História Dream - Ereri - Seis.

Após eles chegarem na casa de Eren, o que Levi sentiu foi inacreditável, era como se ele morasse ali à muito tempo, a sensação indescritível de conforto o atingiu em ondas, como se um pingo de água estivesse caído em um copo onde a água estava parada, e as ondas eram as sensações que o afetavam vagarosamente. Ele realmente se sentiu em casa, e Levi chegou a sentir saudades, de um lugar que ele nunca foi.

Eren o apresentou toda a casa, e o lúpus achou adorável cada lugar daquela casa, desde as plantas samambaias que decoravam o balcão da cozinha até a estante de madeira cheia de livros que Eren tinha no próprio quarto. Levi, achou a coisa mais linda o quarto de Nikolai, que era decorado com vários bichos de pelúcias e livros infantis, o lúpus se pegou sorrindo com a sensação boa de conforto presente na casa toda.

O outro alfa, Eren, levou Levi até o quarto de hóspedes e disse ao lúpus que deveria dormir enquanto ele preparava o jantar e Nikolai tomava banho. O próprio Levi não questionou, pois, o sono estava batendo na porta e o fazia piscar sonolento.

Ele se deitou na cama, e antes que pudesse adormecer, Eren apareceu no quarto novamente.

— Peguei um cobertor para você. — O esmeraldino corou um pouco. — Eu o aromatizei, caso você se sinta desconfortável, eu posso pegar outro.

Levi negou e deixou o outro alfa estender o cobertor sobre ele, onde o aroma de Eren estava se desprendendo. O esmeraldino fechou as cortinas e antes de sair do quarto, ele beijou a testa do lúpus e deixou um carinho no rosto do lúpus.

Depois de ficar sozinho no quarto, com as luzes desligadas e com a chuva batendo na janela de vidro, Levi puxou o cobertor, fazendo que o tecido fofo abraçasse seu corpo, como se Eren estivesse o abraçando.

E assim ele adormeceu, envolto ao aroma de Eren, junto ao sentimento de estar em casa.

Ele nunca se sentiu tão bem.

[...]

Levi descobriu que ele dormiu muito bem, mesmo que fosse por pouco tempo, quando Eren o acordou, o lúpus acordou de um sono pesadíssimo e ele acabou até babando no travesseiro. Claro, que ele pediu desculpas pelo ocorrido, Eren o tranquilizou falando que todos naquelas casa babavam quando dormiam. E o Ackerman ficou curioso em como seria acordar com Eren ao seu lado todo dia.

Antes do jantar Eren falou que estava terminando os preparativos, então, ele pediu para o lúpus ficasse no sofá, e o de cabelos pretos concordou após oferecer ajuda e ser negada pelo outro alfa.

Lá na sala ele encontrou Nikolai que estava deitado no sofá em cima de uma manta xadrez vermelha, assistindo um desenho animado, que passava aquele horário.

— Posso sentar? — O alfa perguntou ao garotinho.

— Senta aí. — O loirinho puxou as pernas e o lúpus se sentou, deixando os pés descansarem no tapete fofo da sala.

Ambos começaram a assistir o desenho animado em silêncio, porém, foi aos poucos que Nico começou a deslizar as perninhas até elas se estabelecerem no colo do Ackerman. Levi olhou para ele em interrogação, e o garotinho gargalhou gostosamente.

— Tenho cara de sofá agora? — O alfa perguntou.

— Ué? Claro que sim. Deu sopa, já encostei. — Ele sorriu para o lúpus que começou a gargalhar.

Levi gargalhou demais, o garoto era uma piada. E para quem nunca tinha visto Levi sorrir, gargalhar era uma raridade.

Eles continuaram assim por um tempo, o desenho que passava na televisão entreteu Levi, e ele  começou a comentar sobre os personagens e sobre a história com o garotinho que disse que não iria contar a história para ele, pois, eles iriam assistir juntos. O alfa concordou em assistir com ele, mas, fez cosquinhas no pé do garotinho quando Nico falou que Levi deveria assistir, pois ele não ficaria explicando, e recebeu a pelúcia que o garoto segurava no rosto, começando uma guerra até Eren chama-los para  comer.

[...]

A comida de Eren era excepcional, tão maravilhosa que Levi precisou comer de tudo um pouco, e até doce que ele não era muito fan, acabou comendo.

O clima familiar na mesa, deixou o coração do alfa, dolorido de sentimentos bons que o atingia, Nico falando sobre a escolinha, e como ele gostava de lá, ou de como os amiguinhos eram meio piradinhos; Eren falando sobre os livros que ele escreveu gerando um interesse em Levi, que decidiu que iria ler os livros, entre tantas conversas agradáveis sobre o dia-dia.

Levi se sentiu em família depois de muito tempo. Não que sua família não cobria o papel de “família”, ele se sentiu em família pois talvez essa fosse sua definição ou sonho de família depois de muito tempo. Família era para sentir conforto certo? Amar e ser amado, e mais um monte de definições e nesse momento ele sentia todas elas, e ele poderia aparentar sem um idiota babão, mas ver Nico e Eren se provocando chegava a ser a coisa mais adorável do mundo.

Ele sorriu todo o jantar, afinal ele estava muito bem.

[...]

— Amanhã você está bem para correr comigo, no parque? — Eren perguntou ainda lavando os pratos do jantar.

— Sim. Hoje eu estou me sentindo um pouco melhor. — Levi assentiu secando os objetos.

— Que bom. Se você se sentir mal amanhã pode me avisar, certo? 

O lúpus assentiu novamente e deu um sorriso pequeno para o outro alfa.

— Qual é a do avental de pinguim  com “Papai ❤” no meio? — O Ackerman segurou a risada.

— Nico me deu no dia dos pais do ano passado. Depois de uma apresentação. — Eren sorriu olhando para o avental fofinho.

Levi esboçou um resmungo de entendimento. E logo uma pergunta veio parar na ponta de sua língua, ele tentou engolir porém a curiosidade foi mais forte. 

Eren o encarava com os olhos verdes e brilhantes e Levi percebeu que ele passou muito tempo fitando o outro alfa. Ele engoliu em seco antes de falar.

— Posso fazer uma pergunta?

— Já fez. — Eren gargalhou e o Lúpus revirou os olhos. — Pode sim. Quantas quiser.

Levi assentiu e sem receio algum perguntou:

— Nikolai é seu filho biológico?

O Jeaguer parou de lavar a louça e enxugou as mãos no avental.

— Nikolai não é meu filho biológico, entretanto, eu o amo mais do que posso imaginar. Ele se tornou a coisa mais preciosa do mundo para mim. — Eren ofereceu a Levi um sorriso sincero e voltou a lavar a louça.

— Eu te entendo. Ele é uma criança maravilhosa.

— A história de como eu o adotei é extensa, então vou deixar para outra hora.

— Claro, mas isso não diminui minha curiosidade. — O lúpus deu uma cotovelada em Eren que sorriu espirrando um pouco de água em Levi.

Eles ficaram assim, gargalhando.

“Assim como ele é precioso para mim, você também se tornou parte do meu mundo, na verdade, você sempre foi parte do meu mundo. “ Eren pensou, olhando para o alfa que gargalhava.