Pov’s Renesmee
Abro os olhos preguiçosamente, o vento bate contra as vidraçarias da sala causando um barulho diferente do que contrasta com o natural da vasta, agora também tenebrosa com o cair da noite, floresta.
Estou no sofá da sala de estar onde me lembro de ter adormecido, agora coberta com uma manta e sem minha família ao redor, a casa está silenciosa. Me levanto para olhar o jardim e também não há sinal deles, as luminárias que só são ligadas a noite estão acesas, mas mesmo sem elas eu poderia enxergar claramente qualquer coisa há quilômetros de distância. Um dos benefícios de ser metade vampira.
Por quanto tempo será que eu dormi?
Antes que eu possa me preocupar com a quantidade desnecessária de horas que eu perdi dormindo durante a tarde, sinto meu estômago roncar. Estou faminta.
Levanto apressada e tropeço uma ou duas vezes durante o caminho até a cozinha, o que acontece apenas por ainda estar meio sonolenta, já que tenho um ótimo reflexo.
A cozinha é um dos meu lugares favoritos da casa, de Jake e Seth também, diga-se de passagem, é o único cômodo de tamanho médio em comparação aos outros que foram planejados para serem grandiosos e suportar confortavelmente todos os membros da família. Até os quartos parecem mais áreas de lazer do que um lugar privativo de cada casal e o meu de maneira solitária, obviamente.
O lugar é revestido pelo mesmo tom quente de madeira que segue desde os pisos, a base da bancada e dos armários, tem uma pedra de cor chumbo em cima de cada móvel, ornando também com a cor da pia e do fogão, onde um enorme exaustor paira em cima. Do lado esquerdo do espaço conseguimos ter acesso a uma das varandas que dá para o jardim do lado sul, é aonde fica as roseiras da vovó, cenário perfeito para Tia Alice me obrigar a tirar milhares de fotos minhas em todos os meus aniversários.
É aconchegante ficar aqui, soube que eles inauguraram o cômodo quando mamãe viera conhecer meus avós e tios pela primeira vez, quando ainda era humana. Mas, para a infelicidade da família e a raiva da tia Rosalie, ela já tinha almoçado em casa e a primeira refeição feita nessa cozinha fora apreciada por moradores de rua que ficavam perto da fronteira de Forks.
Assim que chego perto da geladeira, encontro um papel amarelo grudado na porta que estava escrito em uma caligrafia perfeita e delicada:
“ Nessie,
Saímos para caçar, seu almoço, ou jantar dependendo da hora que acordar, está no pote transparente dentro da geladeira. Não fique sem comer!
Depois tem bolo de chocolate em cima do fogão, seu favorito.
Se precisar de qualquer coisa, seu pai ficou no chalé trabalhando na sua nova pesquisa .
Eu te amo,
Vovó.”
Esme nasceu para ser matriarca da nossa família, ela é exatamente como as avós perfeitas que constantemente vemos em filmes antigos e comerciais de televisão, por essa razão nunca tive dificuldade para chamá-la de “vovó”, mesmo tendo uma aparência tão jovial.
Quando eu cheguei a maturidade física, por volta dos meus sete anos, ela me confidenciou que esse era um grande medo seu por não aparentar ter a idade suficiente para o cargo e disse que desde que eu nasci se sente completa, que havia atingido todas as metas que queria secretamente para sua vida.
Vovó sempre me mimou e defendeu das broncas que eu levava por aprontar quando criança, nunca a vi levantar o tom de voz ou sentir raiva de alguém, muito menos negar atenção s carinho. Ela é o ser mais gentil que eu conheço.
Saio do meu pensamento, ainda sorrindo por causa do mesmo, quando ouço o apito do microondas, a janta é carbonara, minha comida favorita. Sento na banqueta e começo a comer rapidamente, não me importando em queimar minha língua uma ou duas vez durante o processo, levo menos de dez minutos para esvaziar o prato e de maneira robótica lavo a louça, deixando a escorrer
No segundo que me vejo sem ter alguma coisa para fazer, os pensamentos que venho evitando desde que acordei voltam a dominar a minha mente e com eles, uma certa morena dos olhos azuis vem junto.
Hope… Será que ela ficou decepcionada por não me ver na escola hoje?
Balanço a cabeça em negação comigo mesma, eu acabei de conhecê-la, por qual razão ela deveria se sentir dessa maneira em relação a mim?
Mas seguindo essa linha de raciocínio, eu também não deveria estar sentindo a falta dela e aqui estou eu, ansiando cada vez mais para poder ter mais uma conversa com ela.
Suspiro, totalmente rendida pelas minhas vontades, mesmo sabendo que o certo a se fazer é evitá-la, e decido mandar uma mensagem para ela.
Reviro o segundo andar inteiro em menos de um minuto com a minha velocidade sobre-humana, não tendo êxito em achar minha bolsa onde meu celular está. Estressada e com a ansiedade correndo pelas minhas veias, saio correndo floresta á fora em direção ao nosso chalé, meu pai provavelmente levou meus pertences com ele para que eu não os esquecesse.
*****Dusk till Dawn *****
Abro a porta da entrada de maneira afobada e dou de cara com a minha bolsa que está em um gancho do lado da mesma. Pego meu celular e o tento ligar, mas apenas apareceu o sinal do carregador indicando que está sem bateria.
- Que porra! - Xingo irritada e jogo o objeto com força em cima do sofá que fica de frente para a lareira.
- Renesmee? - Papai aparece na sala com uma sobrancelha arqueada demonstrando a sua confusão em relação ao meu surto, eu não sou acostumada a falar palavrões, pelo menos não em casa.
- Oi, pai… - Começo, não sabendo como continuar com o assunto.
Eu nunca menti para o meu pai, até porque seria um ato totalmente inútil já que ele pode ler meus pensamentos.
- Ainda bem que você sabe. - O ruivo ri quando meus olhos se arregalam, mesmo sabendo do seu dom a vida inteira, ele sempre me pega de surpresa. - Por que não conversamos lá fora?
Tudo bem, só me deixa colocar o celular para carregar.
Ele afirma uma vez com a cabeça e eu saio em busca do cabo que está no meu quarto e conecto do lado da minha cama de solteiro antes de dar meia-volta em passos lentos, respirando fundo durante todo o caminho, esperando pelo sermão que provavelmente irei levar quando contar a verdade.
Assim que saio no terraço, vejo papai me esperando sentado no pequeno balanço de madeira, enfeitado com rosas e almofadas brancas, essas que vovó faz questão de mudar toda semana, adaptando as flores e os tons das fronhas conforme o clima.
O ruiva pousa seus olhos em mim e solta uma risada alta.
- Você sabe que não precisa ficar tão tensa, Nessie. Vem aqui. - Ele abre os abraços e sem pensar duas vezes eu me jogo em cima dele, que me aninha no mesmo instante.
Meu pai é um vampiro. Isso quer dizer que ele é frio, apesar disso, toda vez que ele me abraça eu consigo sentir um calor por todo o meu interior. Talvez seja o meu psicológico me reafirmando sobre o sentimento acolhedor e o mais puro amor que compartilhamos.
- Por que você não me conta o que está se passando com você, meu bem? - Ele pergunta logo depois de deixar um beijo em meus cabelos e se afastar para me encarar novamente, afirmo com a cabeça.
- Tudo bem… - Suspiro. - Lembra quando eu disse que chamei a garota nova da minha turma para caminhar comigo apenas para “Dar as boas-vindas”?
Começo totalmente hesitante e ele confirma, me incentivando a continuar.
- Não era totalmente verdade…
Ele arqueou as sobrancelhas, dizendo um silencioso “jura?” de maneira irônica. Rio com isso.
- Ontem na escola o professor colocou Hope para se sentar comigo. De início eu não me importei porque ela parecia apenas uma humana comum, ela me encarava vez ou outra, mas não achei nada fora do padrão… Até perceber que não era para mim que ela olhava e sim, o livro que eu estava lendo.
- Qual livro, Renesmee? - Papai me encara bravo e eu faço uma careta não querendo responder. Ele já sabe mesmo. - O mesmo que, sorrateiramente, você entrou no escritório do seu avô e o roubou do cofre depois de ouvir uma conversa nossa onde ele comentou sobre a senha?
Sorrio da maneira mais inocente que consigo para tentar acalma-lo. Não funciona, ele me conhece bem demais.
- Ou será que é o livro que depois de termos descoberto que você pegou, eu avisei para que ficasse longe porque ele é extremamente perigoso? - O vampiro continua me olhando feio e eu dou um longo suspiro.
- Papai, você acha que eu conseguiria ignorar a possibilidade de que, se o que está escrito naquele livro for real, bruxas também são?
Ele suspira e passa a mão entre os fios acobreados, apenas um tom mais escuro que o meu.
- Quando Alice se juntou a nossa família e encontrou aquele livro que viera da inquisição que o próprio pai de Carlisle praticava, ela também acreditou fielmente na existência de bruxas. Então, com muita insistência, diga-se de passagem, convenceu Rosalie a acompanhá-la em uma viagem pelo mundo para encontrá-las, mas a aventura não chegou a sair do próprio Estados Unidos…
- Por que não? - Pergunto curiosa e ele analisa meu rosto, como se estivesse decidindo se deveria me contar toda a história.
- Porque o real motivo delas desistirem da busca, não foi por falta de fé nas suas existências. Alice teve uma visão, uma guerra seria ocasionada por conta daquele grimório.
- Uma guerra entre quem?
- Não sabemos, foi uma visão superficial, ela diz que tentava ver mais, porém o futuro ainda estava incerto… Mas diz que algo estava concreto.
Sua voz se tornou mais grave, como se ele não tivesse total controle dela e deixasse que os seus sentimentos tomasse conta da sua intonação. Ele pausa, agoniado com as suas palavras a seguir, o que me faz temê-las ainda mais.
- A guerra começaria quando três espécies sobrenaturais se juntassem em um corpo.
Três? Três espécies sobrenaturais em apenas um ser?
- Mas que merda…!? - Exclamo chocada e ele se permite sorrir.
- Linguajar, mocinha.
- Desculpa.
- Mas isso não quer dizer que bruxas são reais, talvez tenha outro motivo por trás desse livro causar tanto caos e ele seria apenas uma falsa prova para condenar mulheres inocentes no passado.
- Se isso fosse verdade, tia Alice estaria errada e nós dois sabemos que ela nunca está.
Ele concorda.
- Em todo caso, quero que devolva o livro ao seu avô hoje mesmo, ouviu?
- Tá bom… - Faço um bico mal humorada e ele me aperta ainda mais em seus braços.
- Continua a história sobre a garota nova, por favor.
Tensiono ao pensar em Marshall novamente.
- Por ela estar tão interessada no grimório, eu comecei a observá-la. - As expressões nada contida de Hope tomam conta da minha mente e papai balança a cabeça, afirmando que eu fiz certo em analisa-la melhor. - Eu estava tão intrigada que quando a pilastra da quadra caiu, eu estava olhando para ela. Não havia como escapar, era para ter caído em cima dela e de Liam, mas de alguma forma, afastou alguns centímetros para frente. Nada perceptível aos olhos comuns, mas aos meus, sim. Ela não é humana, eu sei que não.
- Na noite que passaram na campina ela afirmou isso? Que não é humana?
- Hm… Não. Para falar a verdade, nem chegamos perto desse assunto. Claro que estou curiosa, mas quero ir com calma, não quero que ela se afaste.
Papai não me responde imediato, então desvio os meus olhos que antes estavam olhando para a vasta neblina que cobria todas as estrelas do céu, para o seu rosto e me surpreendo ao ver seus lábios repuxados.
- Por que está sorrindo?
- Não é nada… Você cresceu, acho que está próxima de viver sua primeira aventura, o que pretende fazer em relação a sua amiga?
- Ah. - Suspiro. - Eu não a chamaria assim, nos conhecemos ontem.
- Mas você quer que ela seja uma amiga. - Não foi uma pergunta.
- Com toda certeza. - Respondo mais rápido do que eu gostaria.
Ele continua sorrindo, queria poder ler mentes também.
- Não, você não queria. É torturante.
- Todos que leem mentes diriam isso para disfarçarem o fato de que sabem os segredos mais sombrios de todos.
- De todos não. - Ele me lembrou.
- É, eu tenho para mim que mamãe é seu karma, para aprender a ser mais humano. - Brinco.
- Eu tenho certeza disso… Vá atrás de Hope e descubra quem ela realmente é. - Diz de repente.
- E se… - As palavras se prendem em minha garganta, não querendo acreditar na possibilidade, mas me forço a dizê-las mesmo assim. - Ela não for uma boa pessoa?
- Nessie, eu passei a vida inteira me amaldiçoando por ser quem eu sou, um monstro. Isso até sua mãe aparecer na minha vida e com toda a sua teimosia e coragem, que por sinal vejo muito disso refletido em você, me provar que todo mundo pode ter bondade dentro de si. Contanto que ela seja boa para você, não importa o passado, ou até mesmo o futuro.
- Estou realmente surpresa. Acreditei que você ia querer me impedir de procurar a verdade sobre Hope.
- Você é minha filha. Eu te conheço bem demais para saber que mesmo se eu dissesse não, você iria atrás dessa loucura. Só me resta aceitar, mas quero que me prometa que vai tomar cuidado.
- Eu prometo. Só não quero que conte para o restante da família, por favor, você sabe que eles não seriam tão compreensivos assim.
- Tudo bem, se você conseguir. Sei que não é acostumada a mentir.
- Não irei mentir, mas omitir.
Ele revira os olhos dourados.
- Tanto faz, mas se por alguma ventura se envolver em problemas, corra para mim. - Diz em tom brincalhão, mas sinto a verdade por trás dele. - Eu te amo, minha garotinha.
- Eu também te amo, papai. Obrigada por confiar em mim.
Ficamos em silêncio pela próxima hora, ele cantarola uma cantiga de ninar baixinho em português enquanto eu fico aninhada em seu peito, alisando vez ou outra minhas costas. Quando o sono começa a vir novamente, papai se despede falando que vai receber o restante da família na casa do vovô, me dando um último beijo na testa antes de sumir floresta á dentro.
Com a sua partida, volto a minha agitação interior e corro para dentro em direção ao meu quarto, pegando o celular em seguida e vendo que ele já está com carga o suficiente.
Paraliso ao ver uma ligação perdida no visor, uma ligação dela.
Também tem uma mensagem, um simples “Oi, você está bem?”, mas é o suficiente para meu corpo entrar em combustão. Estou com medo, tudo é desconhecido para mim, as sensações que ela me causa me deixam em estado de adrenalina pura.
Até agora, as únicas pessoas que eu sou próxima me viram nascer, dessa vez é diferente, tudo é completamente novo e excitante.
Tento mais de uma vez, porém não consigo decifrar esses sentimentos emaranhados que estão preso dentro de mim. A minha única certeza é que Hope desperta uma parte minha, parte essa que é curiosa e ferozmente decidida, que eu não quero que adormeça nunca mais.
Com a mente exclusivamente voltada para minha mais nova colega, como vem sendo nas últimas horas, respondo sua mensagem.
***** Dusk till Dawn *****
Pov’s Hope
Eu estou enlouquecendo. Desde o ocorrido na campina eu criei mil e uma teorias na minha cabeça, todas sem fundamentos algum, o que piorava ainda mais minha sanidade mental.
Não saber me deixa estressada, sempre odiei estar por fora de algum assunto. Cresci no meio de vampiros, lobisomens e bruxos, mas, mesmo com essa loucura toda, nunca conheci um ser sobrenatural que brilha.
Para piorar a situação, ela não respondeu a minha mensagem o dia inteiro, me deixando com tempo de sobra parar alimentar minhas paranóias.
E se ela simplesmente sumir? Não sei se aguentaria essa curiosidade que cresce dentro de mim. Eu iria atrás dela?
Estou deitada no sofá da sala há algum tempo, sinto que minha expressão está fechada, mas não tem ninguém para contestar sobre ela. Meus tios estão na cozinha conversando, o assunto é sobre mim e como se sentem preocupados com o meu comportamento.
Sei que deveria, mas não consigo me culpar por estressa-los, pelo menos, não por agora. Meus pensamentos só conseguem se direcionar para a ruiva e seus segredos, mais nada.
Desvio a atenção da minha mente perturbada quando vejo a luz da tela do meu celular que está ao lado da televisão, acender sinalizando uma mensagem.
Levanto tão rápido que meu campo de visão fica preto, mas ignoro o mal estar e pego o aparelho nas mãos.
Ruivinha: Oi, estou bem e você?
Como estou? Enlouquecendo por sua causa, muito obrigada.
Minha ansiedade é tão forte que consigo sentir meu coração na garganta, mas antes de respondê-la, subo para o meu quarto correndo, não posso arriscar que meus tios reparem mais nenhum comportamento estranho. Qualquer cuidado que eu possa ter com eles, é fichinha comparado a suas (e de meus pais) preocupações, principalmente se souberem que estou me envolvendo mais uma vez com o mundo sobrenatural.
Ao fechar a porta, me jogo na cama e respiro fundo antes de entrar no chat da conversa.
Mais duas mensagens haviam sido enviadas:
Ruivinha: Me desculpa por sumir hoje, eu dormi durante a tarde toda.
Ruivinha: Posso te ligar?
Eu: Claro.
Digito e no mesmo instante meu telefone toca. Bom saber que não sou só eu que estou inquieta.
- Alô? - Atendo com medo do desenrolar dessa conversa.
- Oi Hope… - Ela prolonga sua fala, provavelmente se perguntando como começar o assunto que viemos evitando.
Então, tiro a coragem da parte mais profundo do meu ser e digo:
- Olha, eu estou realmente curiosa para saber o que foi todo aquele lance de
Tinker Bell mais cedo. - Ouço uma leve risada do outro lado da linha e me sinto feliz com o som. - Mas acho que posso esperar até confiar em mim o suficiente para contar. Não quero que as coisas fiquem estranhas entre nós.
Não sei de onde saiu isso, eu não estava planejando dizer que estou pronta para entrar de cabeça nessa história sem saber de toda verdade, mas nesse momento, o medo de perder essa (talvez) futura amizade é mais perturbador que minha curiosidade.
Meu Deus, o que ela fez comigo?
- Não é questão de confiança… Mas talvez eu esteja te colocando em perigo te trazendo para o meu mundo. - Ela murmura amuada.
Dessa vez, sou eu quem rio. Com tudo o que eu já passei, com certeza não seria ela que me colocaria em perigo.
- Talvez eu esteja te colocando em perigo. - Respondo, sentindo um incômodo no estômago só de pensar na possibilidade.
- Pode ter certeza que isso não é algo que me preocupa. - Teimosa. Gosto disso. - Mas isso nos leva a mais uma questão; Eu também não sei o que você é.
A linha fica muda por um tempo, nossos pensamentos trabalhando para solução.
- Então, como vai ser? - Pergunto. - Vamos fingir que somos pessoas normais ou iremos revelar quem realmente somos?
Realmente estou curiosa para sua resposta e estou disposta a seguir o que quer que ela decida.
- Você não tem medo de que quando descobrirmos quem somos tudo vai se tornar ainda mais difícil?
Considerando todas as minhas experiências sobrenaturais, eu sei que as coisas irão.
- Tenho, mas você consegue deixar de lado a curiosidade? Porque eu não tenho certeza.
- Para ser sincera, eu também não.
- Droga, isso é mais difícil do que eu pensava que seria. - Bufo e ela ri e não posso deixar de comparar esse ato com o som de pequenos sinos tilintando.
- Que tal.. - Ela hesita. - Se nós não revelarmos por agora, mas também não desistimos da nossa pesquisa.
- Está dizendo para descobrirmos por conta própria? - Pergunto e ela responde em concordância. - Genial! É um desafio e tanto, mas um ótimo jeito de mantermos a situação tranquila por um tempo.
- Então esta decido! - Se empolga. - Vamos continuar amigas sem nos afetarmos com isso?
- Amigas? - Pergunto surpresa por ela já me considerar como uma.
- Muito cedo? D-desculpa é que eu… - Ela começa a se explicar de maneira nervosa.
Sorrio ao imaginar seu rosto corado de vergonha.
- Não, amigas está bem. - Eu corto a sua falha, porém adorável, tentativa de se explicar. - Fico feliz que não sou a única que pensa assim.
Ótimo, não sei o que falar agora. - Sussura denunciando sua timidez.
- Que tal… “Te vejo amanhã, amiga!” - Provoco.
- Cala a boca, Hope. - Gargalho com o sua irritação. - De qualquer forma, eu não posso dizer isso, amanhã não vou para escola. Na verdade, nem amanhã, nem o resto da semana.
- Por quê? - O humor se esvai do meu corpo completamente.
Droga, um dia e eu ja fiquei dependente da sua presença assim? O que será de mim daqui a um ano?
- A previsão é de sol para os próximos cinco dias. - Diz simplesmente e eu a entendo imediatamente.
- Então acho que teremos que nos ver a noite. - Falo como se fosse óbvio.
- O quê? - Renesmee pergunta surpresa e confusa.
- Não quer me ver? - Forço uma voz irônica tentando encobrir a angústia com a pergunta dela.
- Eu com certeza quero te ver. - A Cullen se explica rapidamente e o sorriso volta a tomar conta da minha expressão novamente. - Mas minha mãe está brava comigo, não sei se vou ter permissão para sair.
- Ah, tenho certeza que seus olhinhos pidões podem fazê-la mudar de ideia.
- Talvez… É que eu nunca fui contra a vontade da minha família.
- Tem uma primeira vez para tudo. - Digo rindo, me sentindo a própria cobra do Éden convencendo Eva para comer a maçã, porém não me sinto arrependida, realmente preciso vê-la. - Vamos nos encontrar na campina.
- O que eu vou falar para a minha família? Eles não podem saber que estou saindo com você, não por enquanto. - Diz nervosa.
- Fala que precisa pensar um pouco, sempre funciona… Mas será que nosso pequeno anjinho consegue mentir para toda a sua família? Ou isso seria um pecado imperdoável? - Ironizo e a ouço bufar do outro lado da linha.
- Você é realmente irritante, Hope. - Renesmee finge um tom bravo, mas acaba não aguentando e ri, me fazendo ficar completamente desnorteada.
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