- Deixa eu cozinhar pra você? - Fogaça olhava para Paola fazendo beicinho - Vou fazer um café da manhã delícia!
- Olha, Henrique, adoraria provar su comida, pero estoy con una dor de cabeza! - A chef colocou a mão ma testa e deu uma torcida no nariz - Tá me matando, meu.
- Não se preocupa, Paola, vou fazer um suquinho anti-ressaca bem gostoso pra você!
- Ah, é? E o que é que vai nesse suco?
- Gema de ovo, limão, gengibre, um pouco de mel para dar aquela adocicada e coentro! A dor de cabeça vaza depois de tomar isso. - Paola torceu a boca e mostrou a língua, fazendo uma careta ao ouvir aquelas palavras.
- Deve "vazar" mesmo, e ai vem a dor de barriga, né? - A risada de Paola invadia os ouvidos de Henrique e isso já o fez mais feliz - No quiero el suco, gracias.
- Tá! Posso pelo menos fazer um suco de pepino com limão pra você?
- Agora tá falando minha lengua!! - Paola bateu palma e esfregou as duas mãos, ansiosa.
- Então senta lá que eu faço o suco, princesa. - Henrique apontou para uns banquinhos que ficavam em frente ao balcão aonde se cozinhava. Ela logo o fez, desse jeito poderia ter o prazer de ver o cozinheiro por a mão na massa.
- E você, não vai comer nada? - Seu olhar para Fogaça era agora inocente.
- Vou pegar alguns ovos - ele disse abrindo a geladeira e analisando o local - você tem bacon? - ele balançava seu corpo pra cima e pra baixo procurando o ingrediente.
- Bacon? - Paola disse com um sotaque bem americano - Hm, acho que não. - Brincou.
- COMO ASSIM VOCÊ NÃO TEM BACON? - Fogaça estava incrédulo. Como ela poderia estar rindo e eu aqui putasso?!?
- Lógico que tenho bacon! Sou uma chef de cozinha e você acha que eu não vou ter Bacon na cozinha de casa? ¡CARAMBA! - Paola disse dando uma de brava e batendo na bancada.
- CADÊ O BACON, PAOLA? - Fogaça disse em resposta, imitando o tom da chef, também batendo na bancada. Ela não lhe respondeu. Então é assim? Vai ficar birrenta comigo, Paola Carosella? - Hum? Cadê o bacon, Paolinha? - Ele disse manhoso apertando a cintura de Carosella e começando a fazer cosquinhas na cozinheira.
- Na parte de baixo da ge..geladeira HAHAHAHAHAHAHAHA PARA, HENRIQUE!!
- Hehehehehehe - sua voz grossa assustou um pouco Paola. Para finalizar a brincadeira, ele deu uma mordida na bochecha da morena, sem nem perceber o que estava fazendo.
Ele se afastou, pegou o liquidificador, cortou meio pepino e extremeu meio limão, colocou algumas colheres de chá de açucar e serviu o suco para Paola. Ao mesmo tempo pegava um pouco de manteiga, colocava na frigideira, fritava dois ovos e algumas fatias do Bacon para si. Temperou os alimentos com algumas ervas que Paola tinha na minúscula horta do apartamento e colocou a comida em um prato. Colocou o prato na frente de Paola, para comer na companhia da chef. O cheiro estava tão bom que ela quase roubou os ovos e bacon para si e que se exploda o mal-estar. Ele sentou em frente a ela, rosto apoiado no cotovelo, os olhinhos piscando esperando um feedback pelo suco. Paola queria muito tirar uma foto daquele momento tão fofo e vulnerável de Henrique, mas em vez disso resolveu retribuir a brincadeira:
- Hummmmm, tá uma delííííscia... - ela disse em um tom irônico, e os olhos de Henrique estavam abertos, em choque, sua sombrancelhas arqueadas e sua boca rígida, como se aquelas palavras fossem uma grave ofensa para ele. Paola tratou logo de corrigir-se - To brincando, és broma, bromita, joke, una brincadeira. Tá deliscioso! De verdade. Falo sério. - Ela disse beijando as mãos do cozinheiro. Um gesto de ternura para demonstrar gratidão.
- Acho bom você gostar meixmo! - ele imitou o sotaque carioca e Paola riu.
- De jeito esquisito de falar, hahahahaha.
- Olha quem fala, a esquisitinha! Hehehehehehe - Fogaça disse apertando as bochechas de Paola.
- Se preocupa com a tua comida, meu! - Paola disse dando um tapa no ombro de Fogaça. - Aliás, você até que está bem americanozinho, hein, mano?
- Não sou eu quem fala "Baicãn". - Henrique imitou o sotaque americano da chef. Ela gargalhou e depois lhe deu um tapinha no ombro. Ele nem ligou e continuou a comer.
Após o café Henrique se levantou, retirou o prato, os talheres e o copo e se ofereceu para lavar a louça. O tatuado continuava nu da cintura pra cima e Paola pode contemplar com uma maior riqueza de detalhes o estrago que fizera em sua pele, imaginou o estrago que faria se estivesse sóbria. Ele continuava todo brincalhão, jogando água na chef, molhando a blusa branca que Carosella usava como pijama. O tecido agora parecia transparente e Henrique teve uma visão privilegiada de seus seios fartos. A chef rapidamente colocou a mão sob seu peitoral. O movimento fez com que a larga blusa branca subisse, deixando a mostra sua calcinha de renda preta - Paola distraiu-se tanto com Henrique que nem lhe passou pela cabeça colocar um shorts.
O ocorrido deixou Paola vermelha é desconfortável. Henrique, a fim de reverter a situação desabotoou a calça, jogou longe o jeans surrado e ficou somente com sua boxer azul-marinho. O tecido marcava muito seu volume, detalhe que Paola não se importava. Henrique não pode não reparar que Paola o encarava... fixamente... lá embaixo. No, devemos ser amigos y amigos apenas! Mesmo pensando isso ela não conseguia sair do transe, era como um imã, atraido por Henrique de um jeito mais do que carnal. Ele, mais do que brincalhão fez questão de cortar o clima sendo o bobão que era:
- Pronto! Agora você não está sozinha! - ele disse a abraçando por trás e apertando os braços dela, rindo grosso, como sempre e balançando-a de um lado ao outro.
Ele notou que Paola tinha um radio perto do balcão da cozinha. Ótimo! Boa música! Ele perambulou pelo local procurando por algum CD, acabou achando "Clássicos Dos Anos 70, Argentina", achou o máximo e logo colocou a música pra tocar. Correu em direçao a Paola e começou a dançar um "break loko" balançando pernas e braços apenas sentindo o ritmo marcante da música. Ela o acompanhava, chacoalhando seu tronco; o passo de dança fazia seus seios balançarem, mas ela nem ligou para isso, muito menos Fogaça, que pulava de alegria a cada música tocada. Até que "Nada Es Para Siempre" começou a tocar:
- Me consede essa dança, senhorita? - Ele perguntou oferencendo a mão à Paola.
A argentina pegou na mão do brasileiro e esse a puxou pela cintura, trazendo-a para perto de si. Seus corpos dançavam com a melodia da música, o rosto de Paola colado ao do tatuado. Ele, quieto, não dizia uma palavra se quer, apenas sorria. Ela devolvia o sorriso se entrelaçando cada vez mais ao corpo dele, pele contra pele, respiração contra respiração, nariz contra nariz. Paola brincava com as costas do cozinheiro desenhando linhas invisíveis por entre os machucados. Eles apertou-a mais contra seus corpo levantando-a e girando Paola pela cozinha. Ela lhe respondia uma risada boba e ele um sorriso bobo.
Quando a música acabou e ambos os corpos já estavam separados, Fogaça saiu em busca de sua calça jeans para se vestir. Enquanto isso Paola fez questão de segurar a blusa verde do garanhão e escondê-la atrás de seu corpo:
- Para com isso, me dá minha blusa. Preciso ir.
- Só se você implorar. - Paola disse com uma voz manhosa, deu uma piscadela e mordeu os lábios.
- Você gosta mesmo de brincar com os meus sentimentos, não é senhorita?
Ele se aproximou beijando levemente o pescoço de Paola e enquanto essa se distraia com o toque terno do... amigo... esse rapidamente passou o braço pela cintura da chef puxando a blusa para si e sem mais delongas a vestiu. Por último deu um beijo bruto na bochecha de Paola:
- Te vejo mais tarde, senhorita. - Fogaça disse abrindo a porta do apartamento e saindo.
- Até más, amigo.
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