(Fazenda)
— Kesiah?! — Jon disse com a voz embargada pelo sono e confusão.
O bastardo olhou a garota nua e não conseguia dizer mais nada. A morena era perfeita. Mesmo sob a pouca luz do local, não havia como negar quão bem distribuída eram suas curvas.
— Boa noite, Jon. — Kesiah disse com um sorriso sensual.
Jon franziu o rosto depois do arrepio que o percorreu. Seu corpo estava reagindo aquela mulher de uma forma que jamais imaginou. Talvez, era fruto da tensão sexual acumulada e da bela imagem a sua frente.
— Pensei que hoje você poderia precisar de uma recompensa. — A garota dizia enquanto andava lentamente na direção do nortenho.
— Depois de tantas lutas, nada melhor que agradecer aos deuses em um ritual de prazer e adoração. — Continuou, quando enfim estava ao lado do homem.
O rei não conseguiu tirar os olhos do corpo da mulher. Ele não sabia o que estava acontecendo com sua mente, pois nunca pensou que desejasse fuder uma senhora como agora.
— Aqui na ilha é um presente aos deuses transar sobre a luz da lua. Você já viu como está o céu hoje? — Kesiah disse agachando-se para sentar sobre o bastardo, que agora tinha os olhos focados nas mamas da mulher. — Está lindo. Assim como você, Jon. — Disse esfregando sua genitália a protuberância que crescia sob a calça do nortenho.
— Ahh. — Jon gemeu após o movimentos da mulher.
— Isso... você está gostando? — A morena falou pegando as mãos do nortenho e colocando-as em suas mamas.
O homem não sabia o que responder. Ele apenas agia no automático, enquanto sua mente estava nublada pelas sensações que o invadiam. Jon mantinha os olhos fechados. Tentava sair daquela paralisia, mas a cada novo impulso da bunda da morena em suas calças, ele sentia como se voltasse aos sonhos e tivesse sua rainha sobre seu membro duro.
Mas, no momento que ele sentiu os lábios percorrerem seu pescoço que tudo pareceu fugir do controle. A garota lambia a mandíbula do bastardo enquanto deixava uma mão circulando o comprimento duro do homem. Ele logo começou a acariciar as coxas na mulher, deixando um dedo penetrar sua intimidade molada.
— Isso Jon... — Kesiah gemeu com o contato.
— Oh...Daenerys. — Jon disse em meio o torpor.
— Daenerys? — A garota falou interrompendo seus movimentos.
Foi quando, finalmente, o bastardo parece ter retomado o controle de seus pensamentos. Ele abriu os olhos e viu quem estava sobre seu corpo. Naquele instante, toda a luxúria esvaiu-se da mente do nortenho, ficando apenas vergonha e desprezo pelo o que estava prestes a fazer.
— O que você está fazendo!? — O nortenho disse tentando tirar a mulher de cima de seu corpo. — Saia de cima de mim! — Jon falou sério, empurrando a mulher.
— O que? — Kesiah disse confusa enquanto sentia o homem afastando-a.
— Você perdeu o juízo, garota? O que deu em você?! — O rei falou nervoso, enquanto tentava ficar sobre seus pés.
— Eu sou um homem casado, senhorita! — Jon disse nervoso, mexendo em seus cabelos.
— Pois não pareceu nada fiel quando eu estava sobre você. — Kesiah disse sorrindo convencida, aumentando a angústia que ardia no peito do homem.
— O que eu me tornei? — Jon pensou triste.
— Deixe-me fazê-lo suspirar, Jon. — Continuou aproximando-se do homem.
— Saia daqui! — Jon disse firme. — Você não compreendeu ainda que sou casado?
— Para que manter-se fiel se nem a ama? — A morena falou séria. — Inclusive chama outra mulher enquanto é estimulado.
Kesiah, assim como todos na ilha, não sabiam o verdadeiro nome da rainha. Todos ali acreditavam que a platinada chamava-se Dany.
— Como é? — O rei perguntou confuso.
— E a tal da Dany parece não gosta muito de você também. Afinal, deveriam dormir juntos todas as noites. — A morena completou.
— Isso... isso não é de sua conta, garota. — O rei falou sem encarar a mulher nua a sua frente.
Jon não sabia porquê, mas ouvir aquilo sobre sua esposa o deixou ainda mais triste. Era verdade que quando casados devem dormir juntos, compartilhando a mesma cama. Mas, o casamento deles era uma mentira. Jamais haveria uma cama na vida de Jon e Daenerys, era o que pensava o jovem rei.
— Você me deseja, Jon. Está evidente. — A garota disse novamente tentando aproximar-se do nortenho que estava parado olhando suas mãos.
— Eu posso ser sua, sem exigir nada em troca. Farei você esquecer todos as dores e problemas. — Kesiah falava acariciando o abdome do homem.
O rei respirava com dificuldade. Sua mente ainda estava nas palavras da morena.
— Por que dói saber que Daenerys não me ama? — Era o que o homem tinha em seus pensamentos.
— Venha comigo, Jon. — A morena sussurrou enquanto abraçava o nortenho.
O rei olhou a belíssima mulher a sua frente. Ela tinha tudo o que um homem desejava. Contudo, o nortenho sentia falta de alguns detalhes: os olhos violetas; o cabelo prateado; a boca rosada; o jeito que Daenerys franzia a testa quando estava preocupada ou nervosa; a forma doce de falar com os idosos e necessitados; o gosto de seus lábios.
— Kesiah, eu não consigo fazer o que queres. — Jon disse afastando a mulher. — Eu não desejo outra mulher que não seja a minha esposa. Por favor, saia daqui. — Continuou firme.
— Eu não acredito em você! — A garota disse nervosa. — Eu senti você me tocar!
— Saia! — Jon falou perdendo a cabeça.
— O que está acontecendo aqui? — O senhor Charles disse sério.
O homem idoso tinha ouvido gritos quando andava de volta a sua casa. Ele estava voltando da festa com Eloisa, quando percebeu que era a voz de Jon. Pediu que a esposa não o acompanhasse, pois já era tarde. A mulher, mesmo relutante, aceitou seguir o conselho do marido.
— O que vocês estão fazendo? — O homem idoso falou olhando entre Jon e a garota.
Imagine, caro leitor, o que passou pela mente desse homem ao ver o nortenho quase agarrado a uma bela e nua morena.
— Está acontecendo nada, senhor. — Jon disse sério.
— Kesiah, pegue suas roupas e saia daqui, por favor. — Charles disse calmo.
A garota não disse nada. Ela olhou nervosa na direção do homem mais velho e deixou o local.
Jon, por sua vez, sentou-se no chão com as mãos na cabeça. Sentia-se horrível com toda a situação que acabou de acontecer.
— Jon. — Charles disse calmo.
— Eu sei que o senhor não acredita que nada aconteceu aqui. — O rei disse triste.
— Não precisa se justificar comigo, rapaz. Eu não sou sua esposa. — O homem disse andando até o bastardo.
Jon o olhava envergonhado. Sentia como se estivesse diante do senhor Eddard Stark, levando uma punição por ter quebrado algo ou brigado com um dos irmãos.
— Eu estou casado há 40 anos. Passei por todos os tipos de situações: sorrisos, brigas, conquistas, guerra, gravidez. Se eu disser que nunca pensei em desistir desse casamento, provavelmente estaria falando a maior das mentiras. Quantas vezes olhei outras moças e não as imaginei comigo? Quantas vezes pedi aos deuses que calasse a voz de Eloisa, pois já não aguentava ouvi-la reclamar ou brigar? — Charles disse sorrindo.
— Digo-lhe que foram muitas vezes. Mas, sabe por que não desisti de tudo?— Falou olhando o bastardo.
— Porque só de imaginar ficar um dia longe de Eloisa sentia que meu mundo acabava. Ela sempre será a primeira pessoa que penso ao acordar e antes de dormir. Mesmo nos dias que brigamos feio, eu ainda não consigo dormir sem pensar nela. Então, como poderia acabar meu casamento? — O homem disse com um sorriso carinhoso.
O rei acompanhava o discurso de Charles em silêncio. Comparava seu casamento com o daquele senhor idoso. Ele não tem nem um ano de casado, e já passou por todos os tipos de conflitos com Daenerys. Teve dia até de desejar a morte da mulher. Hoje, contudo, ele não consegue decifrar se viveria longe da rainha. Parece que acostumou-se aos conflitos constantes.
— Acho que o pior dia de minha vida foi quando vi meu filho morrer. Pois, naquele momento eu perdia o maior presente que Eloisa me deu. Era algo que apenas nós dois poderíamos ter criado: o nosso menino. Contudo, foi diante daquela dor que percebi que jamais conseguiria viver sem minha esposa. Ela é meu alicerce diário. — O homem idoso disse um pouco emocionado.
— Vocês perderam o filho nesse torneio, não foi? — Jon perguntou.
— Sim. Ele precisava do dinheiro para pagar uma dívida. — Charles disse triste.
— Eu e Eloisa imploramos que ele não entrasse no torneio. Mas, ele dizia que era forte e ganharia. — O homem disse sarcástico. — Foram tantas brigas em nossa casa. Mas ele não nos ouviu. — Continuou olhando os cavalos.
Jon não sabia o que dizer. Também não compreendia porque o senhor idoso contava-lhe essa história.
— Dany sofre por saber que podes morrer naquela arena. — Charles falou sério. — Eu e Eloisa compreendemos a aflição de sua esposa. Perder alguém que amamos não é fácil.
— O senhor quer dizer que Dany... — Jon suspirou perdendo a voz.
— Que Dany esta sofrendo por imaginar que você pode deixá-la. — O homem completou o raciocínio do bastardo.
— Mas... ela... ela só faz me criticar. Inclusive disse que não sentirá qualquer coisa se eu morrer. — Jon falou tenso.
— E você acredita? — Charles disse sorrindo. — Não conhece uma mulher quando está nervosa? Casamentos são todos iguais, meu jovem.
— Meu casamento... não é como o do senhor... eu e Dany não somos um casal comum. — Jon admitiu.
— Os casamentos em Westeros podem ter muitos significados. Certamente, você deve ser alguém importante para casar com uma princesa Targaryen. — O homem disse calmo.
— Como? — Jon disse em meio a uma tosse.
— É claro que Dany é Targaryen, Jon. — Charles disse tranquilo. — Eu e Eloisa percebemos desde o primeiro minuto que a conhecemos.
— Eu... eu... não sei o que dizer. — O rei disse nervoso.
— Não se preocupe, Jon. O segredo de vocês está bem guardado. — O homem falou sorrindo.
— Por que vocês nos ajudaram, mesmo depois de saber que mentíamos? — Jon perguntou confuso.
— Porque vocês precisavam. Ambos estavam perdidos, sedentos, famintos. Você tinha o corpo cheio de ferimentos. Não conseguimos dar não a dois jovens tão necessitados. — O idoso falou calmo.
— Mas, podíamos ser perigosos. Ainda mais que ela é Targaryen. — O rei falou tenso.
— Meu filho... aquela garota não pode ser má. Basta ver a forma que ela nos abordou na feira. Ela lembrou-nos uma pessoa muito querida que perdemos. Alguém que fazia o impossível para ajudar os outros. Não é o sobrenome que diz o caráter, Jon. — O homem disse sério.
— Sim... — O rei disse pensativo.
Quando Jon iria imaginar que esta noite renderia tantas descobertas?
— Agora o grande mistério sempre foi você. — Charles disse tirando Jon dos pensamentos.
— Eu? — Jon perguntou.
— Não é todo homem que consegue ganhar o coração de um dragão. — O senhor idoso disse sorrindo.
— Ela não casou comigo por amor. — O bastardo disse suspirando. — Casar com uma Targaryen não foi a escolha mais inteligente de minha vida. — Continuou.
— Você tem certeza disso, rapaz? — Charles perguntou. — Cuidado com o que falas quando as atitudes estão cheias de orgulho. Depois podes terminar por arrepender-se de não ter aproveitado o que a vida lhe ofereceu de melhor.
— Eu não estou louco, senhor. Ela... ela sente alívio quando estou longe. Alem disso, perdi minha paz depois que a conheci. E quem é orgulhosa nessa relação é ela. — Jon disse nervoso.
— Será que todo esse o orgulho não foi causado pelo sobrenome Targaryen? Ela pode apenas está agindo como as pessoas querem que ela atue. — O homem disse sério. O rei não o olhou, preferiu focar em seus pés.
— Amanhã pode ser o último dia que a verás, Jon. Já imaginou terminar seus dias de vida sem antes abraças sua esposa? — Charles disse fazendo o bastardo olhá-lo.
— Se não sentes qualquer dor ao pensar sobre isso, compreendo sua decisão de ficar com os cavalos ou com outra mulher. — O homem disse sério. Depois, afastou-se do bastardo e limpou a poeira de sua roupa.
— Acho que já conversamos demais. — Charles disse sorrindo. — Não se preocupe quanto ao seu segredo. Jamais falarei sobre isso com outras pessoas, meu jovem. — Saiu deixando Jon em completa confusão.
O nortenho andava de um lado para outro. Todas as palavras do homem mais velho o atingiram como nunca imaginou. O bastardo não sabia o que fazer. Repetia que deveria descansar, pois amanhã séria um dia importante. Mas, seu corpo e mente parecia ter outro objetivo. Ele acabou por tomar um banho. Talvez a água caindo em sua cabeça limpasse qualquer ideia louca que o atingisse.
“Não é o sobrenome que diz o caráter.”
Essas palavras não deixavam a mente do bastardo. Era difícil para o nortenho admitir que muitas vezes agiu com prejulgamento sobre sua esposa. Lembrava-se sempre que a mulher poesia dragões e um sobrenome com uma super história de loucura. Jon não queria pensar que Daenerys poderia ser alguém confiável. Afinal, ela é Targaryen.
— Não posso ter errado tanto. — O rei disse enquanto enxugava o rosto.
Sim. O honrado Jon Snow também tem seus momentos de falhas. Mas, quem pode julga-lo quando cresceu ouvindo histórias ruins sobre a família dos dragões.
“Amanhã pode ser o último dia que a verás.”
— Não acredito que estou fazendo isso. — Era o pensamento do bastardo enquanto andava em direção à casa de Eloisa e Charles.
Jon só fez enxugar-se e vestir a primeira peça de roupa que encontrou em meio a sua bagunça. Não queria perder mais tempo.
(Winterfiell)
— Boa noite, Senhorita Stark. — Lorde Bealish disse ao sentar-se próximo de Sansa no salão principal. Estavam servindo o jantar: caldo, carne e pão.
— Boa noite, senhor. — A garota respondeu educada.
Desde o evento com os Dothrakis, Sansa ainda não tinha falado com os lordes nortenhos. A garota precisava encontrar uma solução para o problema dos exércitos, pois as notícias sobre os costumes estranhos dos estrangeiros já enchiam as conversas do povo de Winterfiell.
— Os Dothrakis não querem acordo conosco, não é? — O homem falou simpático, fazendo, finalmente, a ruiva prestar-lhe atenção.
— Eles não são muito o tipo de pessoas que gostam de fazer acordos. — Sansa disse séria.
— Com certeza não. — Mindinho falou sorrindo. — De toda forma, certamente não são tão exigentes como as pessoas de Winterfiell.
— Pois é. — A garota disse suspirando. — Mesmo depois de terem pego os dragões, ainda reclamam. Não sei como Jon conseguia lidar com isso.
— Ele era respeitado aqui dentro, senhorita. Mesmo quando aceitou casar-se com uma Targaryen, não teve qualquer pessoas que se atrevesse a recrimina-lo. — O senhor do Vale disse tranquilo. — Jon cometeu o maior erro de sua vida ao unir-se a estrangeira, contudo.
Sansa, embora não tenha dito qualquer coisa, concordava com as palavras do homem. A garota pensava que Jon jamais cairia em armadilhas. Lembra que nunca viu seu irmão tão transtornado como no dia após as núpcias. Mas, sabe-se lá porquê Jon concordou em seguir aquela mulher.
— Ele não devia ter ido com aquela mulher. — Sansa disse com raiva.
— Era a esposa dele, senhorita. Além disso, dizem que a Targaryen sabia conseguir tudo o que queria. Principalmente, quando dependia de um homem. Não posso julga-lo quanto a isso. — Mindinho disse irônico.
— Jon não seria derrubado pela luxúria, senhor. Ele sempre colocava o dever acima de suas necessidades. — De toda forma, agora é tarde. Ambos estão mortos. Ficamos sem o apoio dos exércitos de Daenerys e agora temos três dragões loucos para destruir tudo ao nosso redor. Estamos perdidos. — Concluiu cansada.
— Acho que não é o fim, senhorita. Você me parece alguém mais sensata que Jon. Além disso, já conseguimos prender os dragões. Só nos resta tentar um acordo com Cersei. — O homem disse colocando uma mão sobre o ombro da garota.
— Acordo? — A garota o fitou nervosa.
— Sim. Você tem três dragões, senhorita. — O homem disse sorrindo.
— Mas eles não são meus. — Sansa disse confusa.
— Cersei não precisa saber disso. — Mindinho disse mordendo um pedaço da carne.
— Isso pode dar certo. Cersei pensaria duas vezes antes de invadir o Norte. Vamos ter que discutir isso com os outros lordes, no entanto. — A Stark disse olhando o homem. — Talvez está seja a esperança para Winterfiell. Obrigada, senhor.
— Eu sempre estarei disponível para ajudá-la, minha querida. — Lorde Bealish disse acariciando a mão da garota.
Sansa olhou o gesto do homem, e puxou a mão desconfiada. Ela ia dizer algo mas viu que sua irmã a observava de longe. Arya tinha chegado há algum tempo no salão. Vira Sansa falando com Mindinho de forma muito íntima.
— Olá! — Arya falou sentando-se em frente ao Lorde do Vale.
— Boa noite, senhorita. — O homem disse sério. Não gostara de ser interrompido.
— Vejo que o senhor gostou muito de Winterfiell, afinal veio apenas para o velório de meu irmão, mas ainda continua conosco. — Arya disse fria.
— Winterfiell sempre fora agradável senhorita. Além disso, há muitos problemas a serem resolvidos por aqui. — O homem falou calmo.
— Sim, claro. O senhor sempre tentando ajudar. — A garota disse irônica.
— Arya... você está sendo arrogante com a visita. — Sansa disse séria.
— Visita? Você não percebe que esse homem está tentando manipula-la? — Arya disse nervosa.
— Arya... — A ruiva disse exaltada.
— Não precisa se estressar senhorita. — Mindinho disse segurando a mão da Stark mais velha. — Sua irmã está nervosa. Acabou de perder o meio-irmão e ídolo. Isso é completamente compreensível. — Continuou tranquilo.
— Arya, por favor, vá para seu quarto agora. Você está fazendo um vexame na frente de todos os outros lordes. — Sansa disse nervosa.
Arya olhou a irmã por alguns segundos, antes de levantar-se da mesa.
— Depois não me procure arrependida, Lady de Winterfiell. — Arya disse com a voz carregada de sarcasmo.
Sansa olhou a irmã deixar o salão. Ela não imaginou que Arya faria acusações assim na frente de Lorde Bealish. A ruiva acreditava que Vale era um dos maiores alicerces do Norte. Contudo, não era mentira que sentia algo estranho quando estava próxima ao Lorde do Vale.
— A solução para o problema de sua irmã é casamento. — Mindinho falou sério.
— Como é? — Sansa perguntou tensa.
— A senhorita deveria propor sua irmã para algum dos filhos dos lordes aqui presentes. — O homem explicou.
— Lorde Bealish, a vida de minha irmã não lhe diz respeito. — Sansa respondeu nervosa.
— Desculpe-me, senhorita. Eu... não falei por mal. Apenas achei que estaria ajudando-a. — Mindinho disse ansioso.
— Entendo. Tenha um bom jantar, senhor. — A ruiva falou retirando-se da mesa.
(Fazenda)
Daenerys estava deitada na cama quando ouviu a porta do quarto abrir de repente. A rainha não tinha conseguido pregar os olhos desde a conversa com o rei. Sentia que se dormisse o dia de amanhã chegaria mais cedo. E isso só aumentava as sensações estranhas que a tomavam ultimamente.
— Jon? — A mulher disse confusa. Não imaginava ver o nortenho entrar dessa forma. Ele estava com uma expressão de dor e os cabelos estavam grudados ao rosto, refletindo ter acabado de sair do banho. — Você está se sentindo bem? — A rainha perguntou preocupada.
— Desculpe-me entrar dessa forma. Eu...precisava vir aqui. — O rei disse nervoso parado à frente da Targaryen.
— Você esqueceu algo? — Daenerys perguntou um pouco mais calma.
O rei suspirou um pouco. Precisava agir de forma racional, pois se deixasse as emoções o levarem, perderia o controle de suas ações. Então, ajoelhou-se à frente da rainha, fazendo-a olhá-lo com confusão.
— Daenerys, me desculpa por ter sido um péssimo marido. Eu nunca quis machucá-la. — Jon disse com sinceridade. A mulher não conseguia entender o que estava acontecendo com o nortenho.
— Eu agi como um idiota desde o dia que nos conhecemos. — Ele disse sério. — Não acreditei que pudesses ser uma boa Rainha.
— Me perdoa se algum dia causei-lhe dor ou humilhação. Você não merece nada disso. — O homem continuava a falar.
— Jon, o que houve? — A rainha disse preocupada.
Ela jamais imaginou algum dia ver o Rei do Norte ajoelhado aos seus pés, implorando-lhe perdão. Isso ia de encontro a tudo o que a Mãe dos Dragões pensava do homem com quem casou.
— Não posso deixar para falar essas coisas amanhã. — O bastardo disse com um tentativa de sorriso.
— Amanhã pode ser tarde demais, entende? — Continuou, dessa vez sem qualquer alegria.
Daenerys não deu resposta. Preferiu deixar seus medos guardados, apenas confirmando com um movimento da cabeça.
— Olha... — Jon disse segurando a mão da mulher. — Amanhã lutarei com todas as minhas forças. Prometo-lhe que farei de tudo para não deixá-la.
A rainha olhava as mãos de ambos unidas. Era como se ela estivesse dentro de um sonho, pois nunca deram as mãos espontaneamente.
— O que está acontecendo conosco, Jon? — Daenerys pensou enquanto sentia as cicatrizes de batalhas e as marcas da enxada nas mãos do homem ajoelhado aos seus pés.
— Mas... — O bastardo disse fazendo a mulher voltar a olhá-lo.
— Caso algo acontecer comigo... — O rei disse sem desviar dos olhos violetas. — Não desista de sair desse lugar, Daenerys. E, se não for muito, eu tenho que pedir-lhe uma última coisa: cuide de meus irmãos. — Disse apertando a mão da Targaryen com força.
— Eu cuidarei, Jon. — Daenerys falou com a voz firme, apesar do turbilhão de emoções que a percorria. O bastardo não conteve a vontade de sorrir depois daquela resposta, pois sabia que a rainha dizia a verdade. Ela jamais deixaria os irmãos de Jon abandonados depois desse pedido.
— Você será a Rainha dos Sete Reinos, Daenerys Targaryen. — Jon disse sorrindo. — E se amanhã eu sair vivo daquela arena, prometo-lhe lutar as suas batalhas... minha rainha.
A mulher o olhou emocionada. Não sabia como retribuir as palavras do bastardo. Então, Jon levou a mão da Targaryen até os lábios, beijando-a lentamente. Esse simples toque, fez com que todo o corpo de Daenerys arrepiasse. Era como se uma corrente elétrica acabasse de percorrê-la.
— Eu lhe dou a minha palavra, Daenerys. — O rei disse sem tirar os olhos do rosto da esposa.
— Agora, se me permite, preciso descansar um pouco. — Jon falou levantando-se. Sabia que se continuasse ajoelhado e tão próximo a rainha, acabaria por ultrapassar outras linhas, que talvez ainda não fosse o momento.
Contudo, Daenerys o segurou. A mulher não deixou que o bastardo saísse de perto, fazendo-o olhá-la com um misto de confusão e esperança.
— O que está acontecendo conosco, Daenerys? — O nortenho pensou ao ver o brilho naquelas orbes violetas.
— Aonde você vai? — Foi a pergunta que Daenerys conseguiu fazer depois de alguns segundos encarando o homem.
— Eu... — Jon disse confuso.
— Fique aqui comigo, Jon. — A mulher disse sem soltar o braço do bastardo. — Durma ao meu lado, pelo menos nesta noite. — Completou.
“Já imaginou terminar seus dias de vida sem antes abraçar sua esposa?”
Sem dizer qualquer coisa, o nortenho começou a tirar suas botas, e guardou a espada. Ele não iria perder mais tempo enganando-se. Se Daenerys pediu que ficasse, não seria o bastardo que fugiria novamente. Hoje, dormiria como um marido deve fazer.
Daenerys, por sua vez, logo deitou-se de costas para aonde o rei iria ficar. Ela não sabia o que fariam depois disso. Nem, se realmente, o nortenho passaria toda a noite tão próximo dela. Contudo, para a surpresa da Targaryen, Jon deitou-se de lado, puxando-a para perto de forma defensiva.
— Ele está me abraçando? — A rainha pensou enquanto tentava controlar os batimentos de seu coração.
O rei afastou os cabelos da mulher, de forma a não machucá-la enquanto dormia. Depois, encostou a cabeça logo atrás da nuca da Targaryen, sentindo a essência de ervas faze-lo relaxar. Pelo menos, agora, o bastardo sabia qual o cheiro de sua esposa.
— Boa noite, Dany. — Disse aumentando a pressão da mulher contra seu tórax.
Daenerys suspirou baixinho, enquanto tentava controlar o ritmo frenético de seu coração. Ela tremia ligeiramente, uma vez que sentia a respiração do nortenho em seu pescoço. Sentia-se uma garotinha feliz demais por ter conseguido algo que tanto sonhou. Mas foi quando Jon, novamente segurou suas mãos, que a fez perceber, pela primeira vez em sua vida, que não estava sozinha. E logo, lá estava a Mãe dos Dragões sorrindo em silêncio.
— Amanhã você irá vencer esse torneio, Jon. — Repetiu em pensamentos como uma oração.
— Dorme bem, Jon. — Disse quando finalmente fechou os olhos, fazendo o bastardo suspirar um pouco em resposta.
Depois disso, não demorou para que ambos estivessem entregues ao sono sem sonhos. Enfim, encontraram uma paz temporária.
(Winterfiell)
Arya deixou a fortaleza enfurecida. Não conseguia acreditar que Sansa a tratara daquela forma. Andava sem rumo pela parte externa, tentando esquecer a vontade de estrangular o Lorde do Vale no meio daquele salão.
— Jon, meu irmão, o que devo fazer? — Dizia olhando o céu.
Foi então que lembrou do que Bran disse sobre os dragões saberem como trazer o rei de volta. A garota não perdeu tempo, começou a correr para aonde prenderam as criaturas. Precisava encontrar uma forma de comunicar-se com os animais.
Quando finalmente chegou ao local aonde estavam os dragões, viu que havia homens fazendo guarda. Os animais tinham correntes presas a uma das patas, enquanto jorravam fogo aos céus e faziam sons horríveis.
— Arya?
A garota ouviu uma pessoa chamando-a de longe. Ela olhou ao redor mas não viu qualquer conhecido, apenas árvores e gelo.
— Quem está me chamando? — A Stark gritou, tirando Agulha da cintura.
— Aqui. — Gendry disse saindo do meio da floresta.
— Gendry? — Ela disse confusa. Não esperava vê-lo naquele lugar. Embora soubesse que o rapaz tinha vindo ao Norte com Senhor Davos, jamais o procurou.
— Você ainda tem essa arma? — O homem disse sorrindo.
— O que você faz aqui? — A garota disse esnobando a brincadeira do homem.
— Eu sou ferreiro. Estava ajudando os soldados com as correntes. Os dragões acabaram de acordar. Nunca imaginei que conseguiriam colocar aquelas criaturas para dormir. Certamente, o Mestre de Winterfiel é um homem de grande conhecimento em poções. — Explicou a garota.
— Ou talvez um certo Lorde do Vale tenha trazido uma poção. — Arya pensou exaltada.
— Eu que criei as fechaduras. Elas são de um aço quase tão resistente quanto os de valíria. — Gendry dizia orgulhoso.
— Eu preciso soltá-los. — A garota pensou alto.
— O que? Você quer soltar os dragões? — O bastardo falou nervoso.
“Apenas o dragão sabe.”
— Sim! E você vai me ajudar a soltá-los. — Arya disse olhando o rapaz.
— Quê!? — Ele respondeu tossindo.
— Os dragões sabem aonde Jon e Daenerys estão. Eles podem trazê-los de volta. — A Stark explicou. O rapaz a olhava como se avaliasse o estado de lucidez.
— Eu não estou louca, Gendry! — A garota disse exaltada.
— Jon e Daenerys morreram, Arya. — O homem falou sério.
— Não morreram! Eles estão em um lugar seguro, entende? Tem um merda de um Lorde nortenho que deseja matá-los. Os dragões sabem disso, e estão aqui protegendo a rainha. — A garota falou nervosa.
— Eu compreendo que você amava muito seu irmão, Arya. — Gendry disse colocando uma mão no ombro da garota.
— Não estou inventando isso! Eles realmente estão vivos! — A Stark disse afastando-se do rapaz.
Ela olhou mais uma vez para os dragões. Os gritos das criaturas eram de puro sofrimento. Eles estavam nervosos.
— Eu vou ajudá-los. — Arya pensou olhando os animais, depois voltou sua atenção ao homem que estava logo atrás.
— Como faço para soltar as correntes? — Perguntou séria.
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