Enquanto voltávamos para base da Resistência, Finn não trocou uma palavra comigo, seu semblante era sempre sério e distante. Provavelmente Kylo Ren fez algo e o deixou assim, e eu precisava saber o que.
— Finn...? — Tentei me aproximar, incerta.
— Oi — Respondeu secom
— Você está bem?
— Eu vi Rey! Tava retomando a consciência — Meu coração parou por uns instantes, tinha quase certeza que ele estava falando de mim e Kylo Ren, mas precisava ter certeza.
— E o exatamente que você viu? - Perguntei desconfiada e com medo de sua resposta.
— Você! Aos beijos com Kylo Ren! Um Sith Rey, ele é um Sith e você estava o beijando! — Eu podia ver decepção, não sou em seu rosto, como eu sua voz.
— Finn, me desculpe, eu não sei, eu... — Enquanto eu tentava me desculpar com Finn, ele vai embora, sumindo da minha vista, e me deixando sozinha.
— Finn!...
Eu tinha acabado de magoar alguém que eu gostava, e também sabia que nutria sentimentos por mim. A culpa estava me corroendo, eu cedi a um Sith, quase me entreguei a ele. E o pior disso tudo, foi que eu gostei, gostei do gosto dele, do toque dele, da pele dele, o cheiro.
Como meus pensamentos voltados a Kylo Ren, rapidamente chegamos a base da Resistência.
Logo que cheguei tive de lidar com Chewie resmungando por ter roubado novamente a Millennium Falcon, e por não ter levado ele comigo, para o acerto de contas com Kylo Ren. Em seguida me deparei com Leia, sabia que levaria bronca.
— Rey, você faz ideia do quão arriscado foi ter ido atrás de Finn sozinha.
— Eu sei mas... — Fui interrompida por Leia
— Você poderia ter morrido, o Finn poderia ter morrido, sua vida não só é preciosa para aqueles que a conhecem, mas para Resistência, você é a próxima Jedi depois de muito tempo.
— Mas se eu fos...
— Foi sorte você ter saído viva de lá — Leia falava descompassadamente.
— É, muita sorte mesmo — O olhar de reprovação de Finn passou despercebido, apesar de temer que alguém fiquei sabendo do que ocorreu, sei que Finn nunca falaria, mesmo estando com raiva.
— Vocês podem me deixar a sós com Rey agora — As ordens de Leia logo foram acatadas e assim que a ultima pessoa deixou a sala, ela em fim, suspirou, e ao contrario da mulher autoritária e forte de alguna segundos atrás, seu rosto estava carregado de tristeza e dor, sua voz era tremula e insegura — Diga, como ele esta? Ele esta bem? Você viu o seu rosto?
Eu realmente não sabia o que dizer a ela, eu não sei se posso dizer que ele esta bem, porque ele é um Sith, e se um Sith esta bem ou realizado, é porque provavelmente fez algo errado.
— Ele... Ele, aparentemente, ele não me parece mal — Claro, porque pessoas como ele não se sentem bem ou mal, se sentem realizadas ou com ódio, mas irei poupar ela desse comentário.
— Você o viu? Como esta o rosto do meu filho? — Droga, porque ela tinha que querer saber como esta a cicatriz, isso não faz diferença, mães...
— Sim, eu vi, ta melhor que o esperado.
Espero que ela não tenha notado a acidez em meu comentário, até com a cicatriz ele continuava lindo, mas falar sobre ele com alguém não é dos meus assuntos favoritos, ainda mais depois do que aconteceu, sinto um grande desconforto e sentimento de culpa.
— Agora se me permite, preciso ir a ala de primeiros soco, seu filho me deixou alguns ferimentos.
Embora ela tenha ficado aparentemente desconfortável com meu comentário, ela apenas assentiu e eu deixei ela sozinha.
Já com os devidos ferimentos tratados pude em fim descansar, anestesiada, não demorou muito para que eu pegasse no sono.
Estava em uma floresta, correndo desesperadamente e tentando me desviar das árvores do processo quando sinto meu corpo de chocar com outro corpo, e o impacto faz eu ir para trás e me desequilibrar, mas longos braços me seguram, eu sabia que era ele, pelo cheiro, ele me aperta contra seu peito.
— O que você faz aqui? — Pergunto mesmo que saiba a respostas, eu também, por algum motivo, o queria aqui.
— Você sabe porque estou aqui.
— O que aconteceu foi um equívoco Kylo Ren, ainda estamos em lados opostos.
— Mas não precisamos estar Rey.
No momento, eu realmente sinto que não quero estar em um lado oposto a ele, não por medo, mas por algo que eu não posso explicar. Talvez, por ele ser meu primo, termos um laço. Mas eu também não iria me unir a ele, jamais.
— Jamais irei para o Lado Negro da Força, jamais me deixarei ser seduzida -—Disse isso, deixando espaço, para apenas talvez, caso ele realmente não queira estar ao lado oposto, apenas por uma hipótese, voltar para Luz...
— Porque você me quer tanto ao seu lado?
— Porque você também é neta do Darth Vader, porque sinto a força em você — Eu não deveria, mas me senti decepcionada com sua resposta.
— Você só quer me usar!
— O que acha que a Resistência quer de você? — As palavras dele, quase que fizeram sentido, o que Leia disse sobre ser preciosa. Mas não me deixaria enganar por alguém como ele — Você só esta com medo, porque é o que você deseja, eu sinto.
Muito fácil contar meias histórias de contos de fadas, eles te mostram apenas o que os favorece, a manipulam, como a todos. Mas eu posso te mostrar a verdade.
— Que verdade, você é um Sith, saia daqui, dos meus sonhos, da minha mente! Saia!
E mais uma vez estava de volta em minha cama, suada, cada vez mais me tornava vulnerável a Kylo Ren, ele estava cada vez mais presente em meus pensamentos. Eu estava ficando fraca perante ele, precisava mudar o jogo.
Usar suas fraquezas contra ele, preciso jogar contra Kylo também, como ele esta fazendo comigo. Ele sente trevas em mim, como eu sinto luz nele, mas ambos sabemos não daremos o braço a torcer, não irei sucumbir ao Lado Negro, como ele jamais voltara a Luz.
No dia seguinte recebi ordens, irei prosseguir treinando, e Finn foi designado por Leia para me acompanhar, já que ela não sabia de nosso pequeno "incidente" da ultima vez que estivemos juntos.
Logo ele veio para irmos a uma area isolada, mas sequer me olhou nos olhos.
— Finn eu queria...
— Pode ficar tranquila, ninguém vai saber. E apesar de tudo, obrigado, você salvou minha vida. — Agradeceu seco.
Eu basicamente tinha que ficar meditando e aperfeiçoando todas as coisas que meu mestre, Luke, me ensinou. Com o passar do tempo o clima entre eu e Finn ficou menos tenso, e no final do dia já estávamos até rindo um do outro.
— Hora de voltar senhorita.
— Podem achar que fui sequestrada, morta, ou algo do tipo.
— Exatamente isso haha — E lá estava Finn novamente, espero que ele esquecido definitivamente se possível, sobre Kylo Ren.
Os treinamentos ocorreram frequentemente, eu basicamente treinava e Finn ficava me acompanhando, auxiliando e treinando quando queria.
Sem qualquer sinal dos Sith, de novos ataques, sabíamos que eles estavam se reerguendo, o planeta que costumavam usar como arma que guerra foi devastado, era só questão de tempo até darem as caras, e os clima na Resistência era de total tensão, sem saber quando e como eles iriam atacar, tínhamos que estar a todo momento preparados.
Durante o caminho para o local onde costumava treinar, perto do lago, eu só conseguia pensar em Kylo Ren, não tive noticias dele e isso me assusta, eu penso nele quase que o dia inteiro, sonho sobre aquele dia quando nos beijamos quase todas as noites, eu precisava esquecê-lo de alguma forma, as memorias só estavam me sufocando.
— Rey, estou falando com você — Escuto a voz de Finn, me tirando de meus devaneios.
— Ah, oi, desculpa!
— As vezes você fica tão distante.
— Eu sei, me desculpe, sobre o que você estava falando mesmo?
— Hm, esquece, eu nem lembro mais.
As primeiras horas ocorreram tranquilamente, tirando aquela agonia que sentia, sentimento de ausência, que eu já sabia o motivo.
Finn me contava várias histórias, as vezes eram bem engraçadas e conseguiam me distrair por pelo menos alguns segundos.
— ... E então, eu fui andando fingindo que não havia sido eu e... —Mal o escutava falar, mesmo estando sentando bem a minha frente. Bem, Finn gostava de mim, era legal, e principalmente não era um Sith que só queria me usar, talvez se eu tentasse...
— ... outra vez eu... —
Finn não pode continuar o que ia dizer, pois foi interrompido pela minha boca, que para surpresa dele, estava colada a sua. Ficando alguna segundos assim, com a boca na dele, levando em consideração que ele não havia acabado de cortar meu braço, lutar comigo e me deixar toda dolorida, ainda sim, não era tão bom quanto foi com Kylo Ren. Droga. Droga. Droga! O que é que estou fazendo! Me afastei dele rapidamente.
— Finn, me desculpe, eu... - Realmente sai correndo, não consegui continuar falando, ficaria ainda mais envergonhada da minha atitude.
Finalmente depois de muito correr me deixei cair de joelhos do chão cansada.
Porque justamente ele? Porque não Finn ou qualquer outro cara? Porque o maldito Kylo Ren! Que não sai nem por um segundo dos meus pensamentos. Será que ele também pensa em mim, provavelmente ele ta mais preocupado em dominar o mundo. É exatamente por isso que preciso destrui-lo, quem sabe esses sentimentos morram junto com ele.
gora seria esse meu objetivo, precisava destruir Kylo Ren.
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