Casa do Kame.
Amanheceu. O sol finalmente apareceu depois muitas horas de escuridão absoluta no abatido planeta azul que foi severamente castigado pelo ataque avassalador dos demoníacos seres do Makai. Os galos não cantaram. Os pássaros não saíram de seus ninhos. Os animais não deixaram os seus esconderijos. Era um presságio do que estava por vir... Os seus instintos lhes alertavam para o perigo iminente.
Nesta pequena casa localizada em uma ilha isolada estavam duas crianças; os sayajins gêmeos. Um menino e uma menina. O garoto brincava de jogar uma bolinha na parede, enquanto permanecia deitado no sofá com expressão de tédio. A menina estava sentada no chão no canto da sala, abraçando as próprias pernas e chorando baixinho para não assustar o irmão.
Os gêmeos tinham um conexão maior do que qualquer coisa; apesar de não aparentar, Vietz estava preocupado com os choros da irmã que, de repente, ficaram altos e desesperadores.
– MAMÃE!! MAMÃE!!!!
– Ei, ei, calma, Neena... O que foi? O que tem a mamãe? – o garoto se levantou e correu até a irmã, que gritava ainda mais alto.
– A MAMÃE MORREU!!! – ela chorava copiosamente como nunca antes em sua vida.
– Ahn? Para de falar besteira, a mamãe nunca morreria! – Vietz tentou colocar a mão no ombro da irmã, que se levantou bruscamente.
– EU NÃO SINTO MAIS A PRESENÇA DELA! – ela o olhou profundamente, com lágrimas escorrendo.
– É por que ela tá em outro mundo, Neena, se acalma.
A pequena sayajin desferiu um soco no rosto do irmão, fazendo a boca do mesmo sangrar. Estava desesperada e furiosa com a descrença do irmão. O garoto sentiu vontade de revidar, mas o seu coração estava acelerado e apertado. Uma sensação estranha tomou conta do seu corpo na medida em que ele começava a acreditar nas palavras dela.
– VOCÊ SABE MUITO BEM QUE EU SOU SENSITIVA! EU ESTAVA SENTINDO A PRESENÇA DELA, MESMO DISTANTE DAQUI! ELA... DESAPARECEU DE REPENTE!!! – ela voltou a se encolher no canto da sala, soluçando ao ponto de não conseguir mais falar.
Lágrimas escorreram dos olhos de Vietz, que balançou a cabeça em negação. Sua mãe... A mulher mais poderosa do universo JAMAIS seria vencida por alguém; nem mesmo pelo seu pai! O menino que a tinha como maior ídolo e inspiração se recusou acreditar. Secou as lágrimas e abraçou Neena de modo a consolá-la. Em profundo estado de negação, ele indagou:
– E o papai...?
– Está fraco... O ki dele... está fraco... – ela respondeu entre soluços.
Batidas na porta. As duas crianças se entreolharam e o irmão caminhou vagarosamente, mantendo a guarda alta, e abriu a porta rapidamente de modo a ter tempo para reagir em caso de ataque inimigo.
– Tio Lettuce? – surpreso, o menino relaxou os ombros que estavam tensos.
– Olá crianças! É bom vê-los bem!
O sorridente sayajin acenou para as crianças de uma maneira que somente ele fazia. Foi convidado para entrar e atenciosamente prestou atenção nas várias perguntas de Vietz enquanto que Neena permanecia em seu canto, isolada, olhando-o de soslaio. O pequeno sayajin se sentou no sofá e continuou a sua falação para o "tio" que somente sorria e assentia com a cabeça.
– Tio Lettuce, que bom que você está aqui! Vocês venceram a luta? Cadê o meu pai e minha mãe? A Neena acha que a mamãe morreu, mas dúvido, se você está aqui é por que chutaram a bunda daqueles diabos de merda!! Me conta!! Me conta como era o chefão, como vocês mataram ele e...
– Hahahahaha! Calma amiguinho, uma pergunta de cada vez!
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Makai.
– Veena... – Nietz sussurrou o nome de sua amada, derramando lágrimas. Não conseguia se mexer direito, seu corpo parecia pesar milhões de toneladas e as dores dos ferimentos só não eram mais intensas do que a dor emocional. – Você morreu por que fui fraco... Patético... Sieben e Lettuce também... Maldição!
– Você está bem acabadinho, hehehe. Se já terminou de chorar pelos falecidos, vou restaurar a sua energia.
A voz cantarolante e psicopata do mitra provocou arrepios em Nietz, que estava caído no chão sem muita energia. Sentiu a mão em suas costas e depois a excelente sensação de recuperar o vigor físico. Levantou-se apressadamente e secou as lágrimas, dando lugar a um olhar de puro e intenso desejo de vingança. Elevou o seu ki de modo ameaçador, como se quisesse atrair Astaroth para um acerto final de contas.
– Incrível! Que poder, hahaha! Sei o que está tentando fazer, mas não vai dar certo, ele não está mais nesse mundo. – comentou Szyers, atraindo toda atenção de Nietz.
– O que aconteceu enquanto estive ausente? – perguntou o sayajin, respirando profundamente logo em seguida para se acalmar.
– Momentos antes de acontecer a explosão das duas Genki Damas, a fusão se desfez e as duas mulheres se sacrificaram para salvar você e o outro sayajin. A alma de Astaroth saiu do corpo que havia sido destruído e tentou tomar o seu corpo, mas o seu corpo foi protegido por algumas cartas de baralho e desapareceu misteriosamente. Sem mais opções, a alma de Astaroth procurou a criatura viva mais próxima e...
– Lettuce! – Nietz o interrompeu, preocupado. – Não pode ser!
– Aye. Nosso estimado amigo sayajin se tornou o hospedeiro da alma de Astaroth e, antes que eu pudesse matá-lo, ele se teletransportou...
– Astaroth está no Planeta Terra! – a voz do senhor Kaioh ecoou na mente de Nietz. – Seus filhos estão correndo perigo!
Sem delongas, Nietz se teletransportou até a sua casa e encontrou apenas mar... A casa, a ilha e tudo o que havia ali foi destruído. Havia apenas um imenso "cogumelo de fumaça" e nenhum ki presente naquele local.
"Meus filhos... Minha esposa... Minha família... Meus amigos... Eu perdi tudo por ser um fraco... Se eu fosse mais forte! SE EU FOSSE MAIS PODEROSO!! ", o sayajin pensou e chorou por um breve momento até ser dominado pela fúria.
– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!
Nietz gritou de ódio. O ódio, a raiva era de uma intensidade que não existia nem mesmo no inferno.
– EU!
– VOU!
– TE!
– MATAR!
– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAASTAAAAAAAAROOOOOOTH!!!! – vociferou o sayajin.
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Casa do Kame.
Momentos antes...
"Crianças tolas... Huhuhu... Não posso ler as suas mentes por serem almas puras, mas é tão fácil enganá-las. Mal posso esperar para ver a expressão daquele sayajin quando encontrar os seus filhos em pedaços..."
"NÃO! PARE JÁ COM ISSO!"
"Ora, ainda está consciente? Silêncio, apenas observe como matarei os seus "sobrinhos" bem lentamente..."
"NÃO SE ATREVA!! ELES SÃO SÓ CRIANÇAS!"
A alma de Lettuce estava trancada em uma espécie de "jaula" dentro do seu próprio corpo, enquanto a alma de Astaroth era predominante e se apropriava cada vez daquele corpo. O sayajin gritava, se esforçava, mas era inútil, a prisão era muito poderosa.
Enquanto isso, no mundo real, o menino se animava cada vez mais com as mentiras do "Tio Lettuce", que narrava uma vitória heroica. De repente, a pequena, abalada e desconfiada sayajin se transformou e desferiu uma cabeçada no abdômen do corpo de Lettuce - lançando-o para longe.
– NEEENA, VOCÊ PIROU DE VEZ? POR QUE ATACOU O TIO LETTUCE? – gritou Vietz, sem entender o que estava acontecendo.
Sem responder, ela soluçou pela última vez e agarrou o pulso de Vietz, voando para fora de sua casa saindo pela janela. Transformada em super sayajin e voando a toda velocidade, Neena segurava firmemente o seu irmão que ainda não entendia a situação. Brevemente, ela explicou.
– Ele não é o Tio Lettuce! É um demônio!
– Como...
– Fica quieto, preciso me concentrar!! – ela encostou dois dedos em sua testa na tentativa de se teletransportar.
As duas crianças ouviram uma explosão. Astaroth, irritado, destruiu totalmente a bela ilha que era o lar dos sayajins e avançou iniciando uma perseguição implacável. Seus cabelos se tornaram brancos e os olhos vermelhos; além de marcas que surgiram em seu rosto. Sua roupa também se alterou para um traje demoníaco.
"Maldita criança!"
"HAHAHA... Sem conseguir ler mentes você é só um trouxa...", zombou Lettuce.
"CALE-SE!".
– Um ki... Por favor.... SÓ UM KI! QUALQUER UM! – o desespero começou a bater e Neena não conseguia se concentrar para encontrar algum lugar.
– Ei, por que você está demorando tanto? – indagou Vietz, transformando-se em super sayajin. – SPHERE CRUSHER!!
O habilidoso garoto criou um escudo no exato momento em que a primeira esfera de energia lançada por Astaroth iria atingi-los. Seu escudo dourado conseguiu protegê-los, mas o menino se feriu um pouco. Ele acompanhou o vôo da irmã, mantendo o escudo ao redor de ambos e toda atenção nos ataques de Astaroth.
– NEENA!! NÃO VOU AGUENTAR MUITO TEMPO!! – gritou Vietz, se ferindo novamente.
– Estou tentando!!! – ela estava concentrada. – Não tem mais ninguém na Terra! Esse demônio matou... todos...
– Hahahahaha! É tão divertido caçar coelhos! – Astaroth ria e disparava mais ataques de energia.
– MERDA!!! – resmungou Vietz e outra esfera de energia o atingiu. Seu escudo não resistiu e se partiu. – Aaaaaaahhhhhhhh.
– Encontrei!!!
– FIM DA LINHA! – Astaroth surgiu na frente dos dois concentrando grande quantidade de ki. – Farei vocês em pedaços para presentear o seu papai!
Os pequenos sayajins sumiram. O teletransporte de Neena funcionou bem a tempo, embora eles tivessem sido lançados em um planeta totalmente desconhecido. Quando caíram no meio de um salão, os dois pequenos sayajins começaram a se sentir sufocados: não havia oxigênio naquele lugar. Um escudo protetor cobriu os seus pequenos corpos, permitindo-lhes respirar o oxigênio equivalente ao da Terra. Neena foi a primeira a se levantar, esfregou os olhos e se encantou com o imponente ser esbelto e de longo topete branco.
– Uau... Ele é... divino... – comentou a garotinha.
– Aiih, desse jeito eu fico sem graça. – Whis colocou as mãos nas bochechas, todo encantado com o elogio sincero daquela pura garotinha.
– Olha, Neena! Tem um gato egípcio mutante lutando lá em cima! – os olhos de Vietz brilhavam com aquele combate.
A criatura mais poderosa daquele planeta estava desafiando o deus da destruição para um combate. O ki sentido por Neena que a permitiu se teletransportar fora o do adversário de Beerus.
– GATO MUTANTE? Mas que pirralho sem educação! – lá de cima, Beerus ouviu os comentários do garoto. – Oh... Então... é você... O pirralho que se tornou deus da destruição no meu lugar em outra linha temporal; Vietz.
– Ohohooho... Que coincidência engraçada, ele acabou de partir. – os olhos de Whis analisaram o pequeno sayajin. – O destino e seus mistérios..
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