De: Número Desconhecido
"Então loira, ainda não me respondeste porque estavas tão nervosa para teres de interromper as explicações"
Embora fosse um contacto desconhecido, eu tinha a certeza de quem mandara aquela mensagem. Por um lado, uma certa raiva ousou invadir a minha consciência e o meu olhar tomou a liberdade de se contraír de fúria. Por outro lado, uma incredebilidade e perplexidade fez-se notar no meu rosto, após tentar encontrar qualquer evidência de como é que ele fora adquirir o meu número de celular. Decidi, por final, responder à mensagem, afirmando-lhe o mesmo de quando ele me perguntara sensual e pessoalmente.
"Não tenho de te dar satisfações, Algodão-Doce. Já agora, como conseguiste o meu número?"
Para: Número Desconhecido
Aproveitei o tempo em que a resposta dele não surgia, para adicionar aquele número aos meus contactos, embora não necessitasse de o fazer, uma vez que eu saberia sempre quando seria ele, já que faz questão de tratar por alcunhas. Acabei de adicionar o contacto à minha lista e coloquei o meu celular no modo inativo, pondo-o em cima do lavatório. Retirei o braço e mergulhei-o, de novo, na água quente com sais da banheira. Deixei descair a cabeça para trás, apoiando-a na banheira. Fechei os olhos e suspirei pesada e forçadamente.
Pretendia permanecer naquele banho durante alguns minutos, antes de vestir uns calções de noite e ir deitar-me. Sentir aquela temperatura quente contra o meu corpo, era como um convite para uma passagem pelo sono. Porém, diversos pensamentos embalaram a minha mente de um jeito selvagem, fazendo com que eu me sentisse contraída e melancólica. Levantei uma mão e senti a água quente escorregar por entre os dedos, acompanhada da espuma volumosa. Encostei alguns dos meus dedos sobre a compressa e gemi baixo com a dor que presenciou o toque. Abri os olhos e suspirei novamente, pensando em todas as vezes a que fui submetida a maus tratos.
Fui acordada dos meus devaneios após escutar a vibração e o toque de alerta de mensagem do meu telemóvel. Agarrei o aparelho e apressei-me a abrir o texto para ler o que ele havia respondido. Revirei os olhos de tédio e impaciência assim que terminei a leitura.
De: Dragneel No Baka
"Não interessa como é que eu arranjei o teu número. Eu quero uma explicação e tenho esse direito, já que acabaste por prejudar o meu estudo, nerd"
Confesso que fiquei confusa no momento em que ele afirmou que havia interrompido o seu estudo. Não resisti a esboçar uma pequena risada de bochada, porque tal afirmação era somente puro interesse e não sinceridade. De qualquer fora, retornei a passar os olhos na mensagem de texto e o meu sorriso depreça se desvaneceu. Eu tinha o conhecimento de que se não lhe argumentasse algo, no dia seguinte, certas explicações ecoariam na mente do rosado, após observar o meu corte. Não sabia o que responder para que nada fosse descoberto, contudo eu tinha de pensar em algo credível. Preferi continuar a responder a mesma coisa, uma vez que já havia inventado um argumento credível para o dia seguinte.
Para: Dragneel No Baka
"Preocupado com os estudos ou será puro interesse? De qualquer forma, não te diz respeito a minha vida pessoal."
Terminei de discar as letras e enviei a mensagem. Coloquei o celular sobre o lavatório e suspirei de cansaço. Dirigi o olhar para a enorme janela que descia pelo chão e observei a noite a engolir o dia com urgência. Esbocei um sorriso tímido ao admirar os pontos luminosos que preenchiam o cobertor monótono e azulado. Pensei que talvez a minha mãe estivesse a observar-me lá do alto, portando aquele sorriso rasgado e sincero.
Decidi terminar o meu banho, porque sentia o pesar dos meus olhos e a moleza dos meus músculos querer adormecer naquele clima quente. Fui andando até ao final da banheira, permanecendo sempre debaixo de água. Agarrei firmemente na toalha branca que estava pendurada e levantei-me. Senti o meu corpo arrepiar-se com a diferença de temperaturas, no entanto deixei que a espuma percorresse todo o meu corpo como numa corrida. Enrolei-me na toalha e saí da banheira vagarosamente, destapando antes o ralo para que a água escorregasse e a banheira ficasse limpa. Esperei que esta esvaziasse e apertei mais a toalha, de modo a que não caísse. Agarrei no celular e saí do banheiro, tracando a porta com cuidado. Após ouvir o trinco da chave, esbocei um sorriso satisfeito e caminhei em direção à cómoda, que se encontrava a meio da parede que ligava a outra, onde estava a enorme janela e a minha cama de casal. Pousei a chave e o celular perto de uma fotografia da minha mãe. Não consegui impedir o desabamento de uma lágrima, que foi logo enxuta pelo meu dedo indicador direito. Curvei as costas e abri uma das gavetas, retirando uns calções azuis e roupa íntima para dormir. Segurei numa calcinha creme com renda e num sutian rosa, seguido de uns calções largos e azuis-claros. Fechei a gaveta com um dos joelhos, uma vez que as minhas mãos estavam ocupadas, e dirigi-me à minha cama, colocando a roupa em cima da mesma. Retirei a toalha branca que enrolava o meu corpo e atirei-a para cima da cama, pegando, em seguida, na roupa íntima, vestindo-a rapidamente. Agarrei nos calções e vesti-os num ápice, calçando umas pantufas cremes e felpudas. Senti os meus pés aquecerem rapidamente. Caminhei em direção à cómoda, alcançando a escova com alguma urgência. Começei a pentear o meu cabelo com suavidade, enquanto me observava no espelho com uma expressão triste. E como num impulso de verificação, rodei o meu corpo sobre os calcanhares, ficandos de costas para o espelho. Olhei para as minhas costas através do reflexo e entresteci ainda mais com aquilo que observava.
"Se ainda fosse viva, mãe... Nada disto teria acontecido." - Pensei com uma certa arrogância e sensibilidade, ao tapar os olhos rapidamente e começar a chorar sem qualque controlo sobre a situação.
Antes que pudesse pensar em mais alguma coisa, o meu celular vibrou e deu um alerta de mensagem, emitindo o seu som solene e calmo. Rodei o meu corpo outra vez e pousei a escova, admirando o meu cabelo penteado. Peguei num elástico azul e prendi o meu cabelo num rabo-de-cavalo no meio da cabeça. Agarrei, depois, no celular e acedi à mensagem.
De: Dragneel No Baka
"Eu não sou interessado nos estudos e não tenho qualquer interesse, uma vez que não somos amigos. Acho que já sabias isso, loira, não há qualquer chance... Não precisas de enrolar a conversa, porque eu já sei, loirinha."
Nesse momente senti um aperto no coração, como se algo fosse explodir dentro de mim. A minha boca entreabriu-se sem a minha permissão e eu arregalei os olhos, permanecendo estática e sem exercer qualquer movimento. Um calafrio percorreu todas as minhas vértebras e o meu corpo iniciou uma fase de nervosismo e receio. Comecei a suar frio e engoli em seco. Os meus dedos moveram-se freneticamente pelo ecrã do meu celular, como se pretendessem arrancar as letras com tal brusquidão em que discavam as palavras.
Para: Dragneel No Baka
"Então diz lá, rosinha..."
Permaneci sossegada no local, apenas raspando as minhas unhas contra a capa do celular, dado o estado de nervosismo em que me encontrava. Enxergava a minha silhueta preenchida pelas sombras da noite. Tentava respirar o mais controlada possível, porém a ansiedade era maior. Senti o meu celular vibrar por entre as minhas mãos e o meu olhar somente se dirigiu, apressadamente para o ecrã do aparelho. Acedi à mensagem e engoli em seco.
De: Dragneel No Baka
" Uma garota mimada e riquinha como tu teria ficado nervosa se o pai lhe retirasse a mesada. Não é assim, loira nerd?"
Senti uma certa raiva apoderar-se da minha postura civilizada. Inúmeros pensamentos invadiram a minha mente com uma brutalidade inimaginável. Tive vontade de responder e contar-lhe tudo sobre mim, somente para que ele se encolhesse e afirmasse que me havia julgado, sem ao menos ter o conhecimento do meu passado. Contudo, tive de me controlar e pensar que não poderia descer ao mesmo nível que ele. Decidi responder à mensagem, porém utilizando as mesmas palavraa que foram usadas contra mim.
Para: Dragneel No Baka
"Fala o menino que também é rico."
Respondi-lhe com um pouco de conveniência e uma certa feieza apreciável. Coloquei o celular no modo inativo e caminhei vagarosamente até à minha cama. Fui arrastando as pantufas pelo chão e sentia o meu corpo cambalear, devido ao cansaço. Pousei o celular na mesinha de cabeceira e direcionei o olhar para a escuridão lá fora. As ruas de Magnólia estavam iluminadas pelas estrelas, enquanto que a Lua se demonstrava deveras tímida, exibindo somente um pouco do seu explendor. Soltei uma pequena risada e olhei para o meu relógio digital, que estava junto ao candeeiro. Eram nove horas da noite e eu apressei-me a deitar-me. Bocejei profundamente e enrosquei-me nos lençóis, fechando os olhos e suspirando.
- Menina Lucy, o jantar está servido! - A voz da Yumi ecoava por entre as paredes como uma impossibilidade de dormir.
Abri os olhos bruscamente e resmunguei o facto de me ter esquecido completamente de avisar a minha empregada de que não iria comparecer no jantar. Fechei os olhos com força e cobri o meu rosto com os cobertores.
- Não vou jantar! - Soltei um berro abafado pelos lençóis, contudo soou nitidamente, pelo que escutei Yumi afastar-se da porta e descer as escadas em completo silêncio.
Suspirei pesarosamente e tentei relaxar os músculos, deixando-me embalar pelos uivos da noite. Um sorriso transpareceu no rosto, embora eu quisesse que se tornasse nítido. Necessitava de descansar e esquecer todos os meus problemas. E como num suspiro leve, acabei por adormecer.
~x~
Acordei abruptamente quando ouvi as cortinas leves e azuis da minha janela serem puxadas para ambos os lados. Foi a oportunidade perfeita e inimaginável do sol espalhar a sua luz por entre as vidraças enormes que se debruçavam sobre o chão. Abri os olhos para tentar perceber quem me havia acordado tão bruscamente, no entanto acabei por me desiquilibrar por estar mesmo na beira da minha cama de casal, caindo forçadamente com o meu ombro contra o chão e dando um grito de susto. Os lençóis acompanharam o meu corpo, cobrindo-me após a minha queda. Ouvi um gemido feminino agudo e preocupado e adivinhei no momento quem fora a moça que acordara. Abri os olhos e suspirei pesadamente, blafesmando contra a maldita hora matinal. Sentia as minhas costas estalarem e o meu ombro estava dorido da queda. Senti o cobertor roçar na ferida que eu detinha na face e gemi num murmúrio. Retirei os lençóis de cima de mim e tentei alcançar a minha empregada, olhando para todos os lados. Só aí é que reparei em que situação é que me deparava. As minhas costas estavam pousadas no chão, tal como a minha perna direita. Contudo metade do meu rabo estava suspenso, porque a minha perna esquerda estava em cima da cama. Devido ao facto de eu estar naquela posição, algumas gargalhadas abafadas e debochadas vindas da boca da mulher que se encontrava diante mim e do outro lado da cama.
- A Menina Lucy está bem? - Proferiu solenemente, tentando demonstrar uma preocupação transparecida pelo deboche incontrolável.
- Não sei... O que é que te parece? - Revirei os meus orbes achocolatados e suspirei pesadamente, apoiando o meu corpo sobre os meus cotovelos.
- Penso que não - Esboçou um sorriso tímido e medroso ao entender o meu olhar psicótico e raivoso. Rapidamente se apressou a dar a volta à cama e a levantar os lençóis de cima de mim, colocando-os, de seguida, em cima da mesma. Agachou-se perto de mim e segurou o meu rosto, rodando-o levemente e observando o meu corte profundo que eu detinha na minha face esquerda. - Foi o seu pai, outra vez, não foi...? - A sua expressão de ironia tornou-se, rapidamente dolorosa e entristecida.
- É o costume. - Respondi secamente, ainda sentindo um certo ardor na zona machucada.
- A Menina Lucy tem de o fazer parar com esta tortura. - Enxerguei os seus olhos azuis encherem-se de lágrimas e a sua voz ser mergulhada pela tristeza.
Sentei-me vagarosamente e cruzei as pernas, levando as minhas mãos pálidas aos meus pés e agarrando-os freneticamente. Deixei a minha cabeça descair e uma lágrima foi obrigada a deslizar pelo meu rosto. Diversos pensamentos não tinham o propósito de atenuar a dor que sentia naquele momento. Eu tinha a consciência de que violência doméstica e maus tratos eram considerados um crime e de que o meu pai poderia, sem dúvida, ser preso durante três ou cinco anos. Eu denunciá-lo-ia se tal facto fosse uma certeza, porém havia sempre a possibildade de o meu pai ir fazer trabalho comunitário e permanecer em liberdade. Por isso, preferia manter-me no silêncio masoquista, tendo sempre a fé de que tal violência pudesse ter um término.
- Se Deus me colocou estes obstáculos no caminho, é porque Ele sabe de que eu sou forte o suficiente para vencê-los. - Ergui o rosto devagar e afirmei com uma voz firme e segura do meu raciocínio.
A minha empregada somente assentiu em concordância, portando um olhar rebaixado e melancólico. Observei o tom apagado dos seus olhos azuis e, num instante, os seus orbes ficaram marejados, como se houvesse um certo sentimento de culpa naquele olhar.
- Hey... - Sibilei friamente, embora pretendesse ser simpática e doce. Yumi direcionou o olhar para mim e agarrou nas minhas mãos, como que se estivesse a pedir perdão. - Não te preocupes, Yumi. Eu sempre vivi assim. Já estou acostumada. - Tentei tranquilizá-la o melhor que pude, porém a sua expressão não pareceu mudar.
- Como é que alguém consegue acostumar-se com tanto sofrimento, Menina Lucy? - As suas palavras vacilavam como um sismo e os seus orbes azuis estavam inundados por tristeza.
- Eu cresci nesse ambiente. - Afirmei num tom seco e decisivo, olhando para o relógio digital da minha mesinha de cabeceira. - Yumi, estou a ficar atrasada para a escola. - Tentei avisá-la de que restava apenas um quarto de hora para que as minhas aulas na Academia se iniciassem. - Ontem deixei o uniforme pendurado no corrimão, para ser lavado. Tu viste-o ou... - Antes que pudesse terminar a minha frase, Yumi ergueu o rosto e esboçou um sorriso sincero. Arqueei uma sobrancelha loira, enquanto ela se levantava e agarrava no meu uniforme azul e branco, completamente lavado e sem qualquer mancha de sangue.
- Aqui está, Menina Lucy. - Estendeu-me as roupas diante dos meus olhos, esticando os braços e curvando um pouco as costas.
- Obrigada, Yumi. - Agradeci educadamente e segurei no meu uniforme, apreciando o cheiro que este emanava.
Levantei-me devagar, auxiliando-me nos braços de Yumi, que acabou por soltar um gemido de susto e dor compartilhada, assim que lançou o olhar para as minhas costas, uma vez que eu somente estava de sutian e calções. Olhei para ela supondo que eu havia magoado ao me apoiar nos seus braços, mas depois pude observar em que direção os seus olhos olhavam. Soltei um pequeno suspiro e virei-me de frente para ela, tentando encará-la o mais firme que pude.
- Menina Lucy... - As lágrimas escorregavam descontroladamente pelo rosto, enquanto os seus trémulos dedos pálidos cobriam os seus lábios vermelhos. - Menina-a Lucy... - O seu rosto tremia e a sua voz abafada parecia ser roubada pelas lágrimas que se recusavam a cessar.
- Yumi, preciso que fiques calma. Não é novidade para ti. Acalma-te, por favor. - Tentei acalmá-la, embora de cada vez que olhasse para o relógio, via as horas escapar violentamente.
- Menina Lucy... - Murmurou tremulamente, enquanto enxugava as lágrimas e tentava controlar a respiração. - Eu preciso de falar consigo. - O seu olhar tornou-se decido e complexo, fazendo-me estranhar o que ela pretendia com tamanha urgência.
- Não posso agora, Yumi. - Indaguei obviamente, pelo que a minha empregada assentiu em concordância. - Podemos falar mais logo? - Perguntei apressadamente, enquanto me dirigia ao banheiro para efetuar a minha higiene matinal.
- Sim. - Ela gritou afirmativamente, agarrando nos cobertores da minha cama e arrumando a mesma, ouvindo-me abrir a torneira ao máximo.
- É muito urgente? - Quis saber, enquanto colocava pasta da Colgate na minha escova de dentes, passando, seguidamente, por água.
Enquanto escovava os dentes, rodei o rosto para a direita, visualizando mais atentamente o corte profundo que eu detinha na face esquerda. Suspirei pesarosamente, enquanto dirigia o olhar para as minhas ligaduras. Teria de as retirar, colocar um creme hidratante e enrolar com umas ligaduras novas. Seria doloroso, contudo, graças a um certo rosado outlaw, eu teria de me sacrificar para que tais ferimentos cicatrizassem. Direcionei o olhar para a minha prateleira, ao lado do lavatório, e lancei a mão na direção de um creme hidratante dermatologicamente recomendado no tratamento de queimaduras: o Biafine. Era bastante eficaz e a sua cicatrização era bastante rápida. Agarrei, depois, em algumas ligaduras que estavam ao lado, colocando tudo em cima do lavatório.
- É importante! - Yumi respondeu com uma voz um pouco vacilada, dando os últimos retoques na arrumação da cama.
- É sobre o quê? - Perguntei um pouco curiosa, não imaginando o que ela poderia ter de tão urgente para falar comigo.
Yumi permaneceu em silêncio por alguns minutos, pensando naquilo que pretendia contar-me. Notava-se no seu rosto de expressão desorientada, de que estava perdida nos seus devaneios. Esfregava as mãos e contorcia os dedos uns nos outros, devido ao nervosismo. Mordia o lábio inferior e engolia em seco, tendo sempre receio de prosseguir.
Eu esperava que ela respondesse. Ia retirando as ligaduras vagarosa e cautelosamente, tentando provocar a menor dor possível. Por vezes, gemia baixo e abafado, quando tocava com os dedos nas queimaduras. Agarrei no crene hidratante e friccionei levemente, retirando um pouco de pomada. Passei ligeiramente por todos os ferimentos, sentindo um ardor inimaginável e incomparável. Rangi entre dentes e apertei as ligaduras antigas, de modo a conseguir aguentar aquela dor profunda. Suspitei por final e desenrolei as ligaduras novas, cortando em quatro pedaços compridos. Comecei por enrolar à volta do pescoço, sorrindo de alívio ao sentir o creme fazer o efeito. Depois, desci até ao ombro e enrolei cuidadosamente. Por fim, circundei os dois pulsos, dos quais a minha pulsação parecia descontrolada, devido ao amarro forte das ligaduras. Arrumei o creme no local devido e deitei as velhas ligaduras ensaguentadas para o lixo, pois não serviriam de grande uso. Agarrei no meu uniforme, que eu havia pousado em cima da borda da banheira, e comecei a vesti-lo apressadamente. Estava a ficar atrasada para as aulas e isso não podia constar no meu currículo, ou a minha reputação seria mergulhada na deceção. Abri a porta num ápice, enquanto apertava o fecho das minhas botas. Observo a minha empregada estática, numa total fase de nervosismo, dirigindo-me um certo olhar de culpa, como se eu tivesse o conhecimento do assunto a qie ela se referira. Arqueeio uma sobrancelha, enquanto fecho a porta atrás de mim. Ela abre a boca devagar e toma coragem, afirmando com convicção:
- É sobre a sua mãe, Menina Lucy.
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