Garry POV.
"Encontro Marcado Após A Morte. Pedra Flexível. Bebendo Na Noite. Vimos tudo isso. Marie arrombou a porta do lugar que vocês entraram. Mas havia outra sala lá dentro, uma sala meio verde. Tinham essas três esculturas, citadas anteriormente. A última me fez refletir sobre o quê líquido seria aquele. A segunda me passou a mensagem que tudo é possível, até mesmo amassar uma pedra. Basta você desejar. Já a última... Apenas me deu calafrios, mas uma sensação de amor gigantesco. Lá tinha um bilhete: 'Avise para o casalzinho que é isso que irá acontecer com eles. Ele, um morto. Ela, apenas mais um ser nessa galeria.' Mostrei pra Marie e guardei o papel no bolso."
Me arrepiei na hora. Fiz Ib se deitar no meu ombro, e ela fez isso sem reclamar. E até passou os braços no meu pescoço, fechando os olhos. Fiquei um pouco vermelho, mas ainda assim, óbvio que eu não ia afastá-la.
"Ela me fez subir alguns degraus e chegar numa pintura chamada 'Guertena', e disse que ia em algum lugar e voltaria logo. Não mostrava o rosto dele. Só tinha algumas palavras. 'Papai, artista, inspiração, lindo, carinhoso, tudo pra mim, morte, me deixou, eu te amava, por que, entendo agora, te amo, papai.' Lentamente, fui percebendo o significado daquelas palavras. E me deixaram triste, então não quis pensar nelas. Me lembravam de uma foto que eu vi. De uma menininha confusa, de cabelos louros lustrosos e olhos azuis, extremamente profundos, que olhavam os olhos de Guertena com uma felicidade tão infinita quanto um abismo. E do nada, Marie voltou, com a espada que havia no Encontro Marcado Após a Morte, e que eu não tinha percebido que estava ali. Por alguma razão, aquele lembrete do Fake Garry foi a primeira coisa que se passou na minha mente."
Damas de vermelho são ótimas contadoras de histórias. Até esqueci que estava na galeria. Me distraí completamente. Mas ao mesmo tempo, aquilo me assustou. Principalmente a parte do bilhete do desgraçado da minha versão falsa. Eu, iria morrer. A Ib, viraria uma prisioneira da galeria. Aquele é nosso destino? Aquele é o plano dele? Não poderíamos mudar aquilo? Bom, eu não sei. Mas, pra sair dali com a Ib, eu faria de tudo e um pouco mais. A única coisa que restou que eu tenho cem por cento de certeza que é totalmente boa... Foi ela. Tornou-se aquilo que eu não posso perder. Não vou suportar vê-la morta, de jeito nenhum. Peguei na mão dela, com cuidado, tentando abrir um sorriso.
- Eu tô bem. (Respondeu ela, abrindo os olhos. O tom dela era tenso.)
- Sei.
- Sério.
Ficamos em silêncio.
- Ei, casalzinho feliz. Vamos andando. (Riu Marie.) Rumo a procurar alguma coisa que não sabemos o que é.
Ficamos corados, juntos. E isso fez com que elas rissem mais ainda. Me enfureci, e sussurrei um "Mal elas sabem que somos namorados." bem na orelha da Ib. Ela riu, se levantando e oferecendo a mão pra que eu me erguesse também. Não recusei. Dei uma risadinha e a levei comigo. Pronto! Vamos deixar elas pensarem no que isso significa! As outras vieram atrás de nós, com sorrisos maliciosos. Acho que não se importaram com o fato de Mary estar ali, e estranhei um pouco. Mas isso não me importava. Não agora que eu estava segurando a mão da pessoa que (No momento) é a que eu mais amo no mundo.
Melody POV.
Nós sabemos da verdade, sim. Enquanto ele sussurrava alguma declaração de amor pra a Ib, Mary nos contou. Eles estão namorando. E eu não precisava fingir que estava feliz por eles. Faziam um casal bonito. Nossa, era estranho dizer isso. Nunca me apaixonei por nenhum garoto, nunca. Até porque não haviam homens na galeria, excerto os dois Garry's. O original já pertencia a alguém, e o falso... Bem, não compreendo como Mary ou Marie o desejaram alguma vez.
Não entendo absoluta e extremamente nada sobre o amor. Mas eu suponho que seja bom, pelo modo que o casal olha um para o outro, o jeito que eles seguram as mãos... Admito. Tenho inveja. MUITA INVEJA. Nunca tive a oportunidade de amar alguém, e tinha um casal extremamente apaixonado na minha frente. E isso me irritava, um pouco. Mas enfim! Eu estava feliz por eles.
- Melly? (Chamou Mary.) E-Eu.. Posso te chamar assim?
- Talvez. (Eu abri um sorriso.) O que foi?
- Não queira se apaixonar. (Disse ela, como se estivesse lendo meus pensamentos.) É horrível.
- Só é horrível a pessoa for ruim. (Respondeu Marie por mim.) Se ela for boa como o Garry, vale a pena, sem brincadeira!
- Mas e se não for? E se for falsa?
Nos calamos por um momento. Nem eu e nem Marie sabíamos como responder aquilo. Pensando bem, as duas sofreram muito por amor. Pra elas, poderia ser um tanto traumático mesmo. Talvez não tanto pra Marie, já que ela era uma coisinha esperançosa por natureza (Isso era uma qualidade que eu admirava muito, de fato.), coisa que eu não era. Então, estabeleci um objetivo: SE eu saísse da galeria... Eu iria sentir como é o amor. Iria me apaixonar por alguém.
Alguma pessoa corajosa. Bonita. Divertida. Alguém que me fizesse sentir o que eu nunca senti antes. E me prendi a essa esperança.
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