Jimin.
Ao ouvir as palavras do meu marido me sinto tão feliz. Me sinto amada, por estar ali e sentir meu cheiro, mesmo que seja artificial, são os nossos cheiros misturados.
— Faz muito tempo que eu uso esse perfume neste quarto — meu marido explica — Aos primeiros sinais do cio, eu começo a preparar o ambiente com seu perfume, muito antes de te conhecer eu já fazia isso.
Sinto um beijo em meu pescoço, enquanto suas mãos acariciavam minha barriga.
— Quando te vi a primeira vez, seu cheiro me mostrou que era você a minha escolhida, desde aquele momento eu comecei a cuidar de você — meu amor me vira de frente beijando meus lábios — Quando você puder, virá passar o cio comigo, nesse dia, te darei a marca, mas agora precisamos cuidar dos nossos filhos.
Deito minha cabeça em seu peito, abraçando meu amor, totalmente emocionada, sem saber o quê dizer.
— Vamos, eu preciso ir na empresa hoje — subimos os degraus com cuidado — Me sinto mais tranquilo, amor!
Sorrio segurando sua mão enquanto ele me ajuda a entrar no carro.
— Eu vou aproveitar pra ler um pouco — digo ao descermos do carro — Precisamos ver o quartinho das crianças aqui na fazenda, amor!
— Lalisa ficou de falar com a decoradora — ele diz — Acho que está esperando uma vaga na agenda.
— Podemos escolher as coisas na internet — falo simples — Chanyeol e Mayra podem nos ajudar, eles que arrumaram o quartinho da Lara. Podemos deixar a decoradora para o quarto deles na cobertura.
— Podemos ver isso mais tarde quando eles chegarem da universidade — Jungkook vai pra cozinha — Vem, beber um pouco de água.
Alguns dias depois...
Acordo me sentindo sozinha, deslizo minha mão sobre a cama procurando meu marido, não o encontrando.
Me levanto da cama e vou até o banheiro procurar por ele, não o encontro. Vou até a cozinha, no quintal e não o encontro em lugar algum da casa.
Volto ao quarto, caminho até o criado mudo, pego meu celular e vejo que são quatro da madrugada.
— Aonde ele foi? — pergunto ao ver as horas — Será que... Ele não me disse nada, não acredito que ele saiu sem me avisar...
Entro no banheiro, tomo um banho rápido no box, visto uma roupa confortável, me sento na cama, calço meus tênis.
Fico pensando, ele sozinho naquela casa, sentindo dores. Me recosto na cabeceira da cama, tentando desviar o pensamento, mas a imagem dele sofrendo não sai da minha cabeça.
Me levantei decidida, saindo de casa a caminho da cabana. É um pouco longe, mas eu irei caminhando bem devagar, afinal ficar aqui preocupada me fará mais mal do que caminhar até lá.
Ao seguir o caminho da cabana, sinto um pouco de medo por ainda estar escuro, e os sons dos pequenos insetos me deixam apreensiva.
Quando chego próximo a cabana, os primeiros raios de sol já me aquecem, sou tomada pelo cheiro maravilhoso de canela que faz minha loba uivar de felicidade. Quanto mais me aproximo, mais forte se torna o perfume do meu Alfa.
Eu ouço ele me chamando através do seu perfume.
Ao tocar na porta, giro a maçaneta e percebo que não está trancada, sorrio adentrando no cômodo, e com a lanterna do celular ligada, procuro pelo interruptor, encontro, ligando as luzes da sala e vou até a escada, descendo lentamente os degraus, até chegar a grande porta.
Encosto meu rosto na madeira fria, respiro fundo, sentindo o aroma que me aquece por inteiro, me deixando inebriada.
— Amor? — chamo antes de tentar abri-la — Amor, eu estou aqui... — Empurro a madeira com muito cuidado, entrando no quarto, vejo um lobo cinzento enorme deitado em seu ninho agarrado aos travesseiros.
Em passos lentos me aproximo, mesmo com um pouco de medo, toco em seus pelos. O lobo solta um pequeno grunhido, se levanta lentamente, seus olhos amarelos encontram os meus.
Ele é lindo demais!
— Estamos aqui, meu amor! — me aproximo abraçando seu pescoço, passando meu nariz em seu pêlo — Não precisa ficar triste, eu não te deixarei sozinho, sua Ômega vai ficar ao seu lado com seus filhotes, eu sei que você não nos fará mal, não é?
O lobo volta a se deitar, eu me deito sobre seus pelos, me aquecendo com seu calor.
Não sei se foi por me sentir segura ou pelo cansaço, logo adormeci.
Nem sei quanto tempo eu dormi, acordei ainda deitada sobre seus pêlos, me sentindo protegida.
Movo minha mão lentamente em seus pêlos macios e brilhantes.
— Oi, meu amor! — digo beijando sua pelagem — Você é tão lindo!
Seus olhos amarelos brilham, parecendo um cachorro feliz, ele passar seu focinho em meu pescoço me cheirando, me fazendo dar risadas por sentir cócegas.
— Você está feliz por eu ter vindo? — pergunto sabendo que ele não irá me responder, me sentando sobre o ninho em um dos travesseiros — Seu pêlo é tão macio...
O lobo imenso deita a cabeça sobre as patas dianteiras, deixando eu acariciar seus pêlos do pescoço.
— Vou preparar alguma coisa pra gente comer — digo me levantando, ele se levanta e começa a andar em círculo pelo ninho, depois de algum tempo ele deita — O quê você come?
Olho pelo quarto e não vejo nada. Me sento recostando no lobo, pego meu celular para pesquisar o que o lobo come durante o cio.
Depois de uma busca minuciosa, descobri que os lobos comem carnes, mas não darei carne crua para o meu Alfa.
De repente me lembrei do cio, ele não está me atacando, ou se masturbando, só estava parecendo triste quando eu cheguei, mas agora se mostra feliz com minha presença, está calmo, quieto... Lá vou eu pesquisar novamente sobre isso.
Não consegui encontrar nada relacionado a lobos no cio estando calmos, só seu cheiro está forte, mas nada além disso.
— Vou ligar para meu motorista vir me buscar, só vou até a casa grande buscar algumas coisas pra você comer, tá bom? — acaricio seus pêlos — Eu não vou demorar, eu prometo!
O lobo me olha, passa sua cabeça suavemente em minha barriga, cheira voltando a se deitar.
Me levanto saindo do quarto, subindo as escadas bem devagar. Chego na cozinha, e tem bastante alimentos na grande geladeira, mas não sei o quê ele come além de carne.
— Meu pai é um Lúpus, vou ligar pra ele! — penso em voz alta pegando meu celular buscando o contato dele.
— Pai, o quê os lobos comem durante o cio? — indago assim que ele atende — Eu sei que comem carne, mas pode ser cozida?
— Sim, se você achar melhor cozinhar — meu pai responde — Pra quê você quer saber?
— Meu marido entrou no cio, e eu não sei o que fazer pra ele comer — digo — Pai, o Alfa está quieto, só o cheiro dele está forte, mas não está... Como eu posso dizer... No cio no verdadeiro sentido da palavra, o quê está acontecendo com ele?
— Por você estar perto dele — meu pai diz — Ele sente o cheiro dos filhotes e não entra no cio, pois não há necessidade de procriação. Me manda a localização que eu irei te ajudar a preparar a comida pra ele.
Mando a localização para meu pai e volto para o quarto pra esperar por ele, que não demorou muito pra chegar.
— Jimin, aonde você está? — meu pai grita do andar superior.
— Aqui embaixo, pai! — digo saindo do quarto — Já estou subindo!
— Eu irei até o quarto e darei comida pra ele, fique aqui, pra não ficar enjoada — meu pai desce as escadas e eu vou até a cozinha preparar alguma coisa pra mim.
Depois de um tempo, meu pai sobe as escadas.
— Eu pedi ao Seokjin que pegasse roupas bem quentinha pra você — meu pai sai de casa indo até o carro — Sei que o Lúpus te aquecerá, mas eu achei que talvez você precise pra voltar pra casa. Ele ficará bem, não precisa comer mais nada até o final do cio.
— Não? — pergunto confusa.
— Os lobos suportam até quatro dias sem se alimentar e continuam fortes — meu pai explica — Só vim por estar preocupado com você, mas vi que ele está realmente calmo. Tem comida suficiente pra você?
— Sim, tem bastante! —sorrio — Aqui é bem confortável, não se preocupe, eu estou bem!
— Pelo seu sorriso eu percebo! — meu pai me abraça — Eu preciso ir!
Meu pai deixa a casa e eu volto a preparar meu almoço.
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