O dia mal começou e Lilly já estava chamando no grupo. Helene estava tomando o café da manhã com Jessy, quando ouviu o som da notificação e pegou o celular para verificar o que era. Suspirou quando viu do que se tratava.
- É Lilly. Quer fazer uma reunião a respeito da votação. – contou à Jessy.
- Por um momento até esqueci dessa votação, devido ao que aconteceu com você e o Richy. Ela disse a que horas e onde?
- Na Roger’s Garage. Está aguardando todos responderem se já podem ir para a oficina. Você já vai pra lá daqui a pouco, posso ir com você e resolver isso logo. Se eu responder, provavelmente ela vai encontrar um meio de me atacar. Você pode responder por nós duas.
- Com certeza. – Jessy pegou o telefone e confirmou com Lilly. – Cléo acabou de responder que também pode.
Após o café e se arrumarem, as duas foram até a oficina no carro de Helene. Richy recém havia chegado, e, antes que chegassem clientes, Lilly e Cléo já estavam lá. Logo em seguida, Thomas chegou. Lilly olhou para Helene fuzilando-a, que tentou ignorar. Todos entraram, Jessy, Helene e Cleo sentaram-se em um sofá que havia no local, encostado em um parede, Richy sentou-se em uma cadeira e Thomas em outra, todos próximos. Lilly preferiu ficar de pé.
- Então, vocês já sabem porque estamos aqui. Todos já pensaram no seu voto? – começou Lilly, direto ao ponto.
- Na verdade, nem precisei pensar. É claro que meu voto é para Helene ficar. Não podemos tirá-la do grupo! – respondeu Jessy.
Lilly: Você não deve estar pensando direito. Helene deve sair.
Jessy: Não! Tenho total clareza de meus pensamentos. Desde o desaparecimento da Hanna, tudo está indo por água a baixo. Nós culpamos uns aos outros, brigamos, passamos o tempo inteiro nervosos, o Dan está no hospital! Helene ficou do nosso lado o tempo todo, até veio pra Duskwood, arriscando a si mesma, por nós, e agora você quer nos fazer escolher por tirá-la do grupo, Lilly?!
Lilly: Hannah também faz parte desse grupo!
Jessy: É claro que faz! E nós vamos encontra-la, mas somente se tivermos a ajuda da Helene.
Richy: Bem, 1 x 0 pra Helene.
Helene deu a mão para Jessy, que estava ao seu lado, e sorriu discretamente: Obrigada, Jessy. – Jessy retribuiu.
Cleo: Concordo com a Jessy. Lilly, você sabe o quanto a Hannah é importante pra mim e eu faria qualquer coisa para encontrá-la. Acredito que Helene seja a chave pra esse mistério.
Lilly: Cleo, o sequestrador gravou um vídeo seu! Temos que levar a sério essa ameaça! Você correu um risco muito grande, quer continuar se arriscando assim por uma estranha?
Helene se levantou: Estranha?! Eu vim até aqui por todos vocês, pela SUA irmã, agora vocês sabem quem eu sou, estou arriscando a minha vida e você me chama de estranha?!
Lilly: Nós sabemos quem você é? Como? Nem sei se esse é o seu nome verdadeiro, só conhecemos o seu rosto. Não sei de onde você realmente veio, o que faz da vida, qual sua relação com o hacker. Pra mim, você é a mais suspeita nisso tudo. E mesmo que não seja culpada, qualquer um de nós poderia ser o próximo, o sequestrador acabou de provar isso, ao filmar a Cleo e marcar o Richy! Ei, Thomas, e se ele fizer algo com a Hanna por causa de tudo isso?
Thomas: Não posso arriscar a vida de Hannah. Desculpe, Helene, meu voto é a favor de Lilly.
Helene: Entendo, Thomas.
Lilly: Meu voto vocês já sabem. Quero Helene fora. E você, Richy?
Richy fez uma careta e passou a mão na testa: Vou me abster de votar.
Lilly: O QUÊ?
Jessy: COMO ASSIM, RICHY? Você seria o desempate!
Richy: Acredito que Helene tem uma boa conexão com o hacker misterioso, o que pode ser uma vantagem pra nós. Porém, não posso votar contra Lilly, que é irmã da Hannah e nossa amiga há anos. Simplesmente não posso fazer isso, desculpem.
Cleo: Como ficam as coisas, então?
Jessy: Ainda temos o Dan. Precisamos do voto dele.
Lilly: Tenho de certeza de que ele concordará comigo. Vamos fazer uma chamada de vídeo com ele.
Cada um pegou seu celular, exceto Jessy e Cleo, que acompanharam a chamada pelo celular de Helene, que estava sentada entre as duas. Lilly fez a ligação em grupo e Dan atendeu.
Dan: Oi, pessoal. Sentiram minha falta, é?
Lilly: Oi, Dan. Precisamos de você. Você está por dentro da votação que estamos fazendo sobre Helene?
Dan: Sim, Jessy havia me falado a respeito. Querem decidir se ela fica ou se está fora.
Lilly: Exatamente! Empatamos e Richy se absteve de votar.
Dan: O que foi, amarelou, Richy? – ele riu.
Richy fez uma careta: Ha-ha, muito engraçado, Dan.
Lilly: O seu voto será o decisivo. Pense bem! Tenho certeza de que fará a coisa certa.
Dan: Pois bem. Helene fica.
Lilly: O QUÊ? Dan, você tem noção do que está decidindo? Você não pode permitir que ela continue entre nós, você nem sabe quem ela é! Pense bem e vote de novo!
Na tela do celular de todos falhou a imagem, ficando tremida e com linhas.
Richy: Droga, meu celular está com problemas, logo agora.
Thomas: Não foi só o seu, o meu também.
Lilly: Mas o que é isso?
(Link do vídeo: https://youtu.be/F7VIxW0jyZA)
Richy: Er... não preciso perguntar se vocês também viram isso, né?...
Jessy: Esse cara é assustador.
Thomas: Ele quer que tenhamos medo dele, ou o quê?
Helene: Pessoal, eu não pedi pra ele fazer isso, sequer sabia que ele interferiria assim... ele só quer me proteger.
Dan: Nossa, ele sabe mesmo como fazer uma interrupção triunfal. Já disse que não gosto desse cara?
Lilly estava bufando: Pois bem, façam como quiserem, depois não digam que não avisei. – Ela pegou a bolsa e foi embora.
Thomas: Isso é mesmo esquisito. Eu vou nessa, também.
Cleo: Thomas, você me dá uma carona? Vim com a Lilly, mas ela saiu tão rápido...
Thomas: Claro.
Cleo: Tchau, Richy, tchau, meninas. Nos falamos.
Os dois saíram e Richy iniciou o dia de trabalho, dando seguimento à manutenção de um carro que estava na garagem. Jessy e Helene foram para a recepção, onde Jessy assumiu seu posto de recepcionista e Helene sentou-se na cadeira de cliente.
Jessy: Parece que você e o hacker tornaram grandes amigos, Helene. – Jessy olhou Helene de canto de olho, com uma sobrancelha erguida.
Helene riu sem graça: É... é algo surpreendente, mesmo.
O celular de Helene tocou ao som de uma notificação e ela deu graças por isso.
- Bem, já vou indo. Mais tarde volto pra buscar você.
- Hmmm, fugindo do assunto. – Jessy sorriu, maliciosamente. – Tudo bem, espero por você.
Helene entrou no carro e pegou o celular. Era uma mensagem de Jake.
Jake: Olá, Helene.
Helene: Oi, Jake. Obrigada pela ajuda.
Jake: Não por isso. É importante que eles te aceitem.
Helene: Embora a sua interferência tenha soado intimidadora...
Jake: Você sabe que não tenho muito jeito, acabo sendo direto. Apesar disso, foi preciso.
Helene: É. Eu sei.
Nesse instante, Helene viu Richy saindo da oficina com seu carro.
Helene: Espere, Jake. Richy está saindo no meio do horário de trabalho. Estranho, normalmente é a Jessy que faz qualquer serviço na rua.
Jake: Você sabe onde ele está indo?
Helene: Não faço ideia. Mas posso tentar descobrir. Vou segui-lo.
Jake: Pode ser arriscado, tome muito cuidado. Não deixe que ele perceba você. Sei que você é inteligente.
Helene: Pode deixar, eu dou conta. Vou nessa.
A jovem largou o telefone e começou a dirigir. Entre ela e Richy, havia dois carros no trânsito, o que a ajudou a se esconder. Finalmente Richy estacionou o carro e Helene estacionou numa loja próxima. O viu entrar no Bar Aurora, desceu do automóvel, foi até a porta, na qual não tinha segurança algum e encostou-se na parede, escondendo-se. Espiando, viu Richy sentar ao balcão de drinks e conversar com um rapaz magro, com tatuagens e de cabelo comprido, liso e escuro, preso num elástico. Ainda não havia clientes no bar, o que facilitou a escuta do que eles conversavam.
Richy: Phil, vim conversar com você algo importante.
“Phil? Então esse deve ser o irmão da Jessy. Faltava conhecê-lo.”, pensou Helene.
Phil: Diga, Richy.
Richy: Soube que você andou falando coisas ruins a respeito de Hannah. Coisas desrespeitosas. Você deveria estar fora de sie, então, pensei que você pudesse se desculpar.
Phil: O quê?! Por que eu iria me desculpar?
Richy: Sabe, você falou que Hannah se atirava pra outros homens e que era só questão de tempo se envolver com o cara errado. Rolou algo...?
Phil: Por que diabos você acha isso? Porque eu pagava uma bebia pra ela, de vez em quando? Escute bem, não vou permitir que você venha no meu bar me acusar de ter feito algo com Hannah, nem me dizer o que fazer.
Richy: Nós não achamos que você fez algo...
Phil: Eu ainda sou um dos poucos que age com responsabilidade nessa cidadezinha. Nem todos em Duskwood são assim. – Phil olhou para um cliente que entrou. - Está na hora de você ir. Não quero que você espante os poucos clientes que restaram, com suas acusações infundadas.
Richy: Ok. Tentei conversar com você.
Richy levantou-se e Helene caminhou pé por pé, ligeiro, até a lateral do bar, para esconder-se. Ele entrou no carro e foi embora. Sentiu-se tentada a entrar e fazer algumas perguntas ao irmão de Jessy, mas poderia ficar evidente que ela estava seguindo Richy. Sendo assim, apenas subiu no seu carro e saiu do local.
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