E se... você é a Mulher-Aranha do Spider-Verse, viajou até outra dimensão, conhece Peter Parker e depois... um indício de romance entre vocês.
" Parceira do Homem-Aranha?"
"Nova Mulher-Aranha"
"Homem-Aranha passou a atuar em dupla?"
"Nova amigona da vizinhança?"
É assim que vinham as manchetes dos jornais nesses últimos dias, parece que de certa forma, minha presença causou um alvoroço por aqui. E olha que até então eram três dias, umas cinco missões, dentre elas, três que o Homem-Aranha estava. Cheguei a casa dele (ok, eu o segui uma vez), escalei a parede do prédio, apenas alguns metros, entrei pela janela e cheguei no quarto dele. Era um quarto muito mais simples que o meu, mas super organizado. Ele não estava, a casa parecia silenciosa, ia espera-lo, apenas porque queria saber quem ele era. Na parede do quarto dele, do lado do guarda-roupas, haviam várias fotos, dele mais novo e... perai que eu conheço esse rosto, talvez... não, talvez não, com certeza é Peter Parker, nesse mundo ele é o Homem-Aranha? É, minhas suspeitas estavam certas. Mas eu continuei vendo as fotos, suponho que seja sobre família, amigos e....
- Quem é você, de onde você veio e porque está me seguindo? - disse ele entrando no quarto, também pela janela - Como achou minha casa?
- Peter Parker?! - perguntei me virando para ele
- E como você sabe meu nome? - apenas apontei para as fotos e pra mesinha onde ele havia escrito seu nome várias vezes - Ah, ok. Isso eu entendi. Não, não! De onde você veio?
- Eu sou S/N, mas também conhecida por Spider-S/N, ou mesmo Mulher-Aranha. Em uma coisa você tem razão que eu não sou daqui. Acredita se eu falar que vim de uma outra realidade? - ele tirou a máscara e me olhou com os olhos regalados - Eu vim aqui por acaso, mas achei sensacional saber quem era o Homem-Aranha daqui. - ele continuou em silêncio, ainda me encarando - Ei, você está bem?
- A tá! - e começou a rir de nervosos e passar a mão nos cabelos, aproveitei e tirei minha mascara também - Como se uma garota, surgisse de outra realidade e por acaso achasse onde moro. - na verdade eu segui ele - Está bem no quarto apenas para me conhecer. - fiquei calada, apenas dei um sorriso - Alguém te mandou.
- Ninguém me mandou Peter. Eu soube do Homem-Aranha e já que eu estava aqui... além de uma satisfação pessoal e cumprir meu dever, combater o crime também era uma forma de conhecer o tal Homem-Aranha. - ele parecia estar mais calmo, parecia que de fato queria me ouvir, até que... seu celular começou a chamar, ele olhou para a tela e em seguida para a porta.
- Ai meu Deus! Você tem de ir embora! - esse não era o encontro com o Homem-Aranha que eu queria - Você tem de sair! - disse agora puxando meu braço
- O que tá acontecendo? Algum efeito que não conheço?
- Minha namorada! Ela nunca pode te ver aqui, ela nem sabe de mim! Não, pela porta não! - gritou ele quando me dirigi para a porta - Mary Jane ta lá embaixo, vá pela janela! Afinal foi lá que você entrou! - olhei pra ele de novo, mas não falei mais nada, olhei pela janela, não tinha perigo, então saltei por ela. A ruiva da foto, então era Mary Jane.
Era dia seguinte, eu estava de bobeira sentada em cima de um dos prédios da grande cidade, apenas observando o movimento. Eu sou acostumada a observar a paisagem desse jeito, o sol quentinho e o vento (em "casa" eu acostumava ficar também, em cima do prédio da polícia, me sentia até mais próxima de meu pai). Ai ele passou, de prédio em prédio. Meus sensores não indicavam nenhum tipo de perigo ou crime, talvez fosse apenas em uma patrulha normal. Ele passou novamente e dessa vez veio em minha direção, não me mexi, continuei no mesmo lugar e ele sentou-se ao meu lado.
- Então... observando a paisagem? - perguntou ele, mas eu não respondi - S/N, é esse mesmo seu nome né? - e concordei - Desculpa por ontem. Mas é que eu cheguei e te encontrei no meu quarto e... eu nunca tinha te visto antes. Simplesmente aparece uma... uma mulher aranha se metendo nas minhas missões.
- Suas missões? - perguntei exaltando - Assalto a banco Avenida 5, será mesmo que Peter Parker chegou primeiro? Ora, eu acho que não os pegou sozinho. - e ele começou a falar mas eu o interrompi de novo - Peter, eu sou da Terra-65, mas já estive aqui. Acredite, não sabia que você era o Homem Aranha, mas fiquei bem feliz por você. - ele ficou em silêncio, olhando o nada, talvez refletindo sobre o que eu havia acabado de dizer. Ele quis saber mais, não fugiu nem me mandou ir embora, se demostrou um garoto inteligente e bastante curioso, a parte mais difícil foi explica-lo sobre o modo que cheguei aqui, sobre o Aparelho Interdimensional.
- S/N, eu... eu sou muito diferente lá? Tipo, você me conheceu? Meus pais, tio Ben. - perguntou ele
- Ahn... Peter. Não é adequando falar sobre as diferenças de uma pessoa, em diferentes realidades. Mas... você é diferente e te conheci apenas na escola. - eu não quis falar sobre a ruiva, na real nem deu tempo, logo nosso sensores indicaram que uma ação policial nos esperava lá embaixo. Nós dois ficamos em alerta.
- Já sei. Vai falar que estou roubando suas missões? - falei me aproximando da beirada do prédio - Acho que seriamos uma ótima dupla.
- Só porque já estamos juntos aqui em cima. - disse ele, e logo saltou em direção a rua, de prédio em prédio se locomovendo com a teia. "Só porque já estamos juntos aqui em cima", isso significa que... sim, era um convite e também saltei, indo atrás dele. E assim descobri uma habilidade dele que pouquíssimos heróis tem: Lutar e falar (bastante) ao mesmo tempo.
- Ei S/N, viu aquela "doninha" na esquina a algumas ruas atrás? - nem respondi, lógico que não reparei - Uma vez eu a ajudei, ai ela quis me pagar e me deu churros! Foi bem legal!!! - e finalizou quando pisamos no chão, já com os policiais cercando o local. Adivinha só, outro assalto a banco, com as mesmas características do assalto de dois dias atrás, mas dessa vez foi diferente, não conseguimos pegar ninguém, rolou um tiroteio entre os assaltantes e a polícia e acabou nos atrapalhando. Não julgo Peter, ele mora aqui então ele sabe os esquemas, não é sempre que ele confia na polícia e decidiu ele mesmo investigar antes da polícia. Lógico que eu me envolveria no assunto, não que tenha sido fácil o Peter aceitar isso, mas... com jeitinho eu o convenci que me ter do lado dele em uma missão seria a melhor coisa. É fácil lidar com ele, mas tive que afirmar que suas missões não seriam mais as minhas, ainda não sei se iria me aventurar em outros locais ou simplesmente iria embora de vez. Até gostei desses dois dias que passamos nas investigações, senti que havia algo em comum entre nós dois, algo além de termos os poderes parecidos. Achei que talvez... sei lá, eramos amigos? No último dia até tomamos sorvetes juntos, quando eu o convenci a me mostrar onde ficava a melhor sorveteria da região. Naquela hora, não sentia como se fossemos heróis, famosos que ninguém pode saber quem é. Eramos apenas Peter e eu, comemorando discretamente bandidos entregues a polícia.
- Confesso que é a primeira vez que comemoro... você sabe. - éramos discretos, a sorveteria estava cheia - A última vez que me afundei no sorvete foi quando ganhei minha primeira feira de ciências. Tia May.
- Aposto que é a primeira de muitos né. - falei o empurrando, enquanto ele fazia "biquinho" com a boca, realçando o bigode de sorvete - Você é ótimo Peter! Desculpa minha cara de pau, mas... você é encantador.
- Ok. - disse abaixando os olhos para não me encarar podia jurar que suas bochechas estavam com um leve vermelhado - V-você quer passar óleo de peroba? Eu já passei hoje de manhã. Eu... eu fiquei meio estressado de primeira, mas... eu me diverti bastante. Obrigado.
- Ora, eu vim não só pelo acaso, mas pela curiosidade e em busca de emoção. E deu certo a busca de emoção, achei você e... e pois é. - de repente meu sorvete se tornou a coisa mais interessante do mundo, não tenho mania de ser "cara de pau'' ao extremo. Assustei quando ele começou a acariciar meus cabelos delicadamente, escorando o braço em meu ombro - Ei, para de fofura porque eu acostumo fácil. - ele não falou nada, apenas sorriu e continuou, até que chegou uma mensagem em seu celular. De primeira ele ignorou, mas lógico que não dá pra evitar uma notificação.- Você vai ficar?
- Bem, ainda não decidi. Mas relaxa que não vou "me enfiar em suas missões". - falei fazendo careta. É porque antes eu não conhecia aqui.
- Bom. É bom que seja cada um separado e você sabe que nós dois juntos não dariamos certo. Em forma nenhuma. - disse sério, se levantando do sofazinho que estávamos, senti até que se tratava em outro sentido, "nós dois'' - Tenho de sair agora, porque tenho de ver Mary Jane. Sabe, eu namoro com ela.
- É, eu sei. - foi a única coisa que saiu de minha boca, ele parou um instante. - agi naturalmente, ele olhou o celular, acenou com a cabeça e saiu. Fiquei lá. Continuei sentada no mesmo lugar imaginado o que eu fiz, ou devia ter feito, tinha desenvolvido sentimentos por ele. Conheci ele e Mary Jane na escola, mas lá, eles não demostravam sentimentos afetivos um pelo outro.
Na noite seguinte, estava preparando pra voltar pra casa (provavelmente não por muito tempo) desci do prédio que eu estava (novamente tomando um arzinho), assim que passei por uma rua deserta senti alguém atrás de mim.
- Peter? - virei-me assim que ele pisou no chão atrás de mim
- Você sumiu. - não respondi - Desde de ontem de tarde que não te vi - E olha que ocorrências foi o que não faltou.
- Eu não me meti em ocorrências hoje. - e ele continuou com uma cara de dúvida - Eu não sumi, só não te encontrei em lugar nenhum, afinal acho que foi isso que você deixou claro quando mudou totalmente seu comportamento ontem.
- É que eu achei que você estivesse... simplesmente fui ver Mary Jane, você sabe.
- Peter, eu não preciso de enigmas. - sorri forçado e continuei andando.
- Perai S/N. Você já vai? Você não pode. - e olhei para trás de novo - A gente nem conversou direito.
- Peter, o que você quer? Primeiro fala que que não dariamos certo de forma nenhuma, ai sem falar mais nada sai andando. Ai fala que não posso ir embora agora porque não conversamos direito? Não entendi.
- Eu sai pra falar com Mary Jane porque eu achei... achei... achei que, áh! Eu sei lá!
- Viu!
- Ei, S/N. O que você quer que eu fale?
- Já sei! - e caminhei em sua direção ficando perto dele, me sentindo afrontosa - Pelo que eu notei, acho... que você tem medo de assumir que senti algo por mim não é? Porque no final, foi isso que você deu a entender. - talvez eu estivesse convencida, mas só um pouco.
- OOI? - disse ele novamente passando a mão na cabeça, parecia nervoso - C-como assim?
- Simplesmente diga, mas alto pois eu quero escutar, que não sente nada por mim - ele ficou em silêncio e nem olhou em meus olhos. - Peter, estou esperando, é fácil!
- Você está brincando S/N. - mas não era isso que eu queria ouvir. Achei meio tenso o silêncio. Novamente dei um sorriso sarcástico pronta para me virar e sair, minha surpresa foi que ele me puxou pela cintura, segurando levemente meu queixo para um beijo. - Vai jogar mais alguma coisa na minha cara agora? - disse ele depois - Mais algum desafio? - eu não tinha nada para falar, sorrir servia? O puxei para mim, talvez outro beijo resolvesse.
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