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História Diamante Rosa - Peripécias da Vida - História escrita por Andry2017 - Spirit Fanfics e Histórias
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História Diamante Rosa - Peripécias da Vida


Escrita por: Andry2017

Notas do Autor


Penúltimo de hoje ;)

Capítulo 20 - Peripécias da Vida


 

  

EADLYN EVANS HAVIA SE TRANCADO NO QUARTO depois da conversa com a mãe. Precisava organizar seus pensamentos. Era difícil para ela ouvir aquilo depois de tanto tempo, aquele relato tinha lhe feito ficar com tanta raiva de seu pai biológico que se sentiu tola por ter esperado por ele todos esses anos.

       Outra coisa que a fazia se sentir idiota era o fato de não ter visto o quanto sua mãe tinha que suportar, o quanto ela precisava de apoio. America sempre se fez de forte na presença delas e isso as fez ter a errônea ideia de que ela era inabalável.  Agora sabiam que não era assim.

      Um exame, amanhã teria que fazer um exame de DNA, depois de tanto procurar, ela finalmente sabia quem era seu pai, porém, isso não a deixou alegre. Não tinha como deixar depois de saber o quanto sua mãe tinha sofrido por ele e ainda sofria as consequências daquela armação cruel. Mesmo que ele tivesse caído naquilo, ela não conseguia evitar a raiva e muito menos deixar de se perguntar se conseguiria olhar para ele.

Maxon Schreave.

     Ela murmurou baixinho olhando para o nome dele abaixo da foto, e completou.

Maxon Schreave é meu pai.

      Apertou a almofada entre os dedos. Ela tinha um pai que depois de dezoito anos foi que resolveu procurar por ela, um pai que permitiu que sua mãe fosse humilhada por uma cidade inteira.

      Olhou para a foto. Ele era bonito, "por fora, ao menos" murmurou ela para si enquanto seus dedos brincavam com o colar de diamante, já não achava mais aquela droga tão bonita. E uma pergunta subjugava todas as outras “por que só agora ele resolveu me procurar?”.

         Em seu quarto, Sophia também se perdia nos próprios pensamentos. Vicky não gostou, sua dona já estava a cinco minutos segurando aquela bolinha rosa e nada de jogar para ela poder apanhar e nem nada de ir lá fora.

         Sophia repassava mentalmente o que America havia dito. Pensava em sua mãe verdadeira e na mãe que a vida lhe deu, o quanto as vidas das duas tinham sido entrelaçadas desde sempre. E pensava em Eadlyn também, sabia o que era se decepcionar com um pai.

         As duas tinham também um pensamento em comum. America, e esse pensamento as fez procurarem uma pela outra algum tempo depois, eram as filhas, tinham que saber como lidariam com a mãe.

 

 

 

 

           Pela primeira vez desde que chegou, Maxon Schreave não se sentiu incomodado pela lentidão do trânsito de Nova York. Estava até agradecendo por ter um tempo para pensar antes de chegar em casa, tinha terminado de entregar os demais pedidos.

    Os olhos ainda estavam um pouco vermelhos e ele continuava tenso. Se o intuito de America era lhe atingir com aquelas palavras, ela tinha conseguido. Achava incrível o quanto ela tinha mudado. Era agora uma mulher frígida e irônica, nem parecia mais a garota que ele conheceu, ou melhor, achava que tinha conhecido. Não tinha parado para pensar em como aquilo tinha sido para ela, America havia deixado Londres pouco tempo depois.

     Seu pai havia feito questão de especular que ela havia ido com algum amante. Kriss era outra decepção na visão de Clarkson, desde que saiu do país havia perdido totalmente o respeito que tinha por ela. Por algum tempo, Clarkson tinha considerado Kriss como uma segunda opção caso não desse certo juntar seu filho com Daphne, depois da falência quase total da família Ambers o interesse foi perdido.

E sobre Eadlyn?

    America havia confessado, restava tirar a prova. E ele não sabia bem o que estava sentindo. Se por um lado queria tirar aquela história a limpo, por outro lhe atormentava a ideia de jamais ter levado a sério a possibilidade de Eadlyn ser realmente sua filha antes de rever aquele colar.

       Reencontrar America não tinha lhe feito bem, quanto mais ouvir tudo o que ela disse, parecia real demais e se fosse atuação, foi perfeita demais. Em sua visão, ela tinha detalhado muito bem o quanto aquilo tinha sido pior para ela, coisas que ele só poderia imaginar. E ainda martelava em sua cabeça os dados do dossiê de Alessandra.

      Seria aquilo tudo uma tentativa dele de se iludir? Ou havia mesmo a possibilidade de aquela mulher que se encontra presa ter se passado por America dezoito anos atrás? Se olhasse bem, não via muito sentido naquilo.

Sabia que seu pai não gostava de America, sim, ele havia assumido e explicado seus motivos. Mas daí a fazer um escândalo daqueles só para se livrar dela? Clarkson Schreave, seu pai, seria capaz de acabar com a reputação de alguém para satisfazer o próprio ego?

      Esses pensamentos vinham junto com as lembranças de mais cedo. Dava para ver no rosto de America o quanto ela sentia raiva dele, dava para sentir parte de sua fúria quando ela começou a lhe atirar objetos e o quanto ela parecia triste quando começou a chorar, além de tapar os ouvidos.

    Uma coisa eliminava a outra? America tinha dado a entender que Eadlyn era mesmo sua filha, mas isso não significava que havia uma sósia no meio daquilo. E depois de tanto tempo e de ter finalmente a ouvido falar desejou ter feito algo para diminuir tudo aquilo que ela relatou.

Suicídio.

    Ela disse ter tentado uma vez, nesse extremo ele jamais chegou. Percebeu que mesmo que Eadlyn não fosse sua filha, e que o mais provável fosse que aquelas fotos eram sim verdadeiras aquele "castigo" tinha excedido todos os limites, Maxon jamais desejou a morte ou a desgraça dela.

Teve é claro muita raiva, mas se contentava com o fato de não a ver mais, não queria a ruína dela e se sentiu realmente idiota quando falou com ela.

    Por muito tempo a teve como a errada da história, agora mesmo que ela realmente fosse, podia ver que o que fizeram, que o que ele fez, tinha sido cruel demais.

Eadlyn.

Eadlyn.

     Esse nome ainda martelava, insistiu no exame, mas depois de tanto tempo o que aquilo significava? Se desse positivo como America disse que daria, como seria? Sua filha seria uma estranha para ele e ele era um completo estranho para ela.

      Tão estranhos quanto ele e America. Mais que ironia a ver naquela mansão, rica, coberta de joias, combinando perfeitamente com a imponência daquele lugar. era agora uma mulher fina, de bom gosto. E parecia muito mais perigosa ali, naquela posição, quase como se fosse a dona daquele lugar.

     Tinha dificuldades sérias em assimilar aquilo. Achava muito estranho tamanha generosidade para com uma ex-esposa, tendo em vista os padrões indianos. No entanto, ele não a conhecia mais mesmo, então não poderia saber que tipo de interesse havia ali, amizade somente de certo não achava que fosse.

     Com a mente quase entrando em pane ele finalmente chegou no portão da casa dos pais. Desceu do carro e ele mesmo teve que abrir o portão de ferro, o vasto protocolo de segurança já não existia mais, eram agora pessoas comuns.

     No fim, a vida também parecia os ter castigado.  De uma mansão em área nobre de Londres, seu pai havia ido parar em uma casa compacta, dois andares, mas não era nem a sombra da mansão Schreave.

         Quando entrou, viu a mãe limpando a estante, tirando o pó de bibelô por bibelô em assustadora calma, distraída com aquilo ou tentando postergar o serviço. Amberly Schreave foi a que menos sofreu com o impacto da falência, não reclamava muito disso e até dizia que seria uma "transição passageira" que logo iria se normalizar.

  Porém, recentemente estava andando um pouco tensa, mais calada e distraída.

    Ocupava-se no momento em organizar a pequena sala o melhor que conseguia. Pusera cortinas cremes, espelhos para criar uma ilusão de amplitude, fotos de família expostas em quadros estrategicamente postos de modo a cobrir imperfeições nas paredes acinzentadas.

    Isso tinha lhe tomado bastante tempo, agora, no entanto, não se incomodava em receber visitas em sua casa.

— Mãe?

    Maxon chamou e Amberly quase deixou cair o pequeno cisne de porcelana que tão cuidadosamente estava limpando.

— Não vi você chegando.

  Respondeu ela com um sorriso guardando o cisne junto com os outros do conjunto, perto dos livros de Direito do marido. 

    Maxon deu um beijo na bochecha da mãe e perguntou pelo pai. Amberly disse que ele estava no quarto, indisposto.

Indisposto.

   Clarkson tinha andado bastante abatido ultimamente, problemas demais ocupavam seus pensamentos e subjugavam suas forças. a falta de dinheiro representava para ele muito mais do que a perda de luxos e privilégios. Era uma dor de cabeça constante, uma dor que sua nora preciosa fazia questão de aumentar.

    A mineradora era o carro-chefe de sua fortuna, herança que era seu grande orgulho, apesar de ter seguido carreira também pelo Direito, gostava bastante da adrenalina daquela profissão e perdeu a conta das vezes em que lidar com as leis lhe foi útil.

  No entanto, seu cargo de juiz havia ficado insustentável no meio de tantos processos. Restava a ele ver o que conseguia com seus "amigos". Ainda tinha cartas na manga, cartas que estava analisando com muito cuidado antes de jogar. Não, definitivamente não ficaria para sempre no fundo do poço, não admitiria isso jamais, voltaria a ter seu império, custasse isso o que tivesse que custar.

— Pai, preciso perguntar uma coisa e precisa ser agora.

      Maxon disse quando entrou no quarto. Seu pai estava na cama, um copo de uísque na mão e uma carranca no rosto.

— Sobre o que?

— America.

  Clarkson quase deixou cair o copo ao ouvir aquele nome.

America.

America.

       Aquela mulher era um problema desde o dia em que nasceu. Maxon, no entanto, não sairia dali sem ouvir a resposta para o que veio perguntar. Clarkson percebeu isso e esvaziou de uma vez o resto do copo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A vida atirar alguém no chão é algo que acontece com certa frequência. Muitas vezes como se fosse um rito de passagem. Agora, a decisão de ficar no chão ou se levantar varia de pessoa para pessoa, além de claro, a forma como vai se levantar.

Daphne Schreave decidiu tirar a poeira de seu vestido, ajeitar os cabelos, recolocar os sapatos e levantar do chão frio.

Alheia às dúvidas de seu marido, foi atrás de resolver a sua própria vida. De maneira alguma ela ficaria muito tempo naquela miséria, ou mesmo permitiria que sua filha ficasse. Não, isso não era de seu feitio. Em sua escalada de volta à ascensão social decidiu visitar um velho amigo.

— Me dê um bom motivo para contratar uma oportunista como você.

    Foi a pergunta de Sebastian Werneck para ela. Em sua cadeira giratória ele encarava a bela mulher à sua frente. Daphne já tinha lhe feito algumas chantagens. Por vezes ameaçou revelar algumas de suas aventuras extraconjugais para a mulher dele.

     Ao invés de baixar o olhar para escapar daquele riso de escárnio, Daphne manteve os olhos fixos nele. Werneck tinha quarenta e cinco anos, pele escura e barba por fazer. Era um homem bonito ainda, apesar da calvície já incomodar, era um empresário bem sucedido com uma vida cheia de amores platônicos. Dono da maior empresa de eventos da cidade.

     Daphne encarou a porta encostada por cinco segundos antes de ir até ela e fechar à chave. Então caminhou lentamente até a mesa e se sentou de frente para Sebastian, cruzando as pernas grossas e subindo dois dedos da saia de couro vermelho.

— Nostalgia? — sugeriu ela com um sorriso sedutor, os lábios vermelhos eram provocantes o suficiente para fazer Sebastian considerar a oferta — Seja razoável, sabe que sou boa nisso. Lido bem com as pessoas.

   Ela insistiu. Não sairia dali sem aquele emprego, era seu trampolim. Werneck não lhe satisfazia o ego, queria alguém mais interessante e sabia bem onde achar.

— Disso não tenho dúvidas.

 Concordou ele ainda ponderando sobre. Além de ser absolutamente sedutora, Daphne de fato lidava bem com grandes eventos, seus desfiles e lançamentos de suas roupas em Londres não deixavam dúvidas disso.

— Então, o que me diz? Nós formamos uma boa dupla, admita, Bas.

     Disse se inclinando para ele e brincando com a gravata, o "Bas" que saiu de seus lábios soava como música aos ouvidos do empresário. Aquele tímido resquício de sotaque francês lhe levava ou delírio.

— Qual o teu interesse? Não tente me passar para trás porque eu não sou o corno do teu marido. Não é o salário que te trouxe aqui e eu não sou burro de assumir uma vadia como você.

     Daphne fingiu que não ouviu e continuou com as carícias, saiu da mesa e sentou no colo dele. Sabia bem como conseguir o que queria, e como não tinha intenção nenhuma em se fazer de boa moça com quem sabia de seus truques não protestou. Ao contrário, abriria o jogo e com sorte outras coisas também.

— Eu se fosse você estaria me tratando com muito zelo, reconheça que não é todo dia que tem uma mulher como eu nos teus braços. Aquela sonsa da tua esposa não chega aos meus pés.

Esnobou ela no auge de sua vaidade.

— Talvez não em experiência.

Concordou o outro com os olhos brilhando em malícia.

— Quero conhecer a alta sociedade de Nova York, deve haver alguém com uma visão de futuro melhor que a sua.

   Ela explicou. Seu casamento já não era mais lucrativo, o gosto da vitória já tinha se tornado enjoativo e ela estava decidida a se reerguer.

— Para te bancar a pessoa tem que ter uma péssima visão.

— Isso não é de sua conta, é? Veja minha proposta, — sussurrou ela deslizando as mãos pela coxa de Werneck e subindo devagar por ali — nós nos divertimos, eu te vendo meus dotes artísticos, você abre as portas para mim, eu fisgo algum trouxa com muitos dígitos na conta e te dou uma gratificação. O que me diz?

   Entre um gemido e outro, Werneck segurou com força o queixo de Daphne e murmurou:

— Me ameaça de novo que eu acabo com essa tua marra, francesa desgraçada.

— Estou contratada?

Perguntou rindo, tinha certeza absoluta que sim.

— Me convença.

    Meia hora depois Daphne estava assinando seu contrato. Sorridente, voltou para casa com seu adiantamento, aquilo deveria calar a boca de Megan por uns dias. Precisava dar um jeito de se livrar daquela mulher e logo.

       Seu sorriso só foi desfeito quando buscou a filha na escola. A mandou subir para se trocar e teve tempo de se jogar na cama com o celular. Sua mania de querer estar bem informada havia lhe tomado parte de sua glória. A notícia de que Raj Sundrani havia comprado um conjunto de joias milionário para presentear "uma dama misteriosa" tinha deixado sua boca seca.

     America estava morando com ele, e para Daphne aquilo não tinha nada de misterioso. Engoliu a raiva, jogou o celular de lado, foi para a cozinha preparar algo para Camille. Depois terminaria de lapidar mentalmente sua ascensão triunfal, afinal, se America conseguiu, ela conseguiria até mais, não?

...


Notas Finais


Daphne, Daphne...
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