Izuku, Midoriya Izuku.
Enquanto eu estava lá, criança ainda, jogado no chão com várias queimaduras pelo corpo, eu aprendi que as pessoas não nascem todas iguais.
Aos quatros anos de idade, eu já sabia disso, como a sociedade realmente funcionava.
Tudo começou na cidade de Qing Qing, China, com a notícia do nascimento de um misterioso bebê luminescente.
Pouco depois, fenômenos semelhantes eram notícias pelo mundo inteiro, a causa desses poderes recém-observando nunca foi descoberta, mas a medida que i tempo passou, o que uma vez foi taxado como extraordinário, atualmente, é encarado como algo corriqueiro...
E os “sonhos” se tornaram realidade. E de toda a população mundial, aproximadamente 80% desenvolveu habilidades únicas denominadas de “Quirks”. Nós entramos em uma nova era, uma sociedade de super-humanos!
E neste mundo repleto de caos surgiu uma certa profissão, a qual as pessoas apenas desejam em seus sonhos mais loucos.
Assim, esse ofício deu um passo as luzes da realidade.
Por meio da opinião pública massiva, o heroísmo ascendeu a uma profissão legalizada. Ser remunerados pelo estado e a serem reconhecidos pela população!!
Claro, para se tornar um herói, é necessário uma Quirk boa para isso. E mesmo quando eu completei 14 anos, isso não mudou, mas eu continuei tentando.
[Professor] --- Vamos lá classe, vocês estão no último ano do fundamental! É hora de vocês começarem a levar a sério o futuro de vocês! Eu vou lhes entregar seus testes vocacionais! --- Eu finalizo de escrever no meu caderno de anotações quando o professor voltou a falar, olhando de canto para ele e vendo o rosto sério presente na sua fase, mas aquilo logo sumiu quando ele jogou os testes para o alto. --- Todos vocês querem ser heróis, não é?
Como se fosse um gatilho, logo após ele fazer aquela pergunta que nem ao menos era necessária de qualquer resposta, quase todo mundo da minha sala ativou a sua Quirk ao levantar o braço, fazendo a maior algazarra na sala de aula, coisa qual apenas fez o professor rir.
Bem, todos não, já que não faço parte dessa maioria.
[Professor] --- Sim, sim, a Quirk de vocês são magníficas, mas é contra as regras usá-las enquanto estiverem na escola! --- Reclamou ele em um tom divertido. Mas seria bom se as pessoas ao menos respeitassem isso...
--- Sensei, não me mistura com os demais! --- Um alto grito calou todos, até mesmo o professor, qual ficou assustado com a confiança presente na voz do Kacchan, um não tão amigo de infância meu, com nossas mães sendo amigas e com nós compartilhando até o mesmo pré, mas a nossa atual relação de amizade não é tão boa. --- Não me compare a esses extras com Quirks de merda, não! A minha está em um nível completamente diferente! Qual foi, cara! --- O deboche era presente na sua voz ao falar, estando com as pernas em cima da mesa ao falar.
--- Você tem uma boca enorme, Bakugou! --- Um cloro dos meus colegas de sala se fez irritado, mas aquilo apenas aumentou ainda mais o deboche para ele, que via aquilo apenas como algo sem valor.
[Bakugou] --- Quieto, bando de extras! --- Eu já esperava tal reação, soltando um suspiro cansado ao ver a confusão da sala, tendo o Kacchan se mantendo em pé sobre a mesa.
[Professor] --- Ah é, eu me esqueci... O Bakugou pretende entrar na Yuuei, não é? – A voz do professor outra vez foi lembrada, surpreendendo todos naquela sala. Quase todos, conhecendo a sua personalidade, sabia que ele iria escolher só a melhor.
--- Você quer dizer “aquela” academia de nível nacional? O nível de dificuldade do vestibular de lá não é de 79!?
--- Sim, e as vagas são extremamente concorridas, certo? --- Eu abaixei a minha cabeça da mesa ao ouvir todos falarem assunto, como um gatilho.
[Bakugou] --- Já terminaram de falar, seus lixos!? Eu tirei “A” nos simulados! E eu sou o único dessa escola que tem uma chance! Eu vou superar até mesmo aquele super herói cretino, o All Might, e serei a maior herói de todos!! E vou gravar o meu nome do Ranking dos homens mais ricos! – Continuou ao gritar ao se pôr em pé em cima da sua carteira, faltando apenas mais uma risada maligna para ficar perfeito.
[Professor] --- Ah. --- O murmuro de surpresa do professor chamou a atenção dos outros, soltando o ar pelo nariz ao tentar segurar o riso. --- Agora que vocês mencionaram isso, não era o Midoriya que também queria entrar para a Yuuei? --- ...
Eu apenas vi todos da sala levarem o seu olhar para mim, parecendo processar um pouco a informação antes de começaram a rir sem parar.
--- Haaaaahh!? Midoriya!? Nem fudendo!!
--- Pra uma pessoa que não pode fazer nada além de estudar e falar com o nada, ser um herói nunca passará de um sonho!
[Bakugou] --- Vai te fuder, “Deku”!!! --- A mão dele se chocou contra a minha mesa, com eu gritando ao ser jogado para trás pela explosão, com meu corpo movendo sozinho enquanto eu me assustava. --- Esqueci aquilo que eu disse sobre ter uma Quirk de merda, você é pior ainda, porque não tem Quirk, então por que você quer se por no meu mesmo nível!? --- Estalei a língua ao ouvir ele falar aquilo, levando a minha mão para a testa para tentar me acalmar.
Sim, realmente, durante toda a minha vida, eu nunca despertei a minha Quirk...
Após um ano sem mostrar nenhuma dica que eu conseguir uma Quirk, a minha mãe, Midoriya Inko, nos levou até uma visita até um Doutor que dizia ser um especialista quando o assunto fosse Quirks, e assim como eu pensei... Não tenho nenhuma Quirk, mas sim nasci com uma junta amais de vestigiais.
E por essa razão, apesar da minha antiga amizade com o Kacchan, hoje ele é o meu principal Bullying, tendo nascido com uma Quirk incrível, e como dito pelos outros, é o melhor aluno em todas as matérias do local e o mais provável a ser aceito pela Yuuei, a melhor escola de heróis...
I --- C-Calma, não é isso, Kacchan, não é como se eu estivesse tentando competir com você, eu nem sequer sonharia com isso! EU QUERO DIZER! É só que... Eu sempre quis ser um herói desde que eu era bem pequeno, e... E... Eu nunca vou saber até tentar --- Enquanto eu estava a me arrastar para trás, acabando por bater as costas contra a parede ao ter o pessoal saindo do caminho, tentei o acalmar com a apressada explicação, abaixando o rosto ao ter as palavras doendo para mim, sendo difícil fala, entretanto, o temperamento do Kacchan era bem explosivo e ele não perdoava fácil, principalmente a última parte que eu disse para ele.
[Bakugou] --- “EU NUNCA VOU SABER ATÉ TENTAR”!!? O EXAME VAI SER INÚTIL PARA VOCÊ!!! --- Com seu grito, soltou suas explosões das mãos, o efeito da sua Quirk, ameaçando comigo sendo alvo delas. --- O que um idiota como você pode fazer? --- Eu não tinha opções de resposta para tal fala dele, ficando calado ao resto da aula.
---- × ----
Mais tarde, após sermos liberados, quando eu fui ler as notícias, a presença da minha antiga vizinha e amiga, Takeyama Yu, agora estreada como Mount Lady, me fez abrir um sorriso de lado ao rosto, orgulhoso a ela.
Havia visto a sua estreia antes ao caminho da história durante a sua luta contra um vilão gigante, feliz ao ver que ela conseguiu ganhar bastante atenção, já que sempre fui próximo dela quando ela servia como uma babá para mim mais novo.
Vou para casa logo e organizar minhas anotações.
Com esse pensamento em mente enquanto ia pegar meu caderno de anotações, número 13 ao os outros estiverem já cheios, o caderno escapuliu das minhas mãos ao ter o Kacchan o pegando de mim, me fazendo soltar um resmungo de susto ao não ter o notado antes ali.
[Bakugou] --- Nós ainda não terminamos, Deku. --- Ditou, com uma cara nada feliz.
Meu nome não é Deku, assim como o nome do Kacchan não swr Bakugou Kacchan. Esses na realidade são apelidos que nos deram, com o meu sendo contra a minha vontade.
Já que, durante o pré, por eu não ser um pródigo e as vezes ficar atrás dos outros nas matérias, foi me dado o título de “inútil”, sendo pior ao poder ser lido no meu nome.
? --- “Para o futuro”...? Haha, é sério!? Puta merda, Midoriya!! --- Um dos colegas nosso, amigo do Kacchan, leu o título do caderno e zombou enquanto uma rodinha era feito ao redor de mim.
I --- Devolva-me, isso é meu. --- Não estava gostando muito do ritmo que as coisas estava indo, meio apressado pelo medo ao fazer o pedir, soltando um grito de surpresa após ao ver as duas palmas do Kacchan indo contra o caderno, ativando sua Quirk ao cobrir o caderno de uma explosão. --- Você! --- Não pude ignorar o fato que me senti meio irritado, elevando a voz apesar de ainda continuar travado de medo, sendo alvo do olhar de desprezo do Kacchan ao soltar o ar calmamente.
[Bakugou] --- Sabe o que dizem sobre todos os grandes heróis? O que eles tem em comum? O que eles sempre dizem sobre seus anos de escolha: “Eu vim de uma escola simples, passei em primeiro lugar e fui o único de lá também!”, E eu quero que garantir que o termo “graduado da Yuuei” mantenha o mesmo nível, já que eu sou um perfeccionista por natureza, como pode ver. --- Ditou, comigo travado enquanto ele jogava meu caderno queimado pela janela. --- Noutras palavras, o que eu quero dizer, esqueça da Yuuei, seu nerd de merda. --- Finalizou, levando a mesma mão ao meu ombro, comigo podendo ver a fumaça vazando dela em ameaçar.
I --- ... --- Abri levemente a boca tentando falar algo, mas meu pode não reagir com a mesma coragem, ficando travado naquela posição de medroso enquanto eles iam embora.
? --- Ah, cara, como sempre, ele não responde nada. --- Sim... Meu corpo ainda se lembra bem das dores que eu sentia quando eu o respondi, e o pior, é que enquanto eu continuo o mesmo, os outros ficam cada vez mais forte, criando uma barreira que eu sinto que posso nunca superar...
[Bakugou] --- Deixe-o, ele é tão lamentável que mesmo agora, no último ano, ainda não consegue encarar a realidade. --- ... Podia sentir ele se afastando, mas meu corpo ainda não respondia, com sua fala doendo feio em mim. --- Se você quer se tornar um herói desse jeito, existe um bom método, caso você acredite que estão guardando sua peculiaridade no outro mundo... Você deveria tentar pular do terraço e ver no que dá!! --- Aquela frase mexeu comigo, me surpreendeu em quão calmo ele falou para eu me matar, virando o rosto em direção, mas ele já esperava essa reação, tendo a mão estendida enquanto sua explosão soava em ameaça. --- Vai dizer algo? --- ....
Travei outra vez...
---- × ----
Enquanto eu recuperava meu caderno, tendo os peixes quase os comendo como se fossem ração.
Durante todo essa viajem, as palavras do Kacchan e as memórias da minha infância repetiam em loop.
Durante toda a minha vida, eu desejei ser um herói igual o All Might, o atual herói número 1 e Símbolo da Paz. Sou um nerd de heróis, e a Quirk dele é a mais absurda em força física de todas.
Desde criança, eu sempre desejei, supliquei, que eu pudesse receber uma força igual a dele. Mas hoje, sinto que não passo de um inútil...
Invés de já ir para a casa, resolvi abrir meu celular, mesmo que eu acabe chegando mais tarde em casa hoje, resolvi retornar a ver aquele vídeo, me sentando próximo aos peixes.
Esse vídeo era uma antiga gravação, de momentos de tensão após um grande desastre... Foi também a estreia de um herói único.
--- Consegue ver isso!!?
--- Ele já resgatou mais de 100 pessoas!! Inacreditável!! E nem se passou nem mesmo 10 minutos!! Inacreditável, simplesmente inacreditável!!
--- Ele está rindo!! --- Ao longe da gravação, podia se ver um homem musculoso se revelar de dentro dos escombros, carregando duas pessoas em cada braço e 8 nas suas costas, e mesmo assim, conseguia andar a passos firmes, tendo um invencível sorriso presente na sua boca.
Eu não estava a utilizar o fone, por isso o som vazou, comigo deixando o vídeo a rodar em loop enquanto deixava minha mente em pensamentos.
I --- Sim, tudo começa com eu acreditando em pelo em mim. --- Após passar um bom tempo em pensamentos, coçando os olhos para limpar as lágrimas presas ao canto dos olhos, me levantei enquanto ia voltar a viajem até para casa.
Eu hoje só posso ter fé que poderei me tornar um herói.
Eu não sou a pessoa mais santa do mundo, de orar sempre a Deus, apesar de já ter rezado para conseguir uma Quirk, durante meus piores tempos, passei a me aproximar mais de certa forma da religião.
Desde o surgimento das Quirks, as religiões estão ainda mais esquecidas, por isso é bem raro encontrar uma igreja antiga. E eu também não sou o mais evangélico possível, comigo atualmente não estando a seguir fielmente as palavras de Deus, mas sim sendo um seguidor da teoria do Karma.
Tentei ao máximo fazer boas ações, mas sim que entrei em meio a um paradoxo ao esperar boas ações de volta...
Talvez o Kacchan esteja certo e na próxima vida eu consiga um grande poder...
Balancei a cabeça para esquecer esse pensamentos, levei a mão a gola da camisa, puxando o meu cordão com a cruz ao fim. Apertei a cruz em tentativa de me acalmar, fechando os olhos enquanto sentia minha mente mais leve.
Que o destino esteja ao meu lado...
I - - Tomara que um milagre ocorra antes dos 10 meses do teste da Yuuei. - - Falei, meio em uma prece, voltando meus passos a ir para casa.
Mais tarde, não fui atacado por um vilão.
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