handporn.net
História Despertar - Dor - História escrita por PatriciaCastro - Spirit Fanfics e Histórias
  1. Spirit Fanfics >
  2. Despertar >
  3. Dor

História Despertar - Dor


Escrita por: PatriciaCastro

Notas do Autor


Eu sou apaixonada por dramas,apesar de não ser um tipo de fic que agrada muita gente... é minha paixão ♥️
Mas ela vai ser bemmm curtinha e apesar de começar pesada e triste ela não vai ser esse clima dolorido o tempo todo não...vai ter alegrias também ❤️
E muitooo amor 🤗💕

Espero que gostem ♥️

Boa leitura 💕

Capítulo 1 - Dor


Fanfic / Fanfiction Despertar - Dor

Jensen parou o carro em frente a praia,estava chovendo,e devia estar fazendo frio,mas não sentia nada além da dor que o rasgava o peito.

 

As ondas quebravam em um rochedo ali perto,tinha vento e o barulho do mar.

O loiro desceu e foi em direção ao mar com passos lentos e o olhar distante,sua mente estava distante e tudo doía muito...

....

- Segura essa Jen! - Alexander jogou a bola para Jensen e o loiro deixou passar para o gol só pra ver o sorriso do irmão. - Eu ganhei! Eu ganhei - a risada do garoto era melhor do que ganhar qualquer partida de futebol.

Alexander é seu irmão caçula,filho do seu pai com sua segunda esposa,tinha dezesseis anos quando ele nasceu e era a pessoa mais importante nesse mundo para ele.

....

Jensen sentiu os pés afundar na areia molhada,e a água da chuva molhar sua roupa.

Não se importava com isso, não se importava com nada disso, queria só parar de sentir.

...

- Onde você vai Alex? Me dá essa chave - Jensen tentou pegar as chaves do carro da mão do irmão, mas ele se afastou rindo. - Alex, você não sabe dirigir,se bater meu carro eu juro que te dou uma surra.

- Você me trata como criança Jen,sabia que eu vou fazer dezoito anos amanhã?

- Mas ainda não fez,e não sabe dirigir. Me dá essa chave - Jensen tentou pegar e Alexander se afastou e escondeu elas atrás do corpo. O loiro riu e voltou a tomar sua cerveja. Era sábado a noite e gostava de descansar do hospital nós sábados relaxando em casa e tomando uma boa cerveja.

- Onde você vai?

- Só dar uma volta.

- Ta bom,mas eu vou com você.

- Ta certo,vai ver como seu irmãozinho já é um homem responsável.

Jensen riu e pegou a Jaqueta de couro na cadeira.

- Então me mostre esse Alex responsável.

...

Jensen passou a mão na testa onde tinha um corte grande com alguns pontos,sentindo arder,tinha cortes nas mãos, braços e na perna.

Mas nenhum doia como aquela dor lascinante em seu peito.

Viu os raios riscarem o céu em direção ao mar e continuou andando em direção a ele,suas pernas estavam no automático,seus olhos ardiam pelas lágrimas que a chuva lavava.

...

- Olha Jen,acho que tem festa no Castelo Branco. - Alexander parou o carro no farol, esperando abrir,do outro lado tinha um clube de festas. Costumava dizer ao irmão quando ele era criança que ali era mágico,e quando davam festas,vinham muitos seres de outro mundo,fadas,gnomos e unicórnios e ele acreditava em cada um deles,até aos onze anos.

Alexander olhou para o loiro e deu um sorriso - será que os unicórnios vieram?

Jensen riu alto da pergunta.

- Com certeza sim.

O caçula balançou a cabeça sorrindo,e o que aconteceu em seguida foi tão rápido que Jensen não teve tempo de registrar nada.

Ouviu o barulho alto de buzinas e se viraram a tempo apenas de ver o carro que veio rápido em direção do motorista,o farol alto os cegando e o baque forte do carro sendo jogado para a outra pista.

Viu o farol de um caminhão e tudo apagou, quando acordou estavam debaixo do carro e tinha muito sangue.

- Alex? - chamou tentando chegar no irmão,ele estava ainda preso no cinto. Jensen soltou o seu cinto e foi até o irmão, sentindo o coração quase parar no peito diante da cena - Alex? Alex!!

Jensen ouviu o barulho das sirenes da ambulância e a luz forte na direção dos dois e não viu mais nada.

....

Jensen deu outro passo e caiu na areia molhada. Segurou forte a areia entre os dedos sentindo que aquela dor o sufocaria a qualquer segundo.

E era tudo que queria, fechar os olhos e não abrir nunca mais!

Aquela dor o cortava como lâminas afiadas...

....

Jensen acordou com um choque forte em seu peito e tudo parecia confuso,estava em uma ambulância ainda e tinha um médico do seu lado que o chamava pelo nome,devia conhecê-lo do hospital mas não conseguia assimilar nada agora,só queria ver ele,saber que estava bem .

- Onde está o meu irmão? Alex! Onde ele est... - Jensen parou de falar ao ver a maca do outro lado e alguém nela,seu rosto estava virado para o outro lado,mas não tinha ninguém com ele,nenhum médico,nenhum aparelho ou medicação estava ligado nele e sabia bem o que isso significava.

- É meu irmão que está ali? - perguntou já sabendo a resposta e tentando se levantar - preciso ajudar ele,me solta! - Jensen sentiu alguém segurar ele com força e viu o paramédico pegar algo para aplicar no soro que estava ligado no seu braço. Não queria dormir, não queria! Tinha que ficar acordado,tinha que ficar com ele!

-ALEX!!!

....

Jensen levantou a mão com um punhado de areia e olhou a mesma cair por entre seus dedos com a água da chuva.

Porque não morreu também? Porque seu irmãozinho e não ele? P

- PORQUE?!! - gritou cheio de dor. Quando terminou a cerimônia do enterro não esperou ninguém vir falar com ele, não queria ouvir um monte de palavras vazias que não traria seu irmão de volta, não queria pena de ninguém, não ver nem ouvir ninguém.

Pegou o carro e veio para cá,foi nessa praia que ensinou seu irmão a jogar futebol nas tardes de domingo.

Jensen levantou a cabeça e olhou para o mar,a chuva continuava caindo intensa e o mar quebrava nós rochedos.

Só queria parar de sentir...

Se levantou e correu para o mar,sentiu a água gelada nos pés,nas pernas e logo estava no seu peito ,continuou andando até a água cobrir todo seu corpo e fechou os olhos com força.

Queria parar de sentir...precisava parar... não queria mais...

O loiro viu tudo se apagar e a dor adormecer...mas acordou tossindo e sentindo lábios molhados e quentes soprando o ar de volta para seus pulmões. Abriu os olhos e encontrou um par de olhos de uma cor que não soube decifrar,eram verdes e azuis ao mesmo tempo.

Viu um sorriso surgir nos lábios que antes estavam encostados nos seus,duas covinhas fundas se formaram no seu rosto.

Jensen empurrou o moreno de cima do seu corpo com força e se sentou em um impulso e uma forte tontura quase o fez cair,mas o rapaz o segurou.

- Está tudo bem agora.

- Quem é você? - perguntou ainda confuso, não tinha visto ele,nem ninguém. E não estava nada bem,nunca mais estaria.

- Meu nome é Jared, não deveria entrar no mar quando está chovendo.

Jensen olhou para o moreno sentado na areia do seu lado,ele estava com uma blusa preta de mangas compridas mas estavam dobradas até o cotovelo,e jeans e tênis, não parecia vestido para estar na praia,e quem vem a praia de baixo de um um temporal?

- Eu não pedi sua ajuda - Jensen se levantou e saiu andando para longe dele, não queria a ajuda dele nem de ninguém.

- Não, você não pediu,foi outra pessoa que pediu por você.

Jensen sabia que deveria ter sido seu pai,ou um dos seus amigos,mas não precisa da ajuda de ninguém.

- E quem é você,um bombeiro? Sabia que eu estaria aqui,ou me seguiu desde o cemitério?

- Eu sou um policial - Jared caminhava ao seu lado - eu não segui você,eu sabia que estava aqui,me deram esse endereço.

Claro que deu,era óbvio que iria para ali,todos sabiam.

- Tá, obrigado,agora pode ir.

- Eu acho que não está bem,eu não posso te deixar aqui assim.

- Eu quero ficar sozinho.

- Não quer não,só não quer ser confortado,mas sua alma grita por socorro.

Jensen parou de andar e virou para o moreno,com raiva - Voce não me conhece! Não sabe nada de mim,me deixa em paz!

- Eu sei que seu nome é Jensen e é um médico e sei que perdeu o irmão e está perdido na sua dor,e e eu vou te ajudar .

- Você é louco. - Jensen se virou e continuou a andar para o onde estava o carro.

- Eu sou um policial, doutor, você tem seu ofício e eu o meu.

Você salva vidas e eu mantenho pessoas vivas, é parecido.

- Veio a pé policial? Não estou vendo seu carro aqui. - falou com ironia,queria se livrar do cara, não precisava de babá.

- Eu moro aqui perto,podemos esperar a chuva passar lá em casa.

- E você me deixa em paz?

- Pode ser. - Jared sorriu e Jensen desviou o olhar com o sentimento estranho e forte que o tomou.

A cabana dele não era muito longe de onde estavam, Jensen acompanhou o moreno até ela,em silêncio,mas ele veio falando sem parar,coisas que Jensen nem ouvia o que era.

- Entra - Jared abriu a porta e empurrou e Jensen olhou o lugar que parecia que não era limpo a muito tempo,estava coberto de poeira,alguns móveis cobertos com lençóis.

- A quanto tempo não vem em casa? - Jensen olhou para o moreno que estava tirando os lençóis dos móveis.

- Morar perto do mar é bom,mas tem seu lado negativo também,o vento trás muita areia.

- Eu percebi.

- Quer beber algo? - Jared colocou os lençóis em cima da mesa - Tenho conhaque, é bom para aquecer, e roupas secas,acho que deve vestir o mesmo número que eu.

- Oferece roupas e conhaque para todos? É um policial diferente.

- Não - O moreno sorriu,ele parecia ter a paciência de um professor de primário - eu trabalho a frente de invasões e negociação com sequestradores,sou da SWAT.

- Quem falou que eu estaria aqui? Foi o Tom?

- Não - Jared respondeu e foi buscar uma toalha e as roupas secas.

Jensen andou pela sala, olhando o lugar,era uma casa pequena mas bem aconchegante. Viu na estante um porta retrato,tinha uma foto de Jared ainda criança e um moreno alto do seu lado,tinha os olhos bem verdes e cabelos castanhos,também maior que o tradicional.

Jensen chegou mais perto para olhar,tinha outra foto só do rapaz, vestido com uma farda da SWAT.

- É meu irmão - Jared falou,fazendo o loiro se assustar.

- Ele também é policial?

- Era,o Bill morreu quando eu tinha doze anos.

- Eu sinto muito.

- Eu também. - Jared entregou a roupa para o loiro e a tolha - vai se trocar antes que fique doente. O banheiro e na terceira porta a esquerda.

Jensen pegou as roupas e foi para onde o moreno falou,tirou as roupas molhadas e vestiu as dele,um jeans claro e uma camisa escura.

Era estranho conhecer alguém que perdeu o irmão,no mesmo dia que perdeu o seu,e ver que parece que lidava bem com a perda,porque sabia que nunca superaria a sua dor, não importa quantos anos se passe.

Jensen voltou para a sala e Jared lhe entregou um copo com conhaque,ele também havia trocado as roupas molhadas por outras secas e tirado o excesso de água dos cabelos.

Jensen pegou o copo e se sentou no sofá e Jared na sua frente.

- Eu sei que parece que nunca vai parar de doer - Jared falou e fez uma pausa olhando para um ponto no tapete,tomou um gole do seu conhaque e olhou para o loiro - mas aí um dia você acorda e vê que a vida não parou,e você então tem que seguir e se readaptar. Mas as lembranças vão ficar - Jared sorriu saudoso - lembranças boas,e você percebe que seu irmão vai sempre estar com você,aí dentro,pra sempre.

Jensen não respondeu nada,apenas bebeu,e bebeu mais e mais até se esquecer de tudo,onde estava,com quem estava ou qualo era seu nome.

A chuva havia parado, era quase de manhã e Jared disse que o levaria para seu condomínio.

- Não precisa,eu estou ótimo,posso dirigir com uma mão amarrada as costas. - Falou com voz arrastada e trocando as palavras.

- É por isso mesmo que eu vou te levar,porque eu vou usar as duas mãos para dirigir. Vem ,eu te ajudo.

- Não precisa,eu posso andar sozinho! -Jensen empurrou o moreno e quase caiu de costas.

- Estou vendo que está - Jared ajudou o loiro a ir até o carro,mesmo ele reclamando e tentando se soltar.

A chave estava ainda na ignição,e Jared deu a partida depois de por o loiro no banco ao lado e prender o cinto.

O levou até o condomínio.

- Tá entregue loiro. - Jared bateu a mão no seu ombro .

- Vai voltar a pé?

- Eu gosto de caminhar.

....

Alexander viu o irmão conduzir o carro para dentro do condomínio e quase bater ele duas vezes antes de parar em frente a casa, Jensen saiu trocando os passos e entrou em casa, se jogando no sofá da sala mesmo.

- Temos que ir Alex.

- Eu não posso ir,eu não vou deixar meu irmão,ele precisa de mim.

- O Jared vai cuidar dele.

- E quem vai cuidar do Jared,Bill?

O moreno sorriu para ele - Eu,eu sempre cuidei dele.

- Eu não vou deixar o meu irmão, até ter certeza que ele está bem.


Notas Finais


Beijos 😘❤️


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...