— Iwa-chan, fique de joelhos sobre a cama — pedi, enquanto me despia da camisa preta de botões.
Eu nunca neguei a inteligência de Iwa-chan, mas querer apostar comigo que eu não era capaz de fazê-lo gozar apenas com um beijo grego muito bem dado era muita burrice. Ele quis colocar em jogo uma coisa dessas, logo comigo, o grande rei que confia em suas próprias habilidades. Já tínhamos 27 anos, o que Iwaizumi tinha na cabeça? Óbvio que eu ganharia.
— As algemas estão muito apertadas? — perguntei.
— Não.
— Ótimo.
Silenciosamente, ele me obedeceu e se ajoelhou sobre o colchão, próximo ao pé da cama coberta com lençóis brancos. Deixei minha camisa sobre a cadeira do nosso quarto. Eu parei por um momento apenas para apreciar suas costas largas e com músculos tão bem trabalhados. Ele realmente cresceu após o ensino médio, não é mesmo? Meu olhar desceu por sua cintura e um pouco mais abaixo vieram seus pulsos presos atrás das costas por belíssimas algemas de couro que estavam ligadas à coleira preta de mesmo material por uma corrente. Demorei mais um pouco para observar suas coxas torneadas quando Hajime me fitou com impaciência por cima do ombro.
— Vai ficar me olhando até quando? — questionou.
Ri baixinho e cruzei meus braços sobre o peito.
— Até eu achar suficiente. E eu não me lembro de ter deixado você falar, acho que vamos ter que fazer isso do jeito difícil.
— Do que você tá falando?
Não o respondi e andei lentamente em direção a cama. Hajime voltou a virar o rosto para frente ao evitar o meu olhar e eu fui até a gaveta da mesa de cabeceira para tirar dali um tubo de lubrificante e um anel peniano. Com os objetos em mãos, me posicionei em pé atrás de Iwaizumi, larguei as coisas sobre a cama e me dei a liberdade de passear as mãos pelos cabelos curtos do meu homem para depois escorregá-las pelo pescoço e ombros dele. As pontas dos meus dedos exploraram o peitoral de Hajime com uma lentidão adorável e voltaram ao pescoço para brincar com o pingente da coleira, o qual era uma coroa de rei.
Em seguida, obriguei Hajime a olhar-me ao inclinar seu rosto para trás e me curvei para que meus lábios ficassem próximos dos dele. Observei-o umedecer a boca com a língua, o olhar alternou entre súplica e petulância quando minha boca roçou na dele.
— Quer me beijar, Hajime? — sorri com presunção ao vê-lo comprimir os lábios e respirar fundo ao fechar os olhos como se estivesse se segurando para não me xingar de todos os palavrões possíveis. Por mais que eu soubesse que ele já estava fazendo isso mentalmente.
Segurei a mandíbula de Hajime firmemente nas mãos e beijei cada uma de suas bochechas e depois minha boca tocou levemente o canto dos seus lábios para, logo em seguida, a ponta da minha língua traçar o contorno os lábios de Iwaizumi. Ele soltou o ar que guardou nos pulmões em um ofego suave e não demorou muito para que eu me deparasse com seu olhar irritadiço. Por precaução, uma de minhas mãos desceu até seu quadril ao passo que a outra permaneceu na mandíbula.
— Você sabe a resposta, shittykawa. — Ele praticamente rosnou a resposta.
Parece que eu tinha um cachorrinho bravo em minhas mãos. Quem diria, né.
Minha boca tocou os lábios de Iwaizumi vagarosamente e senti ele relaxar próximo a mim enquanto nos movíamos dentro da nossa própria sincronia, provamos e exploramos o gosto tão conhecido de nossos lábios e desfrutamos com prazer do calor do toque. Modéstia a parte, era o momento perfeito para que eu desferisse um tapa na bunda de Hajime e assim o fiz. Não me incomodei quando ele interrompeu o beijo para grunhir pelo golpe que recebeu. Desci o rosto para que minha boca alcançasse o pé do ouvido de Hajime e sussurrei:
— Isso foi pela falta de educação. E isso — as palmas de minhas mãos tocaram suas costas e as empurrei para baixo, deixando Iwa-chan com o rosto no colchão e apenas o seu quadril erguido —, isso foi por ter me xingado.
Esperei mais alguns segundos para ter certeza de que ele não faria mais nenhuma gracinha. Quando Hajime tentou mover as algemas, eu puxei a corrente para que ele lembrasse que vestia uma coleira. Iwaizumi arfou pesadamente, o peito subiu e desceu com tentativa de manter a respiração estável. Após vê-lo engolir em seco, acariciei suas costas com leveza, antes de escorregar uma mão para seu pênis, que logo percebi estar duro.
— Iwa-chan. Está ereto?
Ele revirou os olhos em deboche.
— Meu pau tá na sua mão e ainda pergun- — Hajime interrompeu a própria voz, abafando todos os tipos de xingamentos ao afundar o rosto no colchão depois que eu apertei seu pau em minha mão.
Observei com deleite suas pernas tremerem e soltei sua extensão.
— Dizia alguma coisa? — questionei ironicamente.
O moreno apenas negou com a cabeça.
— Ótimo.
Em seguida, peguei o anel peniano e o deixei na base do pau de Iwaizumi, o qual tirou o rosto dos lençóis e reclamou manhoso:
— Ah não, Tōru… maldade isso… — as palavras seguintes morreram em sua garganta e, dessa vez puxei a corrente da coleira levemente.
— Eu não nunca disse que era bom, Iwa-chan — falei ao fazer um biquinho de falsa pena com os lábios. Sem mais a comentar, peguei o lubrificante e molhei meu dedo indicador. — Feche os olhos.
Arqueei as sobrancelhas, surpreso por ter visto Hajime obedecer sem objeções. Talvez meus pequenos castigos tivessem surtido efeito. Experimentei passar meu dedo molhado por sua entrada exposta e me deleitei ao vê-lo se sobressaltar com o contato gelado. Mantive seu quadril no lugar com a mão livre e apliquei uma leve pressão em seu períneo e desci para os testículos, as coxas de Iwaizumi ficaram tensas com o toque e decidi tirar a mão de seu quadril para acariciar suas pernas com a ponta dos dedos. Deslizei minha mão pela parte interna da coxa esquerda de Hajime e belisquei a pele para ver o moreno arquear minimamente as costas e puxar a perna para fugir do toque. Apesar da tentativa escapar de minha mão, eu segurei firmemente sua coxa em meus dedos e, com a mão que massageava os testículos de Iwaizumi, voltei a sua entrada para pressionar o polegar em seu entorno.
Iwa-chan escondeu o rosto entre os lençóis e abafou um ofego de alívio e prazer contra eles quando meu dedo o penetrou. As mãos presas nas algemas se fecharam em punho e Hajime rebolou contra meu dígito, tentando ter mais do que eu dei a ele. Ao perceber que eu o abandonei, Iwaizumi me olhou pelo canto dos olhos, o cenho franzido marcou a testa.
— Continua — pediu.
Recolhi minhas mãos e as deixei atrás das costas.
— Vou te dar uma colher de chá e ignorar que você tentou mandar em mim, Iwa-chan — falei. — O que você quer?
Ele umedeceu os lábios com a língua.
— Tōru…
— Eu estou aqui, Iwa-chan. — Apesar da posição em que estava e sendo fitado pelo meu olhar altivo, o moreno não se intimidou e revirou os olhos com impaciência. — Você está muito metidinho para quem está com o membro praticamente pingando de excitação. — Arqueei uma sobrancelha presunçosamente e sorri com o canto da boca.
Iwaizumi balbuciou algumas reclamações. O fato de estar com o pau duro e sem atenção era a mais pura verdade e ele não podia negar, isso o frustrou e eu adorei.
— Diga-me o que quer e eu te darei, meu querido Hajime.
Ele engoliu em seco, a agonia da espera o consumindo.
— Me beija.
— Onde?
— Você sabe, Oikawa. Não se faça de idiota.
Tirei as mãos das costas e me sentei sobre no espaço do colchão que ficava perto do pé da cama, logo atrás de Hajime. Cruzei as pernas e fingi prestar atenção em minhas unhas enquanto conversávamos.
— Na verdade, eu não sei, Iwa-chan. Acho que você deveria me dizer, afinal, eu posso te beijar em vários lugares — falei e passei a mão por seu abdômen. — Pode ser aqui… — pressionei seu mamilo direito e Iwaizumi reagiu ao toque. — Ou aqui… — Desci minha mão para seu pênis e rodeei a glande, observando com deboche Hajime buscar necessitadamente mais de minha mão. — E pode ser em tantos outros lugares que posso me confundir, você sabe. — Eu disse ao aproximar minha boca de sua bunda e morder a carne instantes depois.
— Filho da puta! — xingou e minha mão não demorou a estapear o bumbum de Hajime.
— Rude, Iwa-chan. Isso, foi rude.
Fiquei alguns segundos em silêncio, observando Iwaizumi tentar normalizar a respiração.
— Já parou com a rebeldia? Eu posso te deixar por mais tempo assim se está gostando tanto de ficar sem seu orgasmo.
Ele pareceu lutar internamente contra a sua vontade inata de soltar mais palavrões contra mim.
— Sim... Eu parei.
— Ótimo. Voltando ao assunto principal: quer te eu te beije onde, Iwa-chan? Hum… — pensei por um instante. — Talvez seja aqui? — perguntei e cutuquei a entrada de Hajime com a ponta da língua.
As pernas dele tremeram um pouco e ele ofegou de prazer.
— Ah… sim, aí.
— E como se pede?
— Por favor, Tōru. Sério, me beija. Por favor… — respondeu necessitado e abafado contra os lençóis.
Meus olhos piscaram rapidamente. Eu não esperava uma resposta tão obediente e rápida.
— Perfeito.
Umedeci meus lábios e me inclinei entre as nádegas e Hajime, segurei-as para expor o local e deixei um selinho antes de passar a língua lentamente em sua entrada. Primeiro, circundei o entorno para depois descer e subir entre a fenda interglútea, sentindo a pele de Hajime estremecer sob meu toque. Minha língua voltou a passear pelo ponto de Iwaizumi e os gemidos começaram a aparecer. Os sons de deleite de Hajime escaparam aos poucos, iniciaram abafados para depois saírem sem timidez pelos lábios. Eles tomaram o quarto e chegaram até mim como música para meus ouvidos.
Aos poucos, o suor começou a aparecer no corpo em que eu trabalhava, as mãos de Hajime se remexiam presas as correntes, o tilintar se misturando aos ofegos pesados do moreno. Minha boca umedeceu Iwaizumi com prazer e, enquanto eu o lambia e beijava, coloquei um dedo dentro de sua entrada e depois mais outro e os movi junto de minha língua. Felizmente, eu mantive os olhos abertos para ver suas costas se arquearem e seu bumbum empinar um tantinho a mais quando Hajime esfregou o rosto contra o colchão em uma tentativa falha de extravasar sua euforia.
Possuir Iwa-chan daquela maneira era tão íntima e excitante que eu fiz uma nota mental para sugerir essa… modalidade mais vezes. Ele não sabia quão lindo ficava assim, de quatro para mim apenas para que minha língua e dedos trabalhassem livremente em sua intimidade tão bem exposta. Os gemidos de Iwaizumi aumentaram gradativamente, a voz falhou um pouquinho aqui e outro tantinho acolá, mas era notável que seus pulmões puxavam o ar com exigência.
— Oikawa — disse entre um gemido e outro —, eu preciso gozar. Eu não aguento mais, eu… o calor…
— Embaralhando as palavras, meu amor? — eu disse enquanto deixava pequenos beijos na região estimulada.
Eu movi minha mão livre para o pênis de Iwaizumi sorrateiramente e o agarrei, começando uma punheta lenta e arranquei mais alguns grunhidos de deleite do moreno antes de remover o anel peniano do membro duro. Algumas gotas de pré-gozo molharam os lençóis. Eu ri baixinho ao ouvir Hajime soltar um ofego alto de alívio e logo o abocanhei novamente. Ele estava perto do limite e a satisfação me tomou. Era tão clássico a respiração pesada, os gemidos hora altos, hora baixos, o delírio prazeroso em que as palavras se perdiam e se enrolavam na língua para morrer nos lábios entreabertos.
Retirei meus dedos de Iwaizumi e, com ambas as mãos, passeei por suas coxas ao passo que minha língua tocou sua entrada com mais afinco. O moreno se agitou ao sentir meus toques firmes e suas pernas tremeram, o fogo da provocação crescendo e consumindo o resto de sanidade que ainda restava. Belisquei seus glúteos, suas coxas e panturrilhas, arranhei toda a pele de Iwaizumi que estava ao meu alcance sem nunca tirar minha boca de sua entrada e Hajime gemeu mais e mais. Os olhos fechados com as pálpebras apertadas umas contra as outras, a boca deixando a saliva escorrer pelo canto dos lábios entreabertos.
— Tōru, eu… vou- ah! — exclamou, interrompendo a própria fala depois de levar um tapa meu em seu bumbum.
— Eu não quero que você fale. Eu quero que você goze, Hajime.
Ele comprimiu os lábios em uma linha fina e afundou o rosto no colchão minutos depois, chegando ao limite e atingindo a prazer que tanto queria ao gemer arrastado contra os lençóis e as costas arquearem quando o corpo se retesou. Continuei a massagem até Iwaizumi diminuir a intensidade dos gemidos e me afastei. A fraqueza atingiu as pernas do moreno e o corpo e quadril afundaram de lado no colchão completamente cansados.
Enquanto Hajime se recuperava de seu ápice, cobri seu corpo com o meu e deixei uma trilha de beijos que foram do pescoço aos braços e cintura. Peguei no bolso de trás da minha calça uma chave e abri as algemas que prendiam as mãos dele e removi a coleira de seu pescoço. Com olhos entreabertos e preguiçosos, ele me fitou ao deitar de costas no colchão.
— Você me paga.
Sorri e imitei sua pose ao deitar ao seu lado na cama. Cruzei meus braços atrás da cabeça e olhei para Iwa-chan.
— Confessa, você gostou não gostou?
Ao invés de me responder, Iwaizumi me puxou para seu peito e eu o abracei pelo pescoço e escondi meu rosto ali ao sentir as mãos dele circundarem minha cintura. Senti também seus lábios contra minha têmpora em um beijinho delicado e ele sussurrou baixinho.
— Você sabe que sim… que pergunta idiota, shittykawa.
— Já não me xingou o suficiente minutos atrás? Você é rude, Iwa-chan! — falei e afastei meu rosto de seu pescoço.
Hajime me olhou com maldade e um sorriso de canto tomando sua boca. Estreitei meus olhos e franzi o cenho. Quando dei por mim, minhas costas afundaram entre os lençóis e Hajime se colocava acima de mim, beijando e mordiscando minha clavícula.
— Eu nunca disse que era educado, Oikawa. — Ele respondeu contra minha pele.
Ali, eu entendi o que ele qui dizer com “você me paga” e eu paguei.
E não me arrependi de nada.
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