Capítulo 2 – El Jefe
Sam disferiu um soco contra o demônio, que virou o rosto com o impacto, cambaleando para trás. Os dedos de Sam arderam e ele balançou a mão e o demônio levantou o rosto o encarando com fúria.
O outro demônio o atacou por trás, apertando o pescoço de Sam com o braço. O primeiro demônio disferiu um chute na virilha de Sam, que apertou os olhos com força. O segundo o largou e Sam cambaleou até a parede de um beco próximo ao Mystic Grill. Sentiu as mãos do primeiro demônio apertarem seu pescoço e começou a sufocar.
Sam guinchava em busca de ar, sentindo o demônio apertar mais as mãos deformadas ao redor de seu pescoço e sua visão começou à ficar turva.
Foi quando ouviu o barulho de um motor. Ainda com os olhos fechados, sentiu quando o aperto enfraqueceu até que o demônio caiu no chão, sem a cabeça.
Respirou fundo várias vezes, olhando em volta confuso. Viu um homem empunhando uma motosserra.
O segundo demônio atacou o homem mais velho por trás, e Sam foi ágil ao pegar seu machado no chão. Jogou com precisão no pescoço do demônio.
A cabeça do demônio rolou pelo chão, chegando aos pés de uma garota, de calça jeans colada e uma bota cano médio.
Ela olhava com a boca entreaberta para a cabeça diante de seus pés e depois encarava os dois. Um garoto chegou atrás dela, correndo com uma arma na mão.
-ASH!- ele chamou exasperado, parando ao lado da menina e alternando o olhar entre Ash, Sam e o corpo sem cabeça do demônio caído no chão, um pouco mais à frente.
-Okay, parece que não fomos necessários agora- ela ergueu as mãos, finalmente acabando com o silêncio – Quem é esse, Ash?- perguntou ainda segurando a faca e apontando para Sam
-Boa pergunta- o menino confirmou. Sam ainda respirava rapidamente, encarando Ash e sua motosserra. Foi então que ele percebeu que Ash não empunhava a motosserra. A motosserra estava encaixada no lugar de sua mão. E na outra ele segurava uma Boomstick.
-Quem são vocês?- perguntou Sam encarando cada um ainda assustado, apertando firme o cabo do machado, pronto para por em uso caso necessário. Ash pareceu perceber isso
-Hey, hey, hey- ergueu a mão – Não é necessário- olhou com desconfiança para Sam até o menino relaxar o braço e desempunhar o machado.
-Quem são vocês?- Sam perguntou novamente. Ash bufou, olhando impaciente para o garoto.
-Vocês não podem simplesmente dizer “obrigado por me salvar” e nos deixar ir? Sempre perguntam isso mesmo?- Ash gesticulou, guardando o boomstick.
-“Me salvar”?- Sam ergueu as sobrancelhas, e deu um riso seco – Talvez não deva esquecer que eu também te salvei- Sam cruzou os braços encarando Ash.
-Talvez- Ash ponderou por uns segundos, desviando o olhar para disfarçar a falta de argumento – Ash Williams, Kelly Maxwell e Pablo Simon Bolivar- disse rapidamente – Feliz? Agora, quem é você?- Ash sorriu de canto.
-Sam Winchester- Sam hesitou.
-Okay, Sam Winchester. Tchau- disse Ash acenando, ao se virar em direção à Kelly e Pablo, que apenas encaravam tudo desconfiado.
-Espera!- disse Sam e Ash se virou impaciente – Vocês são caçadores?-
-É mais ou menos isso. E já que você é cheio de perguntas, podemos saber o que você fazia sozinho com dois deadites num beco?-
-Caçando. Afinal, como sabe sobre os deadites?-
-Ah, eu e Kandarian temos uma história mais antiga do que eu gostaria de admitir- Ash riu com sarcasmo.
-Bom, acho que pelo menos te devo uma cerveja, não é? Já que você “salvou minha vida”-
-Isso, ou talvez você queira me interrogar, para saber o que eu sei sobre o Kandarian, para usar a seu favor-.
-Eu diria que as duas coisas- Sam concordou.
***
Dean entrou no bar correndo, afobado pelo chamado urgente de Sam, e nem ligou de ter estacionado em local proibido. Ficou realmente irritado quando viu Sam numa mesa, com uma garrafa de cerveja, conversando com mais três pessoas, muito entrosado e distraído. Claro, estava aliviado pelo irmão estar bem, mas ainda não acreditava que Sam o tinha feito vir até aqui correndo por nada.
Caminhou, firmemente em direção à mesa e se sentou, entre Sam e Kelly, encarando todos com um olhar curioso e irônico.
-Olha só para o meu irmãozinho, mal chegou na cidade e já fez tantas amizades que nem lembra de não deixar o irmão louco de preocupação- rosnou em direção ao Sam, deixando todos desconfortáveis.
-Oi Deanno, onde está o Cass- Sam perguntou dando um gole na cerveja, ignorando o comentário do irmão.
-Ele ficou para “consolar as aflitas”- disse dando um sorrisinho maldoso – Aliás, oi- disse o “oi” de forma diferente para Kelly, que apenas revirou os olhos. Pablo apertou o punho ao redor da sua garrafa olhando para Kelly e Dean indignado.
-Dean, estava aqui, conversando sobre coisas muito interessantes com Ash- disse Sam, visivelmente alto com a bebida.
-Okay. Querida, qual o seu nome mesmo?- ignorou o irmão, falando com Kelly, que virou a cara, tentando controlar um sorriso e ao mesmo tempo, um palavrão bem feio.
-Dean!- Sam chamou, quase berrando, fazendo várias pessoas do bar olharem para ele.
-O que?- Dean olhou, quase assustado para Sam-.
-Eu e o Ash estávamos conversando sobre o demônio- Sam disse num tom mais baixo, se inclinando um pouco em direção ao irmão. A expressão de Dean mudou para uma séria.
-Jura? Agora começou a ficar interessante.
***
Castiel tirou o último monte de terra misturado com grama, com a pá. Se apoiou na terra e subiu.
O corpo de Jenna havia sido enrolado com um lençol branco. Elena já havia parado de chorar, mas continuava triste e calada. Estava inclinada sobre o corpo frio da sua tia, quando viu Cass se aproximar. Ela se afastou e ele pegou Jenna no colo.
Elena se abraçou por causa do frio, enquanto observava Castiel colocar o corpo de Jenna, ainda enrolado, no túmulo dos Gilbert.
Ela prendeu os lábios, e não trocaram uma palavra desde que chegaram ao cemitério até Castiel terminar de jogar terra novamente no túmulo.
Quando ele terminou de enterrar Jenna, viu que Elena estava prestes a ter um ataque de choro e tocou seu ombro.
-Eu sinto muito- ele sussurrou e ela apenas assentiu com a cabeça, suspirando, e naquele momento, a culpa de Castiel era imensa. Mas tinha sido necessário.
Num impulso de dor e sensação de solidão, Elena o abraçou, enquanto mais lágrimas escorriam por seu rosto, fora de seu controle. Castiel se viu sem nenhuma outra opção além de passar os braços de forma protetora em volta da menina, naquele momento tão frágil, que faria qualquer desconhecido lamentar a sua sorte.
E não era sem motivo.
Conhecer dois vampiros, perder os pais, ser usada como sacrifício para um vampiro voltar a ser híbrido, perder o irmão uma vez, perder John, perder Stefan e agora Jenna. Por Deus, até Jenna!
O que Elena não entendeu foi porque o abraço tímido de Castiel, alguém que ela havia acabado de conhecer havia lhe feito tão bem.
Não soube dizer quanto tempo ficaram abraçados ali, na frente do tumulo de sua família, mas soube que a cada segundo em que ela o abraçava, a dor em seu peito diminuía e o choro também.
Depois de alguns minutos, ela se afastou, e viu o olhar ainda tímido dele. Finalmente tinha se dado conta da cena. Deus, ela havia abraçado ele. Do nada, havia abraçado uma pessoa que mal conhecia.
Que mal conhecia, mas que havia salvado sua vida.
-Me desculpe- ela disse com a voz embargada, enxugando as lágrimas que ainda haviam em seu rosto.
-Tudo bem- ele olhou para o chão e pigarreou, também se recompondo. Elena viu que ele estava tão vermelho quanto ela.
Tentando tirar a atenção do momento, ela suspirou triste e pesadamente, encarando o túmulo.
-O que eu vou dizer para o meu irmão?- perguntou para si mesma. Poderia dizer a verdade, claro. Depois de vampiros e lobisomens, qualquer criatura seria compreensivelmente existente.
Mas realmente, dizer que os dois haviam perdido alguém outra vez? Mais alguém. A garganta de Elena se fechou ao pensar no olhar do seu irmão quando soubesse.
-Eu vou ter que criar coragem- ela afirmou limpando a garganta.
-Está tarde- Cass observou e ela assentiu. O moreno se virou em direção ao carro, e Elena deu uma última olhada em direção ao túmulo da família.
Não trocaram nenhuma palavra até chegarem na casa de Elena, quando ela o chamou para entrar. Ainda precisava de várias respostas.
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