Meu celular gritava ao meu lado, era o despertador, o desliguei rapidamente, me virei e me assustei ao ver Damon ao meu lado, mas eu gostei de vê-lo ali, seu rosto relaxado , cabelos bagunçados, e ele estava num sono profundo, me levantei da cama devagar para que Damon não acordasse, na ponta dos pés fui até o banheiro, tomei um banho rápido, voltei ao quarto enrolada na toalha, Damon ainda dormia profundamente, fui até o guarda-roupa, peguei uma calça jeans, uma regata branca, me vesti, coloquei uma sapatilha preta com algumas pedrinhas de strass em cima, passei uma maquiagem leve, com um delineado de gatinho, e fui até a cozinha, eu queria preparar um café da manhã para o Damon, fiz um café e algumas panquecas , coloquei as coisas na mesa e então me deparei com a figura sonolenta de Damon.
- Bom dia – ele disse bocejando, os olhos mal paravam abertos.
- Bom dia – sorri – fiz café para você.
- Sério? – ele disse surpreso – obrigado.
- Só não sei se ficou bom.
Damon se sentou ao meu lado, e serviu café, ele bebeu um pouco e eu já esperava uma careta, mas ela não veio.
- Ficou muito bom.
- Obrigada.
Nós conversávamos sobre nada importante, bebia meu chá e comia minhas panquecas, quando me dei conta já estava na hora de sair. Peguei a minha bolsa e nós saímos até o carro, fomos o caminho em silêncio, eu sentia que devia falar alguma coisa sobre ontem, mas não conseguia, ontem o álcool me deixou corajosa, e ele já havia partido.
- Damon – comecei – como eu disse ontem, eu realmente gosto muito de você.
- Bom saber que não era só o álcool – ele sorriu de lado sem tirar os olhos da rua.
- Eu disse que não era.
Não disse mais nada, e o restante do caminho fomos em silêncio, quando chegamos eu dei um beijo no rosto dele e sai do carro.
O contato físico, como beijos no rosto, e abraços, já não eram mais um problema, eu estava apegada ao Damon, ele era uma pessoa maravilhosa, e não entendo o porque ele não quis que rolasse nada ontem, será que ele vai esperar toda a minha memória voltar? Fiquei pensando nisso enquanto vestia meu vestido, hoje o preto, vesti um colete creme sem mangas com algumas franjas por cima, e então fui para a loja, apenas Louise estava ali, e já estava quase na hora de abrirmos. Dani chegou em cima da hora e deu sorte que Lyana não viria para a loja hoje. A manhã passou normal, o movimento estava bem fraco, e logo chegou a hora do almoço.
- Elena, você já pode ir – disse Dani.
- Tem certeza que não quer ir primeiro?
- Tenho, pode ir – ela me disse sorrindo.
- Ok.
Peguei minha bolsa e sai da loja, eu estava mandando mensagem para o Damon, mal prestei atenção ao redor, e alguém esbarrou em mim, derrubando o celular da minha mão.
- Olha por onde anda garota – eu conhecia essa voz.
- Matt? – olhei para o rapaz loiro que estava parado na minha frente.
- Elena? – ele sorriu – eu não vi que era você, me desculpa. – ele se abaixou e pegou meu celular- Deu sorte, nenhum risco – ele sorriu e me entregou.
- Obrigada Matt.
- O que está fazendo aqui? – ele perguntou me puxando para sair do meio da calçada, onde as pessoas nos olhavam de cara feia.
- Eu estou trabalhando aqui – apontei a Boutique.
- Trabalhando? – ele riu – que bom, faz tempo?
- Cerca de uma semana.
- Onde está indo? – ele perguntou.
- Almoçar – eu o encarava, não sei por quê.
- Eu também estava indo – ele sorriu – o que acha de almoçarmos juntos? – ele perguntou.
- Eu – não sabia o que dizer, eu sabia que era errado – acho melhor não Matt. – pude ver sua cara murchar.
- Tudo bem então, nos vemos depois? – ele me lançou um sorriso fraco.
- Claro – sorri.
Ele saiu andando pela rua, algo dentro de mim dizia que era totalmente errado, eu sou casada com Damon apesar de tudo, mas então eu segui pelo caminho errado.
- Matt – gritei, andando atrás dele. – Tudo bem, vamos almoçar. – ele me lançou um sorriso amável.
Nós dois andamos pela grande avenida, e então fomos até um restaurante, uma moça de cabelos escuros sorria para nós, e nos levou até uma mesa.
- Então, o que vai querer? – ele perguntou olhando o menu.
- Não sei – disse olhando o meu.
Após alguns minutos nós chamamos o garçom, fizemos os nossos pedidos e ficamos conversando.
- Então, o que tem feito ? – ele perguntou.
- Nada demais, por isso eu quis um emprego, eu ficava o dia todo em casa, não tinha nada pra fazer.
- Entendi, e o seu – ele pausou, e após longos segundos ele continuou – marido?
- Nós estamos bem, não me lembro de quase nada ainda, eu tive apenas algumas pequenas lembranças, mas nada demais.
- Entendi.
Continuamos conversando sobre coisas aleatórias, Matt me dizia sobre sua carreira politica, ele estava animado, havia acabado de sair de um longo relacionamento. Eu me sentia muito a vontade com Matt, porque eu me pelo que eu me lembro, nós estávamos noivos.
- Matt, posso perguntar uma coisa?
- Claro. – ele disse dando outra garfada em seu almoço.
- Por que nós terminamos? O que aconteceu? – parecia que ele havia comido algo amargo, fiquei o encarando, e ele respirou fundo.
- Nós não estávamos dando certo – foi tudo que disse, e eu sabia que não era só isso, mas percebi que ele estava desconfortável , então resolvi deixar para uma outra ocasião. Ele ficou um pouco mais calado.
- O almoço foi ótimo Matt – disse dando um abraço nele.
- Também achei – ele aproximou o rosto de mim e me deu um longo beijo, a respiração me faltou.
- Matt – eu fiquei perdida, sem saber o que fazer.
- Desculpa Elena, eu não devia ter feito isso, desculpe.
- Só – respirei fundo – não faça mais isso.
Nós dois ficamos muito desconfortáveis, e cada um seguiu por um lado, eu andei até a loja, e sentia algo estranho, como eu pude deixar ele fazer isso? Fui muito idiota, o que eu ia dizer ao Damon? Mesmo eu não me lembrando, ele é o meu marido, droga.
- Elena está tudo bem? – disse Dani.
- Está sim – forcei um sorriso.
- Não está não, o que houve?
Eu só havia contado sobre o acidente, e minha falta de memória á Dani, ela me entenderia, talvez, mas eu sabia que não poderia falar nada agora.
- Podemos conversar depois? – perguntei.
- Claro, se quiser nós podemos sair após o expediente, tem alguns bares bem legais por aqui.
- Seria muito bom – sorri.
Mandei uma mensagem para o Damon avisando que eu iria sair com a Dani, e ele disse que estaria no bar até tarde. O restante do expediente foi calmo, e o movimento foi um pouco mais agitado, eu fiz algumas boas vendas, e estava orgulhosa de mim, nunca me imaginei vendedora, e eu descobri que era boa nisso. 18h Dani e eu estávamos saindo, nos despedimos de Louise e seguimos pela avenida, até um dos melhores bares da região.
Nós escolhemos uma mesa, e logo fomos atendidos, eu pedi uma Marguerita, Dani pediu um Martini, havia uma banda tocando ao fundo.
- Então? O que foi? – Dani foi direto ao assunto.
- Ai Dani – suspirei – eu estou gostando do Damon, muito, eu tive um lembrança, e agora eu sei que eu o amava, e eu quero isso de volta, mas hoje – passei a mão no rosto.
- Elena não se preocupe, eu não vou falar nada á ninguém.
- Eu sei. Hoje eu encontrei com meu ex noivo na hora do almoço, nós almoçamos juntos, e quando fomos nos despedir, ele me beijou – sussurrei a ultima palavra, parecia errado até falar aquilo.
- Elena – ela levou as mãos á boca – Por que você deixou?
- Eu fiquei sem reação Dani, mas assim que me toquei eu sabia que eu tinha feito merda.
- E das grandes. Você vai falar para ele?
- Eu não sei o que vou fazer.
- Dê um tempo, vocês estão se acertando, você está gostando dele.
- Acho que vou fazer isso mesmo, não quero que ele me odeie.
- Duvido que ele vá te odiar, o máximo que pode acontecer é ele te xingar de vadia traidora – ela disse dando de ombros.
- Até por que isso é bem melhor né? – nós duas rimos.
- Agora já foi, você errou, e não faça de novo, da um tempo, e ai então você decide se conta á ele ou não.
- Você está certa, é o que vou fazer.
- Isso – ela sorriu.
Nossas bebidas chegaram, nós bebemos, e ficamos conversando sobre as nossas vidas particulares, sobre coisas do dia a dia, e sobre o trabalho também, Dani era engraçada e eu estava sentindo que seriamos boas amigas.
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