Prestar vestibular... ok.
Prestar vestibular pra ir estudar em outro país... ok.
Passar no vestibular pra ir estudar em outro país... SUPER OK.
Meu nome é Laura, tenho 19 anos e sou apaixonada por futebol. Eu sei, é estranho usar o termo “apaixonada” e “futebol” na mesma frase mas é isso que me define. Me formei á um ano, mas ai deixei um ano pra pensar no que eu faria da minha vida e por insistência dos meus pais, prestei vestibular pra conseguir o tão sonhado intercambio, já que no momento eles não teria dinheiro pra me bancar e também meu futebol contribuiu bastante.
Eu jogo desde os meus 8 anos, por esporte mesmo já que eu sou um pouco acima do peso mas isso me ajudou porque conheci boas pessoas e comecei a admirar jogadores que sempre contribuem para uma instituição de caridade.
É, não sou normal e não sou Maria chuteira, só sou diferente da maioria das garotas, eu gosto de bandas mas jogadores de futebol faz meu coração palpitar.
Eu havia passado numa espécie de vestibular pra ir estudar na Europa, eu iria fazer um curso de psicologia e também jogaria no time feminino da faculdade.
Meus pais ficaram no Brasil já que eu iria morar numa republica da própria faculdade.
- Olá, senhorita Benchelly, seja bem vinda ao Shelse University! Sou a diretora Alice Campebell – Um senhora loira de meia idade veio me cumprimentando assim que desci do táxi em frente a faculdade. – Venha comigo para nós conversarmos sobre sua estadia em nossas locações escolares.
Assenti e a segui com minhas malas.
__
- Vejo que teve uma grande pontuação em seu teste e também que pratica muito bem o futebol. – Ela disse olhando alguns papéis.
A faculdade tinha uma pegada num tanto “antiga”, móveis feitos de madeira, algumas estátuas, mas tinha uma pegada mais jovem com cartazes anunciando algo por todos os lugares....
- Bem, vai ser um grande prazer em te la conosco mas tenho uma noticia. – A senhora Campebell falou me encarando – Nossas republicas estão lotadas, literalmente todas! E só tem um lugar disponível... que é na republica dos meninos que são do time de futebol da Shelse University. A maioria deles fazem cursos relacionados ao futebol, não somente a parte física, mas sim a parte fisiológica e para aqueles que não se dão muito bem, a parte de negócios, gestão ou até mesmo workshops para esse ramo... você concorda em ficar lá? Tenha certeza que eles iram te respeitar, caso contrário eles serão dispensados da nossa faculdade imediatamente e também, a maioria deles são do Brasil assim como você, acho que sentira um pouco mais em casa.
Eu sempre convivi com os meus primos e amigos, claro, tive amigas também mas a maioria era do sexo masculino, eu não me importava em jogar futebol na chuva, de molhar meu cabelo por mais que ele seja “ruim”, era divertido ser menina com atributos masculinos.
- Não tem problema nenhum, não da minha parte – Sorri – mas eles estão de acordo com a ideia? – Perguntei.
- Claro que sim! Eles são bons alunos e boas pessoas, mas como disse, se tentarem algo contra seu agrado, me fale que eu tomarei providencias. – Sra. Campebell disse.
- Tudo bem.
Alguém bateu na porta chamando atenção de nós duas.
- Entre! – Sra. Campebell falou alto enquanto anotava algumas coisas.
Um garoto com um jeito “fofinho” entrou na sala, cumprimentando eu e a diretora.
Ele era mais ou menos do meu tamanho ou poucos centímetros maior, sempre estava com um sorriso no rosto e num tanto tímido.
- Bom dia Sra. Campebell, mandou me chamar?
- Sim Sr. Duarte, essa é nossa nova aluna, Laura Benchelly. Por favor, a acompanhe pelo colégio durante essa semana que irá se iniciar.
- Sim Senhora. – O tal do Duarte falou.
- Podem ir.
- Com licença. – Nós falamos juntos.
Duarte pegou minhas malas enquanto eu pegava alguns papéis e minha mochila.
- Não precisa se incomodar, eu levo...
- Imagina. – Ele sorriu enquanto fechava a porta da sala da diretora. – Sou o Bernard, Bernard Duarte. – Ele me estendeu a mão eu apertei.
- Prazer em conhecer, Bernard... sou a Laura mas não me chame pelo sobrenome, pelo amor de Deus. – Começamos a rir enquanto andávamos pelo corredor.
Saímos por uma porta de vai e vem e descemos algumas escadinhas, dando de cara com uma espécie de condomínio.
Havia uma rua enorme e dos dois lados, casas de várias cores e sempre um gramado á sua frente.
Atravessamos a rua e fomos pela calçada, tudo aquilo era tão wow.
- Você é do Brasil também? – Ele perguntou enquanto caminhávamos diante as casas, tinha algumas pessoas em seu gramado, lendo alguma coisa e outras deitadas apreciando o dia.
- Sou... você também é, certo?
Ele assentiu com a cabeça. Caminhamos mais um pouco, em silencio, enquanto eu apreciava o quão gloriosas eram as republicas.
- Bem vinda ao seu lar agora! Não repare na bagunça, somos em 7 homens, imagine. – Bernard falou enquanto caminhávamos em uma calçada que dividia o gramado.
A casa era grande, seu telhado era marrom e as paredes eram um verde bem bonito. (1)
- Chegamos!! – Bernard gritou.
Entrei atrás dele e fechei a porta.
Caminhamos pelo hall de entrada até entrar numa espécie de ponto da “cruzada”, a nossa frente havia uma escada branca, do meu lado direito havia uma sala de jantar e do lado esquerdo uma sala com sofá, uma TV grande e alguns computadores “jogados” pelo sofá. (2)
Entramos pra esquerda, a sala era pequena mas bem iluminada, embaixo da TV havia uma pequena lareira, me sentei no sofá branco até ouvi algumas vozes descendo as escadas.
- Como será que ela é? – Uma voz rouca disse.
- Não faço ideia, espero que seja bonita. – Outra voz disse.
Um moreno de cabelo Black Power entrou na sala, acompanhado por um branquelo de cabelos castanhos, outro moreno de olhos verdes, um pardo com os cabelos pretos que me lembrava o ator que interpretou o Gus Waters.
- Gente, essa daqui é a Laura! – Bernard disse me apresentando.
Sorri e dei um pequeno aceno.
- Prazer em conhecê-la, sou o Oscar. – O branquelo de cabelos castanhos veio me cumprimentando com um beijo no rosto e um abraço.
Parecia que ele não queria desgrudar de mim, até que ele era pegavel.
- Desgruda premiação de cinema, sou o Marcelo, ao seu dispor. – O moreno de cabelo engraçado me cumprimentou rapidamente.
- Eu sou o Neymar, seja bem vinda. – O moreno de olhos verdes me cumprimentou rapidamente assim como Marcelo.
- Sou o Tiago... – Mentira, você é o cosplay do Ansel Elgort! – Prazer em conhecê-la, seja bem vinda a nossa republica. – Ele disse suavemente.
- Obrigada e um prazer conhecer a todos vocês.
Os meninos se apertaram no sofá a frente do meu.
- Ainda tá faltando o Van, Daniel e o David, mas daqui a poucos eles chegam. – Bernard disse se sentando ao meu lado.
Ficamos em pleno silencio, os meninos me encarando e eu os encarando.
- Hã... – Comecei – Não vai ter problema deu ficar aqui né? Porque qualquer coisa eu alugo uma casa aqui perto da faculd...
- De maneira nenhuma. – Marcelo disse – Vai ser legal ter uma garota aqui, to cansado de acordar só ver bunda masculina nessa casa...
Comecei a corar.
- Com todo respeito... é que...
- Cala boca, Marcelo! – Neymar disse – Não vai ser problema nenhum, se precisar de qualquer coisa estamos á ordem. Espero que você se acostume com a gente, porque sabe né? ... Homens... desorganização...
- Ah tudo bem, também não sou a Senhora Organização... vocês tem algum tipo de regra aqui? – Perguntei.
- Bem, a gente divide as tarefas pra deixar a republica limpa... mas é só isso. E claro, não podemos trazer ninguém pra cá. – Oscar falou revirando os olhos. Os outros meninos o acompanhou.
- Isso não será problema – Dei uma pequena risada.
- Eu disse que aquela menina não presta... – Uma voz veio do hall de entrada.
– Ela é a maior bitch de Londres inteira, você já deveria saber como isso iria acabar. – Outra voz falou.
- É você tem razão. – Uma voz doce e melancólica disse.
Três caras entraram na sala, dois morenos e um com a pele mais clara, que era extremamente gato.
Ele tinha olhos penetrantes, cabelos baseado em cachinhos com uma coloração num tanto clara e uma boca extremamente beijavel.
- Essa é a nossa nova companheira? – Um dos morenos, só que com os olhos claros e um sorriso branco veio me cumprimentando, não conseguia tirar os olhos do senhor do cabelo enrolado. – Sou Daniel e seja bem vinda.
- Obrigada. – O cumprimentei com um beijinho na bochecha e um abraço e logo voltei minhas atenções pro meu mais novo crush.(3)
- Sou o Givanildo mas me chame de Van ou de Hulk, por favor. – Um moreno fortão veio e me cumprimentou assim como Daniel.
- E bem, - Ele se aproximou – Sou o David Luiz, bem vinda e é um prazer em conhecê-la.
Ele me deu um abraço rápido e um beijinho na bochecha, mas logo fui puxada de seus braços.
- Vamos, vou te mostrar seu mais novo lar. – Oscar sorriu, todos aqui tinham um sorriso encantador ou é impressão minha?
Logo, todos os 7 foram em apresentando cada canto da casa.
__
Já era hora do almoço, minha barriga estava começando a doer de fome.
- Negada! O rango tá pronto! – Daniel gritou da cozinha.
Eu estava no meu mais novo quarto (4), estava colando as fotos da minha família e amigos na parede, o quarto era era pequeno mas era perfeito pra mim, nunca gostei de coisas exageradas, tinha certeza que passaria bons tempos ali.
Sai do meu quarto ao mesmo tempo em que David saia do seu, nossas portas era uma em frente à outra, aquilo com certeza iria ser um problema ou algo que viria a calhar no futuro.
- Oi Lau... posso te chamar assim? – Ele disse enquanto descíamos as escadas.
- Claro. – Assenti.
- LAURA! VOCÊ VAI SENTAR DO MEU LADO! – Bernard gritou.
- NEM VEM MEIO METRO, ELA VAI SENTAR DO MEU LADO! – Oscar gritou dando risada.
- SE LASQUE, OSCAR! – Bernard disse me puxando pela mão e me sentando ao seu lado na mesa.
- Calma meninos, muita calma. – Comecei a rir da discussão.
Logo Oscar se sentou do meu outro lado.
Todos os meninos vieram e se sentaram, menos David e Marcelo, porque estavam colocando a comida na mesa.
- O cheirinho está ótimo. – Falei.
- O gosto está melhor, gata! – Daniel piscou pra mim e eu corei.
- É tão fofo o jeito que ela cora! Own. – Bernard disse deixando um beijinho na minha bochecha.
Corei ainda mais.
- Segura a onda, anão. – Neymar disse vendo o meu constrangimento, com certeza ele seria um bom amigo aqui.
Tenho que fazer uma anotação: parar de falar com certeza.
- Sirvam-se. – Marcelo disse.
- Deixa que eu te sirvo, Laura. – Bernard e Oscar falaram junto e logo depois se encararam arrancando gargalhadas de todos.
- Meninos, eu me sirvo, muito obrigada. – Agradeci e me levantei com um prato na mão.
- Não quebre minha onda, Anão. – Ouvi Oscar cochichas.
- Onda? Filho, você não tem nem maré. – Bernard disse enquanto se socava e pegava a comida pra si.
__
Já havíamos almoçado, estávamos na sala vendo alguma coisa da TV inglesa enquanto os meninos falavam duma festa que aconteceria hoje a noite na fraternidade, alunos de outras faculdades dali perto também iriam comparecer.
- Tomara que as gatas da Bouvier venham, aquelas meninas... ai papai! – Marcelo disse animado.
- Nem me fale, apesar que hoje eu vou querer beber todas e mais algumas, porque segunda tem que pegar firme. – Daniel disse.
- Você vai com a gente, né Lau? – Tiago perguntou me encarando.
- Ah... – eu fiz uma careta – Não sei, estou cansada...
- Você tem que ir, Laura, é bom que você já se enturma com a galera... porque sabe como são os ingleses né? Bem na deles, só se soltam quando tem bebida por perto. – Neymar disse em quanto mexia no seu celular;
- Okay... – Falei – Sempre tem festas aqui? – Perguntei curiosa.
- Apenas aos finais de semana, apesar que de quarta feira todos os alunos se juntam numa espécie de restaurante aqui perto e é bem legal. – Marcelo falou.
- Enfim, fale mais sobre você, Lau. – David me perguntou com um sorriso no rosto.
Fiquei sem graça porque... minha vida era sem graça! Eu só estudava, dormia e comia, praticava futebol e só.
- O que quer saber? – Perguntei.
- Faça um resumo básico... – Ele falou.
- Tenho 19 anos... sou filha única, sempre morei no Brasil, nunca tive muitos amigos e nem namorados, sempre fui fascinada por futebol, sou apaixonada por alguns jogadores, minha vida era escola e sair com os meus poucos amigos, ir no cinema e desenhar raramente... sei lá, minha vida é chata, não tem o que falar.
- Tu tem amigas apresentáveis lá no Brasil? – Oscar perguntou curioso.
- Sim. – Dei risada e eles me acompanharam.
- Tem alguém te esperando no Brasil? – Bernard perguntou;
Eu havia entendido a pergunta, mas queria ver o quão longe ele iria.
- Fora minha família?
- Você entendeu minha pergunta, Laura. – O anão da minha altura falou bravo, formando um bico.
Dei risada de novo;
- Não, não tem ninguém me esperando... só minha família e alguns amigos. – Falei num tanto triste, não queria tocar no assunto;
- Ainda bem... – Ouvi um murmúrio vindo de David.
Eu o encarei tipo “Eu ouvi isso”.
- Mais perguntas? – Falei enquanto pipocava perguntas pra todos os lados.
Eu havia gostado de todos eles, em especial, David.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.