A noite agonizante perturba o sono do garoto albino. Em nenhum momento ele conseguiu parar de pensar no que tinha feito, como ir conversar com a garota (cor do seu cabelo) e se redimir, o que faria se ela não o perdoasse.
O suor frio escorre pelo rosto pálido do garoto, ele sente sua visão ficando embaçada. As gotas salgadas começam a rolar sobre suas bochechas, ele tenta as controlar enxugando as pequenas gotinhas com as costas das mãos, mas não funcionava, ele continuava chorando sem parar.
Logo pela manhã, (S/n) coloca seu biquíni/maiô (cor), dobra uma toalha de banho num perfeito rolinho parecendo um rocambole, pega um tubo de protetor solar, um chapéu de praia, um par de óculos escuros, e coloca tudo bem organizado em sua bolsa de praia.
Logo ao sair do seu quarto acabou trombando com alguém, ela realmente deveria olhar para frente antes de colocar um pé na frente do outro, mas estava tudo bem, já que ela acabou se encontrando com alguém conhecido.
— Eita, vai com calma. — Guy a segura e sorri para ela, sem se importar muito que a garota quase caiu em cima dele.
— Desculpa, Guy. — Ela se recompõe e sorri envergonhada para o maior, que a olha com paciência. É incrível como Guy pode ser gentil e compreensível com as pessoas, é impossível deixá-lo bravo.
— Tudo bem. Só toma cuidado por aí, você sabe que a maioria dos idiotas das outras turmas são uns babacas arrogantes. — Ele ri sarcasticamente do próprio comentário, sendo acompanhado pela garota, que concorda entre risos. — Eu vou ter que ver um negócio com os garotos da minha turma. Podemos nos encontrar na praia mais tarde? Tenho uma coisa pra te perguntar
— Claro. — Ela encerra a conversa com um sorriso meigo. A frase final de Guy a deixou curiosa, mas acabou por deixar isso de lado assim que saiu do hotel e pôde sentir os raios solares aquecendo sua pele (cor).
A areia brilha junto com o Sol e o mar, está quente, muito quente. O barulho das ondas é extremamente relaxante, se fechasse seus olhos poderia sentir a brisa vinda do mesmo, mas algo ainda a incomoda, aquele azul, tão vivo quanto o céu azul de um início de verão, era exatamente como os olhos de Killua.
O aperto no peito volta a tomar conta da garota, estava sentindo saudade dele, dos abraços, do som da sua risada, das longas conversas, estava sentindo saudade de tudo.
Há poucos minutos atrás, Guy havia terminado de resolver seus assuntos e foi ficar com sua amiga, eles se sentaram na faixa de areia e passaram um bom tempo conversando, até que tocassem no assunto que todos queriam saber, o que vai acontecer com a amizade da garota com o garoto albino.
— Eu nem sei mais... — Ela abraça as próprias pernas, demonstrando certa insegurança.
— Se está com saudade dele vai logo falar com ele, já faz quase um mês que vocês não trocam nem mesmo um “oi”. — O moreno fala meio preocupado, ele quer muito poder ver aqueles dois juntos de novo.
— E o que eu vou fazer? Eu nem ao menos encontrei com ele desde que descemos do ônibus, vai ser impossível de achar ele no meio de uma multidão.
Guy para e pensa um pouco.
— Eu acho que não.
A garota olha para ele.
— Ele me disse que queria encontrar com você no pier, hoje.
— O quê? — Ela pergunta incrédula.
— Pois é, quando disse que ia conversar com o pessoal da minha sala, na verdade tinha ido conversar com ele. — O moreno sorri.
— Ele quer mesmo encontrar comigo...?
Ele assente com a cabeça
— E você? Quer encontrar com ele? — Ele pergunta.
A (cor do seu cabelo) fica meio hesitante em dizer, mas sabe que não adiantaria mentir.
— Quero...
— Então pronto! — Ele se levanta animadamente e bate uma mão na outra. — No pier, às 18:30. — O moreno sai sem dizer mais nada. A verdade é que Guy ainda não se encontrou com o albino, ele apenas blefou para ter certeza de que a (cor do seu cabelo) queria ver ele. Agora ele corre atrás do Zoldyck para conversar com ele e dizer que (S/n) quer o ver. Parece um plano meio maluco, mas está tudo dando certo até agora.
(S/n) estava ansiosa, com um sentimento estranho em seu coração e em seu estômago, ela não conseguia ficar parada. Tentou andar pela praia, e mesmo que a sensação das ondas e da areia molhada tocando seus pés a fizesse focar um pouco, não durava mais que alguns minutos, sempre voltava a pensar em como seria sua conversa com o Zoldyck, como iniciaria uma conversa? Como teria coragem de olhar em seus olhos?
A tarde passou extremamente devagar, como se cada minuto levasse uma hora para passar, mas o horário finalmente chegou, a garota espera no horário exato, olhando para o mar enquanto encosta no parapeito de madeira do velho pier que está ali a gerações. O barulho das ondas de certa forma acalma a garota, afastando um pouco o sentimento de preocupação que insiste em grudar em sua cabeça, dizendo que dará tudo errado e que no final ela nunca mais vai olhar nos olhos do garoto, ela não consegue evitar o movimento em seus pés e suas mãos, talvez até seu rosto demonstrasse um certo desespero, com o suor frio escorrendo de sua testa para a sua bochecha, não poderia deixar a onda de ansiedade a afogar justo agora, porque na verdade ela já está quase no fundo do mar.
A poucos metros longe do pier, Killua caminha o mais rápido que pode, sentindo seu coração a mil. Finalmente poderia falar com (S/n), e quem sabe, finalmente concertar sua amizade que havia sido estilhaçada como vidro por orgulho e raiva. Estava se sentindo ansioso, mas ainda sim, tenta manter ao máximo a cabeça erguida.
O sol poente bem a sua frente o impede de vizualizar a garota, que se encontra de costas encarando o oceano, mas ele consegue reconhecer sua silhueta e o leve tom (cor do seu cabelo) que se permite aparecer junto com a sombra. Os tons alaranjados do céu combinam com ela, mesmo que esteja num momento tenso, tudo a sua volta lhe traz um sentimento feliz, fazendo-o instalar um sentimento leve em seu coração, que agora ocupa a mente do albino junto com um sentimento de preocupação.
— (S/n)... — Ele finalmente toma coragem para poder tocar no ombro da garota e chamar pelo seu nome. A mesma se vira por reflexo, e sentiu seu coração parar ao ver o albino a menos de cinco passos de distância dela. Seus olhos brilham com a luz do ambiente, algo lindo que a garota poderia ver de novo e de novo sem enjoar. Seu coração erra uma batida ao perceber o quão lindo Killua está agora, mesmo que ele esteja como sempre esteve.
— Oi, Killu. — Ela diz num suspiro, ainda sem acreditar que ele está a sua frente novamente.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.