Misthaven, 10 de novembro de 1813
Na casa dos Neverlands gritos ecoavam pelos cômodos. Criadas entravam e saíam dos quartos enquanto Emma suava definhando numa cama, de pernas escaladas e segurando os lençóis da cama com força, por vezes a cabeceira da cama servia como impulso para si própria.
Emma estava tendo contrações a cada 3 minutos, isso era um perfeito indicativo se ela já não estivesse fazendo aquilo a horas e horas, cansando as pernas e o corpo de esforço que fizera para colocar aquela criança para fora.
- Vamos lá Emma. Estamos perto. Força!
Lady Regina como uma ótima amiga e confiável mãe de dois filhos, deu lhe a honra de ajudar no parto do primeiro filho de Lady Jones. Apesar das insistentes motivações de Killian sobre obter médicos e todo um aparato para Emma, ela preferiu o conforto da mansão onde eles passaram mais tempo durante as férias.
Claro que lorde Jones não gostou nada disso. O ex capitão viviam em torno de sua mulher 24 horas por dia, sempre preocupado em cumprir sua promessa e saciar todas as vontades dela, principalmente as sexuais que melhoraram muito após a gravidez. Mas a saúde de Emma estava em primeiro lugar e, mesmo que confiasse em Lady Regina, um médico ou parteira era muito mais confiável.
- Um, dois , empurra! - Uma das criadas ajudava enxugando o suor de Emma
Emma gritava febril na cama. Regina fazia de tudo para manter suas pernas escaladas por que Lady Jones não suportava mais segura-las em pé. Ela verificava pela ponta da barriga onde a criança estava localizada. E ela sabia que estava próximo pela sua experiência.
Uma batida forte na porta assusta a todos. Mas Lady Regina sabe que Robin não conseguiu fazer com que lorde Jones se acalmasse. Apesar dos gritos de Lady Jones, ela podia ouvir os sons guturais que Killian fazia na porta quando ouvia Emma gritar. Era como se a tortura dela fosse agonizante pra ele. Killian apoia sua cabeça sobre a porta rezando para todos os Deuses que Emma fosse poupada de mais dor. Robin coloca sua mão sobre os ombros de Killian:
- Calma, Lorde Jones. está tudo bem, é normal a ansiedade
- Não sabia que ouvir sua esposa gritar como se estivesse a violentando era normal. - Killian volta e senta no banco fora do quarto
- Prefere ficar aqui e esperar ou ouvir ela te maldizer? Lady Regina sempre foi muito clara sobre os hormônios de uma mulher em pleno parto - Hood aconselha sentando ao lado de Jones
- Tanto faz
Na cabeça de Killian, os gritos de Emma soavam como um pesadelo sem fim. ele não tinha a visto por horas desde que Regina a recolheu para o quarto fazendo ela ficar confortável o suficiente para as dores seguintes. Ele apenas queria que aquele inferno acabasse longo e poder ficar com seu filho ou filha para descansar em paz. fazia falta as noites de sexo com Emma, depois de alguns meses ficou impossível qualquer tentativa, mas segundo seus companheiros e conhecidos, o sexo era até bom para Lady jones, isso não o poupou durante um tempo. Fato que Emma era sempre uma mulher sedenta pelo seu corpo e membro duro, mesmo com tamanho receio, ela era passional em todos os sentidos, ele fechou os olhos e lembrou da sua Emma no inicio daquela loucura toda: voz firme, lábios rubros, decidida a parar o mundo para segurar sua mão enquanto ele covardemente quebrava sua promessa saindo de Misthaven para matar o irmão errado.
" Ainda bem que ela me perdoou" ele pensou alto. Perder o amor de Emma era como entrar em um barco a deriva no oceano, sem âncoras, sem destino. seus lábios apertaram-se em um gemido abafado pelo horror de pensar em perder Emma para a morte. Não! vai ficar tudo bem, é só uma fase de parto, mais uns gritos, mais uns choros, mais pensamentos pinicando a mente perturbada que ele já tinha. As horas passadas só eram horas, mas para ele os segundos haviam se tornando eras.
- Vamos Milady! Um pouco mais ! a cabeça já está coroando!
Emma se ajeita na cama sentindo suas forças se esvaírem. Seu corpo produzia ondas de calor e suor frio infinitos enquanto sua garganta estava seca de tanto esforço de externalizar sua dor, seu rosto já estava branco, seus lábios secos e desesperados por um fim, e naquele momento a morte parecia convidativa. Mas a atmosfera do lugar mudou para ela, a dor começou a ser quase que insuportável, suas pernas poderiam virar um algodão desmanchado, mas tudo se concentrou no ponto entre suas pernas, que abarcavam toda a esperança de seu filho estar vivo, ela lembrou que tudo dependia apenas dela, para que ela pudesse ter finalmente paz. Estava vindo, ela sentia, seu corpo sentia, sua mente só trabalhava em torno daquilo e ela não iria desistir da sua felicidade tão próxima facilmente.
- Emma, só mais uma minha amiga! força que estou quase segurando ele - Lady Regina sorria confiante que estava tudo bem, enquanto Emma focava só em ouvir o choro de seu filho chegar
- Ele? - Ela perguntou gritando novamente e com mais um impulso o choro da criança irrompeu o ar
O choro do bebê fez Emma descer algumas lágrimas de alívio e ao mesmo tempo de felicidade, vários panos foram envoltos na criança que ainda se debatia no colo de Lady Regina, ansioso, agonizante, querendo o colo da sua mãe mais que qualquer outro.
- Aqui está Lady Jones. Era um mero palpite o ele. Mas agora podemos testar que é um menino lindo e saudável.
Emma o segura perto ao peito. Suas lágrimas molham o pequeno rostinho que se contorcia ainda em uma cara emburrada. Suas mãos procuravam algo para segurar no ar e depois deu olhar foi atento a voz de sua mãe.
- Olá rapaz. Você é um guerreiro e tanto. Você já veio ao mundo tão amado!
Lady Regina chama com um grande sorriso na porta o pai ansioso. Killian adentra no quarto ainda com bacias e panos sujos de sangue espalhados, mas o ar de parto não importava a ele. A única coisa que ele conseguia enxergar era a sua linda esposa segurando uma criança que se debatia em seus braços. Seu olhar de felicidade se desmanchou em ternura e suas lágrimas desceram silenciosas.
- Lorde Jones. É um menino, em perfeito estado de saúde e bastante ativo.
Lady Regina fala observando ele se ajeitar ao lado de Emma para observar seu pequeno herdeiro.
- Sim. Igual ao pai - Lady Jones sorri para ele em resposta.
Killian observa seu filho pela primeira vez mamando e agradece aos céus por Emma ter sobrevivido a tudo aquilo. Seu beijo na testa de sua esposa demonstrava todo seu alívio de ouvir apenas seu filho sugando o seio de sua mulher e ambos vivos e de aparentada saúde. Ele segura um beijo nos lábios de Emma
- Eu te amo minha esposa. Estou grato a Deus por ter me dado este grande presente.
- Eu também - Lady Jones sorri mudando seu olhar de Killian para o bebê que se deliciava com os seios dela
- Rapaz esperto. Assim como o pai ele sabe qual a melhor parte de sua mãe!
- Killian! - Ela dá um pequeno tapa em seu ombro
- Tudo bem amor. Que nome iremos dar a ele
Emma pensou muito nisso. Desde o momento que conheceu Capitão Hook , Killian Jones e lorde Jones, para ela não havia criatura mais bela por dentro e por fora para se olhar, ela não queria a bagagem do passado dele para continuar a sua história, ela queria que ele pudesse olhar para o filho e dar a chance que ele queria ter antes, quando Liam estava vivo. Ela queria que seu filho fosse digno de um lorde e respeitado na sociedade para apagar toda a imagem putrida que os membros da alta sociedade criaram para ela e principalmente a ele.
- Que tal Henry? Henry Jones
- Soa perfeito para um Lorde. - Killian acaricia as bochechas do filho.
- Para um príncipe também. Lorde Henry, que um dia será muito importante na sociedade.
- Se isso te fará feliz, meu amor. A mim também fará - Killian sorri beijando Emma de volta
E ambos ficam ali adorando seu filho. Sua herança de amor, agradecendo aos céus pela vida que lhes proporcionara, pelo futuro promissor e pela família que haviam criado juntos.
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