Lauren Pov.
Saímos da aula direto para o almoço, Notei que apenas Camila não estava lá. Dinah me lançou um olhar sugestivo, e perguntou pela garota. O que ela estava achando? Que estaria dentro do meu bolso? Talvez eu queira que esteja dentro das minhas saias, mas não, não estava. Sorrir sozinha com o comentário. Camila era uma garota linda, tinha o jeito meigo e completamente inocente. Não posso negar que me senti atraída por ela desde o primeiro momento que a vi. Talvez eu admitisse se não quisesse matá-la por se atrasar tanto. Dinah esta sempre me perguntando sobre ela, e se eu não iria investir. Eu estou tranqüila, mas obviamente vou me aproximar de Camila. Ela é uma garota incrível.
- Eu acredito nela. - Ally falou convicta.
- Obvio que ela esta mentindo. Não existem garotas Zombies andando por ai! – Eu acreditava em Camila, acreditava em todas. Mas se eu admitisse estaríamos perdidas. Alem de medo e agonia, iríamos ficar neuróticas, nervosas e isso faria algumas enlouquecerem ou coisa pior. E não é isso que queremos. Temos que nos cuidar ao maximo que pudemos, afinal só nos estamos aqui.
- Você esta falando que não acredita no diabo, ou que não acredita na Camila? Qual é, todas nos sabemos que esta rolando alguma coisa por aqui. – Dinah falou diretamente para mim, Ally e Normani concordaram.
- Eu durmo muito bem a noite. – Dei de ombros voltando a comer meu almoço.
- Eu não sei, eu acho que tem alguma coisa aqui, eu posso sentir... - Por quer merda, Dinah estava insistindo em falar sobre? – Vamos ao terceiro andar então. Vamos descobrir se tem algo ou não. – Ally ficou tão tensa quanto eu, mas obviamente eu não demonstrei.
- Vocês acham que em qualquer lugar proibido, temos a obrigação de entrar? – Normani quem perguntou.
- Acho que foi esse tipo de pensamento que nos meteu aqui. – Falei enquanto bebia um pouco do meu suco, elas acham mesmo que vou cair nessa?
- Então, quem vai? – Dinah perguntou animada. Serio que ela estava mesmo empolgada para isso? Eu não estou.
- Por mim tudo bem. E você bruxinha? – Perguntei fingindo animo.
- Não vou lá. Não mesmo. – Dinah riu da forma como Ally falou.
- Nem eu. Vocês podem ficar a vontade – Achei que Normani fosse mais corajosa, mas pelo qu tenho visto... È acho que não.
- Será que a lacinho quer ir? – Perguntei rindo. Dinah me olhou de cara feia. O que? È apenas brincadeira. Ela não deveria levar tão a serio.
- Não mexe com ela Lauren, estou falando serio. Todo mundo sabe que aqui é difícil, mas esta sendo ainda mais para ela. Ela é sozinha e agora se sente ainda mais. – Quem Dinah pensava que era? Eu não faria nada com Camila. Nada que a machucasse pelo menos... Você entendeu.
- Uh, você é o que? Dona da garota por acaso? – Perguntei encarando. Dinah sorriu debochada.
- Não sou... Quem dera, na verdade. Mas eu só estou te avisando. Fica longe dela! – Dinah se levantou para ficar frente a frente comigo. Isso é serio? Ela esta me enfrentando por causa de Camila? Não estou gostando disso.
- Abaixa a bola, você não manda em nada por aqui. E acho melhor você rever os tons que usa comigo. – Normani entrou entre Dinah e eu , afastando a garota.
- Tá ok. Vamos parar... – Dinah riu de forma sínica. Que garota imbecil!
- Ally, eu preciso falar com você... - Vi Camila entrando no refeitório. Parecia estar um pouco nervosa. Fitei a garota e ela sorriu para mim. Obviamente eu sorrir de volta. Ela estava linda, os cabelos longos caiam delicadamente sobre o rosto. Camila era a única que vestia o uniforme corretamente, nem Ally era assim. Ela fechava todos os botões e colocava o blazer completamente alinhado. Que tipo de garota fazia isso? Quer dizer, eu perto dela pareço uma mendiga. Dinah me encarou com uma certa raiva. – Oi meninas.
- Não veio para o almoço por quer? – Perguntei chegando mais perto.
- Não é da sua conta. – Dinah respondeu por Camila. Ok, agora ela estava começando a me irritar!
- Eu tive que resolver umas coisas, e hoje foi dia da minha confissão, então... Eu não sei por quer temos que fazer em dias diferentes. – Concordei.
- Acho que o Padre Drake precisa de um tempo entre uma confissão e outra. São muitos pecados para absorver... – Falei tentando ser seria. Camila concordou rindo. Que adorável.
- Vamos Mila, o que quer falar comigo? – Ally perguntou na mão da morena e saiu com ela. Obrigada Ally, sempre ajudando. Bufei arrumando a saia.
- Você vem comigo. – Dinah me empurrou de propósito e saiu do refeitório. Eu acompanhei sorrindo. Parece que eu tinha tudo ao meu favor!
- Pessoal! Não me deixem sozinha! – Normani correu atrás de Camila e Ally.
Não demorou muito para escurecer. Dinah e eu bolamos um plano. Eu vigiei o corredor, e ela as outras salas. O padre Drake já havia feito a ronda, e ninguém mais passaria por ali. Dinah pegou suas cartas e subimos para o terceiro andar. Dinah insistiu que olhássemos as cartas primeiro. Eu concordei mesmo não gostando muito daquilo. Sentamos nos primeiros degraus da escada que levava para o terceiro andar.
- Pegue três cartas. – Dinah embaralhou e me mostrou as cartas. Retirei a quantidade que ela pediu. Dinah pôs as outras ao seu lado, e as que eu escolhi no chão. Ela colocou uma de suas mãos em cima das cartas, e me encarou. Ela olhava no fundo dos meus olhos de forma tão intensa.
- O que estamos esperando com isso?- Perguntei enquanto via seus olhos mudarem de cor. Isso me causava arrepios! Estavam completamente brancos. E a essa altura, ela já não enxergava nada.
- Não sei, talvez algum aviso de perigo ou algo assim... – Concordei e Dinah tirou a primeira carta. Ela riu escandalosamente. – Você é melosa... Romântica, que bonitinha Lauren! – Do que merda ela esta falando?
- O que? – Dinah continuou rindo e eu fiquei sem entender.
- Você ira fazer um pedido, e isso vai mudar muita coisa. Você estará tão feliz em breve... – Eu não pude deixar de sorrir, eu esperava por aquilo. Eu queria um pouco de felicidade nesse inferno. - Camila será uma ponte para isso. – Ela falou pegando a outra carta. Preferi ignorar seu ultimo comentário. - Você é triste Lauren... Magoada, tudo em você remete a insegurança. – Agora eu não estava mais gostando daquilo.
- Você parece bem feliz não é? – Tentei passar tranqüilidade, mas obvio que não consegui. Estava nervosa.
- Você se sente culpada, e seu coração não tem muitas coisas além de magoas... – Me mexi inquieta, ela não pode usar seus truques contra mim. Ela nem me conhece! – Seu pai... O que ele fez...
- Já chega! – Estapiei as mãos de Dinah fazendo as cartas voar. Ela me olhou assustada e se encolheu. Estava vulnerável.
- Lauren... Você não tem que se envergonhar por isso, a culpa não foi sua! – Cerrei os punhos e puxei Dinah pela blusa. A joguei na parede e a apertei forte. – Me solta! – Ela tentou me empurrar, mas eu a prendi melhor, dando apoio para que ela ficasse entre as grades da escada e a parede. - Muito legal da sua parte me atacar enquanto não vejo nada!
- Acha que eu tenho pena de você?! – Falei lhe apertando mais.
- Não deveria mesmo! Você só tem pena de você mesma! – Aquilo fez meu sangue ferver. Eu a joguei no chão e decidir não falar mais nada. Se eu fosse fazer algo com ela, ela teria que me vê antes. - Não vai me deixar aqui! Pegue as minhas cartas e vamos para o terceiro andar, como combinamos! – Dina falou se levantando, tateando as coisas para tentar se manter de pé.
- E por quer eu faria isso? – Perguntei enquanto cruzava os braços. – Me de um bom motivo para não te deixar aqui sozinha! Eu realmente quero muito saber como uma cega voltará por um lugar que nunca esteve antes. Cuidado com as escadas, ok?
- Lauren! Por favor! Vamos subir. Eu prometo que não vou falar nada para ninguém. Eu só quero que saiba que nada do que pensa a seu respeito é verdade. As coisas não são assim... – Encarei Dinah mesmo sabendo que ela não podia me ver. – Por favor, Lauren? – Bufei recolhendo as cartas do chão. Dei meu braço para ela e subimos as escadas com cuidado. Chegamos no terceiro andar. Até agora só coisas espalhadas, como cadeiras e mesas. Entulhos e caixas. Alguns moveis antigos estavam coberto por plástico. Andei ate o fim do corredor. Havia uma porta com vários cadeados. Algumas corretes e fechaduras. Por quer diabos tanta segurança? Quem iria querer roubar ali? Não sabia que estatuas de gesso e Jesus de madeira valesse tanto. – O que temos? – Dinah encostou-se à parede ao lado do portão.
- Temos um cadeado bem grande, outros quatro médios e algumas correntes. – Peguei o meu canivete e tirei a pequena chave acoplada. Forcei no cadeado tentando abrir. Olhei de lado e vi algo passar pelos plásticos e cadeiras. Assustei-me dando passos para trás. O que era aquilo?
- Ai meu Deus, você viu aquilo?- Perguntei assustada.
- Sim. Essa historia de cegueira temporária é só para conseguir dinheiro dos babacas feito você. - Dinah bufou irritada.
- Desculpa, eu me assustei... – Falei abrindo o primeiro cadeado. Fiz o mesmo com o outro. Agora só faltavam três.
- Lauren, não tem nada para a temer, se não o próprio temor. – Dinah falou rindo.
- Acho que agora eu tenho certeza que ah muito o que temer por aqui! – Dinah riu ainda mais. Demorei bastante até abrir tudo. Peguei Dinah e enfim entramos. Havia uma sala do lado esquerdo, numerada como 52. Eu ia narrando tudo para Dinah, eu poderia jurar que ela estava tranqüila. E por quer eu estava morrendo de medo? Quando chegamos ao fim, eu pude ouvir alguém mexer nas correntes. – Merda, vem! Se esconde. – Arrastei Dinah para trás de pilhas de cadeiras. Eu pude vê a diretora Pierce entrar com uma bandeja. Ela olhou assustada para os cadeados. Merda, ela sabia que estávamos ali. - Merda, merda, merda! Fodeu para gente Dinah! Estamos ferradas! – Engoli seco sem saber o que fazer. E agora?
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