Eu vou sentir
Sentir tão forte
Isso está me deixando vivo
Nem precisamos dizer adeus
[...]
Eu quero você, você
Acalmar os ânimos e ir para a casa de Naruto foi um verdadeiro desafio. Em algum momento dentro da nuvem de luxúria que se abatia sobre os dois, Hinata foi a primeira a se lembrar que eles ainda estavam em um lugar público, e que se fosse para seguir em frente, com certeza necessitariam de um espaço mais privado. Ainda com certa relutância, ela o afastou, os dois se encararam completamente sem fôlego, os lábios inchados. Naruto lhe lançou um olhar confuso.
— Aqui não — ela sussurrou com a voz pesada.
— Você tem razão — ele foi rápido em concordar, enquanto um sorriso tomou seu rosto. Os olhos azuis brilhavam, as pupilas dilatadas e a respiração entrecortada não mentiam: Naruto ansiava por aquilo tanto quanto ela. — Vamos sair daqui.
Ele a ajudou a se levantar quase em um pulo, enquanto Hinata ajeitava as roupas, Naruto tirou algumas notas de dinheiro de dentro da carteira e deixou-as em cima da mesa. O Hokage estendeu a mão para ela logo depois, que foi aceita com certa timidez — ainda era Hinata no fim das contas. Nenhum deles se atentou as pessoas ao redor, porque somente uma coisa importava naquele momento.
Hinata não se surpreendeu quando já do lado de fora, Naruto a pegou no colo com extrema facilidade e partiu em uma velocidade ridícula até a casa dele — e ela não conseguiu evitar o rubor que se espalhou por suas bochechas. Eles não disseram nada o caminho inteiro, ela se acomodou no toque dele, o rosto apoiado no peito, perto mais do que o suficiente para sentir o coração de Naruto bater enlouquecido.
O trajeto inteiro até a casa de Naruto não deve ter durado mais do que três minutos. Ao chegar na porta, o Hokage não a colocou no chão, em vez disso, abriu a porta com facilidade e subiu as escadas até o quarto ainda na completa escuridão.
Ao alcançar o recinto, ele ligou a luz antes de, dessa vez, colocar Hinata no chão. Ela parou com as duas mãos no peito dele e olhou para cima no mesmo instante em que Naruto se abaixou para beijá-la. O carinho foi muito bem recebido, e ela ficou na ponta dos pés para ajudar a terminar com a distância entre eles.
A boca de Naruto cobriu a dela com facilidade e eles voltaram a se beijar devagar dessa vez. A mão dele parou no pescoço dela, onde ele segurou firmemente e ela se deixou levar por aquela sensação sublime que se espalhava pelo seu corpo de um jeito saudoso. Os corpos estavam grudados quase como se quisessem se tornar um só, ela gemeu baixinho quando as mãos dele desceram pela lateral do seu corpo até chegarem em sua bunda, onde ele apertou com tanta vontade que Hinata pensou que iria se desmanchar.
Deu para sentir o pau dele duro na parte debaixo da sua barriga, ela não teve vergonha em descer a mão para acariciá-lo por cima da roupa. Deu para sentir Naruto gemer baixinho entre o beijo, e por isso ela não parou. Ela nunca tinha ficado tão íntima dele como nesse momento. O seu corpo inteiro parecia arder inteiro em chamas e a sensação era maravilhosa, porque não se igualava a sua imaginação fértil nos tempos da adolescência, era infinitamente melhor. A boca de Naruto só abandonou a dela para descer pelo queixo, em beijos úmidos e lentos, Hinata inclinou a cabeça para o lado para facilitar o acesso quando ele começou a descer mais, alcançando o pescoço. A Hyuuga aproveitou cada momento daquele sentimento incrível, de olhos fechados, os dedos de uma mão entrelaçados no cabelo dourado dele e a outra sem nunca parar de acariciá-lo por cima da roupa.
— Eu sempre imaginei como seria te beijar assim — Naruto confessou com a voz rouca, pesada de paixão, desejo, amor. — Você gosta?
— Sim — Hinata murmurou de volta, tão embriagada de desejo quanto ele. Não duvidava que ele conseguiria escutar seu coração, de tão alto que parecia bater. — Gosto muito.
Naruto se afastou só um pouco para ver o rosto da Hyuuga, e quando o fez, a visão era simplesmente divina. Desde as bochechas coradas, lábios vermelhos, aos olhos claríssimos brilhantes. E o jeito que Hinata olhava para ele fazia com que acreditasse que ela queria aquilo tudo do mesmo tanto que ele. Começou a se perguntar, se assim como ele, ela também, em algum momento, fantasiou sobre os dois. Porque só Deus sabia o quanto ele tinha fantasiado com tudo aquilo ao longo dos anos, principalmente enquanto envelhecia.
— Vem aqui. — O Hokage a levou consigo para a cama, onde ele se sentou quase na beirada e Hinata sentou em cima dele, as duas pernas se enroscando ao redor da cintura masculina. — Você é linda, sabia?
A kunoichi sorriu para ele meio tímida pelo elogio e agradeceu em um murmúrio. Toda aquela urgência inicial tinha desaparecido, afinal, aquilo tudo não era um sonho, era real. Naruto não desapareceria se ela parasse de olhar para ele ou de tocá-lo.
— Eu vou fazer amor com você, Hinata — Naruto disse ao se aproximar novamente, os lábios roçando na lateral do rosto dela. — Eu vou te fazer gozar até você me pedir pra parar. Meu único objetivo essa noite é te satisfazer, te dar uma noite que nunca mais você vai esquecer.
Por alguns segundos, Hinata não soube o que dizer, mas não demorou a lembrar que ela não era mais a mesma de anos atrás, completamente inexperiente. Por isso, ela suspirou de prazer e falou no mesmo tom que o dele:
— E se eu não te pedir pra parar?
Deu para ver o exato segundo em que a surpresa atravessou o olhar dele ao escutar a resposta dela, mas a reação não durou muito, já que a surpresa logo foi substituída por um sorriso altamente malicioso. As mãos dele desceram pela lateral do corpo feminino até que os dedos encontrassem a borda da blusa. No olhar dele havia um pedido silencioso de “posso?”, o qual ela concedeu sem nenhuma resistência. Ela levantou os braços e o tecido deslizou facilmente entre eles, não demorando muito para formar um bolo no pé da cama. Os dedos calejados de Naruto tomaram o lugar da roupa e ele quis grunhir ao sentir a textura da pele dela. Não satisfeito, ele se moveu em direção ao fecho do sutiã e o desabotoou de primeira.
Quando os seios de Hinata ficaram completamente expostos, a primeira coisa que o Uzumaki fez foi sentir o peso deles em suas mãos. Ele acariciou toda a extensão deles com atenção e carinho, até chegar nos mamilos enrijecidos. Primeiro, ele apertou de levinho com o polegar, antes de acariciar fazendo círculos, sentiu Hinata se contorcer um pouco, denunciando que ela era sensível na área. Ele aproximou o rosto do torso dela e tocou o mamilo rosado com a ponta da língua, Hinata gemeu no mesmo instante.
Muito diferente do que ela estava esperando, Naruto não colocou o mamilo inteiro dentro da boca em nenhum momento. Em vez disso, ele ficou dando lambidas quentes e úmidas na ponta e ao redor, alternando com uma intensidade que estava fazendo sua intimidade pulsar. Ela sabia que a essa altura sua calcinha devia estar toda melada.
A Hyuuga não se conteve, não fez nenhum esforço para segurar os gemidos de prazer. Ela estava sentada no final das coxas dele, a saia longa que tinha escolhido agora não passava de mais um empecilho e no meio dos amassos com Naruto, a peça tinha subido até a cintura, foi quase uma surpresa quando sentiu uma mão dele deslizar entre suas pernas e começar a tocar seu clitóris por cima da calcinha.
Ele não pôde evitar de sorrir quando sentiu a umidade no tecido, e por conta disso, em vez de continuar a carícia por cima da calcinha, ele a afastou e entrou em contato diretamente com a pele sensível de Hinata. Ela tremeu em cima dele, claramente não esperando por isso. O Hokage sabia exatamente o que precisava fazer, por isso, começou a brincar com o botão inchado em toques leves e calculados com o polegar, ao mesmo tempo em que deslizava dois dedos para perto da entrada melada de Hinata, mas sem enfiá-los.
Naruto se deliciou, olhando e observando cada expressão no rosto de Hinata à medida que ele intensificava a carícia. E a reação era excitante, tanto que ele sabia que estava mais duro do que nunca. E mesmo assim, ele não estava ansioso para consumar o ato, porque estava adorando cada segundo daquilo tudo. Ele voltou a lamber um dos mamilos rosados, e assim que a ponta da sua língua o alcançou, ele enfiou os dois dedos dentro dela, a pontinha deles acertando na primeira tentativa aquele lugar mágico.
Hinata gemeu mais alto, ela sentiu vontade de gritar tamanho foi o prazer inesperado que tomou conta do seu corpo de uma vez só. E ele não deu chances para que se recuperasse, começou a masturbá-la com mais intensidade ao ponto de fazer os seus olhos revirarem de prazer. E enquanto fazia isso, alternava os beijos em seus seios, dando atenção para os dois lados.
— Você vai gozar pra mim, meu bem? — ele perguntou bem baixinho, os lábios roçando na pele entre os seios dela.
A voz dele, daquele jeito, simplesmente a mandou para as estrelas. Era arrastado e muito erótica a forma que ele falava. Tinha certeza que ele conseguia sentir a intensidade em que sua buceta pulsava ao redor dos dedos dele, e que ele sabia exatamente o que estava fazendo. Tanto que Naruto continuou, dessa vez com a boca mais próxima da orelha dela:
— Você vai, não é? Molhada desse jeito, apertando meus dedos assim. Você está assim com meus dedos, imagina só como vai ser quando eu estiver dentro de você.
E isso foi mais do que o suficiente para que ela explodisse em uma bagunça de sensações, gemidos, suor.
— Naruto-kun. — E Hinata não se envergonhava de nada.
— Hm? Você quer? — ele perguntou, cínico. Ela murmurou que sim, sem fôlego. — Agora?
— Agora — ela respondeu.
O Hokage não hesitou em atender o pedido dela, porque embora ele não estivesse ansioso a esse ponto, só queria satisfazê-la de todas as formas que ela desejasse. Afinal, ali em cima dele, estava a mulher de sua vida. A calça dele estava folgada e só precisou puxá-la um pouco para baixo para que seu pau ficasse completamente exposto.
Naruto a trouxe para bem perto, erguendo-a pela cintura com as duas mãos sem nenhuma dificuldade, entretanto, para a sua total surpresa, não foi ele que a fez descer pela extensão inteira do seu membro rígido. Hinata o fez, em um único movimento, sentindo-o a preencher inteira de uma vez só.
Ela fechou os olhos, maravilhada com a sensação de Naruto estar todinho dentro dela, chegou até a sentir uma dorzinha gostosa por ter sido tão rápido. A Hyuuga quis se mexer, mas Naruto a impediu, rodeando-a com os dois braços ele a manteve parada, naquela posição.
— Não, agora eu vou te fazer gozar desse jeito aqui, parado dentro de você. — O sorriso sacana que se espalhava no rosto dele deixou claro para Hinata que ele não estava blefando.
— Assim? — ela perguntou, parcialmente só para provocá-lo, mas principalmente porque queria continuar escutando a voz dele.
— Assim — ele repetiu, confirmando.
Um dos braços de Naruto continuaram em volta dela em uma espécie de meio abraço, enquanto com o braço livre, ele subia pela extensão da coluna dela até alcançar o pescoço, onde ele segurou com firmeza e Hinata abaixou o rosto para poder beijá-lo. Naruto conduziu o beijo, fazendo-o tão lentamente que era praticamente uma tortura, mas ao mesmo era tão bom sentir a língua dele dentro da sua boca, massageando a sua própria naquele ritmo. E toda vez que a língua dele se enrolava na sua, também conseguia sentir o pau dele pulsar dentro de si e era como se fosse derreter ao redor dele.
Sentiu-o apertar mais um pouco o abraço e forçar o corpo para cima, parecia que ele queria entrar mais, a pressão do movimento fez com que ela gemesse tão alto que nem o beijo conseguiu abafar. Ela não conseguia entender porque estava sentindo tanto tesão, sendo que eles estavam basicamente parados. Ela já tinha gozado uma vez, então sentia-se bem mais sensível no momento, talvez fosse por isso.
Naruto parou de fazer a pressão, apenas por um segundo, para em seguida começar de novo, não precisou de muito para perceber que Hinata gostava daquilo. Conseguia sentir o corpo dela tremer levemente em cima de si, e ela sempre gemia, ronronava, como se fosse um gatinho. Sem contar que toda vez que fazia a pressão, a boceta dela se apertava fortemente ao redor do seu pau, parecia que queria sugá-lo. Tinha certeza que se não tivesse tanto autocontrole, já teria gozado também. Entretanto, essa noite não era sobre ele, era sobre ela.
Por isso, o Hokage continuou o que fazia, beijando-a, adorando-a, fez um pouco mais de pressão e foi nesse instante que seus lábios se separaram e Hinata gemeu, e ele sentiu suas bolas molhadas. Ela tinha acabado de gozar, bem do jeito que ele queria, e foi uma das visões mais lindas que ele tinha visto na vida.
A Hyuuga até começou a dizer alguma coisa, mas não conseguiu completar o raciocínio, a mente já estava enevoada o suficiente, e Naruto simplesmente não deu nenhuma trégua para que se recuperasse. Em vez disso, os dois braços dele voltaram a abraçá-la outra vez e muito diferente do que fez antes, ele começou a se movimentar pra cima e pra baixo, em um ritmo rápido, entrando e saindo com uma força considerável.
Foi nesse exato momento em que Hinata simplesmente perdeu a razão. As unhas dela estavam fincadas no ombro dele com tanta força, que provavelmente no dia seguinte estaria marcado, só que ela não ligou. Ela se entregou àquela sensação magnífica sem nenhum pudor, Naruto se entregou também, porque ela o escutava gemer junto consigo.
O agarro dele era apertado, indestrutível, e tão quente. Estar esmagada contra o peito dele não era desconfortável, muito pelo contrário, parecia que era o lugar que deveria estar desde o começo. Por isso, ela se agarrou a ele na mesma intensidade e ficou feliz em senti-lo continuar acertando o ponto sensível dentro de si, que sempre que encostava, fazia com que revirasse os olhos.
Para Naruto, já estava ficando muito difícil se conter, pela forma que Hinata estava se comportando, ela também não estava muito longe de alcançar o ápice novamente. Os olhos dela se focaram nos dele por um instante, o rosto dela estava tão vermelho que ele pensou que Hinata entraria em erupção. Teve vontade de rir — de felicidade principalmente —, porque mal acreditava que aquilo tudo era real.
— Eu te amo, Hinata — ele declarou no mesmo instante que Hinata se desmanchava sobre ele outra vez. — Eu te amo.
E ele também se desmanchou dentro dela, sem receios ou medos. O corpo dela caiu sobre o seu, cansado, e ele deitou na cama, trazendo-a para perto de si. Terminou de tirar as roupas suadas dos dois e depois deixou que Hinata se alinhasse ao seu peito e a abraçou. Eles ficaram ali em silêncio, aproveitando a companhia do outro, porque no momento nada precisava ser dito.
Não ali, não agora.
Tudo que importava era que estavam nos braços um do outro.
#
As batidas fortes demais na porta não deixaram dúvidas de quem era para Sasuke. Quando ele abriu a porta, Sakura não precisou de um convite para entrar, ela o fez sem cerimônias, marchando em passos pesados em direção a confortável e pequena sala do apartamento dele.
— Você vai me contar o que está acontecendo de verdade, Sasuke-kun?
Sasuke conteve a vontade de respirar fundo antes de se virar na direção dela. Sakura estava parada no meio do recinto, uma mão apoiada na cintura, os olhos verdes fixos nele. O Uchiha conhecia bem aquele olhar, significava que não conseguiria esconder a verdade dela. Infelizmente, a ninja médica conhecia partes dele das quais ele tinha vergonha demais para admitir que existiam.
Embora Naruto tenha amadurecido bastante emocionalmente ao longo dos anos, ele ainda não era muito bom em enxergar as entrelinhas, por isso Sasuke sabia as formas de evitar certos assuntos com ele, sem contar que Naruto não costumava insistir dependendo do que era. Com Sakura era o completo oposto. Os anos fizeram com que eles construíssem uma amizade muito sólida, e isso significava que ela se via no direito de ser invasiva, pois achava que ele precisava de alguém dentro da sua vida que o fizesse sentir algo real.
Por tanto, não estava nenhum pouco surpreso em vê-la ali querendo saber sobre o seu futuro casamento.
— O que tem de tão surpreendente em eu querer me casar aos vinte e oito anos? — Sasuke resmungou, cínico. Ainda tinha esperança em não falar sobre o assunto.
— O problema não é você querer se casar, Sasuke-kun, mas querer fazer isso com qualquer pessoa, e não com alguém que você ama. — Agora, ela estava com as duas mãos na cintura e os olhos dela pareciam que iam perfurá-lo. — O Naruto pode ter acreditado na baboseira que você disse pra ele, sobre estarmos na idade, sobre continuar o clã, ou o que for que você inventou, só que eu não sou ingênua assim.
Sasuke bufou. Saiu de perto da porta e sentou na ponta de um dos sofás, Sakura o imitou e também sentou no lado oposto, virando-se para olhar para ele.
— Não tem nada de errado nisso, Sakura. Eu sou o último do meu clã, acho que às vezes você se esquece desse pequeno detalhe. O legado, o futuro dos Uchiha, depende de mim. Só de mim — ele tentou ser o mais razoável possível na sua justificativa em uma última tentativa para que a Haruno o deixasse em paz.
— Eu não esqueci disso, Sasuke-kun. A questão é que você não parecia nenhum pouco preocupado com isso até semanas atrás. O que foi que aconteceu com você? Estava existindo nesse estilo de vida que já conheço muito bem e do nada deu um estalo, de repente, você pensou: hmm, boa hora de parar de foder por aí e me casar para ter herdeiros? — O cinismo na voz dela era óbvio e o irritava.
Os dois se encararam, enquanto ela esperava que ele retrucasse, o que não aconteceu. Ele foi o primeiro a desviar o olhar e Sakura franziu as sobrancelhas, preocupada. Sasuke não sabia como contar aquilo pra ela, na verdade, para ninguém. Ele nunca tinha sequer cogitado a ideia de que algum dia seria capaz de falar para qualquer pessoa sobre Hinata. Além dos próprios sentimentos conflituosos que a envolviam, sabia que haveria julgamentos por conta de que ela era a garota do seu melhor amigo. Não que ele se importasse com a opinião dos habitantes de Konoha — estava pouco se fodendo —, mas se importava com o que Naruto, Sakura e Kakashi pensariam.
Sakura percebeu pelo rosto apreensivo dele, que ele estava arrumando um jeito de começar. Se abrir não era muito forte de Sasuke e por isso foi paciente em esperar ele estar pronto.
— Hinata voltou para Konoha e eu não consigo suportar ver ela junto com o Naruto.
— Você quer se casar, porque não quer ficar atrás do Naruto? — ela perguntou sem entender ao certo. — Sabe que isso não precisa ser uma competição, Sasuke-kun.
— Não é isso, Sakura. Eu não suporto ver Hinata junto com o Naruto, porque eu amo ela.
O silêncio que se seguiu foi constrangedor, porque pelo rosto de Sakura, dava para ver que ela ainda não tinha processado o que ele tinha acabado de dizer.
— Mas... Como, o que-? Calma aí — ela gaguejou. — Como isso aconteceu?
— Quando ela e Naruto terminaram, anos atrás, depois de alguns meses, Hinata me procurou, queria que eu tirasse a virgindade dela — ele contou, ainda incerto se deveria falar tudo. Sakura continuava o encarando, perplexa. — Eu recusei de início, mas ela insistiu muito e eu não consegui recusar.
— E não parou por aí?
Sasuke confirmou com um manear de cabeça.
— Nós continuamos nos vendo depois da primeira vez e era só sexo no começo. Mais nada. Só que por ironia do destino, Kakashi começou a nos enviar para missões juntos e isso fez com que convivêssemos mais, com que conversássemos. — Engoliu em seco, sentindo a garganta apertar. — O tempo foi passando e diferente de todas as vezes, eu queria mais.
— E... E por que vocês não ficaram juntos? Hinata não sentia o mesmo? — Não havia julgamentos na voz dela, só preocupação, acolhimento até.
— Eu não sei, Sakura. Um dia ela chegou dizendo que estava indo embora de Konoha e eu fiquei lá, que nem um idiota, vendo ela ir sem dizer uma palavra sequer.
— Meu Deus, Sasuke-kun, eu sinto muito, de verdade. — Sakura se aproximou dele e colocou um braço por cima do obro e o apertou de um jeito reconfortante. — Por que você nunca falou nada sobre isso?
— Como eu poderia? Naruto ficou todo deprimido quando ela foi embora, e você estava lá, consolando ele. O que eu deveria ter feito? Chegado e dito “então, dobbe, eu também amo a Hinata, agora podemos ser os dois idiotas que fodemos com tudo, juntos.”
De um jeito surpreendente, Sasuke se sentiu melhor depois de compartilhar a verdade com Sakura. Não resolvia nada, entretanto, parecia que respirar tinha ficado mais fácil. Ele não sentia culpa por ter ficado com Hinata, tampouco via o relacionamento que eles tiveram como uma traição em relação a Naruto, afinal, eles tinham terminado. O problema mesmo foi quando Naruto confessou, bêbado, que nunca tinha deixado de amar Hinata e só tinha sido idiota e burro demais para entender isso melhor. Nesse ponto, Hinata tinha ido embora e não havia nada que pudesse ser feito.
Imaginava se as coisas poderiam ser diferentes se Naruto tivesse deixado claro desde o começo que os seus sentimentos por Hinata, em vez de simplesmente se afundar nos estudos de Hokage e fingir por meses que estava tudo bem. Só que pensar nisso agora não fazia diferença, porque não mudaria nada. Do que adiantava remoer o passado?
— Sasuke-kun — Sakura o chamou quando o silêncio se estendeu por tempo demais. — Hinata e o Naruto estão juntos?
— Não sei. Mas ele falou pra mim que eles tinham se resolvido e que talvez ele tivesse uma chance com ela para fazer as coisas darem certo. — Ele suspirou, cansado.
— Você conversou com a Hinata também?
O Uchiha pressionou os lábios em uma linha reta ao se lembrar da última “conversa” com Hinata. Desde aquele dia, eles não trocaram mais nenhuma palavra. Por mais que se sentisse ansioso para vê-la constantemente, se via aliviado quando não a encontrava nos momentos em que saia do apartamento. Porque simplesmente não sabia como lidar com aquela situação.
— Não exatamente — ele admitiu a contragosto. O olhar desconfiado de Sakura foi o suficiente para fazê-lo bufar e continuar: — Nós discutimos e ela ficou muito brava comigo. Não falei mais com ela depois disso.
— Certo — Sakura resmungou e mordeu a ponta do polegar direito, estava formulando o que iria dizer, o que não demorou: — Por mais complicada que seja toda essa situação, você tem que conversar com ela, Sasuke-kun. Se você ainda ama ela, se casar com outra pessoa só para esquecer não é a resposta. E você deveria saber disso. Chega de pendências na sua vida, você já teve que carregar coisas demais para continuar fazendo isso. Se quiser realmente se casar, vá em frente, ficarei feliz em ajudar, mas não faça isso só para esquecer Hinata.
Ele admitia que era uma opção viável, o problema era que não conseguia se enxergar fazendo isso. Não se via tomando a dianteira e chamando Hinata para uma conversa e confrontar os próprios sentimentos. E estava pronto para ser rejeitado diretamente? Achava que não.
Vendo que Sasuke parecia pensar sobre o assunto, Sakura acrescentou de maneira cuidadosa:
— E eu acho que você deveria conversar com o Naruto também.
O Uchiha se levantou do sofá e encarou como se ela fosse louca.
— E pra que tudo isso serviria? Pra eu fazer papel de idiota? — Deu uma risada sem humor. — É óbvio que Hinata nunca deixou de amar o Naruto e fui justamente só um estepe pra que ela esquecesse ele de algum jeito. O que não funcionou.
— Você realmente acredita que a Hinata, logo ela, teria coragem de fazer isso com alguém? — ela perguntou com toda a sinceridade do mundo.
Ele não acreditava. Entretanto, era mais fácil acreditar que sim.
— E isso importa? — Sasuke retrucou por fim. — Eles parecem felizes em se reencontrar, por que eu deveria atrapalhar o casal?
Sakura se levantou do sofá e andou até a saída sem dizer uma palavra. Ela segurou a maçaneta da porta e parou, ainda de costas para ele, respirou fundo e se virou para dizer:
— Sasuke-kun, você é um homem adulto e é perfeitamente capaz de tomar as próprias decisões. Se dizer todas essas coisas pra você mesmo faz com que você se sinta melhor, ótimo, que seja então. — Deu uma pausa significativa e continuou: — Mas nunca vi você fugir dos seus problemas, e sim, enfrentá-los, sempre. Você pode ter sido muitas coisas, mas nunca foi covarde. — E foi embora.
Mesmo que eu queira jogar esse jogo
É o que esperam de mim
Eu nunca vou deixar você ir
Isso é sobre você
Porque isso é sua culpa, amor
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