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História Empresário - Troca, a interessante - História escrita por ikus - Spirit Fanfics e Histórias
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História Empresário - Troca, a interessante


Escrita por: ikus

Notas do Autor


Oi, meus upinhos!! Como vocês estão? Prontos pra um CAPÍTULO GRANDÃO CHEIO DE EMOÇÕES? (juro que dessa vez boas)

Bem, acho que é isso! Boa leitura e não se esqueça de votar!
#JKNãoUsaGravata

Capítulo 27 - Troca, a interessante


Fanfic / Fanfiction Empresário - Troca, a interessante

Na segunda-feira, Jimin encontrou Hani na frente do prédio da UP2U de novo. Ela estava como sempre, exceto seu penteado; duas trancinhas espetadas para o lado porque seu cabelo era curto demais. Acenou para Jimin, que a cumprimentou de volta e aproximou-se, sentando ao lad dela. Nervoso e um tanto amedrontado. Cada respiração sua parecia um erro.

— Minnie, isso é perseguição! — ela reclamou assim que Jimin chegou perto o suficiente. — Você sempre tem que chegar bem quando eu dou meu perdido para tomar sorvete?

— Hm... — Jimin não sabia muito bem como responder. — Acho que meu horário de sair da aula e o seu de tomar sorvete é sincronizado.

— Capaz! — Ela começou a gargalhar. — Da próxima vez, vou até comprar dois, qual sabor você gosta?

— Não precisa se incomodar...

— É claro que eu não preciso, eu hein! — a mulher retrucou, provocando. — Mas eu quero, então relaxa, Minnie. Qual sabor você gosta?

— Chocolate...

— Ai, que normal. Que decepção, Minnie, pensei que você fosse ser diferente.

— Desculpa... — Jimin pediu, estranhamente sem jeito. Tão estranho que até mesmo Hani notou.

— O que aconteceu com você, hein? — a mulher questionou. — Dormiu mal hoje? Tem trabalho chato para fazer? Passa lá na Boca, tenho certeza que é muito mais divertido que no Coração.

— Não é isso... — Jimin conseguiu dar uma breve risada graças ao jeito entusiasmado dela. — Hani... Como é ser mulher?

— Do nada? — Ela arregalou seus olhos. — Tá desanimado pensando como é ser mulher? Bem que faz sentido, é uma desgraça mesmo...

— Acho que tô só... mudando minhas atitudes, aí eu ainda não sei medir minhas palavras direito, nem falar normal — Jimin tentou explicar, mas era muito mais desafiador do que imaginava. — Mas assim... se você tivesse que explicar prum cara machista como é ser mulher... o que você falaria?

— Pergunta complexa... — Hani comeu mais um pedaço de seu sorvete, pensativa. — Acho que primeiro eu falaria que ele nunca vai entender o que é ser mulher. E que o primeiro passo pra ele virar gente, é entender e valorizar as coisas que ele pode aproveitar simplesmente por ser homem.

— Tipo o quê?

— Andar na rua sem um medo horrível de ser abordado, ouvir cantadas de mal gosto e receber toques que não quer. Abrir o armário e não precisar pensar onde e como você vai... Por exemplo, eu venho de shorts pra Up porque a Byul me dá carona, mas na época da faculdade eu só usava calça porque eu tinha que pegar transporte público e você sabe... te tocam contra sua vontade. Se não tocam, olham e falam. Você não escolhe a roupa pensando só no que você quer vestir, mas também se você pode vestir. Já teve que fazer isso?

— Não... — Jimin mastigou a pergunta. Apenas pensava se suas roupas seriam sexy ou não para Jungkook quando queria seduzi-lo... mas nunca teve medo de sofrer nenhum tipo de consequência grave. Mas uma vez sofreu. — Hm... Hani?

— Oi?

— Existe alguma coisa parecida pra gay e lésbica e... o resto todo, né? De medo.

— Ah, verdade! Boa, Minnie. Também dá um medo ser da comunidade e demonstrar, seja por andar com quem você ama ou se vestir ou comportar de um jeito que as pessoas "identifiquem", seja lá o que isso signifique. Você já sentiu isso?

— Acho que sim... Nessa parte de escolher o jeito de se comportar e de como se vestir... — Jimin suspirou. Lembrou da quantidade de vezes que simplesmente escolheu a quietude frente à família, porque sempre que abria a boca, soava afeminado demais. Uma bichinha. Bem, calado, ninguém percebia, então mantinha-se daquela forma.

— Espero que um dia a gente não precise mais passar por isso... — Hani enlaçou o ombro dele, e Jimin ficou completamente tenso com o toque. — Parabéns pela sua força, mas lamento muito que você precise dela.

— Igualmente... — Jimin respondeu rápido, nervoso pelo traço de acolhimento. Não merecia. Hani percebeu o desconforto e o soltou, achando que Jimin não era o tipo que gostava de toques. — O que mais você falaria pro machista?

— Ai, ai, Minnie... Tem tanta coisa, o machista ia ficar o dia inteiro ouvindo, coitado. Eu moro sozinha, né? Mas se preciso contratar um serviço prestado por um homem, sempre chamo meu irmão lá pra casa pra ter certeza que nada vai acontecer. E também porque muitos homens só ouvem e respeitam outros homens, então sempre que eu tenho uma opinião para dar, ou quero que o serviço seja feito de uma forma específica, eu tercerizo minhas palavras pro meu irmão, que com certeza vai ser ouvido.

"Também tem a parte de ficar caçando histórico de empresa sobre casos de machismo e assédio antes de mandar currículo... Ou mandar mesmo sabendo que é um ambiente péssimo porque nossas chances no mercado de trabalho são menores. Nossa... lembrei de outra. A faculdade é uma merda... você tem que ser perfeita, fazer mil coisas e transformar seu currículo em um megazord porque você sabe que se seu currículo for igual ao de um homem, ou até só um pouco melhor, as chances dele ser contratado no seu lugar são muito grandes. Você tem que sempre ser muito melhor e se esforçar muito mais."

— Nunca tinha pensado nesse tanto de coisa — Jimin confessou. Enojou-se ao perceber que era do tipo que contrataria um homem mediano em vez de uma mulher hiper-qualificada.

— É aquilo, posso passar o dia inteiro falando com o machista sobre as coisas que ele provavelmente nunca teve que pensar ou passar. — Hani riu.

— Hani... o machista sou eu. — A voz de Jimin não passava de um sopro amedrontado. Ele desviou o olhar. Queria sair correndo daquela posição desconfortável que se colocou, mas pelo menos o seu lado racional o mantinha ali. E o colocava ali. — Talvez não o dia inteiro, mas... você pode me contar um pouco cada dia?

Hani arregalou os olhos discretamente antes de encará-lo, em silêncio. Jimin queria se enterrar no chão. Sabia que aquela reação era a esperada e, naquele momento, desejou ainda mais continuar escondendo tudo que era de ruim para que menos pessoas o odiassem. Mas não podia mentir. Droga, por que tão repentinamente começou a se importar com a opinião dos outros? Por que doía pensar em ser odiado? Sempre foi, e nunca ligou.

— É sério, Minnie?

— Sim... Desculpa.

— Acho... que você não precisa pedir desculpas, não pra mim pelo menos... — ela ponderou, ainda confusa e surpresa com a revelação. — Você nunca foi diretamente machista comigo. Claro, você pode ter pensado várias coisas machistas, mas nunca falou pra mim... Pelo menos o primeiro passo está dado. Você costuma falar coisas machistas?

— Não... só penso. Nossa, Hani, eu penso muito — murmurou, agoniado.

— Tudo bem pensar enquanto não for parar na sua boca... na verdade nada bem, né. Tudo péssimo. Mas poderia ser pior. — Ela riu ao embolar-se nas palavras. Era um assunto difícil de lidar. — Enquanto estiver só nos pensamentos, a gente pode fazer algo sobre isso. Depois que o preconceito saiu da nossa boca, ele já machucou alguém e sarar é muito mais difícil.

— Faz sentido.

— Então, Minnie lindo do meu coração, me passa o número do seu celular. — Hani bagunçou os fios azuis, tentando animar o clima. O sorvete já tinha acabado há tempos, então a doçura deveria ser outra. — Vou te acordar todo dia com um recadinho do coração.

— Recadinho do coração?

— Bem, primeiro eu pensei em te mandar frases machistas comuns. Aí, toda vez que você pensar nessa frase, já sabe: tá sendo machista — ela falava com um tom didático cômico, e estendeu o indicador para parecer mais enfática. — E aí você vai pegar esse pensamento e descobrir por que ele veio até sua cabeça, e aí desmentir esse porquê.

"Por exemplo, se você pensar algo como 'aff, a Hani não fecha a matraca, tinha que ser mulher', você vai parar e pensar 'ué... mas o que ser mulher tem a ver com falar muito?' e concluir 'nada. Meu Deus! Eu tô sendo machista' e aí corrigir essa frase. No caso, poderia ser 'a Hani não fecha a matraca, tinha que ser líder da Boca', ou 'a Hani não fecha a matraca, mas é característica pessoal dela' ou até mesmo 'a Hani tá falando mais do que o normal, será que algo aconteceu?', as possibilidades são quase infinitas!

"Eu acho que essa é a magia. O preconceito é muito limitado. Te limita a uma resposta só sobre a situação, e que tá errada! Mas quando saímos do preconceito, conseguimos enxergar várias outras possibilidades e ter várias interpretações, talvez nenhuma esteja certa também, mas você tem mais chances de acertar, e tá aberto ao poder da dúvida.

"Outra coisa legal é que uma vez recebemos uma palestra de diversidade e inclusão aqui na Up. Aí reunimos vários conteúdos para nos educar sobre isso. Podcasts, livros, filmes... pra gente inserir diferenças na nossa vida, porque não é fácil... É uma jornada que a gente tem que ser muito humilde e escutar, escutar muito. Escutar e aceitar, porque dói saber que você errou ou tá errado. E quando dói, a gente quer se proteger. E pra gente se proteger, fica na mesma ideia pra sempre, achando motivos pra garantir que a gente tá certo. E aí... fodeu tudo. Enfim, vou procurar essas indicações e te passar por mensagem também e... tô falando muito, né?"

— Tá sendo muito útil — Jimin respondeu com sinceridade, ditando seu número enquanto o Hani adicionava no celular. — Só acho estranho você ser tão compreensiva.

— Ah, tenho que ser, né. Todos nós somos preconceituosos de alguma forma. Se eu fosse te odiar, eu teria que odiar todo mundo porque a diversidade é uma combinação infinita e sempre vai ter alguém diferente de tudo que você viu e a tendência é julgar... Posso ser uma mulher lésbica, mas ainda assim eu posso acabar sendo preconceituosa e oprimindo alguma minoria que não me encaixo e não tenho vivência. Meu maior sonho é não ser preconceituosa com nada nem ninguém, mas se eu me agarrar a essa ideia de que sou fodona desconstruída, com certeza eu vou procurar formas de manter esse status quo, e sabe o que acontece nessas horas?

— O quê?

— Você oprime alguém, só pra garantir que não tá errado. Acho que por isso que é tão difícil, sabe? A gente quer ser bom, a gente quer se sentir bem. E pra se sentir assim, ignora as partes difíceis. Então se a gente tem vontade demais de ser desconstruidão, vira uma faca de dois gumes, e tudo que a gente tá tentando fazer se perde no próprio ego e medo.

— Faz sentido...

— Bem, se quiser mais material ou discussões sobre isso, o Jin também é uma ótima referência... ele se especializou nisso, algo assim, e tem vários contatos. Meu maior papel contigo é te dar pedaços de vivência de ser mulher e sapatão, que é minha "especialidade", digamos assim.

— Sobre ser mulher... a Yoonji falou que mulheres reproduzem machismo também...

— Ô se reproduzimos! Que ódio, vontade de explodir essa sociedade de merda — Hani bufou, batendo a mão na testa com tanta força que Jimin tomou um susto com o som. — Assim, a gente vive em um mundo tão machista que a gente fica imitando, achando bonito e normal uns absurdos. Eu fui uma adolescente com muitos pensamentos machistas.

— Sério?

— Sim, sim! Eu desprezava feminilidade e me achava superior às patricinhas porque eu gostava de "coisas mais legais" e "não era fútil". E com coisas legais, quero dizer coisas que homens em geral gostam. Tudo isso pra ter a aprovação masculina de um bando de catarrento que não agregava em nada à minha vida... A adolescência... é um período estranho. Talvez fosse sapatice incubada, porque uns anos depois eu percebi que tava doida pra beijar as patricinhas com o gosto de morango que achava tão fútil. E, nossa...

"Minha primeira namorada era o estereótipo de patricinha. Passava maquiagem todos os dias, só usava roupas arrumadas, bolsas grandes e tudo mais. Descobri que era porque ela trabalhava como secretária em um escritório de advocacia pra ajudar a pagar as contas na casa dela e não tinha muito tempo pra se trocar. Não que seja fútil se arrumar só porque quer e gosta também, é só que você aprende que raramente as coisas são como parecem."

— Isso é verdade... — Jimin concordou, imerso em pensamentos também. Ninguém que ele conhecia (ou pelo menos achava que conhecia) era realmente como parecia. Como Jungkook... Lindo, gentil e positivo e que, mesmo assim, carregava dúvidas e críticas pesadas demais sobre ele mesmo e... Detestou a forma que sua mente correu diretamente até Jungkook, de todas as pessoas.

— Eita! Meu Deus, as horas! Eu tenho uma reunião agora! — Hani levantou-se afobadamente do banco quando seu celular apitou, Jimin a seguiu, porque tinha que trabalhar também. — Enfim, Minnie, tô sendo compreensiva principalmente porque eu sinto que você tem vontade de mudar. Juro pra você que isso é raro. Então pode contar comigo pra isso, tá bom?

— Muito obrigado, Hani.

— Que isso, nada mais do que meu trabalho como uma liderança feminina da Up!

Despediram-se no elevador quando Hani saiu no andar da Boca, e Jimin subiu mais um para ir até o Coração, repassando em pensamentos toda a conversa que teve e fazendo ponderações sobre ela. E sobre as outras. Sua conversa com o Jin, na UP4U, com a Yoonji, no seu apartamento... todas as conversas que tinha com o Jungkook. De fato, a Up parecia um lugar especial, onde todos pareciam dispostos a dialogar. Talvez fosse a característica mais chocante para Jimin, pois nunca viveu em um ambiente daqueles.

Foi calorosamente recebido por um pote de gel assim que chegou ao Coração. Seu próprio acelerou ao levantar o olhar e ver, ali pertinho, aquele sorriso tão radiante do Jungkook. Fazia pouco tempo desde que tinham se visto pela última vez e, mesmo assim, percebeu que estava ansioso em vê-lo de novo.

— Boa tarde, Minnie! — o CEO falou empolgado enquanto embrenhava os dedos nos fios agora azuis. — Qual é seu desejo hoje? Um moicaninho? Ou meio lambido assim...

— Pode seguir seu coração. — Jimin deu aval à criatividade de Jungkook, que pareceu ainda mais exultante.

Jungkook novamente usava maria-chiquinhas e, se em algum momento de sua vida, Jimin já as considerara feias, não lembrava mais. Eram adoráveis; assim como os olhos gentis de Jungkook, seus toques tão naturais e calorosos, e o sorriso que poderia iluminar o mundo inteiro. Aquela boca que queria muito beijar, mas que estava completamente fora de suas possibilidades.

O CEO optou pelo lambido, mas um lambido diferenciado para seu precioso estagiário. Puxou toda a franja já curta pra frente e, no meio, fez o formato de um coração. Riu ao terminar, achando fofo.

Jimin pegou seu celular e abriu a câmera frontal para apreciar a obra de arte de Jungkook e, apesar de querer ter mantido-se sério, acabou deixando uma risada escapar, que foi prontamente acompanhada pelo CEO. Estava ridículo.

— Quero vingança, Jungkook... — comentou, levando seus dedos aos fios longos e macios dele. Jungkook nem contestou. Inclusive, abaixou-se para que Jimin pudesse fazer o que desejasse com maior conforto.

Soltou as marias chiquinhas mesmo que agora as adorasse e penteou com os dedos o cabelo de Jungkook antes de agrupá-lo em um fino rabo de cavalo bem no topo da cabeça. Queria demorar-se na ação; o cheirinho gostoso de melancia era tão tranquilizador... Deu um passo para trás, observando a maneira que os fios ficaram em pé, parecendo uma plantinha nascendo. Gargalhou tanto que seu corpo inteiro reverberou, achando adorável demais.

— Fofo... — Escapou de seus lábios. Simples daquele jeito.

— Sou, sim — Jungkook concordou, de brincadeira. — Tenho uma reuniãozinha com a Yoonji agora, quer vir? A gente vai procurar probleminhas... Lembra que o pessoal das Mãos tá meio estranho há um tempo já? A gente tem que dar um jeitinho real de descobrir o que tá acontecendo.

— Claro. — Jimin dispôs-se com tanta naturalidade que ficou espantado. Mas, de fato, em geral gostava de afazeres mais estratégicos; sabia que era bom e começava a nutrir um gosto em ver melhorias.

— Ótimo! — Jungkook foi para a própria mesa arrumar seus materiais. — Ah, como você tá esse final de semana? Estreou um filminho de herói que eu queria muito assistir, não quer ir comigo?

— Por que não convida alguma outra pessoa? — Ergueu a sobrancelha, desconfiado, enquanto seu coração palpitava como um desesperado. Jungkook lançou-lhe uma encarada ofendida.

— Porque eu quero ir com você, chatinho.

— Você tá tentando manter sua promessa de me impedir de fugir de coisas que me fazem bem, tipo filmes? — Escaneou Jungkook com o olhar. Este cruzou os braços e ergueu o queixo de volta. Se Jimin achava que ficaria com cara de tacho toda vez que fosse lido, estava enganado.

— Também.

— Então convida outra pessoa.

— Mas eu quero ir com você! — Jungkook resmungou e aproximou-se de Jimin, abraçando os ombros dele por trás. O estagiário prendeu a respiração ao sentir o queixo dele apoiar em seu ombro. O cheirinho de melancia era delicioso. — Por que você tá sendo tão teimosinho?

— Você que tá sendo teimoso em não convidar outra pessoa.

— Minnie... Você quer assistir um filminho comigo? Essa é a pergunta que eu te fiz, e é pra ela que eu quero resposta.

— Quero... — Jimin suspirou, dando-se por vencido. Estava sempre doido de vontade de passar mais tempo com o Jungkook.

— Sessão das 20:00 é tranquila pra você?

— Uhum...

— Sábado passo na sua casa às 19:00 pra te buscar então, tranquilinho?

— Uhum...

— Sua animação me contagia. — Jungkook riu, sem humor, e soltou Jimin para virá-lo e encará-lo de frente. — Você não precisa aceitar meu convite, você sabe, né? Só não queria que sua desculpinha fosse que eu deveria levar alguém diferente.

— Eu sei. Eu realmente quero. — Jimin afastou o olhar, meio tímido. — Só tô... com a cabeça meio cheia hoje.

— Tá tudo bem?

— Sim, acho que é um cheio bom... ou pelo menos necessário. — Suspirou pesadamente. — E recebi ajuda, tô feliz.

— Cheinho de mistérios... — Jungkook brincou, mas deu um sorriso sincero. Ambos saíram do departamento e foram às escadas a fim de subir até as salas de reunião, tranquilamente. — Não sei o que é, mas fico feliz que tenha recebido ajudinha, Minnie. Se precisar de alguma coisa, pode me chamar também.

— Obrigado... — Jimin finalmente tomou coragem para olhar diretamente o homem ao seu lado e seu corpo inteiro arrepiou-se quando foi correspondido. Os olhos redondos grudaram aos seus, acompanhados de um sorriso. — Obrigado por criar a Up também...

Jungkook arregalou os olhos, desconcertado. Deu um sorriso amarelo e detestou o peso no peito. O incômodo. Sentia que a Up estaria muito melhor com outra pessoa como CEO. Naqueles últimos dias, os traços de confiança que tinha no trabalho minguavam a cada nascer do sol, e tentava afastar aquele pânico distraindo-se com tarefas bobas do dia a dia.

— Obrigadinho por fazer parte dela — respondeu, no seu melhor tom polido e deu outro sorriso, enterrando todo aquele medo. Já era costume.

Jimin notou. Afilou os olhos, investigando o que havia errado, sabendo que seria importante. Jungkook aquietou-se durante todo o caminho, e Jimin concluiu que teria que capinar com os outros líderes o problema que o CEO já enxergava. Não ficaria espantado ao descobrir que ele tentava resolver sozinho porque se achava culpado pela situação.

Suspirou pesadamente. Seria trabalhoso.

-��-

Às 18:30 Jimin já encontrava-se na portaria do seu prédio, terrivelmente envergonhado em ansiar tanto assistir um filme. Sua cabeça estava nas nuvens — ficou tão distraído que até perdeu as chaves e foi um saco achá-las, achou que ficaria preso no apartamento —, e o peito tão agitado que desconfiou estar passando mal, com uma espécie de taquicardia.

Vestiu as roupas de sempre; uma calça jeans de lavagem clara acompanhada de uma blusa qualquer, ambas justas. E os all stars. Queria ter aquela certeza que sempre teve de que estava gostoso e desejável, mas ela tornara-se um animal selvagem e fugidio. Jimin até suava um pouco.

A SUV chumbo encostou em frente à portaria às 19:00, cravado. Jungkook era extremamente pontual, costumava chegar adiantado, mas logo percebeu que não era uma boa pedida, pois acabava apressando as pessoas com quem ia sair.

Jimin contornou o carro e entrou nele, murmurando algum cumprimento qualquer porque o coração na boca impedia pronúncias complexas. Pensou que daria certo, mas Jungkook inclinou-se em sua direção e deixou um beijo em sua bochecha, o que terminou de desestabilizá-lo. Ardia na pele, mas ao mesmo tempo era fresquinho. Jimin suspirou e, sabendo que não poderia evitar, virou-se para olhá-lo.

Ele continuava o de sempre, e isso foi o suficiente para desarmar Jimin. A única diferença era que em vez de bermuda e blusa, usava calça e casaco, mas tudo de moletom. A certeza de que ele estava quentinho irritou Jimin. A vontade de experimentar aquele calor pelos braços dele ainda mais.

As pulseiras de tecido no pulso, os numerosos brincos nas orelhas, o cabelo longo preso, tudo era lindo. Jimin desejou muito estar tão atraente quanto, ou seria injustiça. Respirou fundo e inclinou-se para deixar um beijo na bochecha dele de volta.

Foi horrível.

O toque era tão infamiliar para Jimin que se achou ridículo durante todo o processo, principalmente ao perceber o quão gostoso era sentir as bochechas quentes de Jungkook contra a boca. Tinha certeza que fora o toque mais desastrado do mundo.

Pior mesmo foi o sorrisão que Jungkook deu depois, capaz de iluminar três campos de futebol mais o prédio da UP2U. Jimin equilibrava-se em uma corda bamba cuja queda o levaria à morte e o perigo enchia-lhe de adrenalina. Ridículo. Transformava um mero passeio em uma situação de vida ou morte. E se tinha algo que detestava, eram tempestades em copo d'água.

Pois ali estava ele.

Não sabia muito bem como sobreviveu, mas ele e Jungkook tiveram uma conversa tranquila e relativamente normal até o shopping. Provavelmente era mais mérito do CEO, que simplesmente sabia arrancar risadas de seu peito mesmo que seu senso de humor estivesse em desenvolvimento.

Quando Jimin saiu do carro, ainda era tomado pela sensação de estar vivendo uma realidade paralela. Encarou o chão cinza do estacionamento entre seus pés. E depois o estacionamento em si; cinzento e lotado. Alguns casais, famílias e grupos de amigos voltavam para os carros. Outros saíam em direção ao shopping. Tudo parecia extremamente estranho.

Jungkook, ao notar que Jimin simplesmente não saía do lugar, aproximou-se e enlaçou os ombros dele. Jimin pestanejou e encarou-lhe, mas não falou nada. Fitou seus pés novamente.

— Ei, Minnie... Tá tudo bem?

— Tá... — Jimin suspirou e tentou despertar-se daquela enxurrada de sentimentos tão estranhos. Olhou ao redor e localizou a entrada do shopping, tentou puxar Jungkook para lá.

— É... dessa vezinha realmente não sou capaz de acreditar em você. — Jungkook simplesmente recusou-se a acompanhar Jimin que, com o braço dele ao redor dos ombros, não conseguiu se mover sem desfazer o enlace que tanto gostava. Parou também, resignado, e sentiu os dedos de Jungkook acariciarem de leve sua bochecha. — O que aconteceu, hein?

— Só tô... me sentindo estranho...

— Por quê?

— Sei lá... — Jimin tentou fugir mais uma vez.

— Mas é estranho bom ou ruim? — Jungkook estava realmente preocupado. E se tivesse despertado algo doloroso do passado dele? Ou algum gatilho? Uma cadeia de questionamentos avivou-se em seu cérebro e só faltou sair fumaça de sua cabeça.

— Acho que bom... Não precisa se preocupar. — Jimin perscrutou o rosto de Jungkook e não teve dificuldade em constatar o desespero crescente no fundo das orbes redondas. Bufou e revirou os olhos. — Sério, Jungkook, se você tentar se culpar por isso, eu vou xingar pelo menos quatro gerações da sua família.

— Quanto amor...

— Só... é tudo novo pra mim, ok? Ainda tô entendendo como me sinto sobre isso. Não é sobre você, Jungkook — Jimin suspirou.

Jungkook sempre espantava-se em como algo que soava até mesmo rude era tão libertador. Acenou a cabeça enquanto assimilava a frase, sem duvidar dela. Talvez aquele fosse o diferencial do Jimin — sabia que o estagiário não fazia nenhuma questão de amaciar palavras ou esconder algo dele. Sabia que dizia verdades e sentia-se à vontade para falar também, sem esconder. Porque um conhecia o pior do outro.

— Tem alguma coisinha que eu possa fazer pra facilitar pra você? — ofereceu e estremeceu com o olhar demorado que Jimin lhe deu. Não sabia interpretá-lo. Arregalou levemente os olhos ao receber um sorriso. O sorriso de Jimin era realmente bonito, pena que durava pouco.

— Não — respondeu, seco como sempre, e começou a caminhar para a entrada do shopping. Dessa vez, Jungkook acompanhou. — O jeito que você é já é o suficiente.

Jungkook titubeou. E, sentir os olhos lacrimejarem, engoliu em seco. Logo se recompôs, caminhando tranquilamente com Jimin em direção ao último andar, ainda com os braços ao redor de seus ombros e com o olhar pousando em suas feições de tempos em tempos. Jimin suspirou, achando que devia uma explicação.

— É só que... é a primeira vez que alguém me convida pro cinema. Ou que eu deixo me convidarem, acho...

— Acho que faz sentido, eu tive que insistir bastante, né — Jungkook ponderou, e Jimin acenou com a cabeça, mesmo que soubesse que o motivo para ser tão difícil agora era bem diferente do de antes. Antes só queria fugir de relações sinceras e reais. Fugir também do sofrimento. Fugir da possibilidade de ter seu mundo de fantasias contestado.

Dessa vez fugiu porque... não sabia muito bem. Mas não era o medo generalizado da realidade. Este reconhecia bem e se impunha contra, mergulhando de corpo inteiro no desconforto, como fez com a Yoonji e com a Hani. Aquele era outro. E, aparentemente, não era capaz de encontrar resposta ou explicação tão cedo.

— Obrigado por me convidar.

— Obrigado por aceitar. — Dessa vez, o tom de Jungkook era coberto de sinceridade em vez de culpa. Notara que aceitar não foi uma escolha banal para Jimin e ficava até mesmo inspirado. Jimin prometera fazer o seu melhor para fugir do próprio vazio, Jungkook deveria fazer sua parte também. Tinha que se despir de todas as camadas de culpa em seu comportamento, apesar de temer descobrir o que sobrava debaixo delas. — Quer pegar uma comidinha?

— Comi antes de sair... e você? — Jimin perguntou.

Jungkook estava prestes a sugerir que simplesmente fossem até o cinema, guiado apenas pelas vontades do Jimin, mas engoliu a sugestão. Eles tinham tempo. E estava com fome.

— Eu tô com um pouquinho de fome... — confessou, estranhamente constrangido. Por que achava tão errado ter fome? Ter necessidades? — Posso comer? Prefere me esperar em algum lugar? Se quiser, a gente só vai direto pro cinema mesmo e...

Deu de cara com um olhar firme de Jimin, que até mesmo levantava as sobrancelhas, irritado. Jungkook desviou o próprio olhar e suspirou.

— Tô com fome... você pode me acompanhar até um restaurante? — Corrigiu-se automaticamente.

Sem nem mesmo perceber, Jimin esboçou um sorriso, meio orgulhoso. Ficou genuinamente feliz em ver Jungkook não diminuir as próprias vontades e arriscou acariciar as costas largas para demonstrar seus sentimentos. Jungkook corou e sorriu timidamente, sentindo-se bobo. Jimin observou a forma que a personalidade doce e insegura contrastava com o corpo forte contra seus dedos. Realmente não detestava.

— Claro. — Seu tom era manso, mas, como sempre, pouco carregado de emoção. De qualquer modo, Jungkook ficou nervoso com a permissão.

Jungkook ficou ainda mais nervoso ao perceber que, como Jimin não ia comer, tinha que escolher o lugar que ele mesmo quisesse ir. Estava tão acostumado a aceitar de pronto sugestões dos outros, ou até supor o que queriam, que não sabia muito bem a sua preferência. Ficou intimidado com a infinidade de opções disponíveis.

Por fim, entrou em um restaurante a quilo porque queria comer algo que parecesse mais uma "refeição de verdade". Jimin, mais do que acostumado com fast-food, apenas observou a escolha com certa curiosidade. Realmente eram pessoas completamente diferentes.

Jimin aproveitou que Jungkook se servia para buscar uma mesa vaga e acomodou-se ali, admirando sua companhia de longe. Realmente, tudo que o incomodava anteriormente nela agora era uma âncora de conforto. O jeito dos cabelos bagunçados, das roupas confortáveis e das unhas coloridas atuavam como um lembrete de que estava tudo certo. Era uma familiaridade boa e acalentadora.

Continuou acompanhando seus movimentos quando Jungkook chegou com a comida e sentou-se de frente para ele. Ambos observaram o prato com certa admiração, Jimin ao perceber o quanto CEO era saudável pelo tanto de salada, e Jungkook por ter escolhido o que ia comer ele mesmo. E por estar comendo por ele mesmo, apesar de estar com outra pessoa.

Mesmo amando conversar, Jungkook comeu em silêncio, que Jimin obviamente acompanhou. Fitaram um ao outro demoradamente e, mesmo assim, nenhuma necessidade de diálogo surgiu. Estavam bem daquele jeito. Suas expressões eram simplesmente tranquilas. Às vezes sorriam um pouco e ficavam levemente envergonhados, mas tudo permanecia daquele jeito... certo.

Depois, subiram até o cinema e entraram na sala já aberta — Jungkook tinha comprado os ingressos pela internet de antemão —, acomodando-se em um par de poltronas quase na última fileira. Apesar de terem chegado cedo, o filme estava em alta e vários lugares já ocupados, indicando que a sessão estaria cheia.

Jimin sentia-se ansioso, nervoso, cheio de expectativas e feliz, em uma mistura bagunçada e caótica como ele mesmo. Jungkook sorriu com a reação dele e, como volta e meia fazia, assistiu Jimin assistir. Ele reagia tão genuinamente, tão fora do poço de inexpressividade que deixava Jungkook encantado, como se visse um pedaço muito incrível e íntimo do estagiário.

Gargalhou baixinho, tentando não incomodar os outros, ao notar Jimin imerso até mesmo nos trailers iniciais, estranhamente entretido com o vídeo de segurança e boas maneiras no cinema. Sem aguentar de vontade, inclinou-se para deixar um beijo na bochecha dele. Distraído, Jimin virou o rosto também, tentando entender o que acontecia. Acabaram dando um selinho.

Deram risadas nervosas e voltaram a atenção à tela. Não deveriam ficar tão tímidos com um selinho, certo? Fizeram coisa pior. De qualquer modo, omitiram a existência do selinho muito bem, prestando exagerada atenção no filme, que de fato era muito bom.

No meio da sessão, porém, Jungkook percebeu que o braço de Jimin, ao lado do seu, arrepiara. Tocou a mão dele com a sua, percebendo o quão gelada estava antes que Jimin fugisse do contato. Fazia muito sentido. Se Jimin nunca fora convidado ao cinema, não havia como saber que era uma boa ideia levar um casaco por causa do ar-condicionado.

— Quer meu casaco? — Jungkook sussurrou no ouvido dele, que arrepiou mais ainda. A pergunta era dispensável, pois já tirava seu casaco.

— Não quero que você fique com frio — Jimin bufou, irritado, ao ver Jungkook despindo-se e interrompeu o caminho do zíper com as mãos. Entretanto, um suspiro fugiu de seus lábios, porque Jungkook estava muito quentinho. — Se você tirar o seu casaco, eu como seu cu.

— Não é uma proposta ruim. — Jungkook riu baixinho, e Jimin corou ao lembrar que ele... gostava.

— Era pra ser uma ameaça — resmungou. Jungkook gargalhou novamente e assentiu, mostrando que tinha entendido. — Por favor... não tira o casaco.

— Mas você tá com frio... Eu tô quentinho, confia.

— Agora. Sem casaco, não vai estar mais. — Jimin cruzou os braços, em um ultimato e em uma tentativa de manter seu calor. — Presta atenção no filme.

Mas Jungkook não estava satisfeito com o desfecho. Levou suas mãos até os braços cruzados do estagiário, que lhe lançou um olhar cortante. Jungkook o ignorou e deixou suas mãos cobrirem as menores para mostrar o que queria.

— Posso? — pediu, com uma mirada de cachorro caído na mudança. Jimin revirou os olhos e mordeu os lábios, mas cedeu, com a bochecha esquentando. Suspirou ao sentir Jungkook acomodar as mãos em cima das suas com ainda mais ternura e puxá-las para enfiar no bolso do casaco. — Tá confortável?

— Tá... — Jimin mentiu. Jungkook percebeu e riu; a postura dele estava torta demais para as palavras soarem convincentes. Jungkook o puxou para mais perto e fez com que apoiasse a cabeça em seus ombros. Deixou as mãos pequenas dentro do bolso de seu casaco e enlaçou os ombros dele, cobrindo parte do braço descoberto e arrepiado de frio com as mãos. Jimin corou ainda mais ao notar que foi lido. — Tá bom... Agora tá confortável.

— Quando ficar ruinzinho é só se ajeitar... — Jungkook sussurrou, e Jimin concordou, deixando seus olhos voltarem à tela.

Contudo, apesar do filme ser realmente divertido, Jimin não conseguiu se concentrar nele. Não mergulhado em Jungkook como estava. O cheirinho de amaciante das roupas dele, o calor do corpo, o ritmo da respiração... Jimin gostava demais, de cada um de seus detalhes.

Ficou tenso na hora de ajeitar-se, por sentir os membros dormentes, mas assim que se moveu, Jungkook ajustou-se na mesma sintonia, e logo estava em uma posição boa de novo. E tão quentinho... era, de fato, muito gostoso. Tão gostoso que uma certa melancolia flertou com seus outros sentimentos quando o filme terminou e se afastaram.

— Quer dormir lá em casa? — Jungkook sugeriu enquanto eles rumavam para o estacionamento. Jimin ainda fitava o shopping com estranhamento. — A gente também pode... você sabe.

— Tá — Jimin aceitou, desesperado para prolongar seu tempo com Jungkook, através do sexo ou não. Queria poder buscar a mão calorosa com as suas, mas as manteve dentro dos bolsos da calça.

Silenciaram-se, mas não foi ruim. De novo. Jungkook considerava sua tranquilidade desconcertante, sempre detestou silêncio, ele sempre crescia em seu peito e transformava-se em um monstro gigantesco chamado medo; uma sensação ruim de ter feito algo errado, sem saber o que era. Jimin pagou o estacionamento, e entraram no querido bebedor de gasolina (que ia de etanol) de Jungkook.

Jimin encarou as ruas pela janela do carro, absorto, e Jungkook... não pensou em nada, o que soava como uma vitória. O caminho até o apartamento de Jungkook foi silencioso. E, novamente, tranquilo.

Saíram do carro e entraram no elevador. Encararam-se pelo espelho, os corações aceleravam em expectativa silenciosa. Jimin cruzou os braços, tentando disfarçar, mas as bochechas rubras não ajudaram.

Não houve cerimônias. Assim que Jimin fechou a porta atrás de si, foi pressionado contra ela pelo corpo de Jungkook, que lhe tirou o ar da forma mais deliciosa. Ele continuava quente, mas daquela vez seu calor não despertava conforto em Jimin, e sim tesão.

As bocas encontraram-se, sedentas, em um beijo luxurioso. Jimin enterrou seus dedos nos cabelos longos de Jungkook, puxando-os e satisfazendo-se ao beber o gemido resultante. Em represália, Jungkook espalmou as mãos na bunda de Jimin, trazendo-o para mais perto e colando os corpos.

Acostumados do jeito que estavam à boca e ao ritmo um do outro, os beijos eram mais deliciosos do que nunca. Não conseguiram romper o toque enquanto cambaleavam, fervendo de tesão, até o sofá, no qual caíram. Jimin precisou afastar o beijo, sem fôlego, ao sentir o corpo de Jungkook pressionar o seu.

Enquanto ofegava, encarou o rosto acima do seu, terrivelmente másculo e lindo, emoldurado pelos fios negros que cheiravam a melancia. Jimin não poderia negar; cada dia gostava de mais detalhes de Jungkook, o que soava terrivelmente estúpido.

— Tira a roupa — ordenou, na esperança de que o corpo nu de Jungkook chamasse mais sua atenção do que o jeito que o cabelo bagunçado ficava lindo nele.

Jungkook atendeu de pronto. Tinha de confessar que adorava receber ordens no sexo; o tom mandão de Jimin era música para seus ouvidos. Ficou em pé antes de levar as mãos até o zíper de seu casaco, descendo.

Adorava como sua pele queimava sob o olhar de Jimin enquanto as outras peças de roupa se juntavam ao casaco no chão. E Jimin... Jimin xingou-se por perceber que, para ele, o sorriso safado nos lábios de Jungkook ao despir-se era a verdadeira cereja do bolo.

— Acho que preciso de uma ajudinha... — Jungkook murmurou quando finalmente estava só de cueca. O contorno de sua ereção no tecido fazia Jimin salivar. — Tira pra mim? Por favorzinho.

Jimin nem titubeou, sentando-se no sofá para buscar com os dedos pequenos e ansiosos a barra da cueca. Inclinou-se para frente a fim de chupar brevemente a pele do abdômen de Jungkook, que arfou daquele seu jeito delicioso, antes de voltar à posição inicial e finalmente libertar a ereção aprisionada.

Jungkook sorriu com o olhar extasiado de Jimin ao seu caralho. Endurecera tanto, com tão pouco, que chegava a ser ridículo. Talvez realmente tivesse passado tempo demais na seca e agora seu corpo apreciava ter alguém para dividir a cama.

— E agora? O que você quer que eu faça? — perguntou Jungkook com uma voz rouca, arrepiando Jimin por completo. Era uma puta responsabilidade, e tinha tantas coisas que gostaria de fazer com Jungkook... aquele poder beirava soar como maldição.

— Hm... Deita aqui. — Jimin apontou uma parte mais espaçosa do sofá enquanto levantava-se e ajoelhava-se no tapete ao lado. Jungkook obedeceu, ansioso. Estar nu enquanto Jimin continuava completamente vestido era uma situação nova para ele, mas não mentiria: gostava, e muito.

Ao admirar Jungkook deitado e entregue, Jimin salivou ainda mais. Ter todo aquele corpo incrível ao alcance de suas mãos o fazia queimar. Decidiu dar prazer ao CEO. Logo percebeu, espantado, que a ideia lhe dava mais tesão do que simplesmente receber prazer. Seu pau, preso dentro das calças jeans, latejava deliciosamente.

Terminou de desarmar Jungkook com um beijo gostoso e molhado atrás de sua orelha, que o fez arfar ao que o corpo nu arqueava em cima do estofado do sofá. Jimin gemeu só com a visão. Jungkook era um tesão, completo.

Trilhou um caminho de chupões e beijos descendo pelo pescoço enquanto sua mão deslizava na pele macia do peitoral até os mamilos já eriçados, que contornou ao som dos gemidos devassos de Jungkook. O tom baixinho e rouco da voz encantava Jimin.

Deixou seus lábios se unirem aos dedos ao provocar o outro mamilo, mas não passou tempo demais naquele toque, logo descendo a boca até... Não lhe daria o gostinho de imediato. Queria provocar e fazer devagar, do jeito que sabia que Jungkook gostava. Esforçava-se para começar por lugares menos óbvios.

Jimin então engatinhou pelo tapete e escorou o peito no sofá. Levou as mãos às pernas de Jungkook, afastando-as para dar passagem aos seus lábios, prontos para chupar a já conhecida monobola. Colocou-a com cuidado na boca enquanto afundava os dedos pequenos na coxa alheia, tão macia. Chupou com empenho, completamente recompensado pelos gemidos baixinhos de Jungkook. Realmente adorava ouvi-lo gemer. E adorava saber que dava prazer a ele, de verdade. E adorava o tesão que sentia com a obra. Seu pau, aprisionado na calça, parecia queimar e incendiar o corpo inteiro.

Jungkook levou uma das mãos até os fios azuis, segurando-os e puxando-os lentamente para afastar a cabeça dele, dando espaço para que dobrasse as pernas e apoiasse os pés no sofá a fim de ajeitar o quadril, deixando-se mais exposto para que Jimin conseguisse chupar melhor. Contudo, o movimento atraiu a atenção dele para... outra coisa. Achou-se completamente louco, mal acreditava no que queria fazer... mas queria muito. Estava louco mesmo, louco para experimentar.

Em vez de voltar a chupar o saco, Jimin desceu sua boca até o ânus, que contraiu ao sentir o hálito tão perto. Tomado por incredulidade e sentindo-se um criminoso — ia contra tudo que acreditara —, experimentou lambê-lo.

Já estava meio salgado de suor como o resto do corpo forte, mas não foi o gosto que surpreendeu Jimin, e sim o gemido mais alto que seu parceiro, normalmente tão contido, deixou escapar. A reação inundou Jimin de uma satisfação absurdamente prazerosa.

— Desculpa... Saiu sem querer. — Jungkook tampou o rosto com a mão, envergonhado por ter gemido tão alto e tão manhoso. Certo de que Jimin, com as preferências dele, achara ridículo.

Jimin, porém, não poderia ter ligado menos para as desculpas. Ficou até mesmo irritado, porque aquele gemido soou tão belo que era como se Jungkook tivesse engolido uma orquestra sinfônica inteira. Droga, comparar gemido com música clássica era tão... Jimin tinha certeza de que o tesão deixara-o completamente insensato. Mas droga... realmente apreciava saber que Jungkook sentia tanto prazer quanto ele, e que era capaz de fornecer esse prazer. Como uma espécie de vingança contra as desculpas indesejadas, umedeceu os lábios antes de distribuir beijos pelas nádegas e períneo de Jungkook, tentando imitar o que tanto gostava de sentir no próprio corpo.

Parecia dar certo, porque o peito de Jungkook subia e descia cada vez mais rápido. Jimin ainda não era capaz de acreditar no que estava fazendo, mas... começou a chupar o ânus que se contraía a cada toque seu, massageando-o com os lábios e a língua.

Jimin era incapaz de negar... ainda tinha um quê de bizarrice na ideia de estar dando prazer anal ao seu chefe, que sempre deveria ser o ativo da relação de acordo com o instituto de pesquisa yaoi. Contudo, notara que era muito menos apelativa do que o contentamento que sentia ao dar tanto prazer a ele, ao ver o corpo grande e forte ondular sem controle. Talvez, por ter parecido tão estranho e impossível até então, deixava Jimin com ainda mais tesão, uma espécie de adrenalina. Adrenalina de uma proibição que sua própria mente criou.

Deixou suas mãos passearem pelas coxas grossas de Jungkook enquanto intensificava o beijo grego. Os gemidos dele eram tão deliciosos... só queria ouvi-lo mais e mais. Experimentá-lo mais e mais.

— Onde tem camisinha e lubrificante? — Jimin perguntou, incrédulo com as próprias palavras. Bem, ainda havia algum tipo de chance dele não... penetrar Jungkook. Deus do céu, penetrarMeter nele. Mas... enfim, faria bem já deixar os objetos por perto, caso fosse comer o CEO. Droga, estava eufórico. A imagem de... tentar de um jeito diferente... não saía da sua cabeça. Se os gemidos de Jungkook já eram tão gostosos com tão pouco, como seriam se...

— Na mesinha de cabeceira do meu quarto. Segunda gaveta — Jungkook arfou, manhoso, libertando brevemente Jimin de seus pensamentos.

Por impulso, antes de se levantar, engatinhou até a altura do rosto do CEO, puxando-o para um beijo que foi prontamente correspondido. Os lábios e a língua dele eram tão habilidosos que Jimin se perdeu nas sensações e no fôlego. Jungkook deu um sorrisinho vitorioso ao observar Jimin afastar-se, esbaforido e corado. Gostava de desestabilizá-lo.

Com muita força de vontade, porque parte dele queria que o ar de seus pulmões fosse roubado mais uma vez pela viagem tentadora pelos lábios de Jungkook, Jimin levantou-se e andou, mais apressado do que gostaria de demonstrar, para o banheiro lavar as mãos e depois para o quarto. Não foi difícil achar os objetos na gaveta, que pegou depressa.

Quando voltou, encontrou Jungkook sentado, ainda completamente nu. Seu olhar de expectativa em direção a Jimin queimava e foi retribuído. Mas Jimin não sabia o que fazer. Por mais que soubesse o que ele mesmo gostava, Jungkook era igual? Repentinamente, foi preenchido por aquela insegurança tão atípica. Sabia ser um dos desafios de se importar minimamente com os outros — ao contrário do mero egoísmo, era necessário entender a necessidade de alguém. E mesmo se perguntasse, havia o risco de receber mentiras. Era muito complexo. Não estava confiante em sua habilidade de entender as vontades de Jungkook.

— Tá tudo bem? — Jungkook perguntou ao observar a expressão séria que tomou o rosto do outro, vendo-o assentir lentamente com a cabeça, pouco convincente. Repousou sua mão no estofado ao lado, indicando que ele se sentasse. Jimin suspirou e obedeceu, irritado com o próprio nervosismo. Jungkook acariciou suas coxas antes de inclinar-se em sua direção. — Você sabe que não precisa fazer nadinha, né?

— Sim. — A voz de Jimin nem titubeou. Suspirou longamente, aproveitando a carícia sensual. — Na verdade, o problema é saber o que você quer...

— Sério? — Jungkook arregalou os olhos, chocado. Segurou as mãos de Jimin e as repousou na parte interna das próprias coxas, o que fez um arrepio tomar sua espinha. Estava tão perto. — Acho que gosto de tudo... desde que com carinho. Não me bata, de jeito nenhum.

— Nunca. — Jimin negou com a cabeça repetidamente, assustado. Se comer o seu CEO já era uma ideia absurda, imagine bater nele.

— Tem gente que gosta. — Jungkook caiu na risada com a cara séria do Jimin e puxou o rosto dele para mais perto, deixando um beijo em seus lábios. — Eu meio que gosto dessa sensação de estar exposto pra caralho enquanto você tá vestido. Mas se você tirar a roupa também vai ser gostosinho demais, porque seu corpo é muito bonito e fico cheio de tesão. Ou seja, como estamos agora, gosto de tudo. Então... o que você quer fazer comigo?

— Hm... — Jimin mordeu os lábios, nervosamente. Encarou o lubrificante na sua mão. — Posso... colocar os dedos?

Em resposta, Jungkook apenas acomodou-se melhor no sofá, afastando as pernas e trazendo os joelhos para o peito. Jimin ofegou ao vê-lo tão exposto, e ser puxado para um daqueles beijos viciantes de Jungkook definitivamente não ajudou sua situação.

Deixou seus dedos deslizarem. Começou no joelho, descendo a mão pelo interior macio e extremamente sensível das coxas dele, acelerando mais uma vez a respiração alheia. O corpo dele queimava e suava. Jimin não achou ruim, não mesmo. Até o jeito que o suor fazia a pele brilhar e os fios colarem no rosto, lhe afogava de luxúria.

Logo seus dedos contornavam o ânus, ainda levemente úmido com sua saliva. Jungkook gemeu tão gostoso que Jimin não aguentou e espalhou logo o lubrificante viscoso pelos dedos, voltando a tocá-lo. Jungkook cerrou os olhos, mergulhado de prazer com o contato gelado do lubrificante no local tão sensível, contrastando com o corpo quente.

Apesar de ser a primeira vez que fazia em alguém, Jimin preencheu-se de confiança ao perceber que aprendera um tanto com o próprio corpo. A habilidade mostrou-se real ao observar Jungkook tombar a cabeça para trás quando afundou o dedo médio, expondo o pescoço forte e másculo. Jimin não aguentou, sua boca buscou a pele à mostra enquanto começava a ir e voltar com cuidado.

Respeitando o ritmo e as reações de Jungkook, foi acrescentando mais dedos. Era deliciosa a forma que ele contraía ao seu redor. E que gemia, e que os cabelos grudavam cada vez mais na sua testa. Ficou ainda melhor quando teve sua nuca agarrada e foi puxado para perto, para beijos desajeitados de tanto tesão. Sentir cada detalhe do prazer dele com a boca, através dos arfares, gemidos e dos lábios trêmulos, era incrível.

— Minnie... — ele sussurrou, e sua voz reverberou por todo o corpo de Jimin. — Você pode...?

Jimin piscou os olhos algumas vezes, tentando assimilar o pedido, e engoliu em seco. Mas porra, como tinha gostado de ouvi-lo na voz gostosa... Puxou-o para um novo beijo.

— Não precisa... — continuou em tom manso, desistindo da ideia. Jimin separou o toque.

— Quero tentar — respondeu, resoluto, e observou um sorriso malicioso nascer nos lábios finos e habilidosos do parceiro, que levou a mão até seu caralho duro por cima do tecido. — Mas é bem capaz que eu seja horrível.

— Não ligo. — Jungkook desabotoava com facilidade a calça alheia, mesmo com uma mão só. Jimin soltou um suspiro aliviado quando aquele aperto todo cedeu, mas este transformou-se em um arfar ao ser envolvido pela mão de Jungkook. Em represália, intensificou a velocidade dos dedos fodendo-o. — Não sabia que você era vingativo assim, Minnie.

Jimin não respondeu, apenas mordiscou lábios alheios antes de iniciar outro beijo de língua. Quanto mais o beijava, mais as próximas vezes pareciam deliciosas. Jungkook desvencilhou-se do beijo e dos dedos de Jimin com relutância e tateou a mesa pela camisinha, abrindo-a.

Jimin entendeu o recado e deslizou um pouco mais a calça pelo quadril, deixando sua ereção, já para fora da calcinha, mais exposta. Jungkook inclinou-se em sua direção de um jeito tão sensual que queria assistir em replay, para sempre. Nunca ficara com tanto tesão.

— Não abaixa demais... — Jungkook pediu quando percebeu que Jimin tirava a calça, pousando uma das mãos grandes nas suas.

— Então você realmente gosta que eu esteja de roupa? — Jimin perguntou, genuinamente espantado. Era tão íntimo que achava estranho ser compartilhado com ele. Logo ele, Jimin. Mas sua mente não conseguiu insistir na questão, pois Jungkook segurou seu pau para vestir a camisinha.

— Uhum. Me sinto safado pra caralho. E me sentir safado dá um tesão... — confessou, mas não parecia ter vergonha nenhuma. Porém, suas bochechas já estavam tão coradas de prazer que seria difícil a timidez ter espaço ali. Jimin excitou-se ainda mais com cada palavra dele; talvez fosse um grande apreciador do Jungkook safado.

Como uma forma de tentar externalizar um pouco de tudo que sentia, Jimin beijou Jungkook mais uma vez. Apreciou cada detalhe da textura da boca e da língua dele, da habilidade, de como as mãos passeavam por seu corpo naquela pegada gostosa. Jungkook beijava com o corpo inteiro, e Jimin sabia que só poderia desfrutar dele durante o sexo, então beijou mais enquanto Jungkook masturbava seu pênis já coberto pela camisinha.

Jungkook findou o toque e jogou-se para trás, com as pernas abertas e dobradas emoldurando o olhar que queimava em direção a Jimin, que não precisou de outra deixa. Pôs-se de joelhos e acomodou-se entre as pernas fortes.

Jimin suspirou de nervosismo e alinhou seu caralho nele, esfregando a cabeça ali. Parecia que estava provocando, mas era a própria ansiedade em tentar algo novo. Fitou o corpo de Jungkook deitado à sua frente, entregue a ele; a mão cobrindo o rosto corado, as pernas separadas, a boca vermelha por causa dos beijos entreabertas em busca de ar.

Ficava cada vez mais estranho. Jungkook era o grande modelo de seme de fanfic, não só por sua hierarquia — o que já era muita coisa, porque CEOs sempre sentaram, invictos, no trono dos mais ativos dos ativos —, mas também pela própria constituição física. Era mais alto e mais forte que Jimin, os resultados do kickboxing insistiam em deixar seus rastros no abdômen esculpido, nos braços e coxas grossos e musculosos.

A aparência de Jungkook transpirava seme e, até mesmo entregue daquela forma, completamente nu, não parecia delicado como um uke seria. Ele era... Jungkook. Nem seme nem uke, simplesmente Jungkook, com seus próprios prazeres.

— Minnie? — ele o chamou, tirando a mão do rosto, confuso com a pausa. Jimin encontrava-se completamente distraído, imerso e maravilhado em quão genuína foi sua epifania, pois até o momento, apenas aceitava que estava errado, sem entender o porquê. E, agora, sentia-se eufórico em ter a chance de explorar as outras faces do Jungkook como um indivíduo sexual. — Tem algo errado?

— Você é um tesão, Jungkook... — Jimin murmurou, como se fosse um segredo. Jungkook arrepiou, justamente porque o tom de voz não era provocativo. Era uma confissão. — Posso?

Jungkook concordou com a cabeça, mordendo os lábios em expectativa. Assim que Jimin começou a entrar nele, de pouco em pouco, levou a mão ao rosto, em uma tentativa de conter seus gemidos. Adorava a sensação de ser explorado, mesmo com a ardência inicial. Contudo, mal podia esperar para quando acostumasse.

Ao chegar até o final, Jimin soltou a respiração que nem percebeu prender. Observou Jungkook, completamente mergulhado em prazer, e inclinou-se para frente, buscando tirar a mão da frente do rosto másculo e belo. Jungkook resistiu, tentando se esconder.

— Deixa eu te ver... — Jimin insistiu, e Jungkook cedeu daquela vez, mas desviou o olhar. E droga, Jimin queria beijar cada canto do rosto dele. Provar a quentura da pele corada, degustar o salgado do suor. — Você não gosta?

— Pensei que você não gostaria... de me ver assim, sabe...?

— Gostoso pra caralho? — Jimin questionou de volta, porque era a única forma que enxergava "assim". Jungkook permitiu um novo sorriso esboçar em seus lábios.

— Tem certeza? — provocou. Seu sorriso crescia ao que a preocupação em ser contido derretia-se.

— Sim — Jimin afirmou. Apoiou as mãos no abdômen de Jungkook, e tentou sair e entrar de novo, devagar e hesitante. — Dói?

— Deixa eu te mostrar meu ritmo já que você quer ver... — Sua voz carregava tanta luxúria que Jimin arrepiou dos pés a cabeça. Estava tão quente.

Jungkook afastou Jimin e levantou-se do sofá. Interrompeu o parceiro quando este ia fazer o mesmo, agarrando suas coxas e levantando-o no colo. Ele tomou um susto, não se lembrava da última vez que fora carregado, mas gostava da sensação de parecer tão leve nos braços fortes. Agarrou os cabelos longos enquanto Jungkook caminhava até o próprio quarto, interrompendo o trajeto algumas vezes para averiguar se a derme alheia continuava salgada, e se os lábios permaneciam macios. A resposta sempre era sim, mas o resultado não os impedia de verificar mais uma vez.

Jungkook acomodou Jimin sentado na beirada de sua cama, um pouco de lado, e apontou para o espelho do armário em frente a eles, começando a encarar o parceiro através dele. Ainda com os olhos presos na reflexão, Jungkook acomodava-se no colo de Jimin com cuidado.

Jimin segurou os quadris dele e ajudou a direcioná-los, lambendo os lábios. Vivia uma maldição, pois não sabia para onde olhar. Em sua frente, tinha a visão das costas largas e musculosas de Jungkook, sem contar a nuca coberta pelo cabelo cheiroso e a bunda bem desenhada. Mas pelo espelho, a expressão de Jungkook era tão libidinosa que se sentia enfeitiçado... e o contorno do corpo nu... era um tesão, assim como a ereção já brilhosa de pré-gozo dele. Seria aquele o preço a se pagar ao transar com alguém tão mais experiente? Pagaria. Com muito prazer.

Logo Jungkook, de costas, segurou o pênis de Jimin, alinhando-o a ele. Jimin, que enxergava melhor, o conduziu, juntando-se à sinfonia de arfares enquanto o sentia deslizar deliciosamente por toda sua extensão. Droga. Tentou recuperar o ar quando Jungkook finalmente sentou-se em seu colo e aproveitava para ajeitar as pernas.

— Pronto? — perguntou Jungkook, encarando Jimin pelo espelho, que pôde analisar a própria expressão pateticamente entregue e ansiosa enquanto assentia. Talvez não estivesse pronto, não achava ser capaz de estar pronto para todo aquele Jungkook. Mas queria, e ah, como estava desesperado por mais. A forma que Jungkook lhe engolia e pressionava já era tão deliciosa que se sentia prestes a gozar. Torcia para aguentar mais.

Então Jungkook rebolou, de uma forma tão voluptuosa que a mente de Jimin terminou de nublar, e ele sentiu uma necessidade avassaladora de agarrar a cintura fina de seu parceiro. Jungkook riu, teso, e seu olhar queimou ainda mais entre as madeixas negras encharcadas de suor, devorando Jimin pelo espelho.

Ter uma escultura daquelas rebolando tão habilmente em seu colo desconectava Jimin da realidade e deixava seus dedos sedentos por mais. Necessitados de passear por toda a pele bronzeada de seu CEO enquanto observava as reações e o jeito maravilhoso que ele quicava pelo espelho.

Deixou os dedos que apertavam a cintura contornarem o corpo e subirem até os mamilos já eriçados, provocando-os, encorajado pelos gemidos deliciosos de Jungkook, ora roucos ora manhosos. E depois desceram, mapeando as coxas que trabalhavam avidamente em subir e descer, cos músculos dançando sob a pele afogada de suor.

Jungkook contraiu junto a um gemido, deixando o aperto ao redor de Jimin tão intenso que quase gozou. Este recuperou-se minimamente com um arfar engasgado e percebeu, quase revoltado, que não daria conta do Jungkook, ainda mais com o olhar normalmente afável tão intenso, comendo-lhe pelo espelho. Jungkook tinha lhe mostrado o ritmo dele, que ficava cada vez mais intenso, e Jimin queria entrar naquela briga. Sua estratégia era unicamente fazê-lo gozar primeiro, qualquer fosse o artifício que precisasse.

Subiu a mão direita até a ereção negligenciada dele, que balançava apetitosamente enquanto cavalgava com maestria. Jungkook estava morto de tesão em ver-se tão nu e safado no colo de Jimin pelo espelho, em ver o parceiro sem ar com seus rebolares, em fazê-lo surrar com tanta precisão sua próstata, resultando no pré gozo viscoso que lambuzou a palma alheia. Com a mão esquerda, Jimin agarrou o cabelo da nuca de Jungkook, puxando-o com cuidado para trás e fazendo com que tombasse a cabeça junto a um gemido.

Já começou a punheta velozmente, porque sentia-se prestes a gozar e resistia com muita garra. Fechou seus olhos, na esperança de aguentar mais, mas a sensação deliciosa de Jungkook arrastando-se e contraindo contra seu pênis ficou ainda mais gritante, assim como o som obsceno dos corpos chocando-se e do úmido da masturbação. E droga, o pau dele acomodava-se tão bem na sua mão, era tão quente, deslizava tão gostoso. Não ia aguentar.

Desesperado, aumentou ainda mais a velocidade da punheta e arfou, arrependido, quando Jungkook começou a subir e descer no mesmo ritmo. Curto, mas intenso. Jungkook sentia as pernas arderem, mas tudo queimava. E queimava tão bom, sentia-se no limite de seu controle, e queria desesperadamente rompê-lo. Queria detonar cada barreira. Queria explodir, sempre tão contido. Queria enlouquecer Jimin, por ser terrivelmente gostoso. Então fez as coxas obedecerem, banhando o corpo ainda mais de suor, tanto que sentia seus toques com Jimin simplesmente deslizarem.

Jimin teve certeza que perderia, então abriu os olhos para aproveitar a derrota. Puxou mais os cabelos de Jungkook, expondo o pescoço másculo, e focou a masturbação na glande sensível e inchada dele. Arregalou os olhos quando as pernas de Jungkook travaram com a estimulação tão direta na sua glande, de fato um golpe baixo. O corpo forte foi tomado por espasmos, acompanhados por jatos de abundantes de porra e respiração entrecortada. E foi o fim para Jimin também. A visão pelo espelho de Jungkook gozando, tão sensual, era apetitosa demais; e o aperto ao seu redor a cada contração, irresistível demais.

O ofego foi transformado em um gemido longo e manhoso, quase um suspiro, enquanto se desmanchava na camisinha. Gozou tanto que estava desorientado. Sem forças, soltou os cabelos entre seus dedos e abraçou a cintura fina antes de apoiar o rosto nas costas fortes de Jungkook, terminando de misturar todo aquele suor. Sua cabeça começou a subir e descer, acompanhando o ritmo da respiração descompassada de Jungkook; o contato próximo também permitia que ouvisse o coração disparado. Nunca sentiu tanto calor na vida, porém longe de sua vontade reclamar dele.

Não saberia dizer quanto tempo passaram daquele jeito, tentando absorver o que acontecera. Soltou com cuidado o pênis quando sentiu o corpo de Jungkook amolecer para firmá-lo com o outro braço. Se já estava esgotado sendo que apenas observou Jungkook rebolar, não conseguia imaginar como estariam as pernas do CEO.

Jungkook abraçou os braços de Jimin ao seu redor, agradecido, porque estava exausto. Agora que todo o desespero em gozar passou, as coxas recusavam-se a trabalhar, completamente sem forças. Com um último esforço, levantou-se para tirar Jimin de dentro dele antes de cair de lado na cama, o que fez com que o parceiro, abraçado às suas costas, acompanhasse.

Jimin continuou ali, deitado, aproveitando o toque. O cheiro de melancia dos fios úmidos misturados ao tão másculo do suor, da pele bronzeada, virou seu favorito. Espalmou as mãos pequenas no peitoral alheio, querendo sentir mais da respiração e do coração descompassados assim como os seus, mesmo já estando imerso em cada detalhe ao ter o rosto apoiado nas costas.

— Seu orgasmo... realmente parece mais intenso desse jeito... — sussurrou contra as costas dele.

— Hm? — Jungkook ofegou, distraído, ainda tentando recompor-se.

— Você disse que gostava de ficar nessa posição... porque o orgasmo vinha mais intenso. Só disse que entendi — repetiu. Queria tanto beijar o desenho que a coluna fazia contra a pele suada.

— Fiz showzinho demais? — Jungkook riu sem graça ao compreender e tentou rolar para fora do aperto de Jimin. — Eu fico suado demais também, desculpa. Pode me soltar.

Puto, Jimin agarrou Jungkook com ainda mais força. Se recusava a negar qualquer pedacinho sequer do prazer dele. Tudo parecera tão completo... tão genuíno e tão real, sem amarras. E não sentia vergonha em perceber o quanto gostara do sabor de liberdade de Jungkook.

— Foi bom pra caralho, sério... — Jimin suspirou contra suas costas, novamente morto de vontade de beijá-lo. Mas terminaram de transar, não tinha mais direito a beijos. — Fiquei desesperado achando que eu ia acabar gozando logo no começo.

— Sério? — Jungkook acabou rindo com a confissão, e Jimin amou sentir a risada reverberar por seu corpo também devido à proximidade. — Tô me sentindo honrado.

— Uhum... — Jimin suspirou, sincero. Não sabia como expressar tudo que sentira, mas esperava que seu corpo suado e a respiração tão ofegante quanto a de Jungkook fosse o suficiente. O CEO sorriu pequeno, tentando se conter, porém muito aliviado de ter dado tudo certo. Por mais que adorasse transparecer confiança, principalmente quando o assunto era sexo, e principalmente na frente de Jimin, ainda morria de medo de alguém apontar seus desejos mais profundos e suas reações mais primitivas como algo lamentável. Queria ser exemplar.

Mas Jimin não mentiria, Jungkook sabia que ele não fazia a mínima questão disso, nem de falar meias verdades ou omitir informações. Com aquela percepção, Jungkook relaxou ainda mais e permitiu-se aproveitar do momento de recuperação melhor, apreciando o quão delicioso e completo foi seu orgasmo. Apreciando o quanto sentia-se desejável e o quanto gostava de ceder aos seus pensamentos mais libidinosos.

E o sexo, que a princípio soaria errado para ambos homens deitados na cama, escorrendo suor, foi o mais delicioso que tiveram juntos. E deixaram-se derreter no aperto e nas respirações cada vez mais tranquilas um do outro.


Notas Finais


VOCÊ CAIU NO GEMIDÃO DOS JIKOOK!

E entãoooo, qual foi a cena favorita de vocês? Confesso que gosto muito deles no cinema e o Jungkook escolhendo o que queria comer por conta própria, mas vou escolher a putaria porque eu tenho mta preguiça de escrever lemon, mas gosto mto desse kakaka.

Espero que tenham gostado do capítulo! Plis, surtem comigo no #JKNãoUsaGravata, aqui nos comentários, onde quiserem, eu quero surtaaaaaar. E mto obrigada a quem surta, lê e vota hihi!

Beijinhos de luz e até dia 21/08 às 19:00!


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