Como o ferimento de Makoto era mais fácil de ser tratado, ela podia andar tranquilamente pelo hospital, isso possibilitou que Katsura e ela pudessem se encontrar muitas vezes nos corredores e trocarem palavras entre si, mesmo que poucas. Em alguns momentos durante a pausa dos enfermeiros, Makoto pode ficar com Katsura, conversando, rindo e se divertindo. Ele sempre a visitava em seus horários noturnos quando não estava fazendo nada, para checa-la. E sempre continuavam a conversar, sobre qualquer assunto que vinha na mente dos dois. Também fazia isso com Takasugi. Katsura, de acordo com o que Takasugi observou, parecia mais animado e bem mais aberto com as pessoas do que antes. Makoto quando não podia atormentar Bruna, visitava Takasugi e tentava extrair qualquer coisa dele sobre o ocorrido, mas era impossível ele dizer qualquer coisa. Era reservado, calado, não se abriria fácil, não para ela, não agora. Mesmo assim não desistiu de perguntar sobre quando estavam sozinhos em seu quarto. E ambos os feridos continuaram a ser visitados pelo grupo: Sakamoto, Gintoki, Katsura e Rei. Eles se enturmaram tão rapidamente que pareciam se conhecer a anos. Gintoki e Rei foram se dando muito bem, pareciam até dois melhores amigos de longa data enquanto toda piada que Sakamoto contava somente Makoto ria e vice-versa. Katsura e Takasugi não choraram mais e ninguém mencionou o acidente de forma séria, mas, é claro, por parte de Gintoki não poderia deixar sair pelo menos uma única piada. Brincava com o fato de Makoto ter nomeado sua arma de “Bob”, como Takasugi foi uma “anta”, dizendo que se fosse ele tinha pressentido o que viria acontecer e:
- Nunca, jamais, teria tomado esse tiro, Takasugi. Por favor, logo você. – Gintoki brincou e Takasugi pareceu ficar bravo. Quando iria replicar o amigo a enfermeira chegou e pediu que todos se retirassem. Ela tinha até razão por estar “expulsando” o grande grupo do quarto, eram quase dez horas da noite e eles passaram quase todo o fim de semana no hospital, somente conversando e criando mais intimidade.
Takasugi e Rei muitas das vezes puderam ficar a sós. Isso se deu ao fato de ela visita-lo continuamente com o intuito de atormenta-lo, afinal, em seu primeiro encontro, Takasugi disse que nunca mais a veria. Mas ela não deixou por isso, provaria que não esse não seria o último encontro deles. Suas conversas giravam em torno de seus hobbies ou, na maioria das vezes, falavam mal de Gintoki.
- Ele é louco. – Rei dizia repetidamente enquanto Takasugi finalmente conseguia rir com ela. Entre os dois, tudo era honesto. Conseguiam fluir normalmente, até mesmo alguns assuntos não tão comuns. As risadas, a troca de olhares era sincera. Existiram momentos onde eles se tocaram, mas passavam muito rápido, pois eles logo se separavam, mesmo parecendo que era o certo a fazer.
Em uma das vezes que puderam ficar a sós, Takasugi sem querer passou um pouco do tempo segurando uma das mãos de Rei enquanto ela não sabia muito bem o que fazer. Desviaram o olhar, soltaram as mãos e Rei tentou quebrar o gelo com qualquer que fosse o assunto, mas se mostrou um pouco nervosa soltando uma risada. O que ela não contava era que Gintoki e Makoto puderam presenciar esse momento. Ambos que estavam espiando pela fresta da porta saíram andando fingindo não ter ouvido nada, mas não contiveram as risadas. Elas foram tão altas que Rei e Takasugi puderam ouvir e perceberem que estavam sendo observados.
- Parecia aquela música da Katy Perry, TEENAGE DREAM! Dois apaixonadinhos. – Makoto riu. Rei e ela estavam em seu quarto, conversando sobre o episódio entre os dois.
- Ah mas voc... – Ela tentou se defender mudando de assunto, mas foi cortada.
- Não tenta fugir do assunto, mocinha! – Makoto balançou o dedo indicador dizendo “Não”. - Eu estava lá! Eu vi tu-di-nho. – Ela pronunciou cada sílaba da última palavra com uma maior entonação. Riu novamente e continuou: - Não estava esperando isso de Rei, a mais heartless do país! Faltou só ficar vermelha, essa peste.
- Também não é assim! A gente só tocou as mãos sem querer e acabou. Fim de papo, apesar de... MAKOTO ELE É MUITO BONITO, VOCÊ JÁ PRESTOU ATENÇÃO NA CARA? E TUDO QUE ELE FAZ PARECE SER TÃO – ela deu uma pausa para respirar – SEXY! É INCRÍVEL! E SÓ NOS CONHECEMOS HÁ...
- 2 semanas.
- DUAS SEMANAS. MAKOTO ELE É MUITO LINDO!
- EU SEI, EU TAMBÉM TENHO OLHOS. SÉRIO QUANDO ELE PEGOU NA SUA MÃO PRIMEIRA COISA QUE PENSEI: “Oi amigo, poderia foder minha amiga? É pela caridade!” – Ambas riram.
- OLHA, NÃO POSSO NEGAR: QUERIA.
- SUA SAFADA!
- Parem de gritar! São quase nove horas da noite! – Um enfermeiro entrou no quarto.
..............
Algumas semanas após o ocorrido, Makoto finalmente foi liberada e pode ir para casa descansar, ou era assim que Hijikata deduziu, quando a liberou do trabalho por uma semana. A primeira coisa que fez ao chegar foi abrir o notebook e passar os episódios de Glee da terceira temporada para seu pendrive, o Bob #2. Depois disso ela começou a buscar sobre Takasugi Shinsuke, mas era quase impossível saber sobre ele na internet comum. Tudo que mostrava era sobre seu histórico com vinhos. Seu pai é um empresário da Harusame que possuía um grande nome no meio dos Sommeliers enquanto sua mãe tinha morrido em um trágico acidente de carro quando Takasugi ainda era uma criança (PEQUENO PIMPOLHO). Além disso, nada mais. Takasugi não tinha irmãos, o pai era filho único de um falecido sommelier e não tinha muito contato com a família por parte da mãe. Takasugi era ninguém, ou assim a internet comum dizia. Teria que esperar até voltar ao trabalho na próxima semana para procurar mais sobre. Era frustrante ser dispensada de um trabalho que poderia salvar sua carreira e reputação de uma vez por todas, até porque poderia estar lidando com alguém famoso. Apesar de tudo, fazia isso não somente para seu mérito pessoal, mas também para o bem comum. Afinal, a lei é para ser seguida e aqueles que a transgridam de certa forma devem pagar e a função de Makoto era fazer com quem tivesse por trás disso pudesse pagar.
Alguém bateu a sua porta enquanto tentava pesquisar mais sobre a família Takasugi e todos seus papéis estavam espalhados pela mesa da cozinha. Eram quase 2 horas da manhã, quem quer poderia ser, não deveria ter boas intenções.
- Estou indo! – Pegou a arma que escondia dentro de um cofre de baixo da pia e foi atender a porta. Quando a abriu levantou a arma já apontando para quem quer que esteja do outro lado e para sua surpresa era Hijikata Toshirou que também apontava uma arma para a cabeça de Makoto. - Toshi?- Ela abaixou a arma e ele a acompanhou. – O que está fazendo aqui? São quase duas horas da... – Bocejou.- Manhã.
- Como sempre, você está preparada. – Ele soltou um risinho e tirou o cigarro da boca. Amassou-o e o jogou no lixo ao lado da porta de Makoto. O bafo já tinha se tornado comum para ela, então não a incomodava. Mas mesmo assim, ela o proibira de fumar dentro de sua casa. – Estou aqui para te convencer a não tomar esse caso. Você deveria parar para descansar um pouco e repensar. Makoto você quase mandou seu primo para a cadeira elétrica!
- Por favor, não me lembre disso e você não vai me convencer. – Ela foi fechando a porta, mas ele segurou.
- Pelos bons tempos então? – Ele mostrou uma caixa com comida chinesa que Makoto tanto gostava e ela, institivamente, o deixou entrar. Aquele lugar era como uma casa para ele. Relembrou as noites discutindo casos com Makoto e rindo. Era um pouco nostálgico estar de volta, até porque os dois se separaram durante um tempo e não trocaram palavras, somente as necessárias durante o trabalho. Hijikata entrou no apartamento de Makoto e ela fechou a porta. Ele deixou a comida em cima da mesa e observou as várias folhas jogadas e seu pequeno notebook rosa no meio com o papel de parede escrito “Glee” em letras amarelas. Ele riu.
- Você não mudou nada. Senti sua falta. – Hijikata se virou para Makoto que segurou seu rosto e o beijou.
- Eu também senti sua falta.
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