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História E Se...? - Impulsos Reprimidos - História escrita por HiimeHyuga - Spirit Fanfics e Histórias
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História E Se...? - Impulsos Reprimidos


Escrita por: HiimeHyuga

Notas do Autor


Boa leitura ❤️

Capítulo 14 - Impulsos Reprimidos


— Isso não poderia ter acontecido.

Puxou o ar com força, nervosa, confusa, culpada e exasperada. Não estava acreditando no que aconteceu entre ela e Naruto. Sabia que o peso na consciência iria lhe atingir em cheio quando a onda prazerosa passasse. 

O pior era sentir que não houve nenhuma hesitação na hora de se entregar para ele, de sentir cada sensação pecaminosa, enquanto seu corpo vibrava euforicamente pedindo mais e mais daquilo. Estava se sentindo tão suja, tão errada. Deixou seu marido em casa e buscou prazer em outro homem.

A culpa era toda dela.

— Por favor, deixe para remoer a culpa depois — ele disse, embora estivesse extasiado por tudo que acabara de acontecer, sentia-se irritado por mais uma vez Hinata tentar negar toda a química e conexão que ambos possuíam.

Mas não podia culpá-la como um todo. Era Hinata ali, a mulher mais altruísta que ele conhecia. Ela não conseguia pensar apenas nela, na felicidade e no desejo de estar vivendo algo emocionante ao lado de um homem que realmente a amava. Quer dizer, ele não possuía habilidades de ler mentes, mas poderia deduzir que, por mais que ela quisesse e desejasse tudo aquilo que havia acontecido, o bom senso gritava sobre o quão errado era, por causa do marido de merda dela.

— Você não entende, Naruto. Eu deixei Sasuke em casa e vim atrás de você — e lá estava a confirmação do que ele havia pensado. Mas era inconveniente falar de outro depois do loiro ter feito ela ver estrelas minutos atrás. Droga! Era apenas a constatação de que, por mais que tentasse, a mulher pertencia a outro homem — Eu… Eu não sei o que está acontecendo comigo — disse, sôfrega.

— Escuta — ele puxou ela para um abraço, um gesto casto, sem segundas intenções, apenas para acalentá-la — Por que tentar evitar tudo que está acontecendo? É evidente que sentimos desejo demasiado um pelo outro, eu te amo e eu te quero, Hinata.

Ela se afastou abruptamente, fazendo Naruto sentir um incômodo enorme por tal atitude. Naquele momento, não adiantavam palavras ou gestos bonitos, pois tudo que ela sentia,  eram os sentimentos dolorosos açoitarem seu coração pelo que permitiu-se fazer com Naruto. 

— Naruto — ofegou, triste, sentindo as lágrimas descerem em abundância por sua face — Isso está errado — admitiu.

— Por que você veio então? — não queria soar tão rude, ainda que sua vontade fosse de abraçá-la novamente e enxugar suas lágrimas, sentia raiva por ela ser tão teimosa — Por que está aqui, Hinata? Você consegue me levar ao céu e ao inferno em questão de segundos — disse, fazendo as palavras atingirem em cheio o coração da mulher de olhos lilases.

Hinata encarou a visão monumental do homem à sua frente e, embora o órgão pulsante estivesse em frangalhos pela culpa de ser a porra de uma infiel, sentia todo seu interior sucumbir ao desespero após ouvir as palavras de Naruto. 

— Eu sinto muito — sussurrou, triste pela bagunça que estava fazendo — Eu estou confusa — respirou fundo, enxugando as lágrimas — Eu não consigo mais parar de pensar em você, de pensar em nós dois. Eu estou com medo, Naruto-Kun — admitiu, desarmado o Uzumaki imediatamente. De repente, não havia mais zanga nenhuma.

Ele abriu a boca, meio sem reação, não sabia o que dizer para ela. Por outro lado, Hinata apertava forte os dedos das mãos, tentando organizar seus pensamentos, enquanto sentia o olhar de Naruto queimar a sua pele.

Quando saiu de casa, pensando nele, imaginou que talvez um diálogo pudesse sanar toda a balbúrdia que ocorria em sua mente. Todavia, depois de presenciar aquela cena extremamente erótica, sentiu aquele fogo se alastrar ainda mais por cada parte de seu corpo. E no meio da confusão, do desejo e da saudade que sentia de Naruto, acabou parando sob ele, recebendo algo que talvez jamais havia recebido antes. 

— Não precisa sentir medo, Hina. Se entrega pra mim. Nós podemos ser felizes juntos — pediu, calmo, quase implorando por aquele amor.

— Eu não posso, Naruto. Não posso trocar minha família tão de repente, por algo que talvez não tenha futuro — ela disse, deixando-o decepcionado e inseguro.

— Você não confia em mim — não era uma pergunta — Não sei o que fazer para provar que te amo — triste, ele evitou olhar nos olhos opalinos.

— Eu confio em você, Naruto, mas não somos mais adolescentes. Temos uma vida construída, uma família e toda uma bagagem que não pode ser desfeita do dia para a noite.

Ela queria tanto que fosse fácil. Que fosse possível largar tudo por ele. Mas havia se comprometido com outro homem há mais de quinze anos atrás e mesmo que não houvesse mais amor, paixão e desejo, não era simples largar a mão de seu marido para viver uma aventura com o homem que sempre amou. 

A vida era cheia de ironias.

— Podemos dar um jeito, Hina. Por favor, não desista de mim… de nós — sinceramente? Ele faria de tudo por ela sem pensar duas vezes, abdicaria seu cargo, sua vida e até mesmo a sua reputação por Hinata. Direcionou os olhos para ela mais uma vez, irritado e envergonhado com aquele silêncio ensurdecedor. Ela nem ao menos possuía coragem para encará-lo. Não sabia o que dizer para Naruto, pois de repente, as palavras sumiram e um branco se fez presente em sua mente — Acho melhor você ir embora — foi tirada de seus pensamentos pela voz magoada do loiro.

— Naruto… eu… — fitou o chão, sentindo o coração trincar. Além de estar sendo injusta com ele, não conseguia expressar sobre seus sentimentos naquele momento. Queria dizer que mesmo amando-o, simplesmente não podia. No final, o problema de tudo aquilo era com ela.

— Tudo bem, Hinata, eu já entendi — chateado, ele riu fracamente, virando-se na direção oposta a ela — É melhor você ir embora. Quero ficar sozinho — não queria estar agindo como um babaca, expulsando ela dali, mas estava magoado demais para permanecer no mesmo ambiente que a morena.

— Eu acho melhor não voltarmos a nos ver — segurando as lágrimas, ela sentia seu mundo desabar da pior maneira possível. Ficar longe de Naruto seria demasiadamente ruim, mas era um mal necessário — Não irei mais trabalhar com você — concluiu, fazendo o coração de Naruto quebrar em vários pedacinhos.

— Você está certa, Hinata, é melhor nos afastarmos — engolindo seco, ele quis virar-se, abraçar Hinata e implorar o contrário. Todavia, estava cansado da teimosia dela. 

— Adeus, Naruto-Kun — disse, saindo dali o mais rápido possível.

— Adeus, Hinata — ele respondeu, logo após ouvir a porta ser fechada.

O loiro sentou em sua cadeira, estranhamente trêmulo, fitando tristonho a mesa bagunçada que outrora fora palco de uma entrega extremamente prazerosa e única. 

Já estava sentindo falta da perolada, mas se a mulher não fosse capaz de enxergar todo o amor que ele sentia por ela, talvez não fosse para ser, certo? 

Bufou, sentindo o peso daquela ruptura esmagar seu coração por inteiro. O amor realmente era um sentimento doloroso.





(...)





Hinata não fazia ideia das horas, mas pelo vento gelado que envolvia seu corpo, fazendo suas roupas balançarem e pelo silêncio de Konoha, com certeza era madrugada. Mesmo sendo tarde, andou devagar pelas ruas desertas, adiando a volta para casa. Estava assustada com o rumo das coisas, aflita por ter saído na surdina e, despedaçada internamente por não ser capaz de viver aquela história de amor ao lado de Naruto Uzumaki.

Havia sido ingênua ao procurá-lo horas atrás, aumentando ainda mais os sentimentos que transbordavam em seu coração. Sentia-se levemente vazia, incompleta e perdida agora que pensava com mais clareza no resultado daquela visita. Conviver ao lado dele era perigoso, mas a distância que ambos acabaram de estabelecer seria doloroso.

Céus… ambos viveram tantos anos afastados, vivendo suas vidinhas monótonas em seus próprios mundos particulares, sem sentir o peso daquela enorme lacuna. 

Por que agora precisavam sofrer com essa ruptura? 

A resposta era simples: havia amor. 

O sentimento que estava adormecido em seu peito fora libertado, ao passo que Naruto pôde descobrir que a amava genuinamente. 

Só queria não existir por um minuto, seria mais fácil.

A passos de tartaruga, acabou chegando em casa, virando para trás, fitando a rua e desejando que Naruto tivesse ido atrás de si. Ele não estava ali. Claro que não. De certa forma, eles haviam "brigado". Estava sendo ingênua demais a ponto de esperar pela presença do Uzumaki a sua espreita.

Respirou fundo, desistindo de entrar na sua residência. Não sentia nem um pingo de vontade de estar ao lado de seu marido, decidindo de imediato, prolongar a caminhada noturna. Que se dane caso Sasuke sentisse a sua falta no meio da noite. Hinata precisava eliminar aquela sensação ruim do peito, antes de enfrentar novamente a sua frívola realidade.

Por isso, suas pernas lhe guiaram para um local que funcionava durante a madrugada: o bar de Konoha. Um lugarzinho simples, arrumado e bem visto na vila. Não era de frequentar muitos bares, mas na sua juventude, sempre aparecia assiduamente com os amigos naquele recinto.

Passou pela porta, ignorando o barulho do sininho que indicava a chegada dos clientes. Varreu rapidamente o ambiente com o olhar, fitando um casal bem no fundo, se divertindo enquanto viravam canecas de cerveja. Droga! Não queria encontrar conhecidos, precisava ficar um pouco sozinha com a sua própria bagunça, mas, acabou decidindo ir até eles.

— Mana — a mulher que possuía os mesmos olhos perolados, levantou-se da cadeira, abraçando a mais velha — Fugindo daquele traste? — Hinata notou que a irmã estava levemente alcoolizada.

— Hinata-sama — Konohamaru a cumprimentou, abrindo passagem para ela se sentar.

Não era de se espantar a presença daqueles dois em plena madrugada no bar. Sem dúvidas, sua irmã sabia como aproveitar a vida, evitando dores de cabeça no quesito sentimentos e responsabilidades. O Sarutobi parecia ser um bom homem, tratava a Hyuuga muito bem e sempre estava ao seu lado nessas aventuras. Hinata suspirou, tentando não transparecer uma certa inveja daquela liberdade juvenil, enquanto sorria para os jovens e sentava-se ao lado dos mesmos.

— Uma mulher adulta também pode sair para beber de vez em quando — deu de ombros, ouvindo a gargalhada dos dois delinquentes.

— Só o álcool é capaz de fazer alguém aturar aquele espantalho de olhos esquisitos — incrédula, Hinata fitou a irmã, lançando um olhar de censura para ela — O que foi? Você é uma santa por aguentar meu lindo cunhadinho de merda — admitiu risonha, sorvendo sua cerveja.

A Uchiha não entendia tamanha implicância por parte de Hanabi. Desde sempre fora assim; trocas de farpas entre os dois, insultos e muitas caras feias. Lembrava-se da pequena ainda na adolescência, extremamente zangada quando fora apresentar o namorado para o clã. 

Ela odiava Sasuke e não fazia questão nenhuma de esconder tal sentimento.

Acabou revirando os olhos para a Hyuuga, ouvindo a risada se estender ainda mais. Konohamaru advertiu Hanabi, cochichando algo no ouvido dela. Cansada, chateada e zangada com toda a situação, ignorou a irmã, pegando uma caneca de bebida recém posta na mesa, virando o conteúdo de uma única vez. Decidiu não voltar para casa no intuito de manter-se longe do marido e, estava sendo lembrada dele desde o segundo que chegou no bar devido as provocações gratuitas e infantis da Nabi.

— Não vim aqui para falar sobre meu marido — disse, ríspida — Que tal falarmos sobre vocês?... Namorando? Ou apenas transando em locais inapropriados? — a amargura lhe atingia de modo em que começara a descontar suas frustrações na caçula. Porém, se arrependeu logo em seguida.

— A segunda opção é sempre a melhor — não se importando com aquela provocação, Hanabi sorriu maliciosa, olhando para um Konohamaru deveras envergonhado.

— Desculpe, Kono — Hinata pediu, praguejando mentalmente por ter feito uma pergunta tão íntima como aquela, ainda mais na presença do rapaz.

— Tudo bem — ele coçou a nuca, bebendo um pouco. Hanabi sabia que a irmã estava tendo um dia péssimo, decidindo deixar os afrontamentos de lado — E como está sendo trabalhar ao lado do Naruto-niichan? — ele perguntou, alheio ao que acontecia entre Hinata e o loiro, fazendo-a ser levada para a origem de seu limbo.

Suspirou, tristonha e sem a mínima vontade de falar sobre Naruto. Se por um lado ouvir Hanabi falar mal de seu marido lhe incomodava, ouvir falar qualquer coisa a respeito de Naruto, assemelhava-se a sensação de enfiar estacas em seu peito. Mas ninguém tinha culpa de seus problemas, decidindo responder com sinceridade a pergunta de Konohamaru.

— Não estou mais trabalhando com ele — deu de ombros, surpreendendo os dois. Hinata evitou olhar para o casal, fitando o horizonte, vendo em uma das mesas mais afastadas, um rosto conhecido — Com licença — pediu, deixando Hanabi e Konohamaru embasbacados, enquanto ia em direção àquela pessoa.

— Kurenai-sensei — os olhos opalinos encontraram os escarlates, brilhando de forma doce e afetuosa pela presença de sua amiga naquele recinto.

— Minha menina — a mais velha sorriu, surpresa por ver Hinata. Desde sempre considerava a Uchiha como uma filha. A perolada sentou-se de frente para a mulher, sendo recebida com carinho — O que está fazendo aqui, Hina? Estou surpresa por vê-la, faz tempo que não aparece lá em casa.

— Sinto muito por isso, Kurenai — disse tristonha. Ela sempre fora presente na vida de seus amigos e pessoas queridas, ultimamente estava tão ausente — Eu realmente estava ocupada, mas, prometo visitá-la qualquer dia desses. Estou com saudades de Mirai-Chan — sorriu para a Yuhi.

— Vou cobrar essa visita — com os olhos semicerrados, a mais velha disse — Fiquei sabendo por aqueles dois… — apontou o dedo para Konohamaru e Hanabi — … Que está trabalhando com o Hokage-sama — um sorriso malicioso surgiu nos lábios de Kurenai.

Não tinha como fugir dele; Naruto Uzumaki lhe perseguia, em pensamentos, ações, assuntos em qualquer roda de conversa.

— Eu estava — sorriu, sem graça, para logo em seguida encolher os ombros e suspirar.

— Aconteceu alguma coisa, Hina?

Ela podia confiar em Kurenai, certo? Sua sensei sempre fizera um papel muito além de uma simples mestre; a mulher era como uma mãe, cuidando, protegendo e dando bons conselhos durante os anos. Hinata precisava se abrir um pouco, desabafar e, talvez, pudesse tirar por hora o peso de suas costas.

— Aconteceu — olhou para os lados, vendo as pessoas completamente entretidas com suas bebidas e companhias — Eu não trabalho mais com ele — suspirou — Trabalhar com Naruto estava sendo demais para mim.

— Oh. Você ainda sente algo…

— Sinto — nem sequer deixou a mais velha terminar — Kurenai, eu nunca deixei de amar o Naruto e esse sentimento me assusta. Eu passei anos tentando esquecê-lo e parecia ter funcionado… — olhou para o lado, vendo o funcionário do bar depositar dois drinks na mesa. Esperou ele se retirar para continuar: — Nós nos aproximamos novamente, sensei, igual daquela outra vez.

— E ele partiu seu coração novamente? 

— Pior — respirou, suspirou — Ele disse que me ama, disse que sempre me amou.

A boca de Kurenai se abriu, os olhos arregalaram-se e um brilho surgiu nas íris avermelhadas. 

— E como anda o seu casamento, minha menina? — perguntou, antes de dar algum tipo de conselho sobre a situação de Hinata com Naruto.

— Péssimo!  — revirou os olhos, lembrando do marido — Estamos cada vez mais distantes, assemelhando a dois irmãos… não … Irmãos pelo menos se amam.

— Sinto muito, Hina.

— Não sinta, Kurenai. Você me aconselhou tanto a não me casar com ele — uma lágrima desceu sobre o rosto — Se tivesse ouvido os seus conselhos, eu não estaria tão infeliz e presa a uma relação fracassada.

— Eu não entendo… pra quê continuar em um relacionamento que apenas te faz sofrer?

— Eu não sei. 

— Se acomodou e se acostumou a viver assim — Hinata assentiu, não sabendo o que dizer — Você sempre mereceu muito mais… — a mulher disse, triste pela situação da outra.

— Mas agora é tarde demais.

— Nunca é tarde demais para ser feliz. Você acabou de dizer que Naruto te ama — despretensiosamente, Kurenai sorriu.

— Ele é casado, eu sou casada — disse o óbvio.

— Mas nenhum casamento parece funcionar; se ele diz te amar, com certeza o navio dos Uzumaki também está prestes a afundar.

— Não é tão simples assim, sensei — ouvindo de Kurenai, parecia ser tão fácil, porém a realidade era outra — Não posso simplesmente largar tudo para viver uma história de amor com o Naruto. Já pensou no que as pessoas diriam? No que o clã e meu pai fariam comigo?  — questionou.

— Vai deixar a opinião de terceiros influenciar sua vida? Você já é adulta, Hinata.

— Eu não sei… de qualquer forma, eu acabei estragando tudo com Naruto também — lembrou-se imediatamente do semblante desolado do loiro — Eu estava lá com ele, me sentindo a mulher mais feliz do mundo, então, simplesmente decidi fugir desse sentimento, magoando nós dois.

— Eu não posso ditar o rumo de suas escolhas, embora se pudesse, diria para abrir mão daquele eremita e agarrar o loiro sem pensar duas vezes — sorriu, fazendo Hinata sorrir também — Mas pense bem na oportunidade que o destino está dando para você. Busque sua felicidade… Ninguém é obrigado a viver ao lado de alguém que não te faça feliz.

Naquele momento, Hinata guardou bem as palavras de Kurenai, dando razão para tudo que a mais velha havia dito. Se fosse mais simples, ou, se ela simplesmente pudesse abrir mão de tudo que viveu ao lado de Sasuke, naquele instante, correria novamente para os braços de Naruto, declarando o seu amor e topando qualquer coisa ao lado dele.

Pena que a realidade era outra.




(...)




Não era de seu costume beber tanto, mas quando dera conta da situação, já havia ingerido uma grande quantidade de bebida alcoólica. Tomou alguns drinks e cervejas com Kurenai e quando a mais velha havia ido embora, ela juntou-se novamente a Konohamaru e Hanabi. 

Depois de receber o melhor orgasmo de sua vida, discutir com o autor e, negar-se a ir para casa, acabou ficando no barzinho até o amanhecer. E para a surpresa dos jovens, Hinata estava totalmente fora da casinha. Ela gargalhava, dizia coisas desconexas, além de dançar sem ritmo enquanto era levada para casa.

Sim. Hinata Uchiha estava sendo literalmente carregada por Kono e Hana, embora conseguisse ficar de pé, ela cambaleava a cada metro percorrido.

Céus! Estava parecendo uma adolescente inconsequente.

Ninguém tinha nada a ver com as suas ações, certo? 

No começo da madrugada, encontrava-se tão frustrada, tão triste e ao mesmo tempo chateada consigo mesma. Ela merecia esquecer por hora os seus problemas.

E deixando tudo de lado, Hinata abraçou o rapaz e a irmã, soltando a seguinte pergunta:

— Por que vocês não estão namorando, hmm? — com a voz embaralhada, ela sorriu antes de fechar a cara — Não… não namorem, pois quando se derem conta, estarão casados, vivendo uma vida de merda — de repente, começou a chorar.

— Hina, minha querida, tudo bem, nós não iremos nos casar — Hanabi disse, calmamente, olhando para o rapaz que parecia meio desconsertado.

— Mas se o Kono for o amor de sua vida, você irá se arrepender quando ele estiver casado com outra — claro que aquilo era efeito da bebida, mas a Hyuuga sentia que havia algo a mais naquelas palavras — Por favor, não deixe ele escapar entre seus dedos — pediu, séria, enxugando as lágrimas em seguida.

— Quem disse que irei deixar ele se casar com uma vadia qualquer? — a mais nova perguntou, fazendo Hinata gargalhar. E como num passe de mágica, ela não estava chorando mais. Malditas sejam as consequências da cachaça — Agora vamos, senhora Uchiha. Temos que chegar logo em casa, antes que seu marido surte — Hanabi estava preocupada com a reação de Sasuke quando ambos chegassem em casa com Hinata naquele estado. Já Konohamaru, apenas ria da mais velha, surpreendendo-se com aquela faceta de Hinata. Ela sempre fora tão polida, séria e reservada e mesmo de divertindo com a mulher embriagado, ele também sentia muito por ela estar passando por tantos problemas conjugais, assim como seu nii-san.

— Como se ele se importasse — a perolada deu de ombros, agarrando-se ainda mais aos jovens.




(...)




Sasuke acordou cedo naquela manhã. Tomou banho, organizou algumas coisas que levaria para a missão e sentou-se no sofá, calmamente, esperando sua esposa voltar para casa.

Não! Ele não fazia a mínima ideia de onde Hinata se meteu e o porquê de ter amanhecido sem ela do lado.

Notou que ultimamente a mulher andava muito estranha, com atitudes suspeitas e menos irritantes. Tudo bem, ele se referia a ela como irritante quando haviam cobranças demasiadas e falta de compreensão da parte dela. Todavia, nos últimos meses, Hinata não implicava com as longas missões ou cobrava tempo para ela. 

Mas por que sentia-se incomodado por causa disso, ou melhor, pela falta disso?

Ele odiava ser cobrado ou mal compreendido. Gostava de sua liberdade nas estradas, enquanto cumpria com o seu dever para Konoha. Entretanto, sentia que sua esposa estava cada vez mais longe e não poderia culpá-la. Ele era o maior culpado de tudo. Às vezes ele sentia-se um péssimo marido, um péssimo companheiro e, uma hora ou outra, ela se cansaria de cobrar.

— Tsk — resmungou, irritado. Gostava da Hinata serena, calma e introvertida. Aquela nova versão mais ousada, dona de si e indiferente, estava deixando-o exasperado.

E olha, se parar para pensar um pouquinho, poderia jurar que aquilo era obra e influência de Naruto Uzumaki. O loiro hiperativo com aquele jeito irritante e extrovertido, sempre cativava as pessoas.

Maldita hora em que deu a brilhante ideia de sua esposa trabalhar ao lado dele. Quer dizer, não sentia-se ameaçado pelo Hokage, longe disso, mas, as atitudes de Hinata foram moldadas gradativamente desde que ela começara a trabalhar na torre.

Estava começando a se irritar com aquilo também.

Respirou fundo, sendo tirado de seus devaneios quando ouviu a campainha tocar. Levantou-se do sofá indo em direção a porta, abrindo e dando de cara com a esposa, a cunhada desagradável e o neto do Sandaime.

— Querido — Hinata disse, fazendo-o notar a embriaguez  — Estou em casa — a mulher desvencilhou dos braços dos jovens, entrando na residência aos saltitos.

— Obrigado — o homem fez uma pequena reverência para os dois, fechando a porta na cara dos mesmos em seguida. Estava irritado com o comportamento da esposa, não possuindo paciência para os jovens — Onde esteve, Hinata? — perguntou, ríspido.

— Eu estava me divertindo um pouco — jogou-se no sofá, deitando em seguida — Fui beber com o Kono e Nabi.

— Precisava ter saído de madrugada como uma fugitiva? Por que não avisou? — preocupação? Não! Porém ele estava irado.

— Desde quando se importa? — perguntou com desdém.

— Tem razão, não me importo, mas sou seu marido, Hinata, custava ter me acordado para avisar, antes de fugir que nem uma adolescente sem juízo? Olha o exemplo que você está dando para a Aya, saindo de madrugada e voltando ao amanhecer, bêbada — cuspiu as palavras com amargura, deixando-a desnorteada.

— Se você desse assistência, eu não precisaria buscar lá fora — embora ele não entendesse o real significado daquilo, ela falou, sentindo-se uma estúpida por ainda pensar em seu casamento — Você nem se importa mais comigo, Sasuke… — respirou fundo — Mas adora dar lição de moral a cada tropeço cometido.

E lá estava a esposa irritante novamente. 

— Não estou dando lição de moral nenhuma, Hinata. A inconsequente aqui foi você. Olha só para seu estado — apontou o dedo para ela, fitando-a de cima para baixo — Eu me importo com você, saiba disso — ela gargalhou, irônica. 

— Então por que não me deseja, querido? — lembrou-se do olhar de luxúria vindos de Naruto, das palavras sedutoras e de como ele não poupou esforços para lhe fazer ir ao céu. Que inferno de situação! Não conseguia entender porque seu marido não poderia ser como o Uzumaki. Espera… ela não queria que ele fosse como o loiro, mas quando deu por si, as palavras já haviam saído de sua boca: — Quanto tempo faz que você não me fode de verdade? — Ela estava com tanta raiva. Por Kami! Não entendia o porquê de estar jogando aquilo na cara dele, as emoções ruins estavam transbordando, a ponto de tocar na mesma tecla toda vez que discutiam.

— Está falando que nem uma vadia — assustado com aquele linguajar e com o rumo da conversa, ele irritou-se, olhando para ela com um olhar de censura.

— Está me confundindo com as suas amantes — ela soltou, não gostando nadinha do insulto. Por outro lado, ele ficou tão nervoso com aquela acusação, que sem perceber, ativou o seu sharingan — O que foi, querido? Por acaso estou mentindo? — debochou do homem.

Mesmo sendo impulsionada pela bebida, as palavras e as acusações saíam sem freios de sua boca, libertando um pouco a dor do coração, enquanto as lágrimas desciam silenciosamente. Mas não estava triste com ele ou com a situação, estava enraivecida, irada por estar perdendo novamente sua compostura. Bem, sempre que as discussões entre os dois começavam, a mulher não conseguia ficar calada. Já se foram os anos que a Uchiha escutava e concordava com ele, sendo a esposinha submissa e compreensiva.

— Eu não tenho amantes, Hinata — se aproximou dela —  Isso é passado. Você prometeu que não jogaria na minha cara novamente — buscou autocontrole, desativando o doujutsu e tentando manter a calma — Você quer a todo custo me tornar o vilão dessa relação.

Ôh, sim. Sasuke, durante um longo período contínuo nas estradas, acabou se entregando aos desejos primitivos da carne.

Embora na época o assunto não fosse descrito detalhadamente, o Uchiha fez questão de contar a verdade para a esposa, dizendo estar arrependido e envergonhado. Claro que Hinata perdoou. Era praticamente no início de seu casamento, estava apaixonada pelo marido e, por mais que tenha doído descobrir que Sasuke havia deitado-se com outra, preferiu deixar tudo para trás. 

Estúpida? Talvez… mas dizem que o amor te deixa cego a ponto de aceitar o inaceitável. Ou, ela apenas preferiu não quebrar seu coração novamente.

Por isso, o peso incomensurável na consciência por estar sendo infiel a ele tinha um porquê. Ela sabia o significado de uma traição, sabia a dor de sentir-se trocada e toda a bagagem sentimental que uma infidelidade possuía para o outro. Hinata era boa demais para Sasuke e por mais que ele merecesse todo o seu desprezo, ou, algum tipo de vingança estúpida, ela não conseguia e nem queria ser esse tipo de pessoa.

— Desculpe — ela pediu, sentindo-se arrependida por ter jogado algo que fora enterrado a muito tempos atrás, na cara dele. Voltou novamente a chorar, recebendo um olhar de desprezo do homem.

— Você só sabe chorar, Hinata! Estou farto de suas lágrimas e de todo esse seu drama — cuspiu as palavras, sem se importar com a dor que causaria na esposa.

Os olhares então se encontraram. Ambos sucumbindo por causa de sentimentos ruins, diferentes, mas que machucavam os dois de alguma forma.

Infelizmente, Sasuke e Hinata não faziam mais bem um para o outro. Para falar verdade… Sasuke nunca fez bem para Hinata.











 

 














Notas Finais


Primeiramente quero agradecer aos comentários e aos novos favoritos ❤️
Bom, eu estava pensando em determinar um dia fixo na semana para as atualizações, assim vocês não precisariam esperar no escuro.
Vou tentar postar nas sextas feira 😉☺️
Qualquer mudança, aviso vocês!!!
Até a próxima e não esqueçam de me contar o que acharam do capítulo 😘


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