"Você é um quebra-cabeça que não consigo montar."
– The Shadow
Mais uma semana de aula chega e com ela a vontade de cometer suicídio. Graças a Deus que esse é meu último ano... Será que depois de tudo, eu vou voltar a ver o James novamente quando me formar?
Primeiramente, por quê eu estou pensando nisso agora?
Sobre essa noite:
Em que eu fui me meter? Qual a necessidade do Eric ser lindo, e ainda por cima um amor? Isso complica tudo. Ele não ronca pessoas! Que um homem mais completo que esse? Ainda bem que o James não ame ouviu dizer isso.
Nisso que dá ter uma casa pequena.
No meio da noite acordei com ele tropeçando na minha cama — bom ele não percebeu que eu havia acordado —. E caramba! Ele estava apenas de samba canção. Que Deus me livre desses pensamentos pecaminosos. Só para deixar claro, não sei o que ele foi fazer, só o vi saindo do quarto. Aquelas sardas em suas costas são maravilhosas... E aqui estou eu de novo tendo esses pensamentos.
Tomo um banho gelado para apagar esse fogo e em seguida vou me arrumar para mais um dia naquela porcaria de escola. A única coisa boa é um tal professor de física. Ele bem que poderia ensinar química porque ai ele explicaria essa nossa atração. Nossa, que pensamento de merda.
Desço para o andar de baixo e faço minha pequena refeição com o mais recente hóspede.
— Você está de férias, né? — falo com a boca cheia de torrada. Ele ri. — O que foi?
— Nada. E sim, eu estou de férias.
— Quanto tempo?
— Posso dizer que daqui à duas semanas eu volto para a Itália.
— Florença de novo? — pergunto fascinada
— Roma. — ele sorri e eu logo me vejo sorrindo junto.
— Uau. Qual galeria?
— Borghese. Me chamaram para restaurar e dar mais vida à uma obra de Caravaggio: Baco.
— Mesmo eu não entendendo bulhufas de pinturas antigas, está b na cara que isso é muito importante para sua reputação. — seu sorriso se alarga
— É mais que reputação, essa é minha paixão... Mas e você, Susan?
— O que tem eu? — limpo minha boca com o lenço
— Qual profissão você deseja seguir? — mordo o lábio pensando
— Acho que quero estudar Dante. — ele estreita os olhos
— Mesmo?
— Sim. Eu tenho meio que um fascínio pela sua escrita, pela história dele.
— Para quem diz que não entende "bulhufas" de arte, até que a senhora é bem... Como dizer...
— Que eu tenho um gosto peculiar?
— Exatamente. — ele ri e eu também.
Checo as notificações do meu celular
— O Que aconteceu com a tela do seu iPhone?
— Ele caiu no chão.
— O impacto foi bem grande, não? — balanço a cabeça confirmando. Ele se levanta e paga a chave do carro — Então... Vamos?
— Nem estou feliz porque agora eu tenho um carona para me levar para escola. — me levanto também fazendo uma dancinha ridícula. Ele cai na gargalhada
— E eu fico feliz em saber que estou sendo como um homem que leva sua garota para a escola de carro. — sua garota? Começo a rir disfarçando mais uma vez.
— Qual é! Eu não estou te usando. Só gostando do fato de não ter que andar de ônibus pelos próximos dois dias. — jogo minha mochila nos ombros e ele passa o braço pelo meu pescoço.
— Agora vamos porque se não a senhorita vai acabar se atrasando para mais um longo dia de aula. — dou um soquinho em seu braço
— Da próxima vez que você for para a Itália, me avisa para eu ir com você.
***
— Agora, dona Anne, você irá me contar tudinho o que aconteceu entre você e o... — balanço as mãos fazendo um esforço para lembrar do nome do dito cujo.
— Dave? — ela ri mas logo depois seu rosto entristece
— Ei — ergo o seu queixo para ela olhar nos meus olhos — O que aquele filho da mãe fez? — ela sorri fraco
— Eu terminei com tudo. — assim que ela diz seus olhos se enchem d'água e meu coração se aperta
— Oh... Eu sinto muito Anne. — ela esfrega as mãos no rosto.
— Não estava dando certo. Ainda mais, eu não estava aguentando olhar todo santo dia para o Marcus e não sentir essa maldita culpa...
— Marcus? Aquele garoto que eu falei que estava me enchendo o saco no meu segundo dia aqui? O que estava ficando com uma loira chamada Christa?
— Sim. — franzo as sobrancelhas
— Ta, mas o que ele tem haver com todo esse rolo?
— Ele é filho do Dave.
— O QUÊ? — falo um pouco alto demais, pois atraio praticamente todos os olhares da sala. A professora nos olha com repreensão. Sorrio como se tivesse pedindo desculpas e ela volta aos seus afazeres em sua mesa.
— E eu acho que provavelmente você já sabe, sobrinho do nosso professor. — engulo em seco
— Pro-Professor? Qual professor?
— Ah você não sabe.
— Não sei do quê?
— O senhor Flitcher é tio dele.
— O QUÊ? — falo alto de novo
— As duas gostariam de conversar com o diretor em sua sala? — a professora diz já puta da vida.
— Desculpe sra. Howard, não vai se repetir. — Anne fala me lançando um olhar fulminante. — Dá pra você falar um pouco mais baixo.
— Ta, me desculpa. — olho para a mesa da professora conferindo se ela não está de olho em nós ainda. — Mas... Como assim ele é sobrinho do senhor Flitcher? — ela me olha como se fosse óbvio.
— Bom, eu acho que é assim que acontece quando seu irmão tem um filho.
— Não creio. — falo de boca aberta
— Por quê? Pretende ser titia do mala do Marcus? — pergunta com malícia
— Quem me dera conseguir pegar aquele professor arrogante e gostoso. — minto com humor e ela da uma risadinha
— Então é melhor se preparar, pois a próxima aula é a dele. — ela pisca e eu finjo uma risada.
O sinal toca e eu tenho certeza que minha pressão caiu assim que o vi escorado na porta com o cabelo molhado, esperando todos ficarem quietos. O efeito é imediato. Assim que todos percebem que ele já esta na porta, calam as bocas.
— Quero apenas lápis, caneta e borracha em cima das mesas. — mas que porra!
Levanto a mão mas ele finge não notar. Então eu o chamo. Ele bufa.
— Desembuche senhorita Kane. — por quê ele está me tratando deste jeito?
— O senhor vai dar uma prova surpresa? — sua atenção volta toda pra mim. Vejo que ele se controla para não me dar uma resposta mal criada.
— Sim. Escolham seu parceiro, a prova será em dupla. — todos soltam o ar aliviados.
Chamo a Anne para sentar ao meu lado. O professor nos entrega as provas... Ele é louco? Cinco folhas frente e versa de apenas cálculos?
— É melhor a gente agilizar para conseguir entregar tudo até o final dessa aula.
— Desgraçado... — murmuro
— O que disse? — ela diz já começando a resolver os problemas.
— Nada não.
A ajudo a fazer, mas quando o sinal toca, nós ainda n ão fizemos nem a metade. Também, duas burras...
Levanto e entrego as folhas. Ele nem na minha cara olha. Apoio as mãos em sua mesa, ficando com meu rosto poucos centímetros longe do seu. O sino avisa que sua aula já acabou.
— Qual o seu problema? — pergunto mas ele me ignora completamente, pega todos os seus pertences se levanta furioso e sai deixando o rastro do bendito Aramis no ar.
Volto para o meu lugar praticamente perdida em pensamentos e perguntas.
****
Última aula do dia. Última hora para saber o que está acontecendo com o James.
— Posso ir ao banheiro? — levanto a mão para chamar a atenção do homem que está entretido na explicação da matéria.
— Não demore. — isso eu não posso garantir.
Eu saio rumo à sala do meu outro professor emburrado. Assim que encontro, bato na porta. Ouço uns burburinhos no outro lado da porta, mas ninguém responde. Checo a a maçaneta e abro a porta com tudo.
— O que você está fazendo aqui, Susan? — ele diz vindo na minha direção e fechando a porta atrás de mim.
Seu corpo tensiona com minha proximidade.
— Por quê você me tratou daquele jeito na sua aula? — ele trava os dentes
— Saia antes de alguém...
— Antes de quê? Antes que você perca o controle que você vem tendo comigo? Vou perguntar de novo: Qual o seu problema?
— Pergunte para o seu amigo... Ou nem é tão amigo assim já que vocês dois dormiram juntos.
— O que você quer insinuar com isso? — ele ri com desgosto
— Vocês transaram?
— O quê? — ele coloca as duas mãos na parede, me encurralando
— Diga de uma vez. — seus olhos queimam os meus
— Não.
— Não o quê? — ele quer que eu diga com todas as letras...
— Não, James, eu não transei com o Eric. Qual é, ele é meu amigo caramba! É por isso que você estava assim hoje? — ele relaxa e se senta em um pequeno sofá. — Hum?
— Durante esse tempo, eu sou a única pessoa com quem você dorme?
— E desde quando você dormiu comigo? Pelo que eu saiba você só transa comigo e não dorme na mesma cama que eu.
— Você entendeu. — seus cotovelos vão para seus joelhos, os apoiando.
— Isso por acaso é um interrogatório? — ando até ficar de frente pra ele.
— E você por acaso está me enrolando?
— Mas que droga. Ok, você é a única pessoa com quem eu durmo depois que cheguei aqui nessa cidade. Satisfeito agora? — ele se levanta, segura meu rosto e me beija.
Minha mente fica automaticamente em um turbilhão. Seu beijo é calmo, terno. E serve para me ferrar mais ainda.
— Me desculpa. — diz com os lábios quase grudados nos meus. Minha mão vai para seus cabelos, aprofundando o beijo. A calmaria se vai, e o James nos leva para uma coisa mais desesperada apertando minha cintura e descendo para minha bunda. Ele joga as coisa que estão em cima da mesa e me põe sentada em cima dela com seu corpo no meio das pernas. Então começa. Suas mãos entram por dentro da minha blusa apertando mais seios por cima do sutiã....
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