliás, eu tenho que levar no conserto, porque até agora meus pais não me deram um novo. Aff! - e coloco na minha playlist da Rihanna e deixo no aleatório. Uau! Eu fiquei tanto tempo assim conversando com a Julie? Pois já são 15:58 da tarde. Ainda tenho um tempinho pra mim. Já que meus pais chegam às 17:00.
Agora está tocando uma música dela que eu adoro. Needed me. Já ouviu? Boa, não? Eu amo. Fico cantando e mexendo no twitter ao mesmo tempo.
I was good on my own, that's the way it was, that's the way it was
Eu estava bem sozinha, era assim que acontecia, era assim que acontecia
You was good on the low for a faded fuck, on some faded love
Você era bom no pior nível para uma foda fraca, em algum amor fraco
Shit, what the fuck you complaining for?
Feeling jaded huh?
Merda, do que diabos você está reclamando?
Se sentindo cansado, hein?
Used to trip off that shit, I was kickin' to you
Had some fun on the run though I give it to you
Você está acostumado a cair fora dessa merda, eu estava chutando você
Eu até me diverti um pouco, apesar de ter dado pra você
But baby, don't get it twisted
You was just another nigga on the hit list
Mas meu bem, não me entenda mal
Você era apenas mais um cara na lista
Tryna fix your inner issues with a bad bitch
Tentando corrigir seus problemas internos com uma garota má
Didn't they tell you that I was a savage
Fuck your white horse and a carriage
Será que eles não lhe disseram que eu era uma selvagem
Foda-se seu cavalo branco e a carruagem
Bet you never could imagine
Never told you you could have it
Aposto que você nunca poderia imaginar
Eu nunca disse que você poderia ter isso
You needed me
Oooh, you needed me
Você precisava de mim
Oh, você precisava de mim
To feel a little more, and give a little less
Know you hate to confess
Para se sentir um pouco mais, e dar um pouco menos
Sei que você odeia confessar
But baby, oh, you needed me
Mas meu bem, oh, você precisava de mim
[...]
Depois de ficar mexendo no twitter, peguei meu livro - O Símbolo Perdido - estou perto de acabar, só faltam umas cem páginas para acabar. Me concentro no livro, mas ainda ouvindo música, Consideration, ainda na playlist da minha diva Rihanna.
Estou em uma parte muito boa do livro, estou na parte em que o Robert está dentro de um "caixão" cheio d'água - pelo menos parece ser - à beira da inconsciência. Essa leitura prende a minha atenção de uma tal maneira, que eu não sei explicar. Me faz até esquecer um pouco do beijo... droga, to lembrando de novo.
Nem lembro mais o que eu estava lendo, vou ler de novo.
Mas que merda! Sai da minha cabeça James!
Continuo forçando a leitura, até que eu o livro consegue atrair minha atenção novamente. Ficando assim por um bom tempo.
***
- Susan! Chegamos! - são meus pais. Continuo a leitura.
- Chegaram tarde. - digo inconveniente.
- É porque trouxemos uma visita, meu amor. - Como assim visita.
- O quê? - pergunto assustada. Seja quem for não pode me ver neste estado. Estou deplorável. Me sento no sofá.
- Venha cumprimentar a visita filha. - minha mãe diz.
- Mas mãe, eu... - nem termino a frase, e meu pai já vai chamando a pessoa pra... foi isso mesmo que eu ouvi? Ele disse "Entra James"?
Não...
Me levanto num pulo, me desvio da bancada e subo correndo as escadas, mas acabo tropeçando no degrau, e quase bato de cara no chão se não fosse minhas mãos para apoiar o meu peso.
- Ai! - eu falo um pouco alto de mais.
- Susan? - ouço a voz da minha mãe perto de mais. - viro a cabeça para o lado e os vejo abaixo da escada dou um sorriso forçado, lá está minha mãe, meu pai, e quem eu mais temia: James. Por que eles estão me olhando desse jeito? Eles...
Olho pra baixo nas minhas pernas, e vejo que a blusa que eu estou usando está na metade da minha bunda. E melhor, eu não estou usando um short por baixo. Pior. Dia. Da. Minha. Vida. O James está encarando a minha bunda?
Me levando da escada, e ajeito a blusa.
- Oi mãe! - digo forçando um sorriso, com o rosto pegando fogo. - Pai. - olho diretamente pro meu professor.
- Hum.... é... Susan, por que não sobe para se trocar? - meu pai diz calmo, mas eu sei que ele quer pula no meu pescoço, neste exato momento.
- Não tem problema, eu sei como os adolescentes de hoje são Sr. Kane. Eu não me importo se ela não se trocar. - o James fala, e me olha cheio de malícia. Meus pais - graças a Deus - parecem não ter percebido o verdadeiro sentido da frase. Isso não tem como ficar pior!
- Estou subindo! - me viro, e subo o mais calmamente possível as escadas.
Entro no meu quarto, e coloco um short e uma blusa de alça. Se eu pudesse me trancar neste quarto, e só sair daqui depois que ele fosse em bora, eu me trancaria. Agora que eu fui parar pra pensar: O que ele veio fazer aqui? Meus pais o conhecem de onde? Da escola que não é.
Saio do meu quarto, e desço as escadas bem devagar, como se aquilo fosse adiar o nosso encontro. Eu não mereço isso meu Deus! Não mereço.
Desço e todos eles estão sentados na mesa, comendo alguma coisa. Assim que eu chego perto, a atenção é toda voltada para mim. Tudo bem que eu gosto de ser o centro das atenções, mas isso está sendo muito constrangedor.
- O que ele está fazendo aqui? - pergunto direta. Minha me olha como se fosse arrancar o meu pescoço.
- Seja educada Susan... O senhor Flitcher já me disse que é seu professor.
- Então vocês andaram conversando? - pergunto com a cara mais lavada do mundo.
- Sim. - o James interrompe, e eu o fito. - Eu trabalho no mesmo departamento que o seu pai. E também já entreguei seu celular ao seu pais. - Ferrou! Engulo em seco.
- Muito bonito em Susan. Mexendo no celular, em horário de aula.
- Foi isso que ele disse? - pergunto quase dando pulinhos de alegria. Já pensou ele ter falado à eles que eu estava tirando foto? Dele?
- Foi. O que mais ele iria nos dizer? - minha mãe pergunta desconfiada.
- Nada. - eu sorrio.
Me sento ao lado da minha mãe ficando de frente para o James.
- Engraçado, pelo que eu sei, você é professor. - pergunto sem fazer questão da simpatia.
- Eu sou. Mas eu ajudo o meu irmão com algumas coisas lá na empresa.
- Que tipo de coisas? - ele continua me encarando, como se isso fosse a coisa mais normal pra ele.
- Susan! - minha mãe chama a minha atenção. - Desculpe senhor Flitcher, o problema é que a nossa filha não tem filtro. - ela diz me encarando.
- Vamos deixar as formalidades de lado, pode ne chamar de James.
- Quanta intimidade - resmungo olhando pra mesa.
- Susan, deixa de ser mal-educada. - meu pai diz.
- Não tem problema, eu sei como é isso. - o James diz.
- Sabe? - pergunto.
- Sim, Susan. Eu sei.
- E como você sabe?
- Humm... Então, James, desde quando você dá aulas na escola de nossa filha? - meu pai diz, tentando desviar do assunto.
- Há mais ou menos dois anos. - ele diz, desviando o olhar para mim.
Como já vi que esse assunto irá render, decido sair da mesa, sem dizer nada, e subir até o meu quarto, e quando chego, encosto a porta atrás se mim, e me escoro nela
O que ele pensa que vai conseguir, vindo até a minha casa? Qual o motivo disso tudo? Pois estava bem na cara, que ele não veio exatamente por causa dos meus pais.
- Abra essa porta Susan! - mas que saco! Será que minha mãe não percebeu que eu estava desconfortável lá em baixo? Me viro, e abro a porta. Pelo menos ela está sozinha.
- O que foi agora, mãe? - pergunto impaciente. Ela já vai logo entrando. - Claro mãe, é claro que a senhora pode entrar. - digo ironizando.
- O que foi aquela cena que acabou de acontecer lá em baixo?
- Que cena? - Ah. Nada demais mãe. Nós nos beijamos, e logo depois ele me deu um fora, só isso. - Nada ué. - respondo tentando parecer inocente.
- Nada? Você chama aquilo de nada? Você estava quase pegando o garfo em cima da mesa pra furar o peito dele. O que realmente aconteceu entre vocês dois? - será que ela está desconfiando de alguma coisa? Deus...
- Que? Não aconteceu nada! Eu só o acho muito arrogante... aliás, qual o motivo dele ter vindo com vocês?!
- Não muda de assunto...
- Isso não se chama mudar de assunto, mãe, se chama explicação. Então... por que vocês chamaram ele pra nossa casa?!
- Susan... Eu e seu pai, nós estávamos querendo sair hoje à noite pra resolver algumas coisas...
- Vai direto ao ponto, por favor. - tomara, que não seja o que eu estou pensando, porque se for....
- Como nós o conhecemos à bastante tempo...
- O quê? Como assim bastante tempo? Desde quando vocês o conhecem?
- Susan, entenda, ele é o irmão do CEO da empresa onde nós trabalhamos, então ele de vez em quando ele aparecia na nossa firma. Explicado?
- Eu só queria entender o motivo dele estar aqui. - digo quase perdendo o resto de paciência.
- Ok. Eu e seu pai, nós pedimos pra ele cuidar de você hoje à noite para nós dois irmos resolver algumas coisas.
Deus... o que está acontecendo na minha vida?
Perco a fala. A única coisa que consigo fazer, é encará-la perplexa. O que deu na cabeça desses dois, de deixar esse homem "cuidando" de mim!
- Susan...
- Eu não preciso de um estranho cuidando se mim, enquanto vocês dois saem para tirar o atraso! - digo quase esbravejando.
- Não altere a voz para mim Susan, não tem motivo para você ficar irritada...
- Não tem motivo pra eu ficar irritada? - dou uma risada sem graça. - Vamos recapitular. Eu to em casa, de boa, vocês chegam e além de tudo trazem visita, ok, mas aí eu descubro que vocês não trouxeram qualquer pessoa trouxeram o meu professor, que além de tudo é o irmão do todo poderoso da empresa onde vocês trabalham, e ainda por cima vocês o convidam para ser babá de uma garota de quase dezessete anos, e a senhora ainda diz que isso não é motivo para eu ficar irritada?!
- Já está feito Susan, e nós não vamos demorar.
- Eu não estou reclamando de vocês dois saírem para ter um tempo a mais para vocês, eu estou reclamando de vocês confiarem naquele homem para ficar na nossa casa. Comigo! Vocês por acaso não confiam em mim?!
- A última vez que deixamos você sozinha, você deu uma festa sem o nosso consentimento. Lembra do garoto que foi parar no hospital porque bebeu além da conta? - uau. Já tinha até esquecido disso.
- Mãe. Isso já faz tempo.
- Tempo você quer dizer dois meses? Então sim, já faz tempo.
- Por que eu daria uma festa? Eu mal conheço o pessoal daqui mãe.
- Ah se eu não te conhecesse Susan.
- Mas mãe...
- Mais nada. Daqui a pouco nós vamos sair, e vamos deixar você com ele.
- Mãe, por favor, eu já tenho 16 anos caramba!
- Vamos descer. - ela diz abrindo a porta e saindo.
- Mãe! - eu grito.
- Desça Susan! - ela manda. E eu como não sou doida, obedeço.
Saio do quarto, mas antes paro, e vou no banheiro. Jogo um pouco de água no rosto, e me olho no espelho.
- O que você foi inventar de fazer ein? Beijar seu professor? Eu definitivamente tenho algum tipo de problema psicológico! - digo olhando para o meu reflexo no espelho. - Isso não vai dar certo.
Desço e vejo meu pai e o James, sentados no sofá assistindo um jogo de basquete. Mas que perda de tempo... qual a graça nisso além de ver um monte de homem alto, sarado, quicando uma bola no chão - eu sei, essa última frase soou meio estranha - com o objetivo de colocar a bola na cesta? Bom, a parte de homens altos e sarados, é boa... Ótima, na verdade. Minha mãe está escorada na bancada arrumando a bolsa. A minha vontade é de colocar esse homem pra fora de casa. Ele deve estar adorando esta situação!
Tenho péssimos pressentimentos.
- Lucas, vamos? - minha mãe diz.
- Já? Mãe...
- Vamos querida. - meu pai diz se levantando do sofá, fazendo com que James se levante também.
Ando até chegar de frente para minha mãe.
- Mãe, por favor, não me deixa aqui com ele! - sussurro pra ela.
- Nós não vamos demorar filha, vamos chegar o mais tardar meia-noite.
- E o que eu vou ficar fazendo até lá? Olhando pra cara de bunda dele?
- Vamos combinar que não é nenhum sacrifício olhar pra cara daquele... daquela pessoa né Susan? - ela olha pra mim com um sorriso malicioso. Que safada! Tive de rir.
- A senhora ta muito assanhada ein mãe. - ela ri. - Tudo bem. Divirtam-se. Vê se trazem alguma coisa pra mim, ok?
- Ok... já estava esquecendo - ela coloca a mão dentro da bolsa - seu celular. - ela tira meu celular de sua bolsa.
- Valeu.
- Agradeça ao seu professor. - reviro os olhos.
Meu pai chega perto de nós e guia minha mãe até a porta, e eu vou junto.
- Se comporte Susan!
- Pode deixar pai.
- Eu vou cuidar bem dela senhor Kane. - James diz.
- Como se eu precisasse de você - resmungo.
- Eu ouvi Susan.
- Era pra ouvir mesmo!
- Tentem não se matarem enquanto nós estivermos fora. - minha mãe diz.
- A sua filha é um amor, aposto que ela não faria isso comigo.
- Não aposte querido. - eu digo. Ele sorri. Que raiva....por que o sorriso dele tinha que ser tão lindo e encantador?
- Até mais tarde. Tchau pra vocês dois. - ela diz, e os dois saem e fecham a porta
Agora somos só nós dois. Maravilhoso. Perfeito. Incrível. Acho que não existe uma pessoa mais sem sorte igual eu!
- Eu posso explicar... - ele começa, mas eu interrompo.
- Então é melhor você começar, que tal pelo motivo de você aceitar "cuidar" de mim.
Ele abre a boca pra dizer alguma coisa, mas nada sai. Por que? Eu ainda quero saber.
- Eu fiz uma pergunta.
- Eu ouvi. Eu... eu não queria te dar falsas esperanças sobre mim, depois daquele beijo.
- E quem foi que te disse que eu tenho alguma esperança em você? Aquele beijo não quis dizer absolutamente nada... Nem sobre você ser gay. - a última parte eu falo mais baixo, mas eu sei que deu pra ele ouvir, pois ele está ne olhando de um jeito! - Olha... eu acho melhor você ir em bora.
- De jeito nenhum! Eu disse ao seus pais que iria cuidar de você até eles chegarem, e é isso que eu vou fazer.
- E por que você aceitou isso?
- Eu já disse. Eu queria deixar claro que não existe nada entre a gente, além da relação entre um professor e aluna.
- Ótimo! Agora você já pode ir!
- Por que você quer tanto que eu vá? Está com medo de mim? - ele levanta as sombrancelhas.
Eu rio. - Medo de você? Ha ha, me poupe. - eu digo e saio em direção à cozinha. Ele volta a se sentar no sofá.
- Engraçado né?! - eu falo alto na cozinha, preparando meu sanduíche.
- O quê? - ele fala lá da sala.
- Como ainda existem pessoas folgadas, que se sentem como se estivessem em casa.
Ele ri.
- Pode trazer um suco pra mim? - agora é minha vez de rir.
- Como? Eu acho que ouviu errado. - paro o que eu estava fazendo, e saio da cozinha, indo até a sala.
- Não, eu acho que você não ouviu errado querida. Você pode trazer um suco pra mim? - ele diz sem desviar os olhos da TV.
Trinco os dentes, e fecho as mãos, minha paciência está por um fio. Respiro fundo, e solto o ar pela boca. Respiro fundo de novo, e solto pela boca. Repito mais duas vezes. Enfim consigo me acalmar UM POUCO. Pelo menos aquelas aulas de ioga não foram atoa!
- Claro... querido. - eu digo voltando para a cozinha.
- Rápido. Por favor. - sabe aquela hora que eu disse que havia me acalmado? Então. Esquece o que eu falei.
- Ok.
Desgraçado. Ele tirou o dia pra me irritar hoje? Aposto que sim.
- Pega um suco pra mim...- resmungo imitando a voz dele. - Não você ouviu certo... Rápido por favor... Ah não pode deixar, eu vou cuidar bem dela... - continuo resmungando enquanto pego o suco na geladeira e o copo na prateleira... - Argh... cuidar, o cacete que ele vai cuidar... Filho da mãe... depois eu que preciso de cuidados... ele me paga... se ele pensa que vai ficar assim, ele está muito enganado... suco... agora tenho que ficar servindo suco enquanto o senhor gostoso fica lá sentado assistindo televisão, enquanto a empregadinha aqui tem que ficar...
- Susan! Meu suco. - ele diz. Ah pelo amor de Deus!
- Já vai porra! - Grito... acabei de perder o pingo de paciência que me restava.
- Cuidado com o que sai dessa boquinha linda ein... - IDIOTA.
- Vai pra...
- Olha! Que eu conto pros seus pais.
- Você deve estar adorando a minha situação, não é?
Ele não responde.
Termino de colocar o suco no copo, ando de volta até a sala.
- Aqui seu suco.
- Obriga... - quando ele vai pegar o suco da minha mão, o derrubo tudo na cabeça dele, que acaba melando-o todo. Pena que não caiu na calça. Que pena.
- Ah desculpa eu... - digo fazendo voz de meiga. Ele levanta com tudo do sofá ficando de frente pra mim, e não está calmo.
- Você ficou maluca garota? Olha o que você fez! - ele diz apontando pra blusa. Ela é cinza. Epa!
- Iii! É suco de uva né? Nossa! Desculpa, eu sei o quanto é difícil tirar essa mancha. - faço uma carinha de pena, me segurando para não rir da cara dele.
- Você fez de propósito não foi?
Ele nem espera eu falar e já vai tirando a camisa... Minha nossa... Que de homem é esse?! Esses gominhos... e essas pintinhas? Que fofo... fofo não! Que gostoso! Ele é lindo... morri!
- Gostou? - ãhn?
- O quê?
- Gosta do que vê? - ele sorri. Ele tem que parar de sorrir deste jeito.
- Você se acha demais... convencido!
Ele ri.
- Bobo.
Acabo rindo também, por causa da risada dele. Sabe aquela risada meio rouca, então, exatamente a dele. Até o riso dele é lindo. Como pode isso?
- Me dá. - eu digo. Ele arregala os olhos. Eu rio mais ainda com a reação dele.
- O quê?
- A blusa. - ele franze as sombrancelhas. - Pra mim colocar na máquina de lavar junto com as outras roupas. Daqui a pouco já vai estar seca. - ele relaxa.
- Ah. - sorrio
- O que você pensou que eu estava falando? - digo pegando a blusa da mão dele.
- Nada... - ele ficou vermelho?
- Sei.
Deixo ele na sala, e como eu disse, vou até a área de lavanderia e coloco a blusa dele junto com as outras roupas que já estão batendo. Não tinha reparado, mas... eu... depois disso... como ele pôde? Quer dizer... eu estou ficando maluca com ele aqui em casa. Resumindo, eu estou perdida. Ele, pelo jeito, não está notando nada. Mas aqui dentro de mim, tá uma confusão que eu não faço a mínima idéia de como explicar.
Isso tudo há de ter uma explicação. E eu tenho que descobrir o mais rápido possível. Eu não quero ter qualquer tipo de sentimento por ele, não estou afim de sofrer de novo, muito menos ter uma galhada sobre a minha cabeça. Até parece que ele já teve algum tipo de relacionamento em que... espera. Por que eu estou pensando nisso? Nos tipos de relacionamentos que ele já teve? Como se eu estivesse interessada... Não mesmo. Ele mesmo disse que não tem a menor possibilidade daquilo acontecer novamente. Eu também acho a mesma coisa.
Começo a rir sozinha lembrando de quando derrubei o suco nele, mas também fico viajando no momento em que...
- Susan? - estava tão distante que acabo me assustando. O que ele quer desta vez.
- O-oi?!
Ele não responde. Como ainda vai demorar uns vinte minutos até bater, deixo a lavanderia, e volto pra sala.
- O que foi? - pergunto.
- Cadê a educação? Tudo bem, não importa. Eu queria saber onde fica o banheiro. Ainda estou com cheiro de uva.
- Eu não estou sentindo.
Ele me olha com reprovação. Aff!
- Ta, vem comigo.
Vou na frente enquanto ele vem logo atrás de mim. Subimos as escadas, e então eu indiquei onde ficava o banheiro. Enquanto ele estava no banheiro, desço, pego meu celular na bancada, e vou direto pro sofá. Fico mudando de canal, até encontrar algo que me interesse. Enfim, acabo achando um filme chamado A verdade nua e crua. Interessante, eu já vi este filme, é uma comédia. Fora que o Jared Butler é tudo de bom.
O que esse homem ainda está fazendo no banheiro? Vai fazer cinco minutos que ele ainda está lá em cima.
Foi só pensar, que ele aparece descendo as escadas. Olho pra ele, que olha de volta, desvio minha atenção para o filme. Por quê eu fui derrubar o suco nele? Agora olhar pra ele está me deixando desconcertada.
- A verdade nua e crua?
- Ãhn? - ele se senta do meu lado.
- O filme. A verdade nua e crua?
- Ah, é. - solto minha respiração... por que eu prendi a minha respiração? - Já assistiu?
- Sim...
- Hum.
Passamos o filme inteiro em silêncio. Confesso que na parte em que o cara beija a mulher no elevador, eu fiquei bem constrangida na presença do James. E acabei lembrando do nosso beijo. Não me orgulho por isso. Ele pareceu normal... claro né Susan! Até parece que aquele beijo teve algum significado pra ele além de tesão! Porém ele me olhou rapidamente, e eu fingi não estar percebendo.
O filme acabou, e já são 19:15, e eu estou me sentindo imunda. Preciso de um banho. Só o que me pertuba é, tomar banho enquanto ele está aqui em baixo... quer saber, vamos ver no que vai dar.
Me levanto, levando meu celular junto.
- Aonde você vai? - pergunta olhando pra mim.
- Tomar banho. - dito isso, me encaminho para o banheiro.
Já no banheiro, tiro minha roupa e a coloco dentro do cesto que está vazio. Pode parecer maluquice, mas eu deixei a porta do banheiro encostada. E mais maluquice ainda de fazer isso com a intenção dele aceitar isso como um convite.
Ates de ir abrir o chuveiro, seleciono uma música, Animals- Maroom 5, no celular, e deixo tocando com o volume no máximo, em cima da pia, entro no box e ligo o registro. Enquanto a água cai sobre mim, meu corpo pega o embalo da música, e eu fico dançando de baixo do chuveiro.
Passo shampoo nos meus cabelos, logo depois o condicionador. Nesse intervalo de tempo, a música já havia acabado e mudado automaticamente para outra - John Legend para ser mais específica.
Quando já estou quase acabando com o meu banho, sinto un corpo quente atrás de mim. Olha... parece que ele aceitou meu convite.
- O que você está fazendo comigo menina? - ele pega na minha cintura, que logo já está na minha barriga me puxando mais pra si e colando meu corpo no seu. Hum... ele está nu. Jesus!
Não digo nada, apenas sorrio.
Ele afasta meu cabelo, deixando meu pescoço livre. Como se automaticamente, eu inclino meu pescoço para o lado.
- Por quê você tinha que ser tão linda. - sussurra perto da minha orelha, depositando um beijo na minha nuca e fazendo todos os meus pelos se eriçarem.
Meu peito sobe e desce, estou ofegante. Por algum motivo parece até que ele roubou meu ar.
- Isso não está certo.
Ele me vira, me fazendo ficar de frente pra ele. Não havia reparado o quanto ele é alto. Olho no fundo dos olhos dele e suas pupilas estão dilatadas, está na cara que ele me deseja como eu o desejo.
- Você não presta. - ele diz.
- Eu sei.
Passo os braços em volta do pescoço dele, e o beijo, ele na mesma hora retribui. Um beijo lento, mas cheio de desejo, nossas línguas brincam de uma maneira excitante mas logo evolui para um beijo bruto, no estilo dele.
Quando dou por mim já estou com minhas pernas em volta da cintura dele, e minhas costas coladas na parede, suas mãos estão agarrando as minhas coxas fazendo-as ficar erguidas. E... caramba! Eu já estou ficando louca com o membro dele pressionando a minha vagina.
- Você toma alguma coisa? - aceno com a cabeça afirmando. - Ótimo, porquê eu quero te sentir por completo.
- James... - nem me dá tempo para falar, ele já entra dentro de mim de uma vez, eu gemo alto.
Ele sai, e me penetra de novo, lento mas forte. Oh meu Deus, eu havia esquecido o quanto isso é bom! Ele me beija de um jeito que me faz ficar ainda mais excitada, tento segurar em alguma coisa acima da minha cabeça, mas não há nada até que ele entrelaça nossas mãos e me penetra mais forte. Sua boca desce para o meu seio direito o chupando e sua língua brincando com meu mamilo.
- Diz meu nome. - sussurra perto do meu ouvido. Eu só consigo me concentrar nessa sensação maravilhosa que é ele entrando e saindo de dentro de mim. - Diz.
- James.... Ah mer... Hum
Sua mão desliza até minha intimidade me provocando.
- Susan - estranho, sua voz sai distante. Espera... - Susan o que está acontecendo!
Hã?
Abro os olhos.
Eu estava delirando?
Eu estou me masturbando pensando no James?
Mas que merda!
Ele continua me chamando e ao mesmo tempo esmurrando a porta.
- Susan abra essa maldita porta! - já ta aberta seu babaca.
- E-eu já estou saindo.
Saio do box, me enrolo na toalha sem ao menos me enxugar e abro a porta. Ele fica tão lindinho quando está preocupado.
- O que foi? - ele me olha irritado.
- O que foi?! Eu que pergunto o auê foi! Você estava me chamando.
Não acredito. Eu estava gemendo o nome dele? Eu sou uma ridícula!
Tento inventar uma desculpa.
- Ah... É que tinha uma... Uma ba-barata aqui. Mas ela já foi. Você demorou.
- Eu demo rei? Assim que você me chamou eu vim correndo pra saber o que tinha acontecido! - ele diz alterado.
- Correu muito devagar. - eu estou tremendo por dentro. Saio andando em direção ao meu quarto. Mas eu consigo sentir o olhar dele me queimando.
- Todo aquele escândalo por causa de uma barata?!
Sigo andando e ouço ele resmungar algo não compreensível.
Chegando no meu quarto, eu fecho a porta sem trancar de chave pois eu sei que não tem nenhuma possibilidade de aquilo acontecer a não ser nos meus sonhos. Largo minha toalha em cima da cama e vou em direção ao closet procurar uma calcinha...
- Susan seu... - ele já vai entrando com tudo dentro do quarto só me dando tempo de cobrir minhas partes com as mãos. Assim que ele ergue a cabeça seu olhar volta para o meu corpo. Ele morde o lábio inferior.
- Não te ensinaram a bater antes de entrar? - ele continua olhando para o meu corpo - James eu estou aqui em em cima.
Seus olhos encontram os meus e uma corrente elétrica parece passa por cada milímetro do meu corpo.
- Hum... É, o seu celular estava tocando. - ele olha de volta para o celular - Julie.
Assim que ele fala o nome da Julie, eu ando depressa até ele e esqueço de me cobrir e pego o meu iPhone da mão dele.
Ele me encara descaradamente e eu o empurrou até o corredor e fecho a porta. Eu preciso contar tudo isso para a Julie.
- Aproveita e pede um pizza, eu to morrendo de fome. - grito com a boca colada na porta.
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