História Decisões. - Sinal.

“-Byakugan! –Ela disse baixo e começou a analisar seu corpo, nunca esteve tão fraca e ferida. Voltou-se até o maior de  seus hematomas, na barriga e assim que direcionou seu olhar ali sentiu-se ficar tonta e um medo incomum percorrer-lhe a espinha. –Preciso sair daqui. –Conseguiu balbuciar antes que seu doujutsu se desfizesse.”

Seu coração estava acelerado e ela mal conseguia pensar.

-Que droga de sinal eu vou enviar? –Ela se perguntou baixo, em total desespero.

A morena ficou o que pareceram horas pensando em um jeito de chamar a atenção de alguém que pudesse a tirar dali, quando na verdade se passaram uns poucos minutos.

-Deus, me ajude, por favor. Isso tem que dar certo.

Ela se sentou em posição de lótus e começou a meditar, reunindo todo o chakra que estava em seu corpo. Sentia a dor lhe incomodando tanto que pensou não aguentar se manter daquele jeito por muito tempo, mas conseguiu.

Quando reuniu todo o chakra que ainda estava em circulação começou a libera-lo lentamente em forma de energia estática, seu corpo passou a ser envolto por uma massa de energia e seus cabelos começaram a flutuar, seus olhos estavam tão brancos que pareciam estar brilhando.

Lentamente ela foi direcionando aquela carga elétrica em pequenas quantidades pra fora do lugar, quando sentiu que já estava tudo no meio da floresta reuniu aquela energia e mandou o mais alto de pôde, quando chegou ao seu limite provocou o trovão que queria e logo depois transformou aquela eletricidade em um raio que caiu o mais próximo possível de onde estava.

-Por favor, Naruto... Tenha visto, tenha sentido...

Ela balbuciou antes que caísse exausta no chão.

Estava acordada mas não conseguia se mexer, minutos depois sentiu cheiro de fumaça.

“Acho que consegui provocar um incêndio... Vejam, antes que eles o apaguem... Naruto, veja isso... Por favor...”  

Lágrimas silenciosas caiam de seus olhos e ela se sentiu sendo levada pelo sono.

O som de um trovão ressoou na calmaria da floresta.

-O que foi isso? –Ele olhou para o céu. –Não era pra isso estar acontecendo. –Viu um raio enorme cair não muito longe de onde estava. –Isso... Essa energia... É chakra! –Concluiu confuso enquanto rugas se formavam em sua testa. –Hinata!

Por um instante ele se manteve no mesmo lugar, imaginando se não estava louco mas não poderia arriscar não ir.

Ao ver a nuvem de fumaça a alguns quilômetros a sua frente, pôs-se a correr o mais rápido que conseguiu.

Hinata acordou com dois tapas fortes no rosto.

-Já estava desmaiada? Que droga de ninja é você?

Quando seus olhos finalmente adquiriram foco ela viu que estava sendo segurada por um dos homens de Takeshi. Era jovem, moreno, barba mal feita, dentes tortos, hálito de peixe podre e sobrancelhas grossas demais em comparação com seus olhos estreitos e pequenos. Viu o símbolo do clã Yama estampado em sua blusa e antes que conseguisse reparar em mais alguma coisa sentiu seu rosto sendo estapeado novamente.

-Me responda, vadia! Que droga de ninja é você?

-Uma de verdade, que não brinca com a vida dos outros e defende os inocentes ao invés de sequestrá-los e esbofeteá-los. –Respondeu o mais ríspida que pôde.

Hinata esperou um novo tapa atingi-la mas viu apenas uma gargalhada irônica vinda do homem a sua frente.

-Agora eu sei o que meu pai viu em você, além desse seu corpo... –Ele a olhou de alto abaixo. –É corajosa senhorita Hyuuga, mas isso não vai te ajudar aqui.

“Pai? Até que se parecem...”, pensou com nojo de ambos.

Ele fez menção de tocar em seu rosto,  mas Hinata virou-se. Não demorou muito até que sentisse aquela mão enorme segurando seu queixo com força.

-Essa sua marra vai acabar uma hora ou outra... Você diz que estamos brincando, mas a brincadeira de verdade ainda nem começou... Meu pai tem planos pra você, acho que não verá problemas se eu começa-los agora mesmo.

-Do que está falando? –Perguntou assustada.

-Quando ele disse dos 100 homens para fodê-la... Não era brincadeira. Parece que todos teremos nossa vez, e com platéia... Quero apenas testá-la primeiro antes de te jogar aos cães. Sou o futuro líder do clã Yama, nada mais justo do que começar...

Hinata sentiu seu corpo sendo jogado contra a cama, o esforço que fizera a pouco tempo tinha tirado as suas forças e  ela não conseguiria lutar.

-Desculpe o cheiro de fumaça, tivemos um probleminha agora a pouco...

Ele se colocou entre as pernas de Hinata e começou a beijar o pescoço da morena, prendeu os braços dela com uma das mãos e com a outra apertou um dos seios da morena. Hinata gritou de dor quando ele fez isso e antes que pudesse fazer algo sentiu ele a tocando com os dedos, por baixo do vestido.

-Pare! –Ela suplicou.

Ele apenas sorriu e tirou os dedos dali. Hinata pensou ter conseguido alguma coisa, e quase se sentiu aliviada, mas ele apenas rasgou seu vestido deixando expostos os seus seios.

-Você é bem dotada, vadia... Se cooperar um pouco posso até pedir meu pai te deixar viva... Adoraria te foder sempre...

Ele abocanhou um de seus seios e Hinata começou a chorar, em desespero tentou chutá-lo e com o impacto ele foi pra trás.

-Pensei que poderíamos fazer isso de uma forma que fosse prazerosa pra nós dois... Mas parece que você gosta de complicar as coisas...

Ele estendeu a mão para bate-la e um grito de dor cortou o lugar.

A surpresa se fez no rosto de ambos quando mais gritos foram ouvidos do lado de fora do quarto.

O tapa não veio e Hinata começou a se sentir tonta, toda a gritaria estava deixando sua cabeça prestes a explodir. Viu aquela criatura idiota se levantar da cama e se colocar na frente da porta.

-Droga! Estamos sendo atacados. Fique calada, sua vagabunda!

A morena adoraria ter gritado, mas não conseguiria. Ouviu os gritos cada vez mais próximos, gritos de homens morrendo... Uma esperança súbita preencheu seu coração e ela se permitiu sorrir.

“Naruto...” o nome veio saiu doce em sua boca, em um sussurro baixo demais pra que o Yama escutasse.

A Hyuuga sentiu seus olhos pesarem, sabia que acabaria desmaiando mas tentou manter-se acordada.

“Preciso vê-lo...”

Ouviu a porta sendo derrubada e em segundos o corpo do filho de Takeshi caiu a sua frente, com uma kunai enterrada no meio da cabeça.

Hinata não conseguiu erguer a cabeça pra ver o rosto de quem a salvara, mas tinha certeza de quem era. Seus olhos se fecharam lentamente e ela iniciou sua própria batalha.

Lutou contra seu próprio corpo, contra seus próprios limites.

Queria ver aqueles olhos azuis, aqueles cabelos loiros perfeitamente desalinhados, queria ver seu amor.

Com dificuldade a morena abriu seus olhos.

-Pai? –Ele a ouviu dizer antes que seus olhos se fechassem novamente.

-Eu vou te tirar daqui, minha filha. –Ele respondeu tão baixo quanto ela, a voz embarcada ao vê-la naquele estado.