PARTE II
Daenerys despertou muito cedo. O barulho da chuva e o balanço constante da embarcação acabaram por interferir no sono da rainha. De toda forma, a mulher não sentia cansaço ou qualquer outra coisa que as pessoas costumam reclamar quando acordam antes do previsto. Pelo contrário, ela mostrava ter tido a melhor noite de sono, pois o sorriso que tomou seus lábios nunca fora tão fácil.
Claro que toda esta felicidade tinha relação com o homem ao seu lado: o nosso conhecido Jon Snow. Este, no entanto, parecia que só acordaria na próxima geração. Pobre homem teve uma longa noite. Não pense que é fácil lidar com uma esposa tipo Daenerys, ainda mais quando se tem parte da perna machucada.
— Jon. — A mulher suspirou acariciando o rosto do bastardo.
Daenerys tocava levemente a cicatriz que o rei tinha sobre o olho. Uma das muitas marcas cravadas na pele deste homem. Algo que não passou desapercebido a rainha, que terminou por desenvolver um misto de orgulho e desgosto por essas cicatrizes. Isso porque, para a Targaryen, tratava-se de um homem ainda muito jovem, mas que já passou por grandes batalhas. Alguém muito parecida com ela própria.
— Sofrestes muito. — Daenerys disse agora com a mão nos cabelos do homem.
Falar estas palavras a fez lembrar o episódio do torneio. Ainda machucava pensar que por pouco Jon Snow morreu naquela arena. Tudo isso devido a uma estratégia errada. Ela jamais se perdoaria por ter acreditado no plano de Tyrion. Perdeu muitos amigos, e quase não teve a chance de conhecer o homem com quem casou.
— Como eu estaria neste momento sem você ao meu lado? — A mulher disse baixinho olhando o tórax do nortenho subir e descer de forma ritmada.
De toda forma, a rainha também não podia desconsiderar o fato de que se não fosse por Tyrion, jamais teria casado com Jon Snow. Além de que talvez nunca se envolveria com o homem se não entrasse nessa jornada frustrada.
— Tyrion estava certo quando disse que você era um bom homem. — Suspirou olhando o marido dormir.
— Ótimo, agora dei para conversar sozinha e ficar suspirando. — Foi o pensamento da mulher ao perceber o que fazia.
Ela não sabia porquê agia tão fora do seu comum. Sentia-se ridícula. Afinal, não era a primeira vez que dormia com um homem. Contudo, nunca sentiu-se tão segura como quando ao lado de Jon Snow. O bastardo a reverencia mesmo enquanto a tomava nos braços, dando-a a certeza que jamais fora tratada dessa forma.
— O que você está fazendo comigo, Jon? — A mulher disse antes de descansar a cabeça sobre o coração do bastardo.
O ‘tum tá’ no peito do homem parecia-lhe uma canção. Daquelas que cantamos para as crianças quando não conseguem relaxar e dormir. E, de fato, a rainha percebia seu corpo encontrando a paz ao passo que acostumava-se àquela sinfonia.
— Eu viveria assim para sempre, Jon. — Daenerys disse baixinho.
Daenerys estava há alguns minutos deitada sobre o rei, quando o sentiu mover-se um pouco. Porém, a certeza de que o homem acordara veio quando ouviu a voz rouca e o sotaque forte do Norte tomar conta do quarto.
— Dany? — O homem disse com a voz confusa.
O bastardo acordou um pouco alarmado. Na verdade, momentaneamente não compreendeu o que Daenerys fazia deitada em seu peito. Mas, logo as imagens da noite anterior o invadiu, fazendo-o relaxar e criar coragem de tocar os cabelos prateados que caiam por seu braço.
— Sim? — A rainha o fitou com um sorriso gigante. Ela não conseguia conter a emoção que a invadiu ao ouvir aquela voz chamando-a por Dany, e a mão carinhosa em sua cabeça.
— Que horas são? — Jon perguntou com os olhos meio fechados.
— Não sei. Provavelmente muito cedo. — Ela respondeu simpática, depois aconchegou-se ao rei, acariciando-lhe os cabelos.
— O que foi? — O homem perguntou não compreendendo a atitude da mulher.
— Nada. — Daenerys disse com um sorriso. — Você sempre é tão desconfiado?
— Bem... eu... — O bastardo dizia tímido. — Não estou acostumado a acordar com alguém me...
— Com alguém fazendo carinho em você? — A mulher completou convencida.
— É. Algo desse tipo. — Jon admitiu com um suspiro.
— Fico feliz em saber que sou a primeira a paparica-lo, então. — Daenerys disse beijando-o levemente nos lábios.
Jon parece ter congelado depois do beijo. Sentiu uma corrente elétrica percorrê-lo, fazendo seu coração disparar. Não esperava que Daenerys o beijasse assim com tanta facilidade. A verdade é que o rei temia ter sido apenas uma noite e nada mais. No fundo acreditava que hoje voltaria a vida de antes, aonde Jon e Daenerys apenas brigavam e tinham um casamento de aparência.
— O que foi? — A rainha perguntou preocupada.
— Eu... — Jon suspirou, e depois deu um sorriso. — Então, agora a senhora irá paparicar-me? — Continuou fazendo Daenerys sorrir e esquecer o comportamento distante de poucos segundos atrás.
— Contanto que Vossa Graça me agrade antes. — A rainha disse em brincadeira.
— Ah... trata-se de um jogo de interesses. — Jon disse acariciando o cabelo da mulher. O bastardo estava eufórico com essa nova personalidade que a rainha mostrava.
— Claro que sim. — Daenerys disse gargalhando. — Você me agrada; eu o agrado.
— Entendi. — O rei disse com um sorriso. — Então, se eu fizer algo desse tipo... — Continuou enquanto beijava o pescoço da mulher, apreciando o suspiro que saiu dos lábios da rainha. — Ou isso... — Falou chupando uma das mamas da Targaryen, enquanto acariciava levemente a outra.
Daenerys arrepiava e tremia levemente. Era difícil segurar a vontade de gritar o nome do bastardo logo que sentiu os lábios carinhosos trocar-lhe o pescoço. Sabia que entraram num caminho sem volta, e, embora não admitisse, a rainha estava adorando ter iniciado essa trajetória. Nunca sentira-se tão viva e extasiada.
Jon Snow, no entanto, tentava decidir se o que sentia era luxúria ou algo mais. Jamais fora de entregar-se aos prazeres, porém, depois de ontem, queria permitir-se acreditar que nem só de dever e honra vive um homem. Além disso, o que tem de errado o marido transar com a esposa? Não é assim que surgiriam os filhos e a família? Todo reino precisa de herdeiros, é o que dizem os sábios conselheiros.
Talvez, a confusão na mente do nosso honrado Rei do Norte, deve-se ao fato de que nem mesmo lembrou de Winterfiell ou Trono de Ferro enquanto esteve com Daenerys. Ele até agradeceu aos deuses por essa tempestade atrasar a viagem. Coisa que certamente o bastardo jamais admirar em voz alta. Contudo, o fato é que Jon Snow não fez nada disso com o interesse de procriar, nem muito menos pelo bem do reino, mas apenas porque ele próprio queria.
— Dany... eu a quero, ardentemente. — Era o pensamento do bastardo enquanto percorria o colo da mulher com leves mordidas e chupões.
Então, o bastardo interrompeu o contato, para provar os lábios da rainha, que o arranhava as costas com desejo. Quando Daenerys gemeu em sua boca, Jon não perdeu tempo para aproveitar inteiramente o espaço com a língua, deliciando-se com o calor que, como na noite passada, tomava-lhe o peito.
Quando precisavam de ar, olharam-se com intensidade. Não conseguiam reproduzir palavras, pois apenas queriam sentir. Logo, ambos estavam rindo e lentamente iniciavam um novo beijo. Eles se encaixavam em perfeita sincronia. A noite passada serviu para conhecer cada ponto do corpo do outro, agora iriam decora-los. Talvez pensassem que viveriam assim para sempre, pois nem mesmo o barulho dos trovões o faziam desgrudar-se.
Sem quebrar o beijo, Jon afastou com delicadeza as pernas da mulher, apertando suas curvas no processo. A rainha já estava pronta para recebê-lo, mas o homem insistia em deixá-la ainda mais excitada. Ele a penetrava com dois dedos, fazendo-a suspirar em frustração por não ser outra parte do bastardo a possuí-la. Então, quando finalmente o sentiu por inteiro em seu interior, a Targaryen não conteve-se a gritar. Ela reconhecia-se poderosa, e ele o mais sortudo dos homens.
— MINHA rainha. — Era o pensamento do lobo branco quando começou a mover-se.
Jon queria esbravejar o quão maravilhosa era Daenerys, mas faltava-lhe a voz. Apenas conseguia segura-la com força, enquanto deslisava entre suas paredes e ouvia o leve sussurro valiriano ao seu ouvido. O homem não iria durar muito tempo, porém mantinha-se num ritmo firme, enquanto observava sua rainha derreter e apertar os cobertores em desespero.
Logo, o bastardo estava grunhindo palavras desconexas e perdendo o controle. Agora seus movimentos estavam acelerados. Ele apoiava-se na cabeceira da cama, de forma a ir mais profundo na mulher. Não havia qualquer carinho ali, mas somente a vontade louca de chegar ao ápice e fazê-la gritar. E foi quando ele a ouviu gemer seu nome, chamando-o de ‘meu lobo’, que o homem entregou-se por completo, caindo esgotado sobre o corpo da Targaryen.
Ficaram por um tempo na mesa posição, enquanto tentavam recuperar o fôlego. O rei deliciava-se com a sensação das unhas de Daenerys, subindo e descendo por seu dorso. Era relaxante e extremamente prazeroso ser acalentado desta forma. Viveria assim para sempre, era o seu pensamento. Mas logo o bastardo recobrou os sentidos, percebendo estar esmagando a mulher. Jon, num espanto, tentou afastar-se, mas a rainha o abraçou com força, prendendo-o.
— Ei... eu não estou te machucando? — Jon perguntou confuso.
— Nem um pouco. — A mulher disse em meio a um bocejo.
— Parece que alguém aqui ficou cansada. — Ele disse com um sorriso presunçoso.
— Não comece a vangloriar-se, Jon Snow. Eu apenas não tenho o costume de acordar tão cedo. — A rainha disse fingindo raiva, mas não resistiu a rir no final.
— Eu não me incomodo de dormirmos mais um pouco, então. — Jon disse olhando ao redor. — Ainda nem amanheceu e, não é como se pudéssemos fazer muita coisa aqui.
— Aceito sua proposta, mas depois vou pensar numa forma de entreter-te. — Daenerys disse com um sorriso sensual, levantando-se um pouco para lamber os lábios do rei.
— Olha... não faz esse tipo de coisa enquanto estamos nus. — O bastardo falou gargalhando. — Vou acabar atrapalhando seus planos de dormir.
— Lembre-se de nosso trato: você me agrada, eu te agrado. — A rainha falou brincando, diminuindo o aperto sobre o homem, permitindo-o mudar de posição. — Melhor deixar-me dormir, Lobo Branco. — Continuou mordendo o lábio inferior.
— Você gosta de provocar-me, não é? — Jon perguntou segurando-a pelo rosto.
— Descobri um novo vício. — Ela respondeu sorrindo. — Contudo... — A mulher disse interrompendo o rei, que já parecia muito animado. — Estou, realmente, pensando em dormir. — Continuou como se implorasse.
— Eu sei. — O bastardo falou compreensivo, enquanto afastava uma mecha prateada que caia sobre o rosto da mulher.
Depois, o homem colocou-se de lado, puxando Daenerys para perto. Eles estavam um de frente ao outro. A rainha tinha uma perna entre as do nortenho, enquanto este a abraçava pela cintura e descansava a cabeça sobre a da Targaryen.
— Dorme bem, Dany. — Jon disse depois de beijar-lhe o templo e fechar os olhos.
— Dorme bem, meu lobo. — A mulher suspirou, fazendo o bastardo sorrir em silêncio.
(Winterfiell)
Desde a morte de Lorde Bealish, Winterfiell parecia em festa. Claro que não tinha passado nem 24 horas do episódio, e nenhuma música ou dança ocorrera. Apenas, os lordes nortenhos sentiam-se confiantes sobre o futuro do reino, visto que encontraram uma líder. As pessoas pareciam alegres. Se brincar, até o clima estava mais ameno.
Poucos conseguiam imaginar que Sansa agia por suas costas, bolando um plano brilhante. Até mesmo você, meu leitor, jamais pensou que a Loba Vermelha faria algo tão magistral por sua família. De fato, Arya deu uma ajudinha. E que ajudinha, em? Se não fosse pela Stark mais nova, sabe-se lá se hoje não estaríamos falando de um casamento entre Sansa e Mindinho.
O que toda essa gente não sabia era que a Lady de Winterfiell recebera um corvo de Cersei Lannister durante a noite. Algo que tirou-lhe o sono e dos outros dois Stark. Afinal, imagina você receber uma carta da rainha louca pedindo que fosse à Fortaleza Vermelha ajoelhar-se aos seus pés, ou instituiria um ‘bloqueio ao Norte’. Ou seja, Winterfiell não teria como realizar comércio com outros reinos, bem como sobreviver durante os períodos de inverno pesado. Afinal, exportavam grãos das terras vizinhas, em troca de minério.
Claro que o pior não estava apenas nesse bloqueio, mas na frase final da carta: ”Uma vez que o Norte se lembra, este jamais esquecerá o que aconteceu ao último Stark que tentou desafiar-me.”
Talvez os Stark devessem mudar o lema de sua casa para “Nada é tão ruim que não possa piorar.” Nunca se viu família com mais problemas que esta.
— Bom dia, senhorita Sansa. — Tyrion disse com um sorriso, antes de dar uma mordida num pedaço de carne.
A garota apenas balançou a cabeça e sentou-se em silêncio.
— É impressão minha ou a senhorita não está muito feliz hoje? — O anão perguntou curioso.
— Apenas não dormi bem, senhor. — A Stark respondeu séria.
— Depois do que a senhorita fez, imaginei que estaria muito bem hoje. Eddard Stark estaria orgulhoso dos filhos. — Tyrion disse com um sorriso.
— Obrigada, senhor. — A garota disse com um olhar triste.
— Desculpe-me perguntar, mas não compreendo porque estais tão triste. Pensei que não gostasse do Lorde Bealish. — O anão disse confuso. Tyrion podia não admitir, mas sentia-se um pouco de mágoa por ver a senhorita Stark triste depois da morte do traidor.
— Não gostava mesmo. — Sansa falou séria, enquanto mexia a sopa em seu prato. — Só estou pensando sobre o que será a seguir.
— Sim... claro. O Trono de Ferro ainda é uma ameaça. — Tyrion disse compreensivo. — Mas, certamente, com uma agradável conversa poderemos resolver esse problema.
— Você sugere uma conversa com os lordes nortenhos? — A garota disse cansada.
— Ou com Cersei Lannister. — O anão disse bebendo vinho. — Minha irmã adora um acordo.
— Infelizmente, não desejo acordos com a mulher que matou o meu pai! — Sansa disse estressada.
— Então, prepare seus soldados para uma grande guerra. — O homem disse deixando a fpgarota desconfortável. Ela sabia que não teria como vencer o exército de Cersei.
— Só vencemos o jogo quando sabemos jogá-lo. Não basta apenas termos os melhores cavalos, piões e torres, precisa ter a jogada. Compreende? — O anão falou sorrindo antes de levantar-se.
— A senhorita tem o coração Stark, agora precisa da coragem Targaryen. — Falou mostrando o copo com vinho, como se estivesse brindando. — Comversamos durante a reunião com os lordes.
Talvez o leitor esteja se perguntando, por que Tyrion ainda está em Winterfiell. Ele vem usando a desculpa que apenas está em Winterfiell, pois sua rainha tinha um acordo com Jon Snow. Logo, é seu dever ajudar a família do bastardo e o exército Targaryen. De fato, o anão nunca iria admitir que temia perder a cabeça para sua irmã, no primeiro instante que deixasse as terras congeladas do Norte.
O que provavelmente nem mesmo o anão não percebera ainda é que aos poucos ele pode formar um novo reino, com outros monarcas envolvidos.
(Cabine do Navio)
— Cheguei a pensar que essa tempestade não passaria nunca. — Jon comentou olhando a esposa mastigar um pedaço de queijo.
Eles tinham acordado há algumas horas. E para a surpresa do bastardo, Daenerys havia pedido para que preparassem no quarto um banho para ambos. Embora se perguntasse como sua rainha conseguira tal capricho, Jon Snow não reclamara de passar um bom tempo com a mulher na água.
Depois foi a vez do bastardo agradar a rainha, trazendo para a cabine o almoço e um pouco de vinho. Não que ele estive sem fome, mas certamente traria menos frutas se pensasse somente em si.
— Isso é bom. — A mulher falou sobre o tempo. — Significa que o barco poderá ir mais rápido.
— Sim. — O rei falou bebendo um pouco de vinho. Não conseguindo conter a expressão de preocupação, afinal, cada minutos significava está mais perto de Essos e dos problemas.
— Estais preocupado com os dias que virão. — A rainha disse indo até o rei.
— É quase impossível não ficar. Vamos ter que conseguir outro trabalho. E você sabe que Essos não é um continente fácil de viver. — O homem disse cansado.
— Eu estava pensando a respeito. E cheguei à conclusão que podemos vender isto aqui. Eu até sei aonde poderíamos conseguir um comprador. — Daenerys disse mostrando o anel que sempre tinha consigo.
Era uma lembrança deixada por sua mãe. Algo que fazia parte de Daenerys, mas que valeria o suficiente para comprar duas passagens para Winterfiell.
— Não. — Jon disse sério. — Isso é importante para você.
— Mas precisamos de dinheiro. — A rainha falou sentando-se no colo do bastardo.
— Eu vou conseguir de outra forma, Dany. Você não perderá seu anel. — O rei falou firme, beijando-a levemente no ombro e acariciando-lhe as pernas.
— Por que não? — A mulher insistiu descansando a cabeça no ombro do nortenho.
— Não quero envolvê-la nisso. — O bastardo falou como se concluísse a conversa. Mas logo a rainha estava saindo dos braços do homem, e o encarando com raiva.
— Eu não posso ajudá-lo? Apenas você tem que cometer os sacrifícios? — Perguntou séria.
— Eu falei lá na fazenda que a traria comigo e resolveria tudo. Honrarei minha palavra, Daenerys. — O rei disse tranquilo enquanto levantava-se para ficar perto da mulher.
— Mas fui eu quem pediu-lhe para ajudar Charles e Eloísa. Nada mais justo que dessa vez eu arque com os sacrifícios. — Daenerys disse fitando o rei.
— A senhora acha mesmo que eu sairia daquela fazenda sem ajudar o casal que me recebeu como filho? — Jon perguntou desapontado. — Pensa que sou egoísta a esse ponto, Daenerys?
— Eu não disse isso! — A mulher falou firme. — Eu sei que você não é egoísta, Jon. Assim como sei o quão orgulhoso és para aceitar a minha ajuda.
— Orgulhoso?! Eu estou tentando protegê-la! Não quero que você perca essa lembrança. Eu percebo o quanto este anel deve ser importante para você. — O homem falou estressado. — Não há como ficarmos em paz, realmente. Você... — Jon suspirou exaltado e continuou. — Você é impossível! Me faz perder a cabeça por ser tão teimosa.
— Eu sou impossível e teimosa? — Daenerys disse aproximando-se do marido. — Não sei porquê perdi meu tempo tentando entrar em acordo com o senhor, Lorde Snow!
— De fato, foi uma perda de tempo. — Jon disse estressado sem desviar dos olhos da rainha.
Depois disso, ambos estavam em silêncio e apenas se encaravam. Daenerys se perguntava porque tinha sido tão estúpida em entregar-se ao bastardo, ao passo que sentia o peito arder por estar brigando com o homem. Jon, por sua vez, confirmava sua hipótese de que aquela paz não duraria para sempre, embora algo gritasse em sua mente que esta discussão era ridícula e ele devia fazer algo para se redimir.
— É melhor interrompermos... isso... ainda no início. Ficar separado é o mais sensato a fazermos. — A mulher disse tentando abafar as emoções que a envolveram depois dessa frase.
— Será menos... doloroso... para ambos... acabar quando estamos menos envolvidos. — Continuou com a voz um pouco quebrada.
Jon a fitava sem reação. Tentava convencer-se que a rainha dizia a verdade, mas sentia uma agonia tomá-lo logo que imaginou-se longe de Daenerys.
— Dormirei sozi...
A mulher fora interrompida pelo nortenho. Ele a puxou para seus braços, beijando-a com fervor. Segurava-a com força pela nuca, enquanto resistia aos chutes e empurrões da rainha. Ele manteve-se firme prendendo-a em seus braços, até que Daenerys estava correspondendo ao beijo com igual desespero, abrindo passagem à língua do bastardo, que a chupava.
Logo, Jon a jogou na cama, fazendo-a gritar de excitação. O homem lutava contra o vestido da rainha, e não pensou duas vezes antes de rasgá-lo. Daenerys também parecia sedenta por tirar a roupa do bastardo, pois lutava contra os botões da calça do nortenho, ao passo que o sentia duro em sua mão.
— Não há mais volta, Daenerys. — Jon disse quando, enfim, jogava o vestido para longe.
— Você não pode dominar-me dessa forma. — A mulher suspirou enquanto ficava de joelho sobre a cama, observando-o tirar suas roupas.
— Eu sou sua rainha. Deve-me obediência e submissão. — Falou tentando mostrar liderança, apesar do desejo enorme de tocar o rei.
— Que se dane a coroa. — Jon falou enquanto unia-se a mulher na cama, fazendo-a arrepiar
— Que se dane o reino. — Disse colocando-a sobre seu colo.
Daenerys nunca sentiu-se tão excitada como agora. Ela prendia o nortenho com as pernas, procurando a melhor posição para o que viria a seguir. Estava em aflição, pois sentia-se perdida. Fazia algo que ia totalmente de encontro aos seus princípios. Afinal, é uma mulher poderosa e age como uma garotinha apaixonada.
— Que se dane o trono. — Continuou enquanto a penetrava com facilidade.
— Oh. — A rainha gemeu e viu todos seus pelos arrepiar.
— Eu preciso ouvi-la dizer o mesmo, Daenerys! Não há mais retorno! — Jon falou apertando a perna da rainha com força.
— Você é...— A mulher tentou criticar o bastardo, mas foi invadida por uma onda nova onda de prazer, obrigando-a a parar.
— Jamais permitirei que você saia de minha vida. — O homem disse segurando-a.
Daenerys o olhava com emoção. Ela sabia que não conseguiria está longe desse homem. Ficar sem Jon Snow seria como arrancar de dentro de seu peito a força que faz o coração bater. Sentia-se ser arrastada até o fim de uma montanha.
— Não fala mais nada, Jon. Não fala mais nada. — A mulher implorava em pensamento.
— Mesmo achando-a insuportável e irritante. — Ele continuou apertando suas coxas.
— Eu devo ter enlouquecido, mas sinto que não conseguiria viver longe de você, Daenerys. — Suspirou. Depois deu um sorriso.
Daenerys não resistiu, deixando uma lágrima descer por seu rosto.
— Devo pular. — A rainha pensou. Afinal, o rei a levou ao fim do abismo. Agora, não há mais volta.
— Também não o deixarei, Jon Snow, mesmo você sendo este... imbecil metido. — A mulher disse emocionada, rindo no final.
— Sabe-se lá como surgiu isso... eu só não quero que acabe nunca. — Ela continuou acariciando os cachos do nortenho.
— Jamais diga que ficaremos separados. — Jon falou suspirando enquanto descansava a testa na da rainha. — Não faça isso jamais! — Repetiu com a voz firme.
— Somos uma bagunça grande. — A mulher disse não conseguindo conter o sorriso.
— Sim. — O homem disse calmo. — Uma bagunça grande. — Continuou tocando-a nos lábios levemente com os dedos.
— Você é linda, Daenerys Targaryen. — Jon falou encarando-a sério.
— Você é meu, Jon Snow. — A rainha completou com um sorriso, antes de chupar-lhe os dedos lentamente.
— Sim... sou seu. — O homem disse tomado pelo desejo.
Logo, o rei a beijava desesperado enquanto a mulher movimentava o quadril de forma ritmada. Depois de um tempo, ambos estavam suados e ofegantes. Daenerys traçava as cicatrizes no peito do nortenho, que não conseguia fazer nada além de respirar o aroma da esposa, e implorar aos deuses que isso não acabasse nunca.
Não me questione, caro leitor, como esse rei ranzinza conseguiu suportar toda essa conversa excitado e envolvido pelas paredes da Mãe dos Dragões. Sem falar, que nunca se viu Jon Snow abrir o coração dessa forma. E muito menos Daenerys não saber o que dizer. Deve ser coisa de sentimentos, ou mesmo alguma providência divina.
— Você rasgou o vestido que ganhei de Krásná. — A rainha disse fazendo-o olhá-la envergonhado.
— Me perdoa por isso. — Jon disse com sinceridade, beijando-a nos lábios.
— Tudo bem. Eu tenho outro. — Ela respondeu com um sorriso leve.
— Você estava linda naquele vestido.— O homem disse abraçando-a. — Mas ele era cheio de laços. Não tive paciência. Eu estava...
— Eu sei. — A rainha disse rindo. — Não precisa se justificar, meu lobo selvagem. — Continuou brincando.
— Lobo selvagem? — Jon disse unindo-se a mulher na brincadeira. — Vou interpretar como um elogio, afinal casei com um dragão.
— Isso mesmo, eu tenho sangue de dragão... — Daenerys estava respondendo quando ouviram um barulho forte vindo do corredor externo.
— Você ouviu isso? — O homem perguntou levantando-se alarmado.
Parecia está ocorrendo uma briga. Eram sons de pessoas correndo e falando alto.
— Vista-se. — O rei falou sem olhar na direção de Daenerys. Ele já estava colocando a calça.
A mulher fez o que o bastardo pediu. Ela levantou-se e foi procurar uma roupa. Jon, por sua vez, já estava completamente vestido, e agachava-se para colocar suas botas.
— O que pode ser isso lá fora? — A rainha perguntou enquanto passava um vestido simples por sua cabeça.
— Não sei. Mas se estão correndo, é melhor ir verificar. — O bastardo disse sério.
— Você vai deixar-me aqui? — A mulher falou quando o viu pegar a espada e prendê-la ao tórax.
— Apenas quero saber se o navio foi invadido. Logo, estarei de volta. — O homem disse olhando-a.
— Acho melhor você ficar comigo aqui. — Daenerys falou enquanto terminava de amarrar seu vestido.
— Eu ficarei na frente da porta. — O homem disse aproximando-se da esposa. — Não deixarei ninguém entrar aqui.
— Tudo bem. — A rainha disse com um suspiro, enquanto procurava seus sapatos.
Jon saiu do quarto em silêncio, fechando a porta em suas costas. Ele olhou para os lados, não percebendo qualquer movimento. Tudo parecia como sempre. O navio tinha um corredor estreito e escuro. Até que apareceu um homem que aparentava ter 40 anos. Era um pouco mais alto que o bastardo e usava uniforme da tripulação.
— Boa tarde. — Jon falou chamando atenção do tripulante, pedindo aos deuses que seu idioma fosse conhecido.
— Oi. — O homem respondeu.
— O que foi aquele barulho no corredor? — O rei foi direto ao assunto.
— Uma pequena confusão. Já foi tudo resolvido. — O homem disse calmo.
O bastardo olhou desconfiado. Algo lhe dizia que este homem estava mentindo. Até que ouviu um barulho vindo de dentro do quarto.
— Dany. — Suspirou alarmado, correndo para voltar ao quarto.
Jon abriu a porta num chute, encontrando a rainha com três homens ao seu redor. A janela do quarto estava quebrada. Tudo parecia revirado. Um dos homens tinha uma faca apontada ao pescoço da mulher.
— Eis que chegou o Rei do Norte. — Um dos invasores disse enquanto bebia um pouco de vinho.
Era um homem gordo, de pele muito branca e olhos estranhamente azuis. O cabelo era ruivo, mostrando tratar-se de um estrangeiro.
— Soltem-na! — Jon disse com os dentes trincados.
— O bastardo está nervoso? Temes pela vida dessa puta Targaryen? — O ruivo dizia sarcástico.
— Soltem-na agora! — O rei disse firme.
— Pensas que tenho medo de você? Aquelas suas cicatrizes não me assustam. — O homem disse tranquilo.
— Jon... — Daenerys tentou avisar ao rei que havia dois homens atrás dele, mas puxaram seus cabelos enquanto pressionavam a faca com força em seu pescoço.
Foi nesse momento que o rei segurou sua espada. Porém, antes de usá-la sentiu um forte golpe contra sua cabeça.
— NÃO! — Daenerys gritou ao ver o nortenho ser atacado pelas costas, e cair desacordado.
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