Capítulo anterior:
Os meninos avançam na direção do Diabo, correm como se suas vidas dependessem disso, e realmente, dependem mesmo.
Em um piscar de olhos ambos estavam no chão, como isso aconteceu? Foi tão rápido.
— o que você fez? - indago preocupada.
Agora:
— nada de mais, eu só dei um sossega seres irritantes que não deveriam estar aqui me encomodando.
— você matou eles? Assim tão rápido?
— eu não matei ninguém, pelo menos não ainda e acho que você vai ser a primeira, filhinha. - sua voz tinha um tom desafiador e um tanto intimidade.
Admito, o medo bate na porta e entra sem ser convidado.
— essa armadura tosca e essa espada sem graça não vão te ajudar em nada.
Parto para cima dele tentando atingir seu braço, mas na verdade o que eu atinjo é o ar escuro ao meu redor. Ele desviou, então isso quer dizer que eu estou tremendamente FUDIDA com letra maiúscula, em negrito e ainda por cima tachada.
— eu sou mais rápido, e consigo prever todos os seus movimentos sua trouxa. - opa, do que ele me chamou? - melhor desistir sua perdedora.
— me desculpa, mas desistir e perdedora não existem no meu vocabulário, eu estou aqui para ganhar, e eu não vou desistir tão fácil.
— tics, vocês humanos são nojentos com essa história idiota de não desistir, vocês são deploráveis, pessoas que não desistem deveriam ser expulsas do planeta terra. Tenho um enorme nojo por todos aqueles que insistem em objetivos que obviamente não vão dar em nada.
— nojento e deplorável é você, nada vem fácil na vida, tudo se conquista, e para que isso acontece não podemos desistir, se eu tivesse desistido não teria conhecido Seokjin, não saberia quem eram meus pais e não saberia que meu papaizinho é um completo de um babaca que pode até ser um treco imortal, que viveu por décadas, séculos e até mesmo milênios , porém, não intende nada da vida.
— você tem sérios problemas seu projeto de aborto deformado. Você fala de mais e age de menos, vai me atacar ou eu posso assumir esse posto? - perguntou sarcástico e com uma voz super intimidante.
Irritante, é isso que ele é, sua voz, seu jeito tudo nele me irrita, grrrr.
— se prepara. - Diz ele com um sorriso de canto, que por um acaso eu vou arrancar na porrada.
— pode vir seu boboca.
Ele caminha lentamente, com passos pesados - literalmente - a cada pisada de ele dava, o chão dava indícios de querer quebrar.
— está com medo. - sua risada diabólica preenche meus ouvidos, involuntariamente meu corpo começa a tremer.
Algo preto escorre da boca dele, que raios era aquilo? talvez lodo?
O possível lodo logo forma uma especie de lagoa, o cheiro era insuportável, e o pior, tinha cadáveres fluando naquela piscina negra pedorenta. Eca!
— sabe criança, vou te explicar uma coisinha que acontece com quem me desafia, tá vendo esses corpos cheios de bolor e bichinhos rastejando? Então - sorri - todos esses babacas, um dia, estavam ai onde você está, se sentindo a salvadora da pátria. Sabe quantos conseguiram? Exatamente, nenhum, e sabe por que? Pelo simples fato de que eu sou invencível, nunca perdi durante minha vida todinha, e não vai ser agora que eu vou perder, ainda mais para uma mulher que parece desnutrida de tão magra, eu me recuso a perder. Daqui a pouco, você e seus amigos vão estar aqui, boiando com animais se alimentando dos seus corpos, drenando o seu sangue. Você ainda quer me enfrentar?
— eu não tinha certeza se eu queria socar essa tua cara feia que parece que botaram fogo e tiraram a paulada, porém, depois da parte que você disse que não perderia para uma mulher, foi exatamente nessa parte que eu tive a certeza de que eu vou descer o cassete nessa tua fusa de porco.
Ele me encara e parte para cima de mim, sinto um impacto imensamente grande na minha barriga, esse que me fez bater as costas contar a parede.
Filho da puta.
Desgraçado
Você tá muito fudido meu irmão.
— doeu? Você é muito fraca, com toda a certeza o adversário mais fraco que eu já enfrentei, você é literalmente uma piada para os lutadores. A saída é logo alí, fiquei a vontade para sair correndo.
— ainda não acabou, eu não desisto fácil das coisas, pode ficar cantando de macho alfa agora, até porque, você vai sair igual uma princesinha delicada desse ringue depois que eu acabar com você. Isso é tudo que você tem?
— se você vai ficar aqui, precisa estar ciente de que eu vou acabar com a tua raça aqui.
— pode mandar ver.
Sem delongas, nós estamos flutuando sobre uma nuvem rosada, agora ele possui uma espada e uma armadura, ambas velhas e enferrujadas.
Travamos uma batalha de encaradas, seu olhar intenso sobre o meu estava me deixando agoniada, suas íris possuem coloração avermelhada, contornados por tons azuis, ele começa a modificar seu corpo, deixando-o menor, no tamanho normal de um ser humano.
Quando percebo estou com a espada perto da garganta, mas espera, como assim? Ele é rápido de mais.
— eu disse que eu era mais rápido. - preferiu o Capeta rente ao meu ouvido.
Me mantive alerta, saio de perto da lâmina, pego impulso na nuvem e pulo o mais alto que eu consigo.
Preciso pensar, o que eu faço? Ele prevê meus movimentos e é mais rápido.
Flashback օռ ( capítulo anterior)
E antes da luta ser travada, o capeta fica maior e mais intimidador. "querida, seus olhos podem te enganar facilmente, não olhe para o corpo a sua frente com os olhos, essa é a única saída desta ilusão. Tape seus olhos e utilize seus outros sentidos, só assim vai saber onde e como atacá-lo, e o mais importante, viva".
Flashback off
EURECA, ela me deu a dica e eu nem tinha percebido.
Me acalmo, sugo o ar e o solto devagar, repito três vezes e pronto! Calma como se fosse um maracujá.
Fecho os olhos, respiro fundo.
— que caralhos você tá fazendo? Você tá se entregando a morte? Ótimo.
Convencido, tics.
— você quem vai morrer.
Preciso me concentrar em escutar e cheirar. O único ruido que eu escuto nesse momento são nossas respirações, a minha que está acelerada e a dele que está pesada, o cheiro predominante é o de enxofre, e claro o de suor.
Os passos do meu oponente se aproximam, acalme-se, cada vez mais perto, vai dar tudo certo, ele está na minha frente.
— usando técnicas de luta? Você não é boa o suficiente pra isso.
— eu também achava, até que eu entrei aqui no inferno, e depois que enfrentei diversas coisas para conseguir as adagas, eu percebi que eu mudei, e mudei para melhor, agora sim sei que o que eu quero eu consigo. E sabe o que eu quero agora? A sua morte.
Corro na direção dele, e dessa vez eu consigo acertar em algo, o cheiro de sangue preenche minha narina, ao mesmo tempo que uma doença aguda está presente na minha barriga. Merda.
O conselho da minha mãe não funcionou, por que? Ah sim! Eu não lutar, e sou uma pamonha.
— parabéns você acertou o meu braço, e em compensação eu furei sua barriga - de uma face risonha ele muda para uma totalmente séria e amedrontadora - Agora você vai ver que eu não estava de brincadeira sua fedelha.
Ele tira a faca da minha barriga, e vejo que na verdade era a última adaga que eu precisava, a do medo.
Eu estava deitada no chão vermelho, meus olhos embasam por causa lágrimas. Que dor insuportável, nunca mais reclamo das cólicas que eu tenho.
— o que você vai fazer? - não está óbvio? Você vai morrer, alerta meu subconsciente.
— eu vou te torturar até morte, gostou da ideia? Esse é meu hobby favorito.
Ele caminha na minha direção calmamente. O criatura desagradável pega meus cabelos e me arrasta, quando cansa ele para, solta meu cabelo e me olha.
— você é muito bonita, parece com sua mãe até demais, que nojo. - nojento é você seu pateta.
Eu estava debilitada, meu sangue não parava de se perder no chão, talvez eu perca minha consciência em poucos minutos, eu tentei, juro que tentei.
Ele me suspende no ar me segurando pela armadura, ele me analisa.
— você seria uma boa líder, talvez possamos negociar?
— jamais, não vou negociar nada com você.
Ele estapeia meu rosto, filho da puta, se eu não estivesse debilitada você ai ver, minha nossa que mão pesada, ele não para, tapa um atrás do outro.
Sinto o gelo do chão em contato com minha pele, quero me levantar! Rastejo até algo sólido que possa me sustentar em pé, um pilar, isso!
Quando finalmente me levanto, sinto que estou tomando banho, algumaa gotas do meu sangue escorrem por minha face e caem no chão, fazendo um "ploc" quando vão de encontro com o chão, outras correm pelo pescoço e mancham minha armadura.
— você ainda tem força para ficar em pé? Sinal que não apanhou que chega.
— eu negocio, o que você quer?
— que você assuma meu lugar no inferno.
— eu faço isso, se você libertar meus amigos e o meu namorado.
Dedos cruzados nas costas óbvio.
— muito bem, não quebre sua promessa senão eu te jogo no rio do pânico. Ah! E uma lição que você precisa aprender, numca confie em ninguém.
Os meninos acordam lentamente, aos poucos levantam e ficam assustados.
— o que aconteceu? - perguntou Hoseok confuso.
— eu joguei um feitiço em vocês. Ah, e vocês estão livres, vão embora.
— não faz sentido, você ainda está vivo. - fala Jimin.
— ela e eu fizemos um acordo, e ela vai assumir o trono no meu lugar.
— não! Não é verdade né s/n.
— eu fui obrigada Seokjin, ele ia nos matar.
— eu não acredito que você fez isso. - eu também não acredito nisso.
— agora, vão embora, eu vou treinar minha filha para governar essa baderna que é o inferno. Aqui - ele me entrega a última adaga - agora que eu posso confiar em você.
Ele vira de costas, esse é o momento prefeito.
— aaaaah! Você...sua fedelha, por que fez isso? Eu confiei em você. - ele estava ajoelhado no chão e de cortesia a minha espada estava atravessada no corpo dele.
— libertei o mundo de você seu nojento, leve a lição que você disse para mim, pra sua vida a partir de agora, não confie em ninguém.
— você vai ser jogada no rio do pânico, você prometeu.
— desculpa mas, eu estava com meus dedos cruzados nas costas, então isso significa que eu não prometi nada, e significado também que eu venci.
— mas não é justo, você trapaceou.
— o esqueleto disse que valia tudo, tecnicamente eu não trapaciei.
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