♡POV Jimin
Passaram-se três dias. A casa de Mirae foi colocada a venda por um advogado que redigiu a papelada. Yoongi pareceu aliviado por conseguir se desfazer dela. Comecei a ensaiar para o concerto, mas ainda não estamos junto com a orquestra.
Não vi Yongbok por estes dias, nem consegui entrar em contato. Outro fato que vem me deixando inquieto é a maneira que Yoongi tem me tratado nos últimos dias. Não é que ele esteja distante, ele me abraça algumas vezes ou beija minha bochecha, mas ele não me beijou nos lábios ou chegou perto de mim quando fomos dormir e sinto que é tudo culpa minha. Passei três dias me segurando, esperando que voltasse ao normal, mas embora o clima em casa não esteja estranho quero falar a ele como me sinto e definitivamente é hoje.
[Sei que está ocupado e eu tenho ficado distante, mas gostaria de saber se você gostaria de vir jantar comigo]
Recebo a mensagem de Yongbok quando estou terminado de me vestir para sair do teatro. O ensaio foi puxado e bem desconfortável quando o regente veio inspecionar, não sei bem o porquê ele faz isso, mas é aparente sua busca por perfeição e a maneira com que ele parece ser antiquado, machista e preconceituoso.
As palavras de Yongbok em sua mensagem me fazem sentir um certo alívio, estava mesmo quero ficar um pouco com ele.
[Estarei aí em breve!]
[Okay]
É tudo o que ele responde, então me apresso em mandar uma mensagem para Yoongi. Espero que ele esteja acordado quando eu chegar, preciso falar com ele.
[O Yongbok me convidou para jantar, então não comerei em casa]
[Ia mandar mensagem pra você agora. Meu pai me chamou pra jantar, já ia avisar! Nos encontramos em casa, se cuida, amo você!]
[Que bom, manda um oi pra ele, amo você também!]
Sinto que as palavras e o amor dele são verdadeiros, só não entendo porquê me sinto tão inquieto sobre nós dois.
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- Olá, que convite surpreendente o seu - digo entrando na casa. Yongbok não mudou nada na casa de Yoongi, está tudo exatamente igual.
Tudo está em seu lugar, seu rosto está noventa por cento melhor e ele parece descansado, o que certamente me tira um peso das costas.
- É, sei que foi repentino mas eu precisava ficar com você um pouquinho - confessa me abraçando após fechar a porta.
Por algum motivo, sinto um desespero em seu abraço. Ele me abraça forte contra si e demora a me soltar, se passa mais ou menos um que acho ser um minuto num abraço silencioso, mas não desgosto é confortável e quente.
- Está tudo bem?
- É, só me senti sozinho, fiquei isolado por muito tempo e queria te ver, conversar quem sabe. Mas, antes vamos comer - ele me solta e me puxa para cozinha com a mão.
Tem uma panela com carne ao molho, arroz e salada. Ele pega a primeira panela e o sigo com o arroz e a tigela de salada, voltando para sala. Na mesinha já estão os utensílios. Sentamos lado a lado e ele serve minha comida também. Na tv passa um programa sobre culinária.
- Isso tá ótimo, você quem fez?
- Mais ou menos, eu fiz o arroz e a salada. A carne foi a Jieun, ela meio que ficou preocupada e deixou comida na porta pra mim - ele sorri um pouco.
- Ela é bem legal
- É sim - ele concorda.
- Como você está?
- Estou indo bem, já comecei a ensaiar para apresentação de inverno. E embora seja incrível, o regente é um homem da pior espécie - ele faz uma careta.
- Que droga, sinto muito por isso. Mas se não te fizer bem e você quiser sair, não hesite!
- Claro, pode deixar. E você, como está?
- Uns dias são melhores que outros, e sei que há muita coisa triste e ruim acontecendo no mundo, não devia reclamar das coisas da minha vida
- Não tem nada a ver, seu problema e as coisas ruins são suas, as de outras pessoas são de outras. Tudo igualmente importante, não importa qual é a situação se te faz sentir mal você tem o direito de reclamar. - acabo soando rude, porquê esse assunto é chato para mim.
Pessoas que acham que podem diminuir o problema ou a dor dos outros por causa de problemas alheios não fazem sentido para mim, afinal tudo é complicado e cada pessoa se sente de uma maneira e sabe onde dói.
- E aí, me conta
- Só acho que tudo tem dado bem errado pra mim. E sei que não fui uma boa pessoa sempre, fui muito babaca mas eu pensei que se me redimisse as coisas poderiam dar certo de alguma maneira. - ele dá uma pausa e põe comida na boca, sua comida antes estava intocada.
- Não me redimi por karma ou coisa do tipo, pedi desculpas as pessoas porque sei que fui errado e foi sincero - ele solta os talheres e mexe um pouco no nó que há em seu roupão preto.
- Eu entendo, e acho que é normal
- Não sei, parece que estou sendo punido e não vou conseguir nada no final - murmura melancólico, é difícil vê-lo assim. Ainda não acostumei em ver meu irmão que animava qualquer festa neste estado.
- A nossa mãe, o Soobin, meu trabalho e agora a Jeongyeon... - ele suspira fundo e come mais um pouco. Estou quase no final e seu prato ainda está pela metade.
- Não estou dizendo que tudo gira em torno de mim, mas sinto como se as coisas ruins tivessem ligação comigo e é doloroso
- Não é culpa sua, bom só o que é sua culpa claro mas a nossa mãe, seu trabalho ou a Jeongyeon, você não teve controle sobre essas situações - digo na tentativa de amenizar sua dor. Ele tem uma expressão de dor em seu rosto, embora não pareça que vai chorar me sinto mal por ele.
- Só não queria decepcionar as pessoas a minha volta, parece que eu estraguei tudo... - deixo os meus talheres de lado e o abraço. Ele se segura em mim como se nosso corpos fossem se fundir num só, sinto o desespero no seu aperto.
- Acho que não posso fazer você mudar de ideia sobre o que pensa de si mesmo, mas quero que saiba que você se tornou um irmão melhor do que era pra mim. - ele me solta um pouco e se afasta olhando em meus olhos, mas segura minha mão com força.
- Sério?
- É claro. Você se tornou mais compreensivo, menos invasivo, presente e até mais sentimental que antes, me mostrou lados seus que eu não conhecia e me trouxe um pouco do meu irmão de quando éramos crianças - ele sorri em minha direção, parece aliviado com minhas palavras.
- e mesmo que não seja o suficiente, isso tudo só me fez querer você cada vez mais perto de mim
- Eu não parei pra pensar muito nisso, houveram tantas coisas ruins; que embora poucas, não foquei nas coisas boas. Obrigado por me ajudar - ele me abraça novamente e solta logo em seguida, terminando com o final de seu jantar.
- Fico feliz que você se sentiu melhor, quero que você fique bem
- Meu manager disse que conseguiu uns trabalhos pra mim, como meu rosto está melhor e dá pra cobrir com maquiagem ele disse que posso fazer uns testes. Se tudo der certo, poderei voltar - ele diz sorrindo atoa.
- Nossa, você devia ter me dado essa boa notícia antes! - brigo de brincadeira, ele ri me encarando.
- Eu queria deixar para o final - ele me faz rir, e algo dentro de mim se sentir aliviado por vê-lo com um semblante mais tranquilo.
Levantamos juntos levando as coisas para cozinha, então ele começa a lavar a louça e eu seco e guardo. Ficamos por uns minutos numa leve rotina silenciosa, até que tudo está limpo e guardado.
- Bom, tenho que ir agora - aviso pegando minhas coisas.
- Já? - ele me encara parecendo um filhote. Assinto.
- São oito da noite, e amanhã tenho mais ensaio - ele concorda sorrindo gentilmente.
- O tempo passou rápido
- É verdade - concordo enquanto caminhamos até a saída.
- Obrigado por vir e desculpa ter te evitado por esses dias, eu precisava de um tempo sozinho.
- Eu entendo, não se preocupe, leve seu tempo mas lembre-se de que não está sozinho - puxo ele para um abraço antes de solta-lo e calçar meus sapatos para sair.
- Eu sei, até mais
- Até, se cuida!
- Você também! - ele sorri e fica esperando eu entrar no elevador. Pela janelinha da porta o vejo e aceno para ele que retribuí antes da porta do elevador fechar.
.
A caminho de casa em minha moto, acabo pegando uma chuva forte que não estava na previsão do tempo. Por não estar de carro cheguei no prédio totalmente ensopado.
- Jimin - vejo Soobin jogando o lixo quando entro no hall. Ele está de pijama e pantufas, parece estar indo muito bem.
- Olá
- Tenho visto muito vocês por aqui, estão com o Yongbok? - ele pergunta com a voz trêmula. Nego.
- Você não sabia? Ele se mudou, estou morando aqui por uns tempos - ele fica boquiaberto, embora tente disfarçar rapidamente.
- Foi por causa
- Eu não sei, mas talvez sim. - corto sua fala. Não quero ser chato, mas está sendo doloroso para mim ver meu irmão tão triste e mal. Soobin apenas assente e fica em silêncio, parado como se estivesse em transe.
- Boa noite, vou subindo tá muito frio. Se cuida! - digo antes de entrar no elevador.
Tenho que controlar meus impulsos ao ver Soobin, não é culpa dele. Só que eu me irrito ao vê-lo bem, mesmo desejando felicidades a ele, também quero que Yongbok seja feliz.
- Vou pegar uma toalha! - quando entro é a primeira coisa que escuto, em seguida Yoongi aparece com uma toalha em mãos. Está vestindo camiseta de manga curta e shorts, tudo na cor preta.
Ainda fico desconcertado quando vejo suas cicatrizes, mas lisonjeado por ele confiar em mim para se expor. Me sinto privilegiado em poder vê-lo de maneiras que outras pessoas não podem.
- Jimin? - ele chama minha atenção, a toalha está bem na frente do meu rosto.
- Oh, obrigado! - pego de suas mãos e começo a secar meu rosto e cabelo. Tiro o casaco e as botas, ficando de calça e camiseta. Deixo a mochila de lado e entro em casa.
- Como foi o jantar? - ele encosta na parede da sala e cruza os braços enquanto me encara.
- Foi bom, apesar de um pouco triste, mas ele está melhor. Disse que vai voltar a trabalhar
- O manager dele deu uma vaga?
- Isso, pelo jeito seu rosto está melhor e dá pra cobrir com maquiagem - complemento a informação.
- Que bom, fico feliz por ele - diz animado e sorridente.
- E como foi com seu pai? - ele sorri ainda mais após minha pergunta.
Depois que ele descobriu que Jaesang é seu pai, sinto que ele se sente melhor que antes. Provavelmente porquê sua tia era a única figura familiar que ele tinha e quando tudo desmoronou ele deve ter se sentindo como um órfão.
- Foi muito bem, Jaesang é mais legal ainda o conhecendo profundamente. Estou feliz por ele existir, e também por ter você junto nesses momentos. Tudo parece completo! - ele segura minha mão e sorri. Me atrevo a aproximar meu rosto em sua direção e o que seria um beijo nos lábios se torna um beijo na bochecha, já que ele vira o rosto.
- Eu sabia... - murmuro me afastando.
- Do que está falando? - ele pergunta sério, segurando minha mão, mas parece brincadeira já que é algo óbvio.
- Eu vou tomar um banho e quando estiver aquecido podemos conversar - digo puxando meu braço e me retiro, ele parece tenso quando entro no banheiro.
Não me demoro na ducha, sinceramente eu estou concentrado em sair logo do banheiro. Após me vestir com roupas quentes e secar o cabelo, passo por ele na sala e levo minha toalha para a área de serviço antes de voltar.
- Então, pode me explicar por que tem me evitado? - me sento na ponta do sofá, longe dele propositalmente.
- Eu não
- Não minta pra mim na tentativa de poupar meus sentimentos... - ele suspira diante minhas palavras, mas fico contente que ele não desvia o olhar do meu.
- Foi por que eu não quis transar com você naquele dia? - acabo sendo direto demais e rude, pois não estou me aguentando com a espera.
- Não.
- Então você está com raiva de mim por algo?
- Jimin, se você não me deixar falar não poderei me explicar - ele murmura, acuado, desviando o olhar brevemente antes de voltar a me encarar nos olhos.
- Certo, me desculpa, só quero entender e me contive durante os últimos dias
- Não estou com raiva, não é nada culpa sua. - ele se aproxima de mim, sentando no meio do sofá.
- Só me senti preocupado que se eu ficasse tocando muito em você, ou beijando e abraçando demais pudesse parecer que estava tentando forçar a situação - suas palavras saem baixas de seus lábios e suas bochechas estão rubras.
Sinto no ar uma energia acolhedora, mesmo que meus sentimentos e meu coração estejam conturbados agora.
- Você me disse que pode esperar e até disse que se eu nunca quisesse fazer estava tudo bem, por que pensou que eu acharia isso? - cruzo os braços e acabo revirando os olhos. Ele senta encostado em mim e descruza meus braços segurando minhas mãos.
- Não sei, eu só queria mostrar que estava respeitando seu espaço. - ele segura meu rosto e beija minha testa antes de voltar a olhar pra mim bem próximo.
- Desculpe se negligenciei você, não dei o afeto e carinho que merece... quis mostrar que respeito e acabei parecendo frio e distante - ele olha cada centímetro do meu rosto, me sinto tonto com a forma que seu olhar percorre e para em meus lábios antes de penetrar minha alma.
- É, comecei a pensar que você tinha ficado bravo... eu devia ter falado sobre o assunto no primeiro dia, mas achei que era coisa da minha mente. Também tive culpa por não dizer como me senti de cara
- Eu também devia ter dito algo
- Sim, se vamos ter limites precisamos decidir juntos - ele concorda com a cabeça, fazendo um carinho leve em meu rosto.
- E eu não me importo com a forma que você me toca, beija ou abraça. Caso eu tome a decisão de fazer amor com você, tenha certeza que não é porquê me forçou. Se seu toque fosse tudo o que eu precisasse para me render, já teria feito desde que me apaixonei - ele me observa com os olhos arregalados e cobre o rosto com as mãos por uns segundos, acho que nunca esperou me ouvir dizendo isso.
Acho que nem eu me imaginei dizendo isso um dia. No entanto é a verdade, não dei um passo para trás porquê me sinto desconfortável com ele. Foi apenas por mim mesmo, ainda não me sinto confiante.
- Você me deixa sem fala tantas vezes, nem sei como me recompor - ele sussurra e segura minha nuca de maneira surpresa, deixando meu corpo todo arrepiado.
Enquanto ele me puxa para perto, vejo-o fechar os olhos e fecho os meus por antecipação. Sinto seu cheiro ficar mais forte, sua respiração contra meu rosto e nossos narizes se tocam. É palpável a tensão pressionando nossos corpos um contra o outro a medida que ele encaixa nossos lábios e eles se tocam sutilmente.
Sua mão livre repousa firme em minha cintura e por um breve segundo estou sem fôlego, mesmo que não tenhamos aprofundado o beijo. A maneira como ele me segura em seus braços e ao mesmo tempo seus lábios mordem os meus com leveza, meu corpo está prestes a derreter e evaporar, pois meu corpo todo está formigando.
Quando nossas línguas finalmente se encontram, suspiro entre o beijo e meu corpo todo esquenta gradativamente. Foram apenas três dias sem ter seus beijos, mas é como se não nos beijassemos há meses. As terminações nervosas de todo meu corpo parecem entrar em choque com o contato de nossas bocas.
Meu coração fica cada vez mais acelerado e seguro firme em sua nuca para me manter equilibrado, pois tenho a impressão que a qualquer momento poderei cair pela tontura do prazer que seus lábios me causam.
- Uau... - Yoongi sussurra ofegante quando quebramos o beijo por falta de ar.
Nossas testas estão unidas e embora esteja de olhos fechados, consigo sentir o olhar dele sobre mim enquanto sua respiração bate em meu rosto.
- Acho que esse foi o melhor beijo que eu já dei... - murmuro abrindo os olhos, e não me surpreendo ao vê-lo me encarar fixamente.
- Com certeza, mas todos os beijos com você são os melhores pra mim - ele diz e volta a me beijar, apertando minha cintura.
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☆POV Yoongi
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Pensei que se fosse cuidadoso com Jimin, ele não sentiria nem saberia da minha necessidade de trocá-lo com veemência ou o quanto gostaria de sentir sua pele inteira tocando a minha.
Embora, assim como ele, eu não tenha experiência nenhuma. Eu sei como faz, porque eu li sobre e embora tenha me sentido constrangido, tentei ver vídeos. Fora isso, também sei como meu corpo reage aos detalhes, a voz dele e aos suspiros que ele solta quando nos beijamos.
No entanto ele tem minha palavra quando disse que não quero fazer nada se ele não quiser nunca, eu poderei viver sem saber como é.
Mas não quis que ele soubesse dos meus desejos, nem que se culpasse como eu sabia que ele já havia feito na noite em que fiquei excitado por sua causa. Acabei me afastando mais do que devia e fico feliz que ele tenha me dito, talvez se ele não conversasse comigo eu teria agido de maneira mais fria com o passar dos dias.
》
Após horas nos beijando ele adormeceu em meus braços durante um beijo. Não sei se me sinto lisonjeado ou magoado por isso, mas ao mesmo tempo tenho a sensação de que ele apenas se sente confortável o suficiente comigo para dormir durante o beijo, o que me faz sorrir.
Fora que vê-lo dormindo ao meu lado tão sereno, aquece meu coração, me faz ter mais e mais certeza de que estar com ele não é um sonho. E que estamos finalmente livres das coisas ruins que estavam nos acontecendo e que as únicas coisas que podem acabar atrapalhando somos nós mesmos, se não entrarmos em diálogos.
Gostaria de ter conversado melhor com ele sobre os nossos dias. Sobre como a venda da casa estar indo, e como eu me sinto de verdade sobre ele. Mas ao menos soube pela coreógrafa que Jimin tem se esforçado o dobro dos outros bailarinos e que o regente tem sido um pé no saco, embora ela não tenha usados estas palavras.
Ele realmente tem sido um babaca, com a orquestra também, talvez até mais já que ele passa muito mais tempo conosco que com os bailarinos. O que me deixa aliviado pois menos tempo com eles é menos tempo com Jimin. Sei que é comum que ele sinta pressão sobre ser o principal e não quero que ele ultrapasse os limites do seu corpo novamente.
Mesmo estando chateado com o homofóbico velho enchendo o saco e estragando a surpresa que eu gostaria de fazer para Jimin, estou aguardando animado para encontrar com ele quando a orquestra for apresentada aos bailarinos.
▪
- Faz tempo que não ficamos um tempo juntos! - Jieun fala quando entro na sala. Está tomando café da manhã com Jimin. Aceno para ela enquanto tento me livrar de um bocejo.
- Bom dia pra vocês também!
- Senta aqui - ele me chama sorrindo.
- O que está acontecendo?
- Nada, só sinto falta de vocês lá no apartamento e Soobin comentou que vocês estão aqui agora, achei que estivessem por lá só que não nos esbarravamos mais - ela explica pegando sua xícara.
- Aqui - Jimin me entrega uma xícara grande com café.
- Obrigado! - dou um beijo em sua bochecha e ele se esconde atrás de mim, esqueço que estamos com visita por um breve segundo. Quando encaro Jieun ela está sorrindo travessa em nossa direção.
- Eu nunca imaginei que você viria pra cá tão cedo e de pijama
- É meu traje de mãe, e o Soobin me trouxe - ela sorri ajeitando o blazer de cetim azul, que combina com a calça e a blusa de dentro.
- E como estão os preparativos para o bebê? - Jimin quem pergunta enquanto tomo um gole do café forte, me sentindo quentinho por dentro.
- Estão indo bem, estou nervosa, com medo e muito feliz ao mesmo tempo. Mas é fácil lidar com tudo, graças a Jungkook, não sei o que eu faria sem ele
- Estamos felizes por vocês. Já está com quantos meses?
- Um mês e meio, estou ansiosa para chegar o momento em que dá pra saber o sexo, já temos vários nomes - ela fala empolgada.
- Desculpem, não queria monopolizar a conversa, falei muito de nós - ela toca a barriga e Jimin ri.
- Estou conhecendo melhor o Jaesang agora que descobri que ele é meu pai, Jimin está ensaiando para o evento de inverno e estamos indo bem
- Tem muitas coisas sobre vocês que nunca soube, e embora as novidades como seu chefe ser seu pai me deixe surpresa, não estou chocada - ela menciona dando de ombros.
- É, nossa vida é tão privada quanto uma caixa enterrada perdida na areia - murmuro fazendo-a rir.
- Mas é o que vocês querem, contanto que esteja tudo bem e estejam felizes é isso que importa pra mim!
- Obrigado! - Jimin agradece.
- Sabia que tivemos nossa primeira briga! - ele comenta rindo, o encaro supreso com sua declaração.
- Achei que nunca teriam - ela ri.
- Mas está tudo bem?
- Sim, nos resolvemos! - rebato fazendo ambos rirem.
- Jungkook e eu já tivemos várias, mas sempre conversem e não guardem pra si porquê isso magoa tanto a nós mesmos quando quem amamos - ela parece um mãe falando.
- Pode deixar! - digo concordando.
- Quer comer mais alguma coisa? - Jimin questiona e vejo que o prato dela está vazio.
- Não, eu preciso ir. Obrigado por me receber, desculpa me convidar e vir assim que acordaram, não é desculpa mas eu sinto falta de vocês - ela puxa nós dois para um abraço. O cheiro de lavanda de seu perfume se espalha, é um essência diferente de quando a conheci e muito reconfortante.
- Imagina, vamos marcar um jantar e você traz o Jungkook na próxima - Jimin quem resolve com ela e ambos seguem para saída.
- Claro, marcamos sim. Até mais Yoongi!
- Até mais, Jieun! - aceno para ela, ela abraça Jimin novamente e vai embora.
- Nossa, isso foi surpreende - digo quando Jimin retorna ao meu lado.
- Também fiquei surpreso quando ela ligou, mas gosto dela. - ele volta a sentar ao meu lado enquanto fala.
- Não foi inconveniente, ela ligou dizendo que queria tomar café conosco como nos velhos tempos e ainda frisou que se não desse tudo bem, ela só queria nos ver, aí eu disse que ela podia vir. Então ela trouxe aquele bolo - ele aponta para um mini bolo já cortado, com cobertura branca e morangos em cima.
- E ficamos conversando, eu não quis te acordar logo que ela chegou então fiquei aqui com ela esperando você acordar, mas que bom que ela conseguiu te ver
- Você é incrível! - ele para de sorrir e seus lábios se transformam num bico fofo, enquanto seus olhos parecem maiores.
- Mas eu não fiz nada - ele deixa a cabeça cair um pouco de lado, parece confuso.
- Você não me acordou, e me deixou descansar, você é o melhor namorado da face da Terra! - ele cobre o rosto e aninho ele em meus braços.
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- É um desperdício quando ele aparece, sinceramente - estamos terminando de lavar a louça do café.
- Ele precisa mesmo ficar olhando se estamos bem? Ele nem faz parte do ballet!
Gostaria de dizer o quanto sei e o que tenho passado com o regente, mas ainda não posso. Quero muito fazer surpresa a ele.
- Você não acha que ele é um idiota?
- Totalmente! - respondo sua pergunta.
- Porquê não saímos hoje?
- Mas aí perderemos um dia de ensaio, fora que hoje é quinta, só temos folga sábado, e amanhã tenho que conhecer a orquestra, quero causa uma boa impressão! - ele diz terminando de guardar umas panelas.
- Queria passar o dia todo com você e não queria que se sentisse esgotado daquele babaca homofóbico - digo entre dentes. É complicado pra mim não poder xingar como eu gostaria, afinal Jimin suspeitaria se eu dissesse coisas tão assertivas de alguém que, para ele eu não conheço.
- Podemos sair no final de semana, o que acha?
- Claro, eu gostaria muito de ficar um dia todo com você fazendo coisas divertidas! - ele sorri e me abraça, ficando entre minhas pernas já que estou sentado na cadeira e ele em pé.
- Estamos bem mesmo? - não sei porquê, mas a questão simplesmente sai da minha boca.
- Estamos, só não me afaste por favor, a menos que eu precise e peça a você - ele se senta em meu colo e deixa os braços ao redor do meu pescoço.
- Eu quero ser sincero com você... - me observa parecendo atento ao que direi a seguir.
- as vezes me sinto um pervertido querendo ultrapassar seus limites e não gosto dessa sensação - sinto minhas bochechas aquecendo e mal sustento seu olhar sobre meu rosto.
- Como assim? - sua pergunta soa sincera, e isso faz meu coração acelerar quase que instantaneamente.
- Eu fico vulnerável perto de você, quando beijo ou toco você, ouvindo você ofegar... - suspiro evitando me focar nas lembranças. Baixo meu olhar, apoiando minha testa em seu ombro enquanto ele continua se segurando em meu pescoço.
- Quero tocar mais você, sentir seu corpo mais e mais... - meus pulmões parecem pesados enquanto respiro, meu corpo todo se estremece e tenho vontade de me esconder dele.
- Eu
- Eu sei que disse que tudo bem não fazer, e realmente está tudo bem. - corto sua fala, me apressando em olhar para seu rosto e em seus olhos, para que ele entenda o quão sério essa alegação é.
- Mas preciso ser honesto como me sinto, como você me faz sentir.
- Foi por isso que você me afastou então... - ele murmura em compreensão. Posso ver que sua expressão parece de entendimento total agora.
- Ficar perto de mim faz você se sentir assim a todo instante, e por medo de me "atacar" - ele ri fazendo aspas.
- você preferiu se conter e manter uma linha entre nós...
- Não ria... - me escondo entre seus braços, afundando meu rosto em seu pescoço.
- Desculpe... - ele afaga meus cabelos, fazendo um arrepio desencadear em meu corpo.
- Eu só achei fofo
- Não é fofo... me sinto mal em pensar nisso e ficar um pouco nervoso, como se fosse explodir. Não quero ser um mau namorado
- Você só sente desejo pela pessoa que você ama - ele fala próximo ao meu ouvido e segue com o carinho lento em meus cabelos.
- não vejo nada de anormal nisso, fico surpreso e contente que apesar de sentir isso ainda se conteve e mantém sua palavra
- Eu sei, mas parece que sou um sujo pervertido quando penso nisso... não quero fazer você sentir menos afeto meu ou que eu não dou conta das minhas palavras e promessas.
- Yoongi, olha pra mim por favor - com muito esforço e quase usando minhas próprias mãos para levantar meu rosto em sua direção, consigo encara-lo.
- Você não é sujo e nem pervertido, só sente tesão e é normal. Você não tentou nada contra minha vontade, mesmo estando na cara o quão ansioso estava por isso... - ele segura meu rosto, mas não consigo olhar para, ele é tão vergonhoso.
- Eu vi na forma na forma que me tocou e como seus olhos estavam brilhando, com desejo por mim
- É claro que eu te desejo, como poderia não desejar. Eu amo você - dessa vez consigo sustentar seu olhar, e um sorriso amoroso se instala em seus lábios. Não consigo prestar atenção em nada quando estou perto dele, como uma kryptonita me deixa fora de mim.
- Eu tenho que ser sincero e dizer que desejo você também - ele diz isso olhando para os lábios. Há uma ruga entre suas sobrancelhas e ele respira fundo antes de sustentar meu olhar novamente.
- Só preciso me sentir confortável e tranquilo comigo mesmo sobre este assunto, não quero que as minhas inseguranças sejam projetadas em você e tudo acabe dando errado no meio, entende? - concordo com a cabeça.
- Não precisa fazer nada, eu só quis desabafar. Por favor, não se culpe nem fique frustrado pelo que falei, mas eu só confio em você pra contar sobre meus sentimentos e precisava por pra fora
- Sem problemas, eu entendi. Não estou me culpando, nem vou e se por acaso me sentir mal ou algo mudar, voltamos ao assunto. Tudo bem?
- Claro - sorrio e o fôlego pesado sai dos meus pulmões, até me sinto leve.
Pensei que ele acharia que sou repulsivo ou teria medo que eu pudesse fazer algo a ele. Felizmente ele não teve reações ruins e entendeu minhas palavras de maneira leve, o que é um grande alívio para o meu coração agitado.
- Obrigado - ele diz me apertando em seu abraço.
- Mas
- Por ser sincero comigo, obrigado!
- Eu quem agradeço por você me ouvir e entender - seguro sua cintura e o aperto contra mim.
▪
Após o café da manhã, Jimin se trocou e foi para o ensaio de moto, como estava fazendo todos os dias desde que começou. Fui para o meu ensaio também, ainda um pouquinho sonolento. Embora tenha dormido, acordei no meio da madrugada com fome e tive que levantar, o que tirou tempo do meu sono.
Ainda é estranho estar entre os outros integrantes da orquestra, não sinto uma vibe boa entre a grande maioria. E sempre estou sozinho, ainda não consegui fazer nenhuma amizade. No entanto eles parecem sempre muito rudes e engomadinhos.
Sei bem que meu terno não é nem metade do valor que muitos ternos ao meu redor. Parece até que estou no ensino médio as vezes, um "professor" sem noção e homofóbico, a panelinha dos populares e os rebaixados.
- Está dormindo Sr. Min! - o regente me faz despertar dos meus pensamentos estalando os dedos em minha frente.
- Me desculpe - por um segundo me perdi em pensamentos e nem me toquei que havia parado de tocar.
Sinto os olhares alheios sobre mim. Até consigo ter saudades da minha antiga orquestra, mesmo com as brigas eu raramente era maltratado ou olhado de cima como se fosse um lixo.
Fazem horas que estamos aqui ensaiando, minhas mãos até doem, mas com os ensaios de Jimin do lago dos cisnes, até consigo suportar. Mesmo que minhas mãos fiquem trêmulas e até sem forças as vezes, consigo continuar tocando.
- Parem - ele pede com a voz séria e muito alta.
- É o bastante por hoje. - todos seguem em silêncio e ele olha para cada um de nós. Dá até pra tocar no desdém de seu olhar, assim como poderia sentir o gel de seus cabelos se estivesse a mão.
- Sr. Seo, estão todos aqui! - o secretário dele aparece.
- Certo, mande entrar - ele fala abanando a mão para que o outro se retire.
"Tão rude..."
- Então, estava previsto para que vocês conhecessem os bailarinos amanhã, mas como houveram mudanças em muitas coisas eles vieram hoje.
- Srta. Lou, o bailarino principal Sr. Park e o corpo de baile da companhia Flame. - todos entram. Quatro mulheres, quatro homens. A coreógrafa e por último Jimin.
- É um prazer conhecer vocês - Lou diz. Ela tem um sorriso meigo, mas não parece confortável ao lado do regente.
Jimin está ao lado dela e sorri na direção da orquestra, mas ele ainda não me viu.
- Está é a minha orquestra, e tenho um convidado especial, nosso pianista Sr. Min. Um grande amigo do bailarino Park - nesse instante seus olhos me procuram em meio aos demais, enquanto caminho para o meio do palco onde o Sr. Seo está.
Jimin me encara com um brilho nos olhos, parece até que é a primeira vez que estamos nos vendo. Ele está realmente surpreso, seus lábios estão entreabertos e tem uma das mãos no peito.
- É um prazer conhece-los - digo apertando a mão de todos, deixando Jimin pra último.
- É bom te ver, parceiro - ele reprimi um sorriso espremendo os lábios uns nos outros.
- Façam uma pausa, tenho que conversar com a Srta. Lou, em meia hora retomamos e a orquestra vai poder ver os bailarinos dançado, depois a orquestra pode se apresentar para os dançarinos e podemos tentar mesclar ambos e ver no que dá
Todos sorriem e ele sai com a coreógrafa. Vejo alguns dos bailarinos indo conversar com algumas pessoas da orquestra, provável que também se conheçam.
Sinto uma mão me puxando para fora do palco, descemos as escadas e ficamos no canto do auditório.
- Como? Quando? O que tá acontecendo? - ele segura meu braço com força. Está respirando pesado e me encara com um olhar, que eu diria estar curioso.
- Sua avó me recomendou, eu aceitei e queria fazer uma surpresa. - seguro sua mão livre.
- Eu queria fazer algo bem ousado, mas depois que tivemos certeza que o regente é homofóbica, não deu... - sua mãos afrouxa em meu pulso.
- Você me deu um susto enorme - diz se soltando e colocando os cabelos para trás.
- Você está tão lindo com essa roupa... - murmuro o encarando de baixo para cima. O tecido azulado, quase branco, cai em algumas cascatas em sua calça e a blusa que veste tem gola V, expondo suas clavículas.
Minha mão age sem que meu cérebro pense, passeando com a ponta dos dedos pela clavícula de Jimin e subindo até a nunca. Vejo-o fechar os olhos, respirando fundo e mordendo os lábios.
Duas bailarinas vem para onde estamos, indo para saida. Ele se afasta de mim quase me empurrando, como se tivesse levado um choque.
- Não pode fazer isso... - ele suspira alto e cobre sua pele com as mãos.
- Desculpe... - puxo uma cortina, deixando ao nosso redor quase que escuro. Ele me encara com um olhar assustado, e por um breve segundo seguro sua cintura e sua nuca, roubando um beijo de seus lábios enquanto ele estremece em meus braços.
- Vou aquecer no piano - digo afastando-me dele e puxando a cortina de volta ao seu lugar.
Enquanto caminho até o palco, não ouço seus passos atrás de mim e com a visão periférica vejo que ele está plantado no mesmo lugar.
Meu coração está batendo tão depressa que mal consigo respirar pela adrenalina. Se formos pegos não será nada bom, mas não consigo evitar, quero provoca-lo só um pouco.
- Não faça mais essas coisas... - ele aparece ao meu lado quando já estou sentado ao piano.
- Que? Não fiz nada, somos amigos de trabalho lembra? - ele infla as bochechas e tento vontade de beija-lo novamente.
- Você é impossível, Yoongi.
- Eu sei, é um dos meus dons - ele acaba rindo.
- Pode tocar um pouco pra mim, quero aquecer novamente
- Claro, lago dos cisnes?
- Por que não - ele sorri e começo a dedilhar.
Assim que ele começa a dançar, é possível ver os olhos prestando atenção em nossa sintonia. Ninguém vem perto de nós, mas comigo perceber que não estão apenas conversando entre si, estão olhando em nossa direção.
Quando termino de tocar a coda, o regente aparece aplaudindo junto a coreógrafa. Jimin sorri leve e vem sentar ao meu lado.
- Essa água é sua?
- Pode tomar - afago seus cabelos por instinto e me apresso em fingir que tirei algo.
- Tinha uma poeira
- Ah, obrigado! - Jimin sorri, não parece ter notado o que realmente aconteceu.
▪
- Ainda não acredito que você escondeu de mim tão bem - ele se senta ao meu lado no sofá.
- Eu não podia dizer, ia estragar a surpresa! - ele ri e joga uma pipoca do seu balde, em mim.
- Não sei como conseguirei sobreviver a você lá
- Por que? Eu sou ótima companhia! - rebato fazendo-o rir.
- Você roubou beijos de mim três vezes, se formos pegos seremos expulsos! - diz um tanto alterado, mas há um sorriso em seus lábios.
- Você me beijou de volta, não lembro de você me empurrando - finjo pensar colocando a mão no queixo e olhando para cima.
- Como que eu ia te empurrar se você me agarrou - ele ri e joga mais pipoca em mim.
- Sempre há uma maneira - brinco apertando suas bochechas.
- Você é realmente impossível, espero conseguir me concentrar com você lá - me levanto em direção a cozinha.
- Vamos fazer dar certo. Quer alguma coisa? - digo abrindo a geladeira e pegando uma lata de refrigerante.
- Quero, pega o pedaço de bolo que eu deixei aí na geladeira
- Bolo? - sinto um arrepio na espinha.
- É
- Então, eu acordei de madrugada com fome e comi, mas ainda tem do bolo que a Jieu trouxe
- Não quero desse... - sua voz está baixa e mesmo sem estar na sala sei que ele está chateado.
Com o refrigerante na mão e uma grande puxada de ar para os meus pulmões, volto para sala. Ele está com os braços cruzados e uma expressão emburrada no rosto.
- Sai daqui, você comeu minha tortinha! - reclama ficando de costas, deixando o balde de pipoca na mesinha.
- Desculpa, eu pensei que aquele pedaço era pra mim... - me sento atrás dele, mas ele não se vira.
- Eu compro outra
- Agora? - ele finalmente me dá atenção, no entanto permanece emburrado com os braços cruzados.
- Sim, vou pedir pra trazer! - ele continua sério.
- Tá bom... - murmura observando o teto e as paredes como se fosse uma paisagem, e eu invisível. Pego o celular, abrindo rapidamente o aplicativo e a loja de doces, mandando mensagem para a doceria e eles fazem meu pedido, alegando que chega em breve.
- Pronto.
- Quanto tempo?
- Chega em uma hora - aviso mostrando a notificação.
- Okay, posso esperar... - ele levanta e eu o sigo.
- Você ainda tá bravo? - paro em sua frente antes que ele saia da sala.
- Sim e não há nada que você possa fazer - ele infla as bochechas e não consigo me aguentar, acabo sorrindo, não a como levá-lo a sério.
- Que tal um beijo? - dou uma piscadela em sua direção e consigo ver o canto dos seus lábios se esforçando para não sorrir.
- Que tal dez? - ele fala sério, quase se rendendo ao sorriso que está contendo.
- Feito! - o puxo para mim beijando todo seu rosto antes de chegar aos lábios, então o pego em meus braços e corro com ele o sentando de volta ao sofá.
- Você é muito mimado!
- Não sou nada! - ele reclama enquanto me aperta num abraço e então a sala é preenchida por sua risada.
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