Fazia pouco menos de uma semana o namoro de Jongin ter se tornado algo público. Kyungsoo parecia ter deprimido de vez. Há meses o amigo parou de lhe dar atenção, o que resultara numa magoa grande de acumular no coração. O menor tinha se fechado. Sehun e Chen até tentavam conversar mas o mesmo apenas dava um sorriso fraco dizendo que estava tudo bem.
Não sabia a quanto tempo começou a ter aqueles sentimento. Para ele, Jongin - assim de repente - se tornou de um amigo a um amor platônico por qual nunca teve coragem de se declarar.
É como dizem, se não tem coragem de se declarar pra quem gosta, deve ter coragem em dobro pra vê-lo feliz com outro. No caso, outra. O negócio é que nem os próprios membros sabiam desse relacionamento, foram pegos de surpresa, quer dizer, quase todos, Chanyeol e Junmyeon tinham suas desconfianças, das escapadas noturnas ou até mesmo de algumas fotos que flagraram momentos do mais novo casal que está tendo tanto em alta. Mas não puderam dizer nada, estavam evitando que Kyungsoo se machucasse, mas de nada adiantou...
Já era a quarta vez que o pequeno caia na mesma coreografia, parecia que seus não lhe seguiam, como era possível? Conhecia aquela coreografia de traz pra frente, porque estava se tornando tão difícil o simples fato de respirarem o mesmo ar?
- Droga! – Praguejou pra si mesmo, estava frustrado. Prometeu a si mesmo que nada atrapalharia a sua carreira, que tudo estava sob controle.
Mas quem queria enganar, é claro que nada estava certo. Sentia falta de Jongin ao seu lado. Sentia falta da companhia do moreno. Sentia falta do carinho que recebia. E pior, sentia falta do tempo em que acreditava que um dia podiam dar certo.
- Está tudo bem hyung? – Sehun estava preocupado demais, mais uma queda como aquela, podia lhe acarretar um ferimento grave. E ver o pequeno amigo machucado, era tudo que menos queria naquela altura do campeonato.
O coração doía, os outros membros lhe olhavam com apreensão ou até mesmo cuidado, estava obvio que Kyung não estava bem. Mas apenas Sehun, Chanyeol e o líder tinham como provar os sentimentos do menor, saído de sua própria boca. Respirou fundo, controlando as lágrimas que queriam sair a dias, mas não deixava, nunca estava sozinho, não choraria na frente dos outros.
Estava se controlando bem, pelo menos por enquanto. O que lhe faltasse apenas era espaço. Seu quarto era divido com Chanyeol e ele. Se fosse apenas o mais alto teria a privacidade que precisava, mas isso deixou de ser possível.
A noite, ou quando voltava do prédio da SM,Jongin voltava feliz, pois tinha seu tempo a sós com a namorada, sem precisar esconder de mais ninguém. Mas lhe partia o coração quando via seu amigo cabisbaixo, parecendo pronto pra soltar suas lágrimas logo, mas nunca o fazia, inúmeras vezes perguntou o que havia de errado, mas o baixinho não lhe escutava, e como sempre, fora grosso.
- Está sim Sehun, acho que só preciso de uma pausa... – Se levantou com dificuldade, não tinha machucado nada de uma maneira séria, mas doía os tombos que levava. Andou, um pouquinho manco até o banco oposto a qual Jongin estava sentado. Reprimiu um soluço quando uma lágrima desceu pelo rosto pálido.
Os outros não falaram nada, Kyungsoo precisava de espaço. Desconfiavam o porque de estar assim, mas não quiseram comentar sobre nada. Ele estava tentando ser forte,quem eram eles pra impedir?
- Bom, meninos, acho que por hoje pode acabar então, amanhã temos show e não podemos nos machucar ou ficar muito cansados. Me entenderam? Assim que chegarem no dormitório, tomar banho, comer depois ir direto pra cama. Me ouviram? – Era engraçado como o líder ainda os tratava como crianças, mesmo depois de tantos anos juntos, era como se ainda fossem um.
Chanyeol, mesmo cansado e ofegante, assentiu seguindo em direção ao banco que Kyungsoo estava com a cabeça baixa, sem perceber nada que acontecia a sua volta. Pegou o baixinho como se fosse um saco, bem leve por sinal, e o colocou em seu ombro, fazendo o menor se assustar com a ação repentina. Sem se importar com os tapas recebidos ou os xingamentos direcionados a si, marchou até a porta, indo direto pra van aonde os levaria para o apartamento.
- Ei, Channie, eu posso andar sozinho! – Reclamou com um tom manhoso e um bico enorme nos lábios, sabia que era inútil lutar contra aquele poste ambulante. Desistindo de uma resposta, apenas se virou vendo os outros meninos lhe acompanharem, um sorriso sutil adornava o rosto de cada um. Durante alguns dias, aquela foi a única frase dita no tom Kyungsoo, sem tristeza ou grosseria.
Era engraçado a forma que dizia amar. Jurava a si mesmo que não importava nada, apenas a felicidade de Jongin, mas porque doía tanto? Como foi ter a sensação de perder alguém que nunca foi seu? Aquilo era um castigo? Kyungsoo nunca havia se apaixonado na sua vida. Seu único amor era a música, sua carreira. Mas Jongin apareceu como um sol em sua vida. Mudando tudo de cabeça pra abaixo, entrando sem ao menos pedir permissão. O jeito meigo e cuidadoso lhe deixava sem palavras, aquilo não parecia ser feito de boa fé, mas aquele era apenas o jeito Jongin de ser.
Queria poder dizer que iria passar logo, que a musica podia curar como tantas vezes escrevia em suas partituras, mas não parecia ser tão simples assim. Que nem tudo podia ser tomado dessa maneira, que tudo tinha um final feliz.
Kyungsoo gostava de contos de fadas, gostava dos finais felizes, gostava do “felizes para sempre”. Queria viver um romance daqueles, não com bruxos e dragões porque isso seria muito bizarro, embora empolgante, mas por mais tediosa que fosse esse romance, queria que fosse com Jongin, aquilo ou apenas a ideia, lhe trazia cor.
Mas do que ainda ficar sonhando? Jongin estava com Krystal. Não tinha espaço pra Kyungsoo naquela relação. Queria saber, se houvesse se declarado, era possível um futuro “nós”? Ou tudo não passasse de uma pesadelo em que logo acordaria?
O sentimento de agonia ia fundo em seu peito, porque não conseguia ir embora? Não passava de uma paixão certo? Bola pra frente. Era tão difícil isso? O Celular do pequeno começara a tocar, um toquezinho irritante, mas que todos estavam acostumados. Nem se deu o trabalho de ver quem era. Atendeu. A surpresa lhe pegou de jeito quando ouviu a voz do outro lado da linha, não podendo conter um grito um tanto agudo, machucando os ouvidos de Chanyeol.
- VOCÊ VAI VOLTAR PRA COREIA?
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