Meus olhos pousam em cada detalhe de seu inocente e angelical rosto. Por quê ele tinha que ser tão demasiado belo?
Respiro fundo e desvio meu olhar para minhas mãos levemente calejadas por causa dos longos anos de trabalho duro.
— Dificilmente saio com pessoas mais novas — confesso e dou mais um gole em minha bebida. Ele ri soprado.
— Dificilmente? Quer dizer que tenho chance?
Me encosto no banco do bar e dou de ombros, procurando com os olhos algum ponto que não fosse seu rosto. Ezra é muito tentador, e eu não queria ficar com uma ereção evidente em um lugar cheio de pessoas. Evito o encarar.
Saí para esfriar a cabeça por causa de um relacionamento mal acabado e um garoto de dezenove anos e com certeza sem experiência nenhuma está flertando comigo.
— Não me leve a mal garoto, mas você está no auge de sua juventude e precisa aproveitar. Se eu ao menos eu fosse mais novo, eu faria.
— Quem disse que não estou aproveitando? — perguntou e noto suas bochechas corarem. Sorrio levemente de canto com sua timidez.
— Está aproveitando flertando com um homem com o dobro de sua idade? — ironizo tentando não ser rude.
— Cada pessoa tem um jeito de aproveitar a vida. Qual seria o seu?
— Trabalho e sucesso — respondo calmamente enquanto dou mais um gole em minha bebida.
— Legal — disse rapidamente. Percebi que era ironia e damos risadas quando nos encaramos.
— Eu sei que não é uma coisa muito legal de se ouvir ao ser tão jovem. Quando chegar em minha idade, talvez entenda.
— Esperava algo mais revelador — indagou sugestivo. Eu o encaro seriamente. Já sabia onde essa história dele iria levar. Então resolvi jogar o clássico jogo.
— Tipo o quê? — dei corda. Ele sorrio timidamente e esfregou as pernas como um desconforto em suas partes íntimas. Ele estava excitado.
— O que acha de sexo sem compromisso?
Empurro meu copo para o barman indicando para ele colocar mais um pouco e suspiro pensando na resposta.
— Anos atrás eu curtia. Hoje em dia vejo mais como algo sem conexão. Prefiro ter mais intimidade com a pessoa do que já partir pro sexo — respondo honesto.
Até me surpreendo a facilidade em que eu digo isso. Normalmente eu não revelaria algo assim. Talvez a bebida esteja me afetando mais do que eu imagino.
Ele acena com a cabeça atento ao que eu disse.
— O que define intimidade pra você?
Sorrio de lado e ajeito melhor minha postura, focando na parede atrás do Barman que sacudia as bebidas.
— Não sei se você entenderia. Você é jovem — respondo o provocando. Ele cora e quase se engasga com a bebida.
— E-eu entenderia. Não me subestime.
Eu reúno coragem e falo firme:
— Química e atração. Dos dois lados. Um sem o outro não rola pra mim — respondo e o encaro. Ele acena lentamente com a cabeça e morde os lábios trêmulos.
— Está com frio? — me escapou ao notar. Ele se mexe em seu banco e se vira totalmente pra mim, com as pernas direcionadas em minha direção. Agora eu tinha totalmente seu corpo a vista.
— S-sim — gaguejou e eu aperto meus olhos. Ele está mentindo. Nem frio estava aqui, pelo contrário. Lugar lotado é assim, sempre quente.
Ele solta um suspiro preso e tampa o rosto vermelho — Não, na verdade não. Desculpe. É que normalmente eu não fico tão nervoso assim.
— Primeira vez conversando com uma pessoa mais velha que você? — brinco tentando aliviar seu nervosismo. Ele ri suavemente e franze a testa.
— Não, claro que não. É que...droga! — disse ainda vermelho e termina de beber sua bebida que estava na metade. Eu noto seus dedos tremendo levemente na borda do copo.
Adorável. Inocente. Sexy.
— Tudo bem garoto. Foi bom conversar com você. — eu digo enquanto me levanto e deixo dinheiro suficiente para pagar minha bebida e a dele.
Ele me olha surpresa e meio triste.
— Já vai?
— Sim, tá tarde e não quero acordar com uma puta dor de cabeça.
Ele riu suavemente e se levantou também.
— Posso te acompanhar até a saída? — disse esperançoso. Eu aceno. O Barman pega o dinheiro e nós despedimos.
Enquanto caminhamos entre as pessoas dançando, nossos corpos se encostam. Nossos peitos se tocam suficientemente para que eu sinta seus mamilos endurecidos. Mordo meus lábios tentado e tento expulsar os pensamentos sujos em minha mente.
Já na saída eu sinto a brisa do vento soprar em meus cabelos e observo que agora, Ezra, ele está com frio.
— Obrigado pela bebida — agradeceu. Eu aceno e retiro meu terno, já para colocar em seus ombros. Ele nega recuando um pouco enquanto faz um beicinho adorável.
— N-não, não precisa obrigado, você já fez muito.
Eu ignoro seu pedido e coloco em seus ombros. Meus dedos roçam em sua pele macia e sinto a eletricidade. Ele parece sentir também, já que seus olhos buscam os meus.
— Adeus Azra — digo enquanto me afasto minimamente de si, mesmo não querendo. Quando me inclino para dar um beijo em sua bochecha ele vira o rosto e nossas bocas se encontram. E começa um beijo forte e necessitado. Apesar de adorar sua boca na minha, ele não sabia beijar. É inexperiente.
Eu assumo o controle de sua boca e afasto um pouco nossos corpos para diminuir a velocidade de como estava acontecendo e eu conseguir controlar a intensidade.
Sua língua invadia minha boca descontroladamente, rodando em círculos. Tão apressado...ele queria intensidade e se perdia totalmente. Eu agarro seus cabelos o puxando para trás e separando minimamente nossas bocas. Seus olhos ardiam de tesão. Hormônios.
Eu volto a beija-lo agora enrolando minha língua na sua, com calma e experiência, o guiando como fazia.
Após uns segundos experimentado o beijo mais calmo, ele começa a querer ir mais forte e intenso. E eu cedo.
Nossas línguas se entrelaçam novamente enquanto eu agarro sua nuca e sua cintura, o puxando mais perto aprofundando o ósculo.
Ele geme durante o beijo intenso, enquanto eu mordisco seu lábio inferior com uma leve pressão. Nós separamos com falta de ar.
E eu sinto sua testa encostada na minha, enquanto sua respiração se torna regular.
Sorrimos maliciosamente juntos enquanto eu afasto nossas cabeças e noto seus lábios inchados e vermelhos. Deliciosamente são.
— Queria isso não é? — pergunto acariciando suavemente sua bochecha vermelha.
— Sim, muito — assumiu enquanto se inclinava para meu toque e me encarava com os olhos brilhando.
Foda-se. Eu quero ele.
— Entra no carro Ezra — digo firme e caminho até meu carro e abro a porta. Ele sem questionar, entra rapidamente no banco de passageiro enquanto eu fecho a porta e dou meia volta.
Essa noite será muito reveladora tanto para mim quanto para o meu menino Ezra, porquê essa é a diferença entre nós, a idade. Única. Mas isso não importa para mim agora, nem para ele. Pois nosso desejo um pelo outro é igual. E isso poderia até virar algo a mais. Olha só eu, sendo hipócrita. Mas eu não podia negar o que queria. E nem ele.
E isso sim é importante.
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