Quem era aquele homem?
Completamente envolvente,um olhar exibido e um ego inflado. Mesmo através da tela do meu notebook eu ainda podia perceber em seu olhar a intensidade que apenas ele carregava consigo. Desde o dia do show todos os meus pensamentos e comportamentos são voltados á ele, como se ele fosse tudo o que eu precisasse. Não consigo mais me concentrar em nada e passar a tarde pesquisando sobre ele era meu novo " hobbie. " Eu não gostava daquilo, mas também não me limitava a saber cada vez mais sobre ele, até mesmo as coisas mais pequenas e inúteis do seu cotidiano barato.
Deslizava a timeline vendo milhares de postagens sobre o seu trabalho, seus lançamentos e até mesmo entrevistas recentes. Em um postagem de fofoca, o seu Instagram estava destacado no final da postagem, criei coragem e cliquei. Entrando diretamente no perfil do rapaz, este que possuía milhares de seguidores e fotos.
Como imaginei.
Desci mais para baixo e jurei quase cair da cadeira ao ver de longe, uma foto do garoto. Não era uma foto qualquer, aliás, por mais que todas estivessem passando um ar sexual seu, aquela concerteza era para matar alguém. Na foto mostrava perfeitamente o rapaz, deitado sobre um tapete super fofo, ele era peludo e preto, destacando a pele branquinha do garoto, este que vestia apenas uma box e sorria cretino em direção as câmeras. O volume natural do seu membro me parecia algo assustador e ao mesmo tempo me obrigava a imaginar coisas impuras. Essas que envolviam nóis dois em uma cama.
Mordi os lábios e apertei os olhos me negando a aceitar de que eu havia adorado aquela foto.
CLICK!
Um descuido grande aconteceu. Sim. Sem querer ao tentar sair do seu perfil eu curti justamente aquela maldita foto, aquela em que ele expõe boa parte do seu corpo. Sobressaltei os olhos e me afastei do aparelho, voltando segundos depois para confirmar a grande cagada que havia feito. Tentei, juro que tentei descurtir, mas ao tempo que eu tentava os corações aumentavam e subiam em boa quantia na tela. Meu Deus, o que eu fiz?
Por Deus! Alguém atire em mim..
Fechei —sem me importar com a força— o notebook, caindo sobre a cama. Um caos! O que ele pode pensar de mim? Concerteza irá me achar uma pervertida, mas que merda! Haviam tantas fotos, eu tinha mesmo que curtir logo aquela.
Deitei-me de lado e passei a deixar que os pensamentos me consumissem. Era tarde, não tinha saída e agora era rezar para que ele não veja. Mas que bobeira S/n, ele claramente irá ver. O único ponto que eu poderia considerar positivo nessa situação toda era que a possibilidade de nos encontrarmos uma próxima vez, era a mínima possível. Eu não o veria tão cedo, talvez não o veja nunca mais. A não ser que eu queira entrar novamente em seus perfis e conferir tudo o que se passa em sua vida.
Não. Isso nunca mais.
Coffee Shop.
15:00 ( 3 horas da tarde. )
— Você fez o que!? — senti pequenas gotas de café voarem em minha direção e ao olhar para frente percebi que era o café do meu amado Jordan. Eu certamente não ando com muita sorte ultimamente. — me mostre essa foto, preciso analisar. — estendeu a mão em minha direção. Entreguei o aparelho em suas mãos, e ele por já saber a senha apenas desbloqueou rapidamente e entrou no perfil do rapaz, enxergando somente a pior foto do perfil. — nossa, eu....menina, que homem. — buscou por fôlego, sorrindo estranhamente.
— o que farei? Ele provavelmente irá ver e achar que eu sou uma pervertida. — bati com a mão na testa, ainda não acreditando na vergonha que havia trago para mim mesma.
— Oh, céus! Haviam tantas garotas naquele show, ele certamente não irá se preocupar com um " amei ". — sorriu piscando em minha direção. Obrigado, por piorar tudo. Debrucei-me sobre a mesa e forcei um falso choro, escutando uma pequena risadinha do ruivo a minha frente. — não se preocupe com isso, ele irá achar que você é apenas uma fã como as outras milhares.
Sim. Isso até poderia acontecer, ele talvez não se recorde do que fez comigo, bom, do que causou durante o seu showzinho sensual e exclusivo. Eu me sentia aflita, agoniada, sentimentos fortes que me consumiam. Mas a pergunta era, por quê? Por que eu sentia isso sabendo de que nunca mais o veria? De que ele pode não se lembrar? De que ele nem se importe?
Talvez eu esteja exagerando.
— tem razão. Preciso parar de ser tão dramática. — sorri, bebericando o meu delicioso leite com café. — aliás, qual a possibilidade de nos vermos outra vez? Zero. — concerteza zero. O meu amigo apenas sorria, concordando com o que eu dizia, mais diretamente para o meu subconsciente do que para ele mesmo.
Ouvi o sino agudo atrás de mim apitar denunciando a suposta entrada de um outro cliente, por não me importar acabei não virando, deixando de lado e voltando a me concentrar no café com leite a minha frente, que por sinal tinha uma cara ótima e um sabor único. Levei a bebida ao meus lábios sentindo o gostinho morno adentrar por entre os meus dentes, e a espuma fina e cheirosa cobrir os meus lábios.
— puta que pariu!
Quase derrubei o líquido todo em minha xícara e voltei ao mundo real ao escutar a voz de Jordan, vê-lo sobressaltar da cadeira e colocar as mãos sobre a boca, como se contesse um grito desesperado e afobado. Olhei em seus olhos e vi que ele estava focado em alguém ou alguma coisa atrás de mim. Virei-me receosa e também ousei me segurar para não deixar que um palavrão de muito baixo calão escapasse de meus lábios.
Sim. Era ele. Ali. parado. bem atrás de mim.
Seus olhos percorriam por todo o salão, provavelmente procurava por uma mesa para se sentar e poder tomar o seu café tranquilamente. Prestes a desistir ele levou seu olhar a nossa mesa—a última também por pura coincidência— um sorriso involuntário escapou dos seus lábios.
Quase para cair dura ali mesmo, escutei meu coração bater mais forte ainda contra o peito, quando o observei caminhar até nós.
Seus passos eram torturantes e até lentos, era como se ele desejasse me ver formigando por dentro, fazendo-me ansiar para correr dali e ao mesmo tempo querer ficar, apenas para observar e ver até onde aquilo tudo poderia ir. Minhas mãos tremiam, assim como minhas pernas que tomaram a decisão absurda de perder as forças.
— posso me sentar aqui? — perguntou educadamente. Sua voz era tão melodiosa que eu poderia gozar rapidamente.
Jordan não exitou em assentir e sorriu completamente animado com tudo aquilo. Era bem provável ele ter se esquecido do problema pelo qual eu reclamava a minutos atrás, já que nem mesmo parava para prestar atenção nos meus sinais de desespero.
— caramba, eu realmente estou te vendo ou é apenas uma alucinação da minha cabeça? — o ruivo gesticulou, sua animação não estava escrito em nenhum lugar. Ele estava feliz, muito feliz. Bem o contraído da minha pessoa.
Jimin, por sua vez, retirou lentamente sua jaqueta, parecendo querer atingir de certa forma algum dos dois presentes naquela única mesa. Um jogo de sensualidade pelo qual eu não me sentiria preparada, assim como Jordan que tremia da cabeça aos pés como uma vara verde pelo belo homem relaxado em sua frente. Eu poderia estar criando minhocas em minha mente, ele nem se quer deve achar algum ponto interessante em mim, talvez, esse seja seu jeito natural.
— Está gostando da cidade senhor Park? — observava aquela conversa completamente aérea, em meus pensamentos aquele " click " martelava seguidamente, eu sentia que poderia explodir como um vulcão a qualquer instante. Bom, desde que me leve para longe daqui, tudo ficará bem.
— Ah, eu achei ótima. É uma bela cidade e há várias garotas muito bonitas. — um típico homem podre. Fala sério! — como não é tão grande me dá menos trabalho também, assim é fácil encontrar aqueles que procuro. — meu corpo inteiro se estremeceu ao ver seu olhar decair sobre mim. Não era possível, eu só podia estar ficando louca!
— bom. — sussurrou Jordan, piorando o clima tenso que emanava daquela mesa.
Sentia-me pegando fogo. Por um momento, cheguei ter até a ilusão de ver vapores d'água saindo da minha pele, demostrando o quão quente eu me encontrava. Seu olhar já não estava mais sobre mim, todavia, eu ainda conseguia ter a sensação de estar sendo perseguida por suas íris. O que me parecia um tanto quanto assustador.
— Eu não queria ser indelicado, será que posso lhe fazer uma pergunta? — olhou-me.
— Claro. O que quer perguntar? — tentei parecer o mais simpática possível, fingindo nem mesmo estar surtando por dentro.
— você quem é a dona deste perfil?
Isso não podia piorar não é mesmo?
O celular estendido em suas mãos mostrava claramente a minha foto, ainda por cima com um zoom surpreendente. Eu não podia negar, mentir seria feio demais já que não restava dúvidas de ser eu ali. Ele provavelmente não quis parecer tão indelicado e fingiu não me reconhecer, sabendo muito bem por dentro quem eu verdadeiramente era.
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