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História Destinado. - Capítulo 25 - Nada por Acaso. - História escrita por Nyctophilia - Spirit Fanfics e Histórias
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História Destinado. - Capítulo 25 - Nada por Acaso.


Escrita por: Nyctophilia

Notas do Autor


Bom, eu disse que iria usar uma personagem de autoria própria, e aqui está ela de novo, para os que não se lembram, ela é aquela que fez uma breve narração nos telhados quando Apolo foi derrotado.
A lore do Bell será um pouco diferente da original, já me adianto. Bem como seu passado e o próprio conhecimento dos pais dele.
Enfim, espero que gostem, comentem.

Capítulo 25 - Capítulo 25 - Nada por Acaso.


Fanfic / Fanfiction Destinado. - Capítulo 25 - Nada por Acaso.

O maior desperdício é passar a vida ao lado de alguém.
            Que você nunca teve a chance de realmente entender.

 

(...)

 

- EU DISSE PRA SE MOVER ZALD! - ofegou raivosa Alfia enquanto pulava de um penhasco, correndo para longe daquele lugar maldito, eles haviam sido descobertos antes mesmo da chuva acabar completamente, foi uma infelicidade eles não conseguirem descansar o suficiente. Aqueles lagartos enorme haviam os sentido em sua toca em baixo da terra, eles não tiveram escolha a não ser evacuar para longe dali. Zald havia ficado para trás devido seu peso, uma tropa inteira daquelas criaturas escamosas estavam atrás deles, eles precisaram saltar daquele penhasco.  

 

Alfia não demorou meio segundo para decidir saltar daquela altura, confiante que os lagartos se pulassem não teriam formas de sobreviver como ela tinha, ela observou em pleno ar Zald saltar atrás prontamente, ela se voltou para baixo, haviam muitas árvores estranhas ali, mas a copa delas eram volumosas e pareciam até mesmo grandes demais, seriam ótimas para evitar serem vistos de pontos mais altos do caminho montanhoso.  

 

Se aproximando das copas, Alfia começou a usar sua magia de levitação em ambos, passando com cuidado sobre as copas ela fez o possível para não entrar em contato com as folhas, não sabia se havia alguma reação em seus corpos, então preferiu não arriscar, ela manobrou Zald e ela mesma para não terem problemas em pousar naquele terreno arenoso e rochoso.  

 

- Esses eram maiores. - disse Zald se esticando ao notar que Alfia havia o libertado da levitação, olhando ao redor e para o solo ele voltou-se para o norte. - Estamos no caminho rochoso, ao que parece.  

 

- O que te faz dizer isso? - perguntou Alfia debochada. - As rochas e a areia ao redor? Nunca teria me passado a cabeça.  Precisamos sair daqui com mais prioridade do que suas observações porcas, essas copa estão vedando a chuva de nos atingir por agora.  

 

Ele se voltou para acima de sua cabeça, aquelas ávores tinham folhagens coloridas e muito distintas de todos os tipos que ele já havia visto, era por isso que Alfia havia os feito evitar em contato? Geralmente coisas e animais coloridos em uma floresta com um bioma desconhecido, indicam veneno no mínimo.  

 

Ele pegou sua espada em suas costas ao ouvir alguns ruídos ao redor, estava escuro, Alfia elevou-se para fazer seu cajado emitir luz novamente, mas não se podia ver nada naquele lugar, era um breu muito absoluto, tudo o que eles tinham eram ruídos.  

 

- Não me parecem ser criaturas perigosas, para não nos terem atacados até agora. - Zald comentou ainda fazendo todo o possível para conseguir ter ao menos um vislumbre de quem estava fazendo tal barulho, era como um eco, repetido e longo, talvez estivessem se comunicando?  

 

- Seja o que for não é bom pra nós. - Alfia conhecia alguns comportamentos de monstros daquele lugar, provavelmente era um chamado que eles usavam quando encontravam alguma coisa de valor, ou seja eles pra ser mais exata. - Assumindo que estejamos no caminho das cavernas, devemos subir a encosta. - ela apontou para o pico que estava meio encoberto pela vegetação. - Lá em cima deve ser plano o suficiente pra ter uma deformação inteira.  

 

Alfia estendeu o cajado luminoso para Zald e ficou ao lado dele, de sua mochila ela retirou um pequeno mapa de bolso, que parecia ter aumentado dez vezes seu tamanho ao toque mágico das mãos de Alfia, ela abriu o mapa conforme ambos subiam a encosta, deixando a guarda pra Zald.  

 

- Estamos na área norte dessa porcaria de montanha enorme. - ela disse enquanto caminhava, sua cabeça voltada para as informações do mapa que havia conseguido com os relatos e livros dos aldeões de vilas atrás dali. - Se subirmos a encosta, vamos chegar na primeira fauna, onde poderemos nos abastecer em alimentos e água. - ela fechou o mapa. - Existe uma cova aberta com uma fauna pequena dentro da montanha, como um lar escondido ou qualquer coisa misteriosa que os humildes acreditaram, vamos ter que confiar nisso.  

 

Zald acenou em concordância, devolvendo o cajado de Alfia, não era versado para segurar um cajado, ele era um guerreiro, as magias que ele tinha não seriam melhoradas pelo cajado de Alfia, de nada lhe serviria.  

 

Conforme eles escalavam as rochas e avançavam em seu percurso, mais fácil de entender era que seria um caminho muito longo, durante a escalada eles notaram pequenas foças ao redor da areia rochosa, como se alguma coisa tivesse aberto ou escavado caminho a força entre as pedras, era uma toca grande o suficiente para um adulto caber.  

 

- Está ouvindo isso? - perguntou Alfia ao continuamente encarar o buraco no caminho, seus sentidos haviam captado um pequeno rosnado dentro daquele lugar, não parecia bom.  

 

- Eu não escuto nada, o que você sentiu? - Zald não possuía os atributos sensoriais que Alfia tinha, ela era como um farol de sensor, podia captar o menor dos sinais e ruídos, se ela havia notado alguma coisa dentro das crateras, é melhor que fosse resolvido de antemão.  

 

- Isso me dá uma sensação ruim. - ela desfez a forma de seu cajado e voltou a ser uma varinha que aumentava ainda mais seu atributo base, seus olhos foram abertos por um momento e uma cor avermelhada como sangue refletiu em íris, Zald tomou uma distância segura de onde a mão de Alfia estava direcionada, a cratera. 

 

- Incinerar. - ela exclamou com uma grande quantidade de energia em sua palma, quando terminou de recitar seu feitiço, uma imensa lavareda de fogo escapou de sua palma estendida e foi diretamente para aquele lugar de onde havia saído um barulho estranho. 

 

Ela aguardou alguns segundos em silêncio, e seus ouvidos captaram um barulho maior de dentro daquele lugar maldito. Um imenso rugido ecoou naquele lugar e um terremoto começou a borbulhar sobre o solo.  

 

Um pouco acima deles uma mão enorme com garras e escamas alaranjadas abriu caminho sobre a areia e a rocha, era um lagarto subterrâneo, e um adulto para piorar, se o tamanho de suas garras não fossem indicativos o suficiente.  

 

Assim que Alfia notou a cabeça da criatura começar a sair da caverna, ela começou a novamente canalizar sua magia de fogo, Zald havia sacado sua espada e já estava com sua magia sobre efeito, uma magia de reforço seria bom para ele.  

 

- INCINERAR! - com mais veemência Alfia disparou uma quantidade enorme de fogo sobre sua palma, visando o rosto retangular daquele lagarto laranja e enorme, ela podia ver sobre as chamas que havia conseguido com certo êxito derreter parte do rosto da criatura, mas não foi o suficiente.  

 

Quando ela iria tentar mais uma vez, colocando mais força em sua magia elementar, as outras covas começaram a soar em rugidos e lagartos menores começaram a sair aos montes, uma horda inteira.  

 

- É a porra de um ninho. - exclamou Zald se colocando ao lado de Alfia e cortando um lagarto que era facilmente maior que um cão infernal da masmorra que iria atacar Alfia durante sua conjuração.  

 

- Se abaixe agora! - Alfia estendeu suas duas mãos para o alto, as duas mãos canalizadas com chamas enquanto ela girava seu corpo em círculos e queimava todos os arredores, a magia havia feito um bom trabalho, mas eles ainda eram numerosos demais para que apenas uma dessas fosse o bastante  

 

- Uma ajudinha?! - exclamou Alfia irritada com a situação, Zald levou isso como sua deixa e usou sua habilidade de provocação para atrair o foco daqueles lagartos para ele, até mesmo aquele grandalhão desviou sua atenção de Alfia para ela, agora que ele havia saído completamente de sua toca.  

 

- Vamos ver como você lida com isso. - com o tempo precioso que Zald havia lhe comprado tempo suficiente, ela havia gerado energia o suficiente dentro de seu colar, teria que servir nessa situação. Ela congelou toda aquela área da montanha, não sobrando um único lugar que não estivesse sobre o mais profundo gelo, era uma magia forte por si só, somada a potência extra que seu colar lhe ajudava, era impossível para quebrar algo ali. 

 

Ela sentiu uma leve tontura com isso, se colocando do joelhos ela viu Zald se aproximar dela para lhe ajudar a se manter de pé, ambos olharam ao redor e notaram que nenhuma criatura daquele lugar havia escapado da prisão congelante de Alfia, mas ela havia se desgastado muito com isso.  

 

- Eu não queria usar isso tão cedo. - disse a mulher com as mão sobre o coração, estava acelerado demais devido ao desgaste de seu núcleo mágico. - Precisamos sair daqui o mais rápido possível, é uma área muito aberta, e as copas não vão até muito adiante.  

 

Zald ajudou ela se manter de pé e colocou suas mãos sobre ela, para que ela não caísse, eles subiram o caminho repleto de gelo e monstros congelados, em busca de um lugar que pudessem ao menos estar fora da vista daqueles monstros. Mas agora não era hora de pensar nisso.  

 

- O que não fazemos por aqueles que amamos, não? - ela resmungou para si mesma, apesar de Zald em seu coração ter concordado totalmente.  

 

O que eles não fariam por aquela criança?  

 

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Helun após ter tido aquela pequena luta degradante com aquele cachorro, havia tomado rumo em direção as paredes de Orario. Já que não houve mais nenhuma intervenção de ninguém para lutar contra ela de novo, ela seguiu sem problemas, passando pelas ruas sem se importar com mais nada, porém conforme ela sentia o cheio das mais variadas delícias que Orario possuía ela não pôde evitar de escutar alguns barulhos de seu estômago, ela não havia se nutrido o suficiente para o dia, infelizmente.  

 

Ela decidiu que queria algo com seu coelho hoje, já que estava com fome e estavam longe de casa, ela iria recolher seu amado das garras daquela megera loira e iriam ter um tempo agradável com ele, mas isso depois que Bell estivesse pronto pra isso, ela encarou as imensas muralhas ao final da rua e começou a escalá-las graciosamente, pegando impulso sobre as construções ao redor, chegando ao pico ela já podia ver que desta vez aquela elfa hipócrita estava lá, mas ao que parecia estar apenas observando.  

 

Ela se aproximou sobre a borda da muralha até chegar perto o suficiente para que Bell notasse sua presença, ela notou que ele ainda estava em sua sessão de treinamento com aquela indigna, ela tomou acento sobre a borda e se dispôs a observar os dois.  

 

Ao que ela podia ver aquela loira havia decidido que com o aumento de seu nível ela seria ainda mais descuidada, se é que isso era possível, aos olhos dela era claro que Aiz não estava lutando com quase nenhuma cautela real, e que Bell não parecia saber ou se importar em nada sobre isso, para piorar a situação já horrível.  

 

Depois dele ter aumentado seu nível ela orou para todos os céus que ele desistisse de treinar com a princesa das espadas, e decidisse treinar com ela, ela poderia lhe ajudar mais do que apenas lhe agredir, isso não era as ações de uma mentora, eram as ações de uma demente total.  

 

- Veio pra observar também? - Helun se viu olhando para a elfa que estava um pouco mais a frente, mas deve tê-la notado vindo devido Helun não ter se preocupado em mascarar sua presença. - Ei eu estou falando com você! 

 

Como se Helun estivesse minimamente preocupada o suficiente para responder a elfa com algo digno. - Eu notei, e não me importo.  

 

Assim que ela respondeu isso ela voltou a ficar em silêncio, mas Lefiya não aceitaria ser destratada assim.  

 

- Por que você é sempre tão arrogante? Eu só vim te cumprimentar! Já que estamos treinando o seu amigo aqui! - ela apontou para Bell, mas assim que ela disse que Bell era seu amigo os olhos de Helun lhe encararam com frieza.  

 

- Não somos meros amigos, sua peste de orelha pontuda! - Helun odiava a ideia de uma elfa inferior sequer se direcionar a ela, quanto mais julgar erroneamente a relação de amor que tinha com Bell. - Ele é meu! Estamos acima da amizade!  

 

Os olhos negros e raivosos de Helun forçaram ela a dar alguns passos para trás, por que ela ficou tão irritada com seu comentário? Eles eram da mesma família mas não eram amigos? Que espécie de lugar era esse que essa Deusa Freya geria onde os próprios camaradas não se gostavam? Ela pensou em dar um pedaço de sua opinião sobre isso, mas vendo o olhar de Helun sobre ela optou por não fazer isso.  

 

Mas agora ela tinha ouvido uma parte mais interessante.  

 

- Ele é seu? - ela perguntou curiosa. - Ele é seu o quê? Você disse que não são amigos.  

 

Helun tencionou seriamente em simplesmente nocautear aquela elfa, pelos Deuses por quê elfos tinham essa porcaria de natureza curiosa com coisas que não lhes diziam respeito. 

 

Mas ela não faria nada, mas também não responderia, ela decidiu voltar seus olhos pro seu namorado, ou homem, ou qualquer coisa que estivesse OBVIAMENTE ACIMA DA AMIZADE, inferno! Amigos?! Eles eram muito mais do que isso agora!  

 

- Não vai mesmo nem falar comigo? Eu estou tentando manter uma relação pelo menos normal entre nós. - comentou Lefiya, não desistindo da ideia de tentar se aproximar daquela garota, era um desafio no entanto.  

 

Helun suspirou em aborrecimento de mais uma vez ter que desviar sua atenção para que tivesse paz.  

 

- Escute bem, peste pontuda. - ela ergueu a mão sobre o rosto da elfa. - Não existe relação normal entre nossas famílias, o mero fato de eu estar na sua presença já é um acontecimento que só é possível porque um dos nossos aceitou fazer caridade com vocês!  

 

Lefiya sentiu seu corpo queimar em raiva, como ela ousava? Eles recebendo caridade? Era o oposto!  

 

- Somos nós que estamos o acompanhando em seu treino, estamos o ajudando a crescer! Como isso pode ser receber caridade? - ela apontou o erro lógico da garota, mas Helun se referia a outras coisas.  

 

- Ele está na presença de vocês, filhos de uma Deusa que só aceita a inveja e a trapaça como aliados verdadeiros, ter que se envolver com uma de vocês todos os dias é um sacrilégio além da conta pra mim! Eu sou contra esse treino desde o início! - ela ergueu sua voz para a elfa, não se importando com mais nada além de se fazer entendida. - Francamente, nossas famílias não foram feitas para partilhar laços normais, nossa única relação normal é a disputa.  

 

- Então por que ele é tão diferente do resto de vocês? - ela apontou para o coelho, e a loira, ambos completamente alheios ao mundo envolta. - Ele é tão bonzinho, diferente do resto de vocês, só sabem xingar e serem grossos como marfim!  

 

Helun ergueu a sobrancelha, em descrença. - Com o tempo ele mesmo irá perceber que é perca de tempo se envolver com vocês, ele só está treinando com uma de vocês para passar o tempo, nada além. - ela afirmou convicta, tinha certeza que assim que Bell percebesse que aquela garota não era boa o suficiente, ele prontamente iria cortar os laços entre eles, ela tinha certeza.  

 

- Eu realmente odeio você. - Lefiya exclamou com uma raiva honesta em seu coração, como podia alguém tão ignorante como Helun existir? Será que era por sua força que ela tratava os outros assim? E outra, se ela tratava apenas os mais fracos assim, por que ela não era grossa com Bell também? Ele merecia tratamento especial por serem da mesma família? Na visão de Lefiya Helun era desagradável até com ela mesma! 

 

- Nossa, eu estou além da honra de ser odiada. - Helun a descartou, mas ficou mais contente ao ver que a outra desistiu da ideia de lhe incomodar, com isso ela foi capaz de prestar atenção em seu querido coelho mais facilmente, já que a peste pontuda se sentou onde estava antes.  

 

Porém para sua infelicidade, graças as intervenções daquela... Porcaria de elfa Bell havia a notado agora e decidiu que o treinamento com sua mestra havia dado um fim por hoje, mas estava tudo bem para Helun no momento que viu que a primeira coisa que Bell fez ao notar sua presença foi ir até ela em passos apressados.  

 

- Oi. - ele sorriu pra Helun e segurou suas mãos. - Está aqui há muito tempo? Eu não vi você.  

 

Helun gostaria de lhe dizer que não havia problema nisso, ela estava bem apenas de estar perto dele.  

 

- Não se preocupe, eu cheguei há pouco tempo. - ela sorriu para seu coelho, mas o sorriso rapidamente sumindo quando aquelas duas se aproximaram deles.  

 

- Você já vai acabar? - Aiz havia parado de lhe atacar assim que Bell havia notado a presença da garota de cabelos prateados, Aiz havia notado que ainda não era uma noite absoluta, o sol ainda estava se pondo, eles haviam parado mais cedo do que o normal, para seu descontentamento.  

 

Não que Bell sequer pensasse que isso incomodava a mais velha. - Sim, acho que está bom o suficiente por hoje, mais uma vez obrigado por me acompanhar. - ele se curvou para a loira, e se voltou para Lefiya, somente com isso ele notou que Lefiya parecia estar de mal humor. - Você está bem? 

 

Vendo ser questionada se estava bem, Lefiya fez o possível para se manter estável com quem não tinha culpa de nada. - Não se preocupe com isso, apenas sono.  

 

- Eu entendo, está quase noite afinal. - Bell aceitou facilmente a desculpa da outra, não percebendo que antes tanto Helun quanto Lefiya haviam discutido. - Ah, antes que eu me esqueça, amanhã não iremos treinar.  

 

Aiz sentiu como se um baque tivesse a acertado, ela não iria treinar? Então... O que ela faria no dia? E por que ele não iria treinar com ela amanhã ? Ela havia sido muito rude? Ela havia passado dos limites? Será que ela se conteve demais mesmo agora e ele estava insatisfeito?  

 

- Eu tenho outros planos para amanhã, então amanhã não iremos nos encontrar aqui. - respondeu Bell sem se dar conta do frenesi absoluto que havia levado duas pessoas.  

 

Para Aiz, era como se o mundo tivesse acabado em fracasso, seu primeiro aluno não gostava dela como mentora e havia desistido dela, e para Helun era a trompete dos anjos dando-lhe a graça, ele iria tirar o dia de amanhã para perceber que aquela indigna não valia de nada e nunca mais iriam nem dividir o mesmo ar!  

 

- Mas... Mas você não gosta de treinar comigo? - ela questionou com uma voz um pouco mais triste do que queria soar, quase miserável.  

 

- Eu gosto muito de treinar com você, você me lembra uma pessoa que é muito querida pra mim! - ele exclamou convicto. - Mas amanhã eu irei treinar com Helun! - ele apontou o dedo para ela. 

 

Helun ao escutar isso deixou de sonhar acordada e voltou a prestar atenção na realidade, finalmente havia chego sua chance de provar para Bell que ela era a melhor que todos os outros! Ela lhe daria um ótimo tempo e com sorte, após amanhã Bell desistisse de ficar próximos a essas duas doninhas.  

 

- Ah... - Aiz fez o melhor possível para esconder a decepção em seu timbre, mas foi suportável ao notar que ela alguém querido para Bell, ao que parecia. - Então... Depois de amanhã?  

 

- Sim, claro Aiz. - ele respondeu se despedindo de Aiz. - Agora nós iremos nos retirar, obrigado por hoje, Aiz, Lefiya. - ele acenou para partir, deixando para trás uma elfa um pouco surpresa e uma princesa com um misto de emoções.  

 

Vendo Aiz tão chocada, a elfa sentiu que devia lhe dizer alguma coisa. - Ele só quer treinar pelo menos um dia com a própria família. Logo ele irá ficar com você, então... Se anime! - Lefiya obviamente não tinha nenhum jeito seguro de animar sua heroína do coração, mas pareceu ter funcionado, ao menos um pouco.  

 

- É... Apenas por amanhã. - ela se voltou para a elfa. - Vamos pra casa? - ao ver que a outra havia concordado, as duas tomaram um caminho diferente dos outros dois e rumaram para seu lar.  

 

Bell e Helun haviam saltado de volta para as ruas de Orario, decidindo ir tranquilamente ao invés de irem saltando de prédio em prédio. Ambos andavam tranquilamente lado a lado, Bell neste momento fazendo menos alarde de ser evitado.  

 

Ele já havia se habituado a ideia, e ele estava com Helun, que era facilmente uma pessoa muito perigosa para qualquer um.  

 

Helun estava se sentindo em êxtase pela notícia que Bell iria querer que ela o treinasse, ela poderia lhe ajudar muito mais agora, ela teria que pensar num jeito de lhe ajudar com o que ele precisasse, ela tinha algumas ideias em mente, tendo certeza que os resultados seriam muito melhores.  

 

- Helun? - chamou seu companheiro ao seu lado, olhando um pouco para baixo, Bell a estava chamando. - Você quer comer fora hoje? - ele questionou para a mais velha.  

 

Ela certamente estava com fome, ela mesma poderia pensar em convidar ele pra comer fora de casa no caminho, já que sentiria o cheiro de aromas diversos no caminho, ela estava faminta! Então ser convidada pelo seu amado certamente a alegrou ainda mais!  

 

-  É claro que sim! - ela o puxou para um abraço lateral, sem se importar com mais nada nesse mundo, ignorando que havia atraído atenção de olheiros e curiosos, ela só sentiu que queria ficar próximo a ele tanto quanto possível.  

 

Bell não se incomodou com a demonstração de afeto da namorada, e a deixou se manter agarrada a ele, ele tinha uma ideia de onde eles poderiam ir, e como ficavam abertos até mais tarde, não haveria problema.  

 

- Eu tenho um lugar em mente, se não se importa de eu escolher. - a pergunta dele para Helun não fazia mal, se ele tinha algum lugar que quisesse ir com ela, estava tudo ótimo! Perfeito até!  

 

- Guie-nos, meu bom coelho. - ela brincou com o parceiro vendo ele se encabular por ser novamente comparado com um coelho, em sua defesa eram realmente parecidos.  

 

Bell estava pensando em ir para o bar que aquela senhora Mia geria, em conjunto daquelas garçonetes gentis e agradáveis, foi sua opção mais segura, já que ele queria muito muito um mingau por agora, ele não sabia o que Helun geralmente pedia, mas lá tinha algumas opções.  

 

Os dois seguiram seu caminho tranquilos e alheios a qualquer coisa, em um silêncio confortável. Para Helun era um momento maravilhoso, poder ficar com aquele que amava tão despreocupada certamente lhe dava um aspecto bom sobre o dia, a discussão e a luta que teve com os membros da família Loki sumindo de sua cabeça como fumaça ao céu aberto.  

 

Ambos chegaram em frente ao lugar que Bell queria que eles fossem, Helun reconheceu o lugar de imediato, era o lugar de uma ex capitã da família Freya, a capitã que foi responsável por treinar Ottar quando ele ingressou na família, há muitos anos atrás. E pensar que Bell a conhecia.  

 

Helun como todos os outros membros de Freya estavam cientes que você não se afastava verdadeiramente da palavra, Freya lhes oferecia liberdade até onde ela desejava, mas isso foi nos tempos antigos, mas haviam muitos outros membros perdidos de Freya por ai, que iriam lhe ajudar conforme ela precisasse e os exigisse.   

 

Bell passou pela entrada, havia mais clientes desta vez, realmente muito mais, porém ele foi capaz de encontrar uma mesa maior ainda vazia, ele pegou na mão de Helun e rumou para lá, que não se importou nem um pouco em ser guiada.  

 

Helun olhou para aquela outra garota de cabelos prateados, tendo notado ela assim que entrou no pub, seus olhos se focaram uma na outra por alguns segundos enquanto Helun andava com Bell, reconhecimento limpo sobre uma à outra foi mostrado, Helun acenou discreta para Syr, que retribuiu discretamente também, não sendo percebida pelas colegas.  

 

- Vejo que você retornou. - uma certa elfa de cabelos loiros e olhos azuis veio lhe atender rapidamente.  

 

Bell olhou para Ryu por um momento até a reconhecer. - Ah, sim Ryu, estou de volta. - ele a saudou. - Eu gostaria de um mingua, e novamente... 

 

- Suco de mirtilho... - ela interrompeu educadamente. - E para sua companhia? - Ryu já havia visto muitas pessoas diferentes irem até seu local de trabalho, mas ela nunca em toda sua vida ali havia visto uma pessoa tão singular quanto aquela garota, ao contrário do menino que transmitia paz aquela pessoa transmitia apenas sangue e dor para todos os lugares, era seguro mesmo deixar uma pessoa que era tão solene ao lado de uma pessoa volátil? Mas realmente, não era de sua conta.  

 

- Uma porção de peixes salgados... Bem salgados... E também um suco de amora batida. - disse Helun após ver o cardápio deles, ela só havia ouvido sobre este lugar, era sua primeira vez aqui, ela olhou para os arredores um momento ou outro, memorizando as coisas. - Eu não sabia que tinha um lugar assim. 

 

- Eu também, é um lugar agradável, e a dona Mia parece ser muito legal, eu gosto daqui. - lhe explicou Bell, agradecendo Ryu que os deixou desfrutar de sua bebida e saiu para atender mesas alheias.  

 

- Isso soa como um encontro. - Helun pegou nas mão de Bell, querendo demonstrar que ela estava contente com a subita mudança de rotina. - Estou feliz...  

 

- Achei que seria legal sair com você... - ele murmurou um pouco envergonhado de ter que se explicar pelas ações, mas vendo que Helun alargou um sorriso maior, ele o devolveu. - Parece ter sido uma boa ideia.  

 

- Definitivamente. - ela se sentou mais próxima de seu coelho, querendo aproveitar todos os momentos possíveis, realmente pouco se lixando com a atenção que estava recebendo, talvez pelo emblema de suas vestes, talvez pela aproximação. - Obrigada por me convidar. - ela colocou a mão sobre o ombro de seu amor para lhe mostrar que ela estava contente.  

 

- Não há de quê, e além do mais... Eu fico feliz do meu primeiro encontro ser com você... - ele respondeu com um sorriso levemente corado, de fato estava feliz por ele agora ter alguém tão bom como Helun pra poder explorar e aprender coisas novas, como ficar ao lado de quem se ama.  

 

- Podemos fazer mais vezes? Nossa família vai entrar na exploração da masmorra em breve, teremos algum tempo livre... Então... Eu... - ela não queria soar estranha agora, mas estava falhando nisso, ela só queria ficar mais vezes assim com ele, inferno!  

 

- Eu gostaria disso. - ele respondeu, entendendo que Helun era tímida e confusa demais pra falar algumas coisas assim, era um aspecto dela.  

 

Os dois continuaram a conversar levemente um com outro, flertes leves como esperado de um casal jovem, sobre o olhar de muitos ali, ambos ficaram grudados mesmo depois que seus pedidos chegaram, Helun após ter provado de sua porção de peixes, havia pensado que revisitar aquele lugar não era uma má ideia, afinal os peixes estavam muito bons...  

 

Ambos ficaram mais uns momentos ali, mesmo quando os demais começaram a sair, já que estava muito mais escuro lá fora, Helun e Bell estavam terminando suas refeições quando uma nova presença entrou pelo pub.  

 

Uma elfa de cabelos brancos, vestindo uma armadura aberta e descabida, uma máscara em um de seus olhos servindo para a tornar ainda mais distinta da maioria dali, trajando um manto azul sobre seu corpo. 

 

No momento em que aquela elfa adentrou o bar, Helun sentiu um leve arrepio em seu corpo, como se seus poros estivessem lhe enviando sinais de perigo de todas as formas possíveis, ela fez menção de sacar sua espada, apenas no caso.  

 

Aquela elfa adentrou o lugar, e parecia ter um objetivo em mente, a mesa em que Bell e Helun estavam, ela havia achado que este momento era bom o suficiente, embora ele não estivesse sozinho, era claro pela postura dos dois que eles estavam juntos.  

 

Ela se sentou em frente aos dois sem dizer nenhuma outra palavra, sobre o olhar atônico de Mia, a dona do bar que imediatamente reconheceu quem era a elfa e queria entender o que ela estava fazendo ali.  

 

Bell não sabia os motivos daquela elfa estar ali sentada com eles, quando havia muitos lugares sobrando, mas ela não parecia ser um perigo, embora ele tivesse notado que Helun ficou tensa, sem motivo aparente.  

 

- Hm... Posso ajudar? - questionou o mais novo, sem saber o que dizer pra se livrar daquela situação atípica.  

 

A elfa o encarava como se Bell fosse uma criatura mística, o julgando e analisando como se ele fosse alguém irreal.  

 

- O que pensa que está fazendo? - questionou Helun, cautelosa mais irritada com a súbita intrusão de seu momento com ele, não era suposto ter alguém com eles, mesmo que eles estivessem de saída.  

 

A elfa ficou em silêncio por um momento a mais, ignorando a pergunta dos dois, de dentro de seu manto ela retirou uma carta e colocou sobre a sua mesa.  

 

- O que é isso? - questionou Bell ao ver a atitude de lhe entregar uma carta por parte dela, por que ela ficava em silêncio pra lhe dar uma carta?  

 

- Você é curioso... Exatamente como seu pai era. - a voz da elfa era grave, falava de uma vida sem muita ansiedade e poderosa, definitivamente. - Você certamente têm os olhos de seu pai, criança, mas os cabelos são herança de sua mãe.  

 

Foi neste momento que Helun que estava emaranhada em Bell o sentiu tremer, como se algo o tivesse atingindo, vendo o choque em seu rosto ele definitivamente estava surpreso.  

 

- Como você sabe sobre isso? - ele exigiu da elfa. - Quem é você?!  

 

De nada pareceu comover a elfa. - Quem eu sou é irrelevante até você ler a carta, criança. - ela continuou com sua estoica fala. - Pobre alma, tão longe da verdade mas tão perto da mentira. - 

 

- ... - Bell ficou em silêncio contínuo, para o temor de Helun que não esperava ver uma expressão raivosa no rosto dele, não era comum ele expressar raiva, não sobre nada, nem sobre ninguém.  

 

- Eu ire lhe dar duas opções, criança. - ela ergueu a mão sobre sua face. - A primeira delas, eu irei lhe deixar uma carta, e irei embora. - ela ergueu outro dedo. - A sua segunda opção, é que você controle a sua raiva fútil, e me escute... Após me ouvir sinta-se livre para fazer o que quiser.  

 

Diante de uma pessoa que era tão estranha pra ele, mas que deu-lhe informações de seus pais que ele havia escutado poucas vezes de sua madrasta, Bell não teve escolha a não ser permanecer sentado. 


Notas Finais


E foi isso, até.


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