“Liberte minha mente
Cure as minhas cicatrizes
Apague o passado
Dias negros para esquecer
E memórias para durarem
No meu coração”
(Epica - Chasing The Dragon)
Sentia a água morna percorrendo minha pele enquanto algumas empregadas reais a derrubavam levemente sobre mim, depois escorrendo para dentro da banheira de mármore branco. Minhas mãos pousavam sobre a beirada da pedra gélida, eu não conseguia relaxar com tantas pessoas em minha volta enquanto estava nu. Mas eram as regras do palácio, que o noivo, ou noiva, seria preparado no dia do casamento pelas senhoras mais bem treinadas para isso. Pedi a Seokjin que me arrumasse, mas ele disse que não era apto para uma ocasião desse porte, embora eu ache que ele só disse isso para me despistar. Obviamente que alguém como meu irmão poderia arrumar um noivo, mas resolvi não insistir demais ou ele me daria uma bronca. Também poderia ter pedido para Yoongi… O nome dele soava muito estranho em minha mente, afinal, só o conhecia desde ontem, e após nosso encontro no coreto, não o vi mais, apenas fui levado para o aposento de hóspedes e instruído para descansar até o amanhecer, quando começaria as preparações do casamento real.
Decidi que chamaria o rei de majestade até que conseguisse pronunciar seu nome sem nenhum receio. E se alguém me recriminasse por chamar o rei pelo seu nome? Eram tantas dúvidas… Eu não sabia que seria assim, pensei que tudo seria mais fácil, mas eu não me sinto preparado para nada que está por vir. O casamento, a realeza, o palácio, as responsabilidades, a intimidade… Minha vontade era de afundar a cabeça na água e ficar ali escondido até que aprendesse tudo que precisava, mas sabia que não podia, teria que encarar todos esses desafios de uma vez e de cabeça erguida. Tinha que me manter de pé sozinho, não poderia mais ficar dependendo do meu irmão e seu marido para as coisas, e isso me deixou apavorado.
Teria que tomar decisões importantes e ser um líder. Vi meu reflexo no espelho ao lado e parecia que eu desmaiaria a qualquer momento. Quem me visse agora ia achar que eu tinha visto um fantasma, meus olhos nem piscavam e meus lábios estavam brancos.
Minha visão ficou turva por uns instantes, mas eu fiquei aliviado quando percebi que tinha sido apenas água despejada pelas empregadas, agora elas iam lavar meu cabelo e eu achei que ia me incomodar com tantas mãos na minha cabeça e repuxando meus fios, mas, quando elas começaram, foi como uma massagem, e por mais que minha mente estivesse tensa, meu corpo relaxou um pouco, mas mantive as mãos na beirada da banheira. Deixei que minha cabeça tombasse para trás e meus olhos mirassem o teto do aposento. Não havia nada fora do comum, apenas os cantos moldurados por gesso branco e com pequenos adornos. Não demorou muito para que minha mente divagar.
Quando terminaram o banho, as empregadas me levaram a uma cadeira estofada em tom escuro e começaram a mexer incessantemente no meu cabelo, só que, naquela parte não foi tão prazerosa quanto antes. Elas puxavam e prendiam, eu não fazia a menor ideia do que estavam fazendo, parecia que estavam prendendo madeixas para todos os lados. Comecei a ficar ansioso novamente. Apertava os apoios da cadeira até meus dedos esbranquecerem enquanto mordia o lábio inferior.
Tinha recebido um treinamento do que fazer antes de me casar, foi chamado de ensaio de casamento, onde o sacerdote que regeria a cerimônia me ensinou tudo que eu precisava fazer e falar durante a cerimônia. Não eram muitas coisas, mas sei que na hora seria muito mais difícil de seguir tudo, ainda mais que meu nervosismo não estava disposto a me deixar tão cedo.
Talvez seria mais fácil se eu tivesse passado mais tempo com o rei, se tivéssemos tido mais tempo para conversar sobre música e criar uma amizade, se conhecer. Ele aparentava ser um homem maravilhoso, mas não queria julgar isso em tão pouco tempo. Queria saber como ele ficava quando estava diante de uma dificuldade, se era movido por impulsos, se era frio quando estava resolvendo algo, o que gostava de comer, se iríamos comer juntos… Eram tantas coisas.
Eu estava me atirando numa correnteza sem saber para onde me levará, sem saber absolutamente nada. E se, com o tempo, o rei acabasse se cansando de mim e procurando amantes? Eu saberia lidar com isso? Teria que lidar com isso? Não queria ter que passar por tal situação, mas tenho que me preparar e não sei como. E se, algum dia, o rei tiver que ir para uma guerra? Eu ficarei sozinho com minha preocupação? E se ele morrer? O que seria de mim? Minha cabeça latejava com tantas perguntas sem respostas. Queria colocar as mãos no rosto e chorar, mas não podia, eu tinha que ser forte e aguentar as minhas próprias decisões.
As empregadas me ergueram da cadeira e me guiaram até a frente do enorme espelho. Eu não queria olhar um agora, não logo agora que minha mente não parava. Por um momento, me esqueci da ansiedade quando vi o penteado em meu cabelo. Era extremamente lindo em cada detalhe.
Minha franja estava jogada de lado no rosto, duas tranças finas estavam em torno de minha cabeça, fazendo a volta completa, e nelas, haviam pequenas flores brancas de enfeite. Uma trança grande de lado caía até em direção ao meu peito, tinham trançado ela junto com alguns fios prateados que pareciam mechas do meu cabelo e reluziam em meio as madeixas escuras. Não pude evitar de ficar encantado com o trabalho delas. Eu realmente parecia um rei e me permiti deixar levar pelo momento e apreciar meu reflexo.
— Majestade, – ouvi uma das empregadas me chamando e olhei para seu rosto sereno. Não gostei muito de ser tratado tão formalmente, mas teria que me acostumar com aquilo, então, não disse nada. Ela possuía feições de uma mãe acolhedora que eu queria muito ter tido. Dei-lhe um sorriso – o rei enviou dois modelos de vestimentas para que escolhesse. Peço desculpas por não ter mais, porém queríamos algo perfeito. – ela apontou para trás de mim e me virei, encontrando as roupas ditas em cima da cama.
Aproximei-me e um sorriso brotou em meus lábios diante daquelas peças tão belas. Não era nada extremamente exuberante, eram peças simples, porém, ricas em detalhes e com tecidos de seda que brilhavam e eram tão macios quanto a pele de Yoongi. Balancei a cabeça assim que esse pensamento surgiu. Senti-me envergonhado por ter feito essa comparação, mas ainda bem que foi somente a mim mesmo.
Uma das peças era azul-claro e a outra um vermelho intenso. O tecido do azul era coberto de desenhos floridos em branco, as bordas eram prateadas, assim como a faixa que ia amarrada na cintura. O vermelho tinha as mesmas flores, porém as bordas e a faixa eram num tom dourado. Era realmente uma vestimenta de rei.
— Fizemos o vermelho por ser a cor favorita do rei, – dizia a mesma empregada – porém, o azul foi sugestão de sua majestade. Ele disse que combina com o senhor. – fiquei surpreso com o que ela tinha dito. Azul sempre foi minha cor favorita em roupas.
Não hesitei em optar pelo mesmo – ainda mais depois de saber o que o rei disse – e era realmente algo mais parecido com o meu gosto pessoal.
Quando elas terminaram de me vestir, fizeram-me sentar novamente e começaram a passar maquiagem em meu rosto. Fiquei assustado com aquilo, nunca tinha passado nada e não queria ficar muito chamativo. Elas iam maquiando com agilidade e eu nem tive tempo de falar nada, quando vi, tinham terminado e já estavam me colocando novamente na frente do espelho.
Achei que tomaria um susto, mas, me surpreendi de um jeito que não esperava. Não havia nenhuma cor forte, nem desenhos, elas apenas tinham deixado minhas bochechas e lábios mais rosados, deixando-me com um aspecto natural e saudável. Dei um passo para trás e me fitei completamente pronto. Eu nunca tinha me sentido tão bonito como agora. Quase não parecia realmente eu ali.
As flores brancas no meu cabelo combinavam perfeitamente com as da roupa, e os fios prateados do meu cabelo, com as bordas e a faixa. Era o trabalho mais lindo que tinha visto.
— Isso é maravilhoso! – exclamei sorrindo radiante para as empregadas, que pareceram suspirar de alívio por verem que eu tinha gostado.
Vi Seokjin entrando e ele ficou estático quando colocou os olhos em mim. Comecei a rir de sua reação, ele me olhava repetidamente de cima a baixo sem nem piscar.
— Taehyung! – colocou as mãos sobre a boca parecendo deslumbrado – Você é o noivo mais lindo do mundo! – meu irmão se aproximou de mim com os olhos emocionados e colocou as mãos sobre meu rosto delicadamente. Ele parecia que ia chorar a qualquer momento e eu torci para que não o fizesse, se não eu iria também – Está na hora.
↫ ✤ ↬
Meu estômago revirava enquanto olhava o caminho de flores brancas no meio da grama. A cerimônia iria ser nos jardins do palácio a luz do dia. Sentia o sol me aquecer um pouco e fiquei com enorme medo de começar a suar. Mantinha as mãos unidas para tentar manter a calma, mas ali, vendo que faltava somente alguns passos para tudo acontecer, era extremamente difícil.
Minha respiração falhava e eu fiquei com receio de desmaiar antes do casamento. Tinha que me manter forte e não errar em nenhum momento o roteiro. Isso me deixava ainda mais nervoso. Repassava todas as palavras em minha mente, mas nem isso conseguia me distrair um pouco. Naquele momento pensei se era possível alguém morrer por causa de um ataque de pânico. Era assim que eu me sentia.
Somente a empregada serena se mantinha do meu lado. Minha família estava sentada esperando por mim na cerimônia. Não tinha com quem falar e isso dificultava demais a concentração. Eu precisava do meu irmão ali para me acalmar e dizer que vai ficar tudo bem, mas ele não podia.
Estava quase cedendo ao desejo de desabafar com a empregada, mas ela era leal ao rei e poderia contar para ele que seu noivo é um medroso que quase desmaiou porque iria se casar. Não podia fraquejar desse jeito na frente das pessoas, afinal, eu também seria um rei em breve e teria que aprender a ter postura. Tentei fechar os olhos e respirar fundo.
Quando ouvi o som da arpa soar, meu corpo gelou, nem parecia que estava em um dia de calor. Senti a empregada segurar meu ombro em um incentivo e olhei para seu rosto, encontrando uma calma ali. Ela sorria gentilmente. Dei um aceno a ela e voltei minha atenção a frente. Respirei o mais fundo que consegui e dei o primeiro passo em direção ao caminho de flores. Deixei que meus pés me guiassem em passos calmos. Gostaria de ter algo para segurar no momento, mas não tinha nada, então apenas me esforcei para manter os braços firmes ao lado do corpo e impedir que minhas mãos agarrassem alguma parte da roupa impecável.
Quando meus olhos encontraram os convidados, eu senti que falharia na caminhada, mas logo avistei Seokjin no banco da frente, um pouco distante ainda, mas foi o bastante para me fazer ter forças para continuar. Ergui a cabeça e olhei para frente, encontrando os olhos do rei. E novamente aquela sensação de quando nos vimos pela primeira vez me atingiu.
Minha respiração foi se acalmando conforme chegava mais perto do altar. O rei me olhava de uma forma muito intensa e isso fez com que minha mente se desligasse um pouco das preocupações.
Ele vestia uma roupa parecida com a minha, porém, era a vermelha com dourado. Não pude segurar um sorriso ali pensando que ele havia me deixado escolher primeiro. Mas, realmente, aquela cor caía muito melhor nele, o contraste do vermelho sangue com sua pele era perfeito. E o dourado da roupa reluzia junto com a coroa do mesmo tom em sua cabeça. Não era uma coroa muito extravagante, tinha um formato simples e possuía algumas pedras avermelhadas. Realmente, ele amava vermelho.
Quando me dei conta, estava ao seu lado no altar. Tinha conseguido fazer o caminho perfeitamente e parte de mim relaxou. Talvez não seja tão ruim quanto eu pensei, estava me sentindo confortável agora ao lado do rei. Não me permiti pensar o motivo disso, apenas agradeci que tinha deixado o nervosismo para trás e continuei com o meu dever.
O altar não possuía cobertura. Havia um tablado a frente, onde nós subimos. O tablado era bem simples e feito de madeira comum. Uma espécie de pilar branco estava no centro, entre nós e o sacerdote, e estava contornado por flores da mesma cor. Acima do pilar, estava duas taças douradas com vinho, teríamos que beber durante a cerimônia, e, ao lado das taças, repousavam as alianças prateadas.
O sacerdote era um homem de cabelo e barba branca, e com as roupas da mesma cor, acabou ficando quase difícil de distinguir onde tinha pessoa e onde tinha branco. Seu cabelo era liso e muito comprido, a barba longa ia até a altura do peito, se confundindo com a roupa. Seus olhos eram de um castanho intenso, quase como o tom dos troncos das árvores. Ele parecia com aqueles magos que lia nos contos de fantasia.
O mesmo deu início a cerimônia. Senti minha barriga gelar quando sua voz grossa soou pelo local.
— Peço a benção dos deuses para a união do casal real. – dizia sorrindo para nós dois – Seus caminhos se cruzaram por obra do destino. Uma pessoa sempre está ligada a outra em algum lugar, e, quando juntas, se tornam um só. O que lhe faltar, o outro terá, e assim, manterão o equilíbrio necessário que tanto buscaram. Uma união não significa retirar os obstáculos do outro, mas sim, segurar sua mão e passar por eles juntos. Estão aqui hoje para dar início a um novo passo em suas vidas, pois acharam aquele que vai lhe completar. – ele fez uma pausa – Façam os votos, por favor.
Virei-me de frente para o rei e não pude segurar um suspiro quando nossos olhares se encontraram. Podia ter muitas dúvidas, mas admitia que estava me casando com o homem mais bonito que tinha visto em toda minha vida.
Ele me deu um sorriso de incentivo e aquilo fez com que todo meu corpo relaxasse definitivamente. Todos os músculos que estavam tensos descansaram. Minha mente ficou clara como a luz do dia, e todas as palavras que eu precisava estavam bem ali, apenas esperando para serem ditas no momento certo.
Erguemos nossas mãos um para o outro e entrelaçamos nossos dedos. Isso fazia parte do ritual cerimonial, mas foi tão natural que até tinha me esquecido que era uma regra. Quando toquei a pele dele, lembrei da comparação com a seda, mas agora parecia que nem mesmo o tecido conseguia se igualar a ele.
— Quando lágrimas vierem ao seu rosto, eu irei enxugá-las. – começou ele e eu não consegui conter um sorriso largo – Quando a tristeza vier, eu lhe farei sorrir novamente. – seus olhos não desviavam nem um segundo dos meus, o que tornava tudo muito verdadeiro e eu fiquei com medo disso. Não queria que ele agisse como um homem apaixonado quando não era. Nesse ritmo, eu poderia acabar me apaixonando por ele e não queria isso, pelo menos não sem conhecê-lo completamente – Quando a chuva cair, eu serei seu abrigo. Quando chegar a guerra, eu sobreviverei por você. – ele pegou uma das taças douradas e segurou de frente para si. Isso indicava que era a minha vez de fazer os votos.
— Quando lágrimas vierem ao seu rosto, eu irei enxugá-las. – minha voz soou muito mais confiante do que eu me sentia e agradeci por isso – Quando a tristeza vier, eu lhe farei sorrir novamente. – queria poder falar na mesma firmeza que ele, mas não conseguia – Quando a chuva cair, eu serei o seu abrigo. – ele me deu um sorriso – Quando chegar a guerra, eu sobreviverei por você. – sorri por ter conseguido completar meus votos sem gaguejar. Peguei a outra taça e segurei na minha frente.
— Bebo esse vinho para celebrar você. – ele manteve o sorriso e em seguida deu um gole pequeno no líquido arroxeado.
— Bebo esse vinho para celebrar você. – dei um gole um pouco desajeitado por nunca ter ingerido a bebida antes. Mas consegui beber sem derramar nada, e nós dois depositamos as taças de volta no pilar.
Nos mantivemos de frente um para o outro, teria que ser assim até o final da cerimônia. Mas eu agradeci muito por isso, se não fosse o olhar e sorriso dele me incentivando, não sei se teria conseguido fazer tudo até agora sem tremer as mãos. E o rosto dele era tão bonito que era um prazer ficar ali o fitando.
— Por favor, peguem as alianças. – pediu o sacerdote e nós obedecemos. Sentia o anel frio contra meus dedos enquanto relembrava do último voto.
Estiquei minha mão direita e o rei a segurou delicadamente.
— Com essa aliança, selo minha promessa de amá-lo para sempre. – mordi o lábio inferior quando ele colocou o anel prateado em meu dedo. Mas aquelas palavras tinha me atingido de uma forma que eu não esperava. Mesmo que fosse tudo arranjado, ouvir uma promessa de amor eterno fez com que meu coração palpitasse, mesmo que eu não quisesse.
— Com essa aliança, – estava prestes a jurar amor eterno a alguém que eu não conhecia. Seria certo? Eu comecei a ter tantas dúvidas novamente, mas não podia dar atenção a elas agora – selo minha promessa de amá-lo para sempre. – finalizei sentindo um peso sair das minhas costas por ter conseguido realizar os votos completos.
— Min Yoongi e Kim Taehyung agora são um só. Que os deuses abençoem sempre sua união. – completou o sacerdote e logo veio uma chuva de palmas vindas dos convidados.
O rei me deu um de seus sorrisos e eu soube que aquilo seria o meu fim. Não podia deixar que o sorriso dele fosse minha fonte de paz e confiança, eu… Eu não podia acreditar que tudo que acabamos de prometer é verdade por ambas as partes… Não que eu não tenho gostado, é o contrário, eu acabei gostando até demais e era disso que tinha tanto medo.
Nos viramos em direção aos convidados que estavam de pé aplaudindo fervorosamente. Eu não entendi o motivo de tanta animação, provavelmente, é porque agora todos iríamos para um banquete real recheado com as maiores guloseimas feitas em nosso país. As únicas pessoas que sei que estavam realmente felizes eram Seokjin e Namjoon, que faltavam começar a pular onde estavam e isso me fez sorrir. Minha vontade era de correr até os dois, mas não podia. Tinha que sentar ao lado do meu marido no banquete. Meu marido… Eu tenho um marido. Eu, Kim Taehyung, tenho um marido… Isso demoraria para ser processado em minha mente.
Caminhei de mãos dadas com o rei até dentro do palácio. Ele me guiou até o salão e eu fiquei deslumbrado quando vi a decoração do banquete.
Havia uma mesa enorme de madeira escura no centro, tinha uma fileira de cadeiras de cada lado, todas estofadas no mesmo tom escuro que tinha no aposento que me vesti. As cadeiras estavam decoradas com flores brancas, assim como a mesa, e no centro da mesma, havia um bolo enorme.
As refeições também não foram poupadas, havia de tudo naquela mesa, avistei um porco ao lado de um frango e uma bandeja com vários docinhos, e isso era somente em um canto. Tinha tanta comida ali que eu duvidei se realmente todos seriam capazes de comer tudo.
Nos sentamos na ponta da mesa, ele na cadeira da ponta, e eu ao seu lado direito, no começo da fileira. Quando todos os outros se sentaram, não demorou para que o salão fosse preenchido com vozes animadas e tilintar de talheres. Era um som agradável.
Felizmente, Seokjin e Namjoon estavam sentados logo a minha frente e isso me deixou bem mais confortável, apesar de, mesmo assim, não ter conseguido comer quase nada por conta do nervosismo de antes que deixou meu estômago dolorido. Percebi que o rei também não tinha comido muito, na verdade, ele comeu menos do que eu e somente pedaços de carne. Ele devia apreciar muito.
— Obviamente que os aplausos animados não foram só por vocês. – meu irmão confirmou minhas suspeitas – Taehyung, você não foi informado? – eu neguei com a cabeça sem entender do que ele estava falando – Todos ficaram animados porque depois de todo casamento real, acontece o baile de máscaras. – ele mexeu as mãos empolgado – É o baile mais lindo e esperado de todo país!
— É conhecido também como “baile do amor verdadeiro”. – explicou o rei parecendo animado com a ideia também – Todos vem de máscaras, e durante as danças, você vai conhecendo as pessoas, porém sem saber quem são ou seus rostos. Muitos acabaram se apaixonando nessa ocasião e por isso do nome. – ele sorri um pouco sem graça e eu achei aquilo extramente atraente – Mas pessoas casadas usam máscaras diferentes dos solteiros, assim, eles sabem quem está disponível e quem não.
— Parece ser uma festa muito bonita! – exclamei começando a entender o motivo de tanta animação.
Ouvi alguém batendo uma colher numa taça, sinal de que estavam pedindo atenção, mas um murmúrio continuava pelo salão. Uma mulher, provavelmente de família rica, que havia batido. Um sorriso labioso estava em seu rosto, como se estivesse prestes a contar um segredo. Todos olhavam em sua direção.
— Está na hora das núpcias! – anunciou e todos começaram a comemorar.
Núpcias? Estava na hora de… De me deitar com o rei? Meu corpo congelou e senti meu rosto assumir um tom avermelhado. Não bastava eu ter que fazer isso, ainda anunciavam? Eu não sabia o que fazer… Iríamos mesmo fazer isso agora?
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