História Dois coxões e 1 Jeon Jungkook (Jikook) - A tormenta.

JIMIN ON

Já é segunda feira e preciso voltar ao trabalho, meu corpo todo dói, o Kookie acabou comigo essa noite, parecia um drogado se livrando da abstinência, eu nunca o havia visto assim, ele fora muito mais intenso que todas as outras vezes.

Fiquei muito surpreso em finalmente tê-lo tomando o controle, afinal ele já não é mais tão tímido, mas ainda tinha alguns bloqueios, que agora vejo que estão sendo derrubados, e eu? Estou amando tudo isso.

Levanto para preparar nosso café, enquanto ele ainda dorme, em sua face uma expressão de felicidade e satisfação se faz presente, e me sinto um monstro por ter que acordá-lo, mas é preciso, amor não enche barriga, bom pelo menos não a minha, afinal sou homem e não engravido, graças a meu santo G-Dragon.

Ainda não consigo acreditar que esse Deus coreano colocou uma aliança em meu dedo, eu nunca imaginei que alguém pudesse fazer o que ele fez por mim, nunca pensei que fosse o suficiente para alguém, mas pra ele eu sou.

Termino de preparar o café e sigo para acordá-lo, quando meu telefone toca, era o gerente do meu banco, para me avisar que outra vez haviam feito um depósito em meu nome, isso já vem acontecendo há um tempo, na verdade desde que saí de casa.

No início pensei que fosse minha mãe, até a repreendi, não queria que ela gastasse seu dinheiro comigo, mas quando me disse que não era ela, entendi tudo, pedi para que o meu gerente me avisasse cada vez que houvesse uma alteração assim em minha conta.

Isso não é convencional, um gerente ter acesso a conta de um correntista, mas ele era meu amigo, uma pessoa na qual eu confiava e sabia que faria esse favor por mim. No fundo eu sei quem deposita religiosamente todo mês esse dinheiro, e sinceramente não quero aceitar nada que venha dele.

O que ele acha? Que me mandar dinheiro todo mês, vai apagar tudo o que me fez, todas as ofensas, as humilhações? Não, não vai, e é por isso que não mexo em um centavo desse dinheiro, para quando encontrá-lo, devolver tudo para que ele veja que se ele não pode me dar seu amor, não é seu dinheiro que eu vou aceitar.

Acordo meu amor, tomamos nosso café juntos, um belo banho e nos arrumamos para o trabalho. Os Kim vão viajar em uma segunda lua de mel, e nós ficaremos responsáveis pela cafeteria. A Cristal de neve tem ido de vento em polpa, e estamos tendo muito trabalho, o que é bom, quanto mais movimento, mais rápido conseguiremos o dinheiro para o casamento.

Em algum momento do dia meu telefone volta a tocar, mas dessa vez, só ouço a respiração do outro lado da linha, nem uma palavra, quando penso em reclamar, a ligação é encerrada. Isso se repete algumas vezes ao longo do dia, me deixando extremamente pensativo.

Ei neném, aconteceu alguma coisa? Você parece distante. ㅡ Kookie diz me olhando preocupado.

Só estou curioso, não é nada de mais. ㅡ respondo tentando tranquiliza-lo.

São aquelas ligações? ㅡ ele me pergunta e eu só afirmo com a cabeça.

Ahh… deve ser só alguém me passando um trote. ㅡ eu não acho que seja, mas não quero preocupá-lo. ㅡ  Vamos embora, eu preciso descansar, estou exausto.

Ué, cadê toda aquela energia a qual estou acostumado? ㅡ Ele me pergunta com um sorriso sacana nos lábios.

Alguém sugou toda a noite passada, não é mesmo senhor Jeon? ㅡ rebato no mesmo tom.

Quem foi que fez isso com o meu neném? ㅡ ele me diz agora em tom de deboche.

Você me paga Jeon Jungkook. ㅡ respondo empurrando-o para fora da cafeteria.

Já do lado de fora, enquanto tranco a porta, sinto que estamos sendo observados, olho para os lados, mas não vejo ninguém. Só o que vejo é um carro estacionado, com os vidros fumê que não dava para ver se tinha alguém dentro, mas eu sabia que sim, e essa pessoa estava nos observando há dias.

Me apressei em chamar um táxi, e sair dali o mais rápido possível, eu não sabia quem era ou o que aquela pessoa queria, mas não daria sopa para o azar. Já dentro do táxi, olho para trás para ver a placa do carro misterioso, e meu corpo gela.

"Essa placa"

Cheguei em casa sozinho, Kookie tinha ido para sua casa, tomei um banho, comi um kimbap que estava na geladeira e me joguei no sofá em seguida. Fiquei pensando no porque ele me ligaria e não diria nada, resolvi conversar com Tae que estava de férias e com certeza me ouviria. Peguei o celular e enviei uma mensagem.

                                     EU:

                                           Tae vc tá aí?

Ele não me respondeu, provavelmente estava ocupado, ou com o tal namorado misterioso, que venho tentando descobrir há seis meses quem é. Sinto meu corpo gelado ao ouvir o toque do celular e ver na tela que era um número desconhecido, eu não quero atender, mas preciso descobrir o que ele quer.

ㅡ Alô!!! ㅡ atendo e não recebo resposta.

ㅡ Outra vez? Você não tem o que fazer? Se não falar nada vou desligar. ㅡ Digo levando o dedo para desligar.

                             ㅡ Por favor, não desligue, eu só quero saber como você está?

Essa voz. Não acredito que ele teve a cara de pau de me ligar depois de tudo. Penso em desligar mas decido que é hora de falar tudo o que não tive coragem antes.

ㅡ Por que você quer saber? Você não disse para esquecer que você existia? Pois bem, tenho uma novidade para você, não me lembro nem de seu rosto mais, e também não faço questão. Ahhh e me faça um favor, pare de depositar dinheiro em meu nome, eu não preciso dele, e nunca mais me ligue.

                                ㅡ Eu preciso te ver, falar com você, me dê uma chance de te pedir perdão, por favor.

ㅡ Desculpe mas não estou interessado, levei muito tempo para superar as coisas que você me fez, e agora que me curei você volta querendo meu perdão? Só pode ser brincadeira.

Respondi e desliguei o telefone sem esperar que minhas palavras fossem respondidas. Meu coração doía, de repente todas as lembranças voltaram e me atropelaram como se fossem uma locomotiva desgovernada.

As lágrimas começaram a escapar aos meus olhos descontroladamente, eu não queria estar me sentindo assim, mas era inevitável, meu passado estava mais vivo que nunca, e ele voltará a me atormentar. 

Ele devia estar morto para mim, mas por que eu ainda me sentia assim? 

Olho meu celular que acendeu mostrando uma mensagem que me aliviou um pouco, Tae havia me respondido e agora eu poderia desabafar.

TAETAE:

Oi Chim, desculpe eu estava ocupado e não vi sua mensagem.

                                  EU:

                                        Tae, preciso de você.

TAETAE:

O que aconteceu?

                                  EU:

                                         Ele voltou.

TAETAE:

Quem voltou Jimin? 

                                   EU:

                                          Ele me disse para esquecer que ele existia, e agora voltou do inferno para me assombrar. O que foi que eu fiz para merecer isso. Ele tem em vigiado, estou com medo.

TAETAE:

Do que você está falando? Você está me deixando preocupado, vou ligar para o Jungkook.

                                    EU:

                                          Não Tae, por favor, ainda não estou pronto para falar com ele sobre isso, só vem para cá.

TAETAE:

Ok Chim, daqui a pouco chego aí. Mas você sabe que terá que falar sobre isso com Jungkook uma hora ou outra não sabe?

Desliguei a tela do celular sem responder a última mensagem. Sei que Kookie me ama e vai entender que ainda não estou pronto para falar sobre o meu passado, não quero reviver todas as lembranças ruins.

Pouco tempo depois meu amigo chega, abro a porta e recebo um abraço apertado, e me deixo chorar mais um pouco, dentro daquele abraço que sempre me confortou.

"Eu estou aqui Chimchim, não vou deixar que ninguém te machuque."