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História Encontro de Duas almas - Para cada Lado... - História escrita por Shino22 - Spirit Fanfics e Histórias
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História Encontro de Duas almas - Para cada Lado...


Escrita por: Shino22 e Elizabhete

Notas do Autor


Então gente, hoje, Dois anos após o ínicio de Encontro de duas almas estou finalizando ela! Talvez tenha
mais um extra, mas vou postá-lo em uma outra fic, como dois capítulos. É sobre as vidas
passadas do Encontro.... talvez por isso será separado. E não, não tenho um prazo para
quando vai ser, por isso não deixarei a fic como aberta. Então, de todo modo, esse será o
fim de Encontro de duas Almas :)

Agradeço a todos que acompanharam a fic, comentaram e deram apoio para que a
finalizasse apesar dos problemas. Agradeço a Elizabhete por ter ajudado tanto, e todo o
entusiasmo com o trabalho, apesar de infelizmente os meus problemas me terem afastado da fic.
Que não vou falar quais ja que ninguém quer saber.

Encontro de Duas almas não teria existido sem ela também.

Viva a Elizabhete!

Sobre os trechos que possuiam, posto na outra fic também, já que todos são as
vidas passadas.

Detalhe: Talvez eu posto...

Espero que tenham aproveitado a Fic, e gostem do final. De vez em quando estarei respondendo perguntas sobre os personagens.

Até mais pessoal!

Capítulo 25 - Para cada Lado...


— Elizabethe? —Lucy sussurrou o nome da irmã com certa dúvida. A garota a sua frente era sua irmã, de fato, mas a maneira como ela encarava a todos era incomum. Que brilho era aquele que crescia no seu olhar? O rosto da loira se virou de uma vez para Meliodas, esse que mantinha o olhar curioso sobre a outra.  — Meliodas, o que...

— De onde conhece esses nomes? — Indagou o loiro, dando um passo a frente. Seu olhar presso sobre a albina, captando qualquer movimento ou expressão.

Lucy se ergueu do chão e ficou o mais longe possível da cama de Elizabethe. Buscou por Natsu, a procura de sua reação, mas o mesmo parecia incomodado apenas com o nariz, uma vez que o mexia de um lado para o outro varias e varias vezes em um ritmo ditado, indicando o incomodo. Ela viu o dedo indicador do garoto acariciar o nariz de forma rude e uma careta transformar seu semblante.

 — Isso fede! — Comentou baixinho. Então, como se algo o tivesse despertado, ele agarra o braço do próprio irmão, de modo a chamar sua atenção. Lucy conhecia Natsu a tempo suficiente, todos esses anos o observando e provocando a fez apreender de maneira dura e quase natural a saber quando algo incomodava ou irritava Natsu. Seu corpo se encruar quando ela viu que algo não estava certo. Os olhos arregalados de Natsu gritavam isso. — Precisamos sair daqui agora! — Afirmou tão firmemente que ela não o reconheceu. 

Natsu parecia sentir...medo?

—  Natsu o que foi? — Meliodas virou o corpo em direção ao rosado.

— Robert? — Elizabeth se ergueu da cama e novamente chamava por aquele nome. A surpresa de Lucy só não foi maior do que o frio na espinha que sentiu ao ouvir o nome novamente. Um medo congelante se agitou em meu peito. Não eram simples sonhos?

Lucy deu uma leve tossida, seu peito se contraindo em busca de ar. Ela não conseguia respirar direito.

— Que cheiro é esse? — perguntou, franzindo o nariz.

Meliodas avançou até a porta do dormitório. Finalmente havia  sentindo o cheiro acre muito ruim no ar. Um cheiro pútrido. Lembrava piche quente, mas não era exatamente isso. Alguma coisa estava queimando. Ele abriu a porta e enfiou a cabeça para fora do quarto. Quando voltou seu corpo parecia estremecer e os gritos finalmente alcançaram o quarto. Lucy ficou em choque. Desespero banhava não só o corredor, mas o prédio inteiro. Rapidamente ela recorreu a janela a abrindo. Pode ver o aglomerado de adolescentes saírem de dentro do prédio até o gramado. Oh Deus, o que era aquilo? Uma pessoa? Uma pessoa estava em chamas!

— O que está acontecendo? — Tremula ela se afastou da janela e só não caiu porque Natsu a segurou com força pelo braço.

— Está começando. A guerra está começando. — Elizabeth repetia e repetia. Lucy não teve tempo de assimilar e Meliodas foi obrigado a acordar de suas perguntas.

— Não fiquem parados, vamos logo! — Natsu arrastou Lucy para fora e Meliodas agarrou a mão de Elizabeth. O cheiro de material orgânico queimado havia tomado conta do espaço, no entanto, não era apenas isso, havia cheiro de carne queimada. Sem parar para pensar,  todos correram pelo corredor da esquerda. Lucy soltou um grito de horror quando viu os corpos carbonizados e as queimaduras pelas paredes.

—  Pra que lado vamos? — Meliodas repetia logo atrás, continuava agarrando a mão da albina. Os quatro deram outra volta e tentaram contornar o caminho, sempre guiados por Natsu. O mesmo parecendo perdido. Lucy o olhou e sentiu vontade de indagar  sobre o que exatamente estavam fugindo, todavia, ao descerem as escadarias e entrarem em mais um corredor, uma nuvem escura de fumaça se espalhou. O forte odor de algo gorduroso e carbonizado era insuportável. Protegeu o nariz e a boca com a gola da blusa e evitando assim a bile que subia por sua garganta.

Elizabeth não teve a mesma sorte e foi ao chão enquanto vomitava. 

Havia parte de corpos no chão e com terror ela reconheceu alguns.

— O que está acontecendo aqui!— Sua voz tremula soara tão baixa que ela não se importara. 

— Elizabethe, aguente firme! — Mandou Meliodas autoritário, seu tom desesperado atraiu a atenção de Lucy e essa girou o corpo vendo a cena desastrosa atrás de si. Elizabethe estava no chão, Meliodas tentava apoia-la, mas ela parecia não ter força para se levantar. Ambos os joelhos no chão, um braço tremulo apoiando seu corpo enquanto os fios albinos caiam ao chão como cascatas sobre uma poça de vomito, água e saliva. Com horror, Lucy notou que ela ainda vomitava, a secreção liquida deslizando pela mão direita que tapava em sua boca. — Elizabethe!

Lucy deu um passo em direção a albina, quando um rugido ensurdecedor tomou de conta do prédio inteiro. Seu próprio grito a alcançou e ela levou as mãos aos ouvidos para abafar o som. Não foi o suficiente, o som entrou dolorido e remexeu todo o seu corpo. Sua visão ficou turva e por ela pode ver Elizabeth levar as mãos a cabeça, os ouvidos de Meliodas pingavam sangue e ela não conseguia ouvir nada do que ele parecia gritar. No alivio momentâneo, o viu cobrir Elizabeth  com seu próprio corpo, como um escudo humano e só entendeu o que estava acontecendo quando as janelas do corredor se transformaram em estilhaços e rasgaram sua pele. A nuvem de fumaça pareceu ficar pior e ela prendeu ar nos pulmões. Girou seu corpo novamente para frente e observou o fim do corredor. 

A claridade do fogo ardente brilhou através da fumaça, as chamas ondulando e dançando como em um incrível show de mágica: tons de bronze, dourado e laranja fundido e grandes nuvens negras vieram do corredor da direita. Estalos terríveis crepitavam em meus ouvidos à medida que as chamas devoravam a bifurcação inteira. O calor do fogo chegou até eles no corredor e ardeu em seus rostos.

Lucy levou apenas um instante para gemer de pavor ao notar os jatos de chamas serem desferidos fortemente e quando tudo pareceu ter terminado, a nuvem negra lhe mostrava apenas uma coisa: Um sombra grande e negra no formato de um animal feroz. Em pavor ela manteve o olhar ali, e notou quando a fumaça foi sumindo aos poucos, quando o vento gelado entrava e saia pelas janelas destroçadas. Foi questão de segundos, Um cachorro negro de pelo brilhante, tão grande que as paredes não eram largas o suficiente e o teto parecia ser pequeno. As paredes eram destruídas aos poucos assim como o teto toda vez que ele dava uma passada com a pata grande. Era magro, com dentes grandes cheios de baba e olhos vermelhos sangue, parecia queimar. Ele seguiu pelo corredor, mas parou na bifurcação. Pavor irrompeu por Lucy e ela quase caiu para trás de susto. O animal esquálido virou a cabeça estreita e fixou os olhos ferozes para os quatro. 

Ao seu lado, pode ouvir um rosnar baixo de Natsu.

— Um Hellhounds? — Elizabeth indagou enquanto era erguida por Meliodas. Era impossível não sentir medo daquele animal. Ele lhe lembrava um Cérberos. Observou logo adiante as costas de Lucy e a loira estava imóvel, mas seu corpo tremia. Notou o sangue e os resquícios de cacos de vidros pelo corpo da outra. — Como essa coisa pode está aqui? — O cão negro voltou, a rosnar de maneira assustadora e as paredes tremeram, o som vindo da sombra como um aviso gritante de que eles deveriam correr. Ele abaixou as orelhas e arqueou as costas ameaçadoramente, o prédio ao redor dele se desmoronou e fragmentos do teto caíram sobre a cabeça dos quatro. 

Lucy deu um passo exitante para tras.

— Ele não vai atacar. — A voz gutural e masculina de Natsu a alcançou. Ele estava aos fragalhos, mas parecia não se importar com o cheiro, o sangue ou muito menos os cacos de vidro presos a seu corpo. Ele estava calmo e fazia parecer que tudo a sua frente não fosse nada. Ele possuía total controle de seu corpo e mente. 

— Lucy, vá para junto de Elizabethe e quando eu mandar, corram para mais longe que puderem. — Um medo congelante agitou-se dentro da loira quando Meliodas a segurou pelo ombro. Era nesses momentos que ela odiava ser tão fraca e pior ainda, de depender daqueles dois, era como admitir fraqueza, mas ela era corajosa o suficiente para admitir que suas pernas tremulas não se moveriam para um ataque, muito menos para fugir. Ela ficou segundos olhando os olhos verdes esmeraldas determinados.

— Vá logo! — Natsu rosnou.

Ela não se moveu, mas Elizabeth a puxou para junto de si.

— Lucy! — A albina protestou.

— Não! Espere, não posso deixar vocês assim. O que acontecerá si....— Tentou argumentar.

— Não seja burra! — Natsu gritou, mas em momento algum tirou os olhos da besta negra que rosnava e mostrava os dentes. A calda negra e longa balançava e destruia as paredes ao redor. O som do fogo devorantudo tudo parecia mais vivo a cada instante e os gritos de terror não paravam. — Se quer morrer, faça isso longe de mim.

Lucy sentiu raiva.

— Ora, seu...

Uma curta, mas incrédula risada se fez ouvida no corredor. A atenção de Lucy foi voltada para o animal demoníaco. Elizabethe segurou a irmã mais forte e Meliodas entrou em posição de batalha. Das sombras, das pernas do animal, uma nova silhueta foi vista e quando o cão soltou uma lufada de fumaça a imagem de um homem alto e de cabelos albinos arrepiados  foi revelada. Ele mantinha os braços cruzados e os olhos azuis esverdeados brilhavam perigosamente em direção dos quatro. Sua expressão, selvagem vingativa foi gravado de repente com uma especulação guardada:

— Nunca pensei que veria esse momento. — Sua mão acariciando com zelo os pelos da perna do animal que rosnava.  — Dois demônios preocupados com outra pessoa além de seus próprios umbigos. — Lucy  o encarou bem. estava confusa, mas sentia o poder emanando do corpo do esquisitão.

— Quem é o esquisito? — Sussurrou para que Elizabethe a ouvisse.

A albina sentiu vontade de estapear a irmã.

— Hendrickson, Lucy. Ele é o diretor da instituição.

— O que?!

Lucy o viu olhar para os quatro, se demorando em cada um. Um sorriso perverso rastejou em sua boca. 

— Uma Deusa. — Seu olhar foi primeiro em Elizabethe. Lucy não entendeu, mas notou que Elizabethe não parecia nenhum pouco surpresa. Pelo contrario, a albina crepitou os lábios e seu olhar se tornou feroz. — Dois demônios de laboratório e...— Intervalos entre Meliodas e Natsu até para nela. Lucy sentiu o medo lhe apoderar o corpo e o gelo anterior se tornou mais forte. Suas mãos foram instintivamente para as duas chaves no sinto de sua cintura.  Os olhos dele seguiram suas mãos e sorriu de escane-o. — Layla realmente é uma mulher cruel e diabólica. Realmente como você falou. — Ele falou mais alto, sua cabeça pendendo para baixo. Lucy forçou a visão para o pelo escuro do animal em busca da próxima silhueta que apareceu.

— Mamãe? — Surpresa a atingiu tão rápido quanto os olhos vingativos da mulher a acompanharam. Lucy deu dois passos para trás. — Não! Você não é minha mãe. Quem é você? — Atônica, viu os labico rubros de batom sorrirem enquanto a mulher se colocava ao lado de Hendrickson.

— Não seja tola Lucy, essa é a Layla. E pelo visto, não está no nosso lado...novamente. — Natsu protestou.

A mulher riu como uma louca.

— Akira-sensei. — Elizabeth falou tão calmamente que assombrou a todos, chamando a atenção tanto da mulher, quanto a dos irmãos. — Resolveu se mostrar finalmente. O que quer agora? Pensei que tinha conseguido. — Lucy não entendia nada, aquela não podia ser sua professora, ou podia? Mas ela tinha a cara de sua mãe, claro, havia poucas diferenças como o cabelo curto num corte quadrado, o olhar frio e vingativo e a postura.

O que estava havendo?

— O poder da linha temporal é extraordinário. — Hendrickson chamou a atenção de todos. — Depois de anos, milênios e séculos  nós ainda continuamos a nos encontrar. Na mesma situação. Natsu, Meliodas finalmente, eu terei mais outra chance. — Os dois irmãos mantiveram seus olhares ferozes sobre os inimigos a frente. — Terei o que eu sempre tive, o que Layla sempre roubava de mim, o que Zeref  me impedi de ter. Dessa vez, eles não estarão aqui para me impedir. — Elizabethe notou quando ele se movimentou. A cabeça do cão se abaixando até a altura das mãos do albino. Ele lhe acariciou o pelo com a cabeça e se inclinou até a orelha do animal.

Vade! — Natsu o ouviu mandar.

Não houve um tempo de reação. Quando se deu conta, o animal já havia avançado e erguia Meliodas com a boca. Um dos braços do loiro se rasgando ao meio e tingindo a parede de vermelho. Um grito de horror de Elizabethe foi ouvido e ele pensou ter ouvido Lucy chamar pelo loiro. Natsu recuou muito para trás de modo a evitar qualquer outro movimento vindo dos inimigos. Mas Layla, já avançava sobre ele com alguma coisa pontiaguda, Lucy estava logo atras dele e Elizabethe corria de encontro ao corpo de Meliodos que havia sido jogado contra a parede do corredor, abrindo vários buracos pelas paredes.

— Elizabethe, volte aqui!— Lucy ameaçou ir atrás da irmã, mas Natsu foi mais rapido. Agarrou a loira pela cintura no segundo em que o Hellhounds soltava fogo pela boca. Natsu arrastou ambos pela janela e se encontrou descendo os andares em queda livre em uma rapidez descomunal. Sentiu Lucy pressionar seu rosto contra seu peio e quando olhou para cima, as chamas tingiam o corredor onde estavam a segundos, mas Layla os encarava com um desejo mortal de morte.

Se odiou por saber que ela estava tão próxima todo esse tempo e nem tinha se dado conta. Lamentou-se por Lucy, ela finalmente havia descoberto a real natureza de Layla. Aquela mulher só se preocupava consigo mesmo.

Sentiu seu corpo bater com força contra o chão, a pressão abrindo uma pequena  cratera onde caíram. Sangue voou para fora de sua boca no instante em que pode ouvir o som de seus ossos se estilhaçarem por dentro.

Um grunhido escapou-lhe os lábios.

Lucy se ergueu com presa.

— Natsu, não morra! — Gritou desesperada quando viu que ele não se mexia.

— Não vá me matando sua louca. — Protestou se erguendo de vagar, ainda sentindo dor.

Lucy se ajoelhou a sua frente e ele pode ver resquícios de lágrimas que ela estava tentando esconder.

— Isso foi perigoso.— Ele deu mais uma olhada para o prédio e notou que a loira havia sumido da janela. — Precisamos achar o Meliodas, isso se tornou pessoal demais. — Lucy confirmou com a cabeça, mas ao fazer isso notou a queimadura no braço do rosado. Seu desespero aumentou, mesmo sabendo que não era grave e nem que ele morreria por isso. Não teve tempo de pensar, apenas o empurrou de leve para ver a queimadura, mas quem foi empurrada com força foi ela. Natsu a jogou longe dele. Atordoada, pode apenas se erguer em busca de equilibro, mas o que viu fez sua mente entrar em terror.

Sua mãe, sua adorável mãe estava... ela estava tentando matar Natsu!

— Mamãe... — Murmurou.

O que estava acontecendo?

A loira tinha um prazer indescritível quando enfiou a espada ainda mais fundo dentro do corpo do rosado e sua mente vingativa encontrou o exstasse quando a retirou muito lentamente do corpo dele. A lamina banhada em sangue enquanto o corpo dele decaia cada vez mais até encontra o chão.

— Sua maldita!— Ele protestou entre dentes, antes de ser levado para o escuro.

Um grito de terror cortou a garganta de Lucy.

— O que você... o que você fez?!

A loira apenas estreitou os olhar sobre Lucy. Seu pé pisoteando a cabeça de um Natsu desacordado.

— O que eu fiz? — Ela repetiu com prazer. — O que eu fiz! — Dessa vez gritou as palavras enquanto dava um piso certeiro no cranio do rosado. O som do cranio se rachando foi o som de um filme de terror para Lucy. Seus olhos se arregalaram e ela deixou as lágrimas de medo e pavor se mostrarem. Sentada naquele chão cheio de destroços e  fuligem.

Lucy ficou em choque. Não! Aquela não era sua mãe. A mulher que conhecia; a mulher que lhe amou; a mulher que lhe ensinou tudo o que sabia; que lhe botou de castigo; que a fazia rir. Não! Se negava a acreditar que era ela, mas era sua mãe ali. Layla estava a sua frente, matando o garoto que dizia que amava. Sua vida havia sido uma mentira? Natsu estava certo esse tempo todo? As lagrimas desceram com mais abundancia, mas eram de pura raiva e ódio. Aquela mulher já não era mais sua mãe. Sim! Ela havia tentado matar todos eles. Ele era sua inimiga agora.

Lucy aperou seus dedos contra a terra e retirou forças de sua raiva, se erguendo aos poucos do chão. Suas mãos foram primeiramente até o chicote de luz, o manuseou com destreza e o bateu contra a mão da loira. Ela gemeu em dor e a espada voou longe, metros atrás dela e se cravando no chão. Seus olhos cheios de ódio recaíram sobre a loira e ela ameaçou avançar sobre Lucy. Buscando agilidade, Lucy ateou o chicote mais uma vez na direção da loira, para sua surpresa, ela agarrou com as duas mãos o fogo grosso de Luz, parecia ignorar  a ardência da queimadura que ele produzia, até conseguir arrancá-lo das mãos de Lucy e atirá-lo para o lado. O fio em forma de serpente caiu no cascalho próximo a parede do prédio.

Lucy observou como a loira levantou o dedo indicador e o balançou de um lado para o outro, fazendo um som de repreensão com os lábios. Lucy não hesitou quando ela avançou, muito pelo contrário, partiu para cima dela e desviou do primeiro golpe com a mão que a mulher lhe daria, surpreendendo-a ao desferir um chute certeiro na boca do seu estomago a jogando para trás. Akira caiu surpresa no chão, mas se ergueu.

A espada que ela usava antes, agora dividia os dois lados da briga.

—  Layla te ensinou a chutar assim?! —  Ela riu.

Lucy franziu a testa.

— Você realmente não é a minha mãe, mas como podem ser idênticas?

Akira fez uma falsa cara de choque.

—  Layla não te contou Lucy? —  A loira menor trincou os dentes. Firmou mais o pé no chão e depositou seu peso na perna da frente. Entrou em posição de batalha. Seria muita sacanagem se todas as surras que levara de Natsu não servissem de nada em um momento como esse. 

— O que ela teria pra me contar?

— Vamos pelo começo então.  —  Akira pareceu se preparar para uma luta também, mas ela sorria, Parecia se divertir com a situação.— Layla Heartfilia não é filha unica, ela possui uma irmã adoentada. —  Lucy a escutou com cuidado, sempre atenta aos seus movimentos. —  Somos gêmeas, mas temos uma pequena diferença. — Ela juntou o dedão e o dedo indicador, como se mostrasse uma porcentagem pelo espaço deixado pelos dedos. — Layla nasceu saudável e com magia. —  A surpresa de Lucy parecendo ficar evidente a cada segundo. Viu quando Akira movimentou seus pés e se apressou contra si, o chute veio certeiro e fora impedido por ambos os braços de Lucy que a protegeram como um escudo. Seus ossos reclamando e os cortes na pele ardendo. Akira não desistiu.— O seu nome, Lucy, foi eu quem concebi. — Sussurrou macabramente. Lucy abaixou a guarda naquele segundo, as palavras a perturbando.

Não podia ser verdade!

Akira aproveitou a brecha e se jogou contra a loira. Suas mãos geladas agarrando o pescoço de Lucy e impedindo a passagem de ar. Lucy agarrou as mãos da mulher em desespero em busca de afasta-la e ter ar, mas tudo o que sentiu foi o aperto em sua garganta cada vez mais apertado. Ela tinha caído de costas, sacudindo as pernas e não havia brechas para escapar, suas mãos rasgando o chão. Pontos de luz espocavam em meu campo de visão. A imagem da loira começava a sumir de seu campo de visão rapidamente e ela sabia que estava perdendo a consciência.

Aquilo não podia acontecer.

Um estrondo pode ser ouvido e a loira fechou os olhos, a consciência lhe sumindo aos poucos. A pressão cada vez maior e então, sua mão agarrou algo solido, duro e levemente pesado. Foi simplesmente um reflexo quando ela o desferiu contra a cabeça da loira. O aperto imediatamente ficou mais frouxo e Lucy pode sentir o ar a invadir tão doloridamente que ela não reclamou por estar respirando. Akira estava jogada a uma distancia segura de si. A Heartfilia notou o que segurava em suas mãos, um pedaço de pedra que era das paredes do prédio. A jogou para o lado e aproveitou o desnorteamento da outra para recuperar o chicote largado.

Caminhou a passos lentos até ela e viu terror quando Akira a viu se aproximar. A mulher estava de joelho. O cabelo loiro grudava-se ao sangue que escorria por sua cabeça. Ela não estava menos pior do que Lucy, com o corpo sujo de arreia e arranhado graças ao cascalho, mas ambas sabiam quem tinha a vantagem ali. Lucy podia usar magia, Akira não. A resistência de seus corpos eram diferentes e a raiva que Lucy sentia nesse momento era maior do que qualquer vingança.

Lucy ergueu o chicote quando estava próxima  o suficiente. O azul mudou para um vermelho alaranjado de chamas.

— Você não pode fazer isso! — Gritou Akira.

Lucy se manteve na sua ameaça.

— Eu posso e vou fazer. — Protestou lhe faltando coragem. 

Akira riu.

Lucy sabia o motivo, mesmo que sua palavras parecessem verdadeiras, seu corpo tremia.

" Eu concebi seu nome" — A frase se repetindo e a torturando. Ela podia fazer aquilo certo? 

— Você não tem coragem. — Akira zombou. — Essa é a diferença entre eu e você. — Lucy fechou os olhos, como se aquilo fosse o suficiente pra ela não ouvir mais nada. — Layla te criou para ser fraca. Acha mesmo que se importa com você? Uma mãe adotiva não substitui a biológica! 

Lucy se zangou e puxou a mulher pelos cabelos e a jogou no chão de modo a deixa-la de barriga para baixo. As lágrimas simplesmente caíram enquanto ela juntava as duas mãos de Akira e a prendia com o chicote de Luz vermelha nos pulsos. Lucy se aproximou da orelha da loira.

— Fique quieta, para seu próprio bem. — Ameaçou.

E erguendo-se, caminhou em direção a espada ensanguentada buscando pela imagem mórbida de Natsu.

— Eu vou matar você. Vou torturar aquela bastarda albina, assim como fiz com os outros dois e então, sumirei com essas malditas chaves. Layla não as terá mais, ela sera condenada a viver na loucura, não importa quanto tempo leve Lucy, não importa que eu tenha que esperar milênios para acha-los novamente! — Ela gritava aos quatro vento se debatendo com fúria.

Arrastando a ponta da espada pelo chão, a Heartifilia levantou o corpo da outra e a olhou tão macabramente quando ela a olhava minutos antes. Lucy a pôs de joelhos e segurou a base da espada, a erguendo até o peito de Akira. E então, ela exitou. Seu braço simplesmente não a obedeciam. Viu a espada tremer  e as duvidas a atingirem. Encarou profundamente a mulher que lhe dera a luz.  Ela parecia tao vulnerável e apesar do ódio emanado de seus olhos, havia medo escondido.  Era certo uma mãe  morrer antes de seus filhos?  Pior,  pelas mãos de um? 

Ela não conseguiria,  afinal,  tinha um coração. 

Seu braço simplesmente abaixou e a espada foi ao chão.  Lucy se sentiu derrotada e piorou ainda mais quando viu  a mulher rir em loucura.  No entanto, tão grotesca o riso surgiu, ele morreu. Akira cuspiu sangue e com os olhos em choque encarou seu peito esquerdo.  Seu coração estava para fora e havia sido arrancado por uma mão.  

A mão de Natsu. 

O rosado puxou a mão para seu corpo e o coração veio junto ao passar pelo buraco no peito  da loira.  O corpo de Akira foi ao chão completamente desfalecido e Natsu jogou o órgão para longe. 

— Mulher asquerosa! 

 

*******

 

O som da explosão foi alta, sentiu o chão tremer, e sem equilíbrio caiu, se levantando mais rápido que podia, tropeçando nos próprios pés ofegante. Havia perdido Meliodas de vista, mas sabia para onde ele ia. Só esperava que não fosse tarde.

—Droga Meliodas!

Mais uma explosão, mais perto dessa vez. Foi jogado ao chão e colocou as mãos sobre a cabeça para protegê-la. Parte do corredor desabando, fazendo uma nuvem de poeira e estilhaços se espalharem. Tossiu tentando se levantar, só naquele momento notando um novo ferimento que havia sido provocado pela explosão, um corte em sua panturrilha. Ignorou como podia aquele machucado e se pôs a correr novamente. Aquelas explosões não deviam ter sido causadas por Meliodas e sim pelo cachorro enorme que virá. O lugar havia virado um campo de guerra. O corredor parecia três vezes mais longo que o normal, e seus pulmões três vezes menores. Sentia seus cabelos pregarem em sua testa suada, junto a fuligem.

Tentada com o que estava a acontecer ela virou a cabeça para trás e se arrependeu amargamente. Hellhounds estava a observando como se esperasse sua presa começar a correr.

- Droga! - Sussurrou colocando todo o peso para sua perna esquerda equilibrando-se ainda tonta e se pos a correr em direção aos "destrosos" de onde o cachorro jogara Meliodas. 

Rezava para que o outro não estivesse morrido.

Quando começou a correr o cachorro se aproximava de Elizabeth. Ela tentava ao máximo não sentir dor. Seus pés não queria a obedecer e sentia que dentro de sua cabeça alguem, desesperadamente, gritava em sua mente para que ela não desmaiar-se, eles estavam sozinhos agora, não teria ninguém para salva-los não daquela vez.

 

 ******

— Você é uma verdadeira obra de arte Meliodas. – Hendrickson concluiu olhando seu trabalho. O garoto havia ficado estranhamento calado. Por um momento achou que havia apagado. Ergueu o queixo que ele havia pendido contra o peito suavemente e, ah sim, os olhos fechados com força, a boca fortemente selada tentando conter os gemidos baixos. Podia entender o apelo. Soltou seu rosto e o rodeou, focado de forma profissional nos desenhos que havia feito no corpo do outro. Não tão profundos para que o perdesse por perda de sangue, mas o bastante para se tornarem cicatrizes. Era uma pena realmente que não poderia fazer o mesmo com Elizabeth, já que ela tinha uma capacidade de cicatrização anormal. Bom, talvez com as correntes...Iria descobrir logo.

— Gosto de você Meliodas. – assentiu, rodando o punhal enquanto procurava algum outro lugar para desenhar. Havia um lugar ainda intocado perto das costelas. Aproximou a lâmina e o corpo pendurado se contorceu tentando se afastar em vão. – Você torna as coisas mais interessantes. Disse que sou bom observador. Eu posso dizer com certeza, que Elizabeth ama você.

Isso fez o garoto parar. Sorriu. Então ele não havia realmente percebido isso, interessante. Olhou com a interesse a lâmina entrando na pele pálida. O outro respirou rápido, parece que a fase de gritar havia passado, o que era uma pena. Seis letras agora. Tinha uma boa memória, lembrava todos os nomes que Elizabeth havia sussurrado naquele quarto antes mesmo de provocar um insendio.

R

O

B

E

R

T

—Ah, perfeito. – limpou um pouco do sangue com a gaze. – Como dizia, a menina ama você. Por um momento achei que fosse escolher você ao invés do seu irmão para carregar a maldição. Me pergunto se colocar uma arma na cabeça de vocês dois, quem ela salvaria? Se sentiria culpada por te-los usados junta a... Aion?

 

Silêncio.

 

—Vejo que não quer mesmo falar. Nem gritar mais. Sem problemas, logo seu irmão vai tomar seu lugar.

Ah, isso trouxe alguma reação.

—Não!

—Lealdade acima de tudo. Bom, eu sei quem você escolheria se colocasse uma arma em Elizabeth e Natsu. E Natsu, será que escolheria você?

Antes de ouvir a resposta, um som estático o chamou a atenção e pegou o rádio, ouvindo atentamente. Um sorriso tomou seus lábios. Havia sido mais fácil do que pensava. Ana havia falhado como esperava... mas vejam só. Elizabeth não fugiu igual ao da ultima vez. E mais uma vez, Zeref estava desesperado para interferir em seu plano outra vez.

—O levem para o galpão, vamos pegar o furgão e sair daqui. Zeref já deve ter entrado no castelo. – falou de forma despreocupada. – Não tire as correntes dele, por nada.

Desligou e olhou o rapaz pendurado, os cabelos úmidos de suor e sangue, os olhos claros o olhavam com tanto ódio que pareciam vermelhos, insanos.

—Parece que Elizabeth ama mesmo você, o bastante para cair direto em uma armadilha. – guardou o punhal, pegando algumas coisas na mesa que levaria. – Tenho certeza que ela tem um plano, e se deixou levar facilmente. Provavelmente ela quer salvar você. Talvez por isso vocês dois se amam tanto, são parecidos. - Voltou a fitá-lo - Mas não por muito tempo... Logo, logo serei eu a quem ela vai querer e esquecer finalmente de você - Provocou fazendo Meliodas se contorcer tentando o pega-lo. O rapaz apenas riu. - Nem tente... Essas correntes são encantadas... fazendo com que você seja penas um humano normal. - Catou do chão outras. - Elizabeth vai ser minha dessa vez, mesmo que eu tenha que tortura-la. - Ergueu as corrente para Meliodas que agora parecia surpreso e alargou mais o sorriso. - Essas correntes irão impedi-la de se curar e ate mesmo ficar lucida.

O homem riu, as mãos na cintura, acessando o rapaz quase desmaiado e nu nas correntes.

- Eu só preciso extrair algumas coisas de você - Sorriu sinico - e então você não precisa mais, sofrer tanto... irmãozinho. - E então acenou para o rapaz que fez menção de o cobri-lo e arrastar de lá.

Seu plano estava saindo perfeitamente bem.

Finalmente iria sair daquele maldito ciclo de reencarnações que ele proprio construira e iria possuir o poder eterno, tomando de Meliodas e depois de Natsu, matando, finalmente, Lucy e possuindo as chaves do tempo e espaço e finalmente ficar com sua Amada Elizabeth. Dessa vez ele não iria falhar. Iria ficar com ela para sempre.

Caminhou para frente da sala vendo seu lindo cachorrinho ir atras de um ratinho. Assim que o cachorro parou, Elizabeth caiu no chão próximo a ele tentando normalizar sua respiração. Perfeito. Faltava apenas Natsu para a ocasão e finalmente seu desejo de anos iria estar completa.

Seria irmotal, controlar o tempo e finalmente possuiria Elizabeth.

Aproximou-se da albina encantado com a beleza da jovem. Ela ainda era Katerine, Tão bela e corajosa a tal ponto de entregar sua vida para salvar os outros. Odiava Meliodas por saber que ela preferia o loiro do que ELE. Fechou a cara e puxou os cabelos da mulher que se contorceu de baixo e foi de encontro com aqueles olhos maravilhado. Ela ainda era mais bela sentindo dor.

Ele queria toca-la, fazê-la esquecer Meliodas e finalmente se focar em si...

Sorriu... Faltava somente Natsu e Lucy para acabar com aquela palhaçada.

******

Lucy já estava em sua frente angustiada ouvindo sua irmã se contorcer nos altos falantes e ela correra tanto que não se importar com que Natsu havia ficado para trás. Em sua cabeça, ela gritava e rezava para que Elizabeth ainda estivesse bem, ao que de fato, não parecia. E antes de virar sentiu uma pancada forte em sua cabeça que a fez desmaiar e se contorcer.

 

Quando chegou ao corredor da diretoria já estava imundo de fuligem. Havia escapado de mais guardas no caminho, e sabia, já quando chegara que seria tarde demais. Por isso não se surpreendeu ao ver Lucy rendida, uma arma em sua nuca e uma corrente em suas mão fazendo-a ficar grogue enquanto se contorcia no chão. Sabia quando estava em número menor, haviam pelo menos quinze guardas que pareciam o esperar. O que segurava Lucy engatilhou a arma. A ordem clara. 

Claro que as coisas nunca seriam fáceis para si, não era mesmo.

 

***********

—Isso não é lindo? Ela está querendo proteger você Meliodas, e você querendo proteger ela. Vou me divertir muito com vocês, até conseguir domá-los. Provar a minha teoria, talvez. Quem Natsu salvaria de um tiro na cabeça. – o homem tocou seu rosto, os dedos passando suavemente por suas cicatrizes, passando para sua nuca e agarrando seus cabelos albinos com força, a obrigando a olhá-lo. Segurou os olhos com fúria. – Tão bela, selvagem, perigosa. Toda essa dor poderia acabar se apenas se submetesse.

Queria falar algo, qualquer coisa, mas sua voz saiu estranha. O choque havia queimado sua mucosa, e o gosto de sangue era constante em sua boca. Sua língua não parecia trabalhar bem. O homem sorriu, a puxando para perto. O beijo lhe deu ânsias.

Mordeu o lábio com força e quando o homem a largou, jogou sua cabeça com força contra ele, ouvindo o barulho da fratura. Hendrickson xingou, o impacto o fazendo tropeçar na maleta, as ferramentas de tortura caindo no chão.

Teve apenas segundos para apreciar a visão do rosto dele ensanguentado quando o choque percorreu seu corpo, a fazendo gritar enquanto o taser era acionado nas suas costelas. O homem parecia bem furioso agora, a face dura quando taser foi de encontro outra vez a sua pele, com certeza causando queimaduras em seu peito, a arma contra seu esterno. Gritou angustiada, tonta quando ele finalmente parou. Estava quase desmaiada, mas notou que o homem tentava voltar a sua compostura fria, ajeitando os cabelos bagunçados, pegando um lenço e limpando o rosto ensanguentado, colocando o nariz no lugar.

Elizabeth riu, os dentes sujos de sangue. Sabia que tinha que chamar a atenção do outro para si. Apenas esperava que Natsu e Lucy aproveitassem a chance para aparecerem, de onde que que estejam, e imobiliza-lo. 

O homem não parecia ter o mesmo humor que o seu, a mão logo puxava novamente seu cabelo, jogando sua cabeça para trás. Gemeu baixo, os olhos insanos perto do seu rosto.

—Eu gosto quando eles são difíceis Elizabeth. Sempre gostei. – O taser voltou a sua boca, forçando-a entre seus dentes com um puxão mais forte do seu cabelo para trás.

Dessa vez fechou os olhos com força, esperando a terrível dor que sabia que viria.

Um impacto no entanto jogou o homem longe. Abriu os olhos e viu que Meliodas e o outro, eram uma bagunça de membros lutando. O loiro havia conseguido abrir as correntes e sua força, voltado, o olhar direcionado ao homem em baixo era assassino e as luzes piscaram quebrando em milhões de pedaços. Ele não se importava com o fato de matar aquele idiota agora mesmo.

Sinceramente, vê-lo torturar Elizabeth foi o suficiente para despertar sua ira.

Hendrickson desviava dos golpes instantaneamente sorrindo. Meliodas outra vez havia o impressionado. Mas seu sorriso morreu com o que acabara de ver. A porta fora aberta com um estrondo. Conseguiu ver uma loira correr para socorrer sua presa e sentiu um choque em seu corpo gritando alto e roco, e a ultima coisa que viu foi Natsu o encarando com o taser em sua mão. Sua consciência desaparecendo e gemeu quando Meliodas deu um soco em sua mandíbula fazendo-o crispar sangue. 

Tudo fora muito rápido, e por alguns segundos os quatros ficaram parados, olhando uns para os outros com olhos arregalados, Natsu segurando a arma com força, como se temesse que o homem fosse se erguer a qualquer segundo.

 

**********

Ele não estava ali. Seu irmão não estava ali! 

Haviam conseguido capturar todos que estavam dentro. Uma ordem de prisão havia sido dada para o Layla, Hendrickson e Ana, que não haviam sido encontrados ainda.

Layla havia fugido do país, Mas não iria ser rapido o suficiênte.

—Não há mais ninguém aqui dentro. – Ban confirmou e ele ficou ainda mais irritado. onde está Natsu?

 

*********

 

Elizabeth quebrou o silêncio, cuspindo sangue no chão, a língua ainda pesada, mas coerente o bastante para entenderem:

—Não me importo se me soltarem agora.

Lucy reagiu antes de Meliodas, que ainda parecia em choque com tudo. Apenas quando já soltava Elizabeth que o loiro surgiu do seu lado, aparando o peso da garota que desceu. Jogou as malditas correntes longe no furgão. Lembrava bem quando Katerine lhe falara pela primeira vez sobre as correntes. Sabia que agora a garota devia estar com uma dor excruciante, se detendo apenas pelo bem de sua irmã em vê-la em agonia. A ouviu suspirar de alivio, Meliodas a amparando. O Loiro beijou o rosto inteiro da garota, em frenesi, e virou o rosto de lado, desviando da cena. Natsu se aproximando com o olhar de que ainda não estava acabado, ainda teriam que sair daquele maldito lugar. Por algum motivo, queria abraçar Natsu também, queria que ele fizesse igual a Meliodas que agora estava sussurrando no ouvido de sua irmã  de que agora estava tudo bem.

Não pensou por muito tempo, com surpresa, sentiu o Natsu a puxar para o abraço. o rosado nunca fora particularmente carinhoso, nenhum dos dois, mas agora ele a abraçava como se temesse que ela fosse sumir. Ele não chorava, mas podia sentir seu corpo tremer. Lucy o olhou de forma perdida, sem saber o que fazer para acalmá-lo.

—Está tudo bem Natsu... – murmurou rouca escondendo também o nervosismo.

—Não está. – a voz da irmã tremeu e agora os dois voltara a encará-la, e só então Meliodas lembrou que ela tinha apenas 17 anos, mais nova do que os três. As vezes esquecia que sua amada ainda era apenas uma garotinha. Até meses atrás, livre de qualquer horror do mundo. Apesar dos treinamentos com eles,  sempre fora menos inclinada para o que faziam, sabia que ela apenas treinava para impressionar Layla de alguma forma.

—Nós estamos bem agora. – Meliodas murmurou, o rosto menos pálido. Puxou o rosto de Elizabth de onde estava, em seu ombro, e afastou os cabelos suados. – Estamos vivos.

—Vocês dois... – Lucy soltou com relutância, continuando segurando Natsu no entanto. – Como podem estar tão calmos. Isso já aconteceu antes? Vocês dois já foram torturados antes... Vocês dois... - Apontou para Natsu e Meliodas

—Respira Lucy. – ordenou, tomando o lugar de Natsu e segurando o rosto da irmã. Lucy a obedeceu de imediato. Tomou uma golfada, duas e assentiu.

Não deve ter passado despercebido a ela que os outros dois não haviam respondido a pergunta.

—Estou bem. – A irmã parecia envergonhada pela perda de controle.

—Meus heróis. – Elizabeth brincou tentando aliviar a tensão. Sua irmã sorriu de leve. A voz da garota parecia menos embolada, sem as correntes devia estar se curando, ao menos das feridas provocadas pelo taser. As da adaga ainda sangravam. - Não sinto minhas pernas muito bem no momento, vou sentar.

– Não podemos sair até o carro parar. E quando parar, teremos que estar preparados. Amarrem o velhote, e Natsu, guarde essa adaga, bem longe desse cara. 

—Sim senhor.

Dessa vez Meliodas riu.

 

*********

 

O rosto de Lucy se encostava no peito de Natsu enquanto ele mantinha a atenção toda na estrada. Todos estavam exaustos e o único que se mantinha acordado era o rosado já que Meliodas dormia contra o vidro ainda segurando Elizabeth em seu colo que também estava adormecida.

Ele suspirou. O forgão xaqualhava e de vez o outra sentia lucy lategando de dor.

Natsu sabia que alguma coisa estava errada dez de que conseguiram sair. Ele sabia também que Meliodas escondia coisas e não poderia perguntar naquele momento. Parou o carro calmamente e olhou a estrada. Bloqueada. Colocou sua mão para o lado de fora e o fogo começou a involver-la. Fechou os olhos com força e então lançou a bola de ar quente que rapidamente abriu o caminho. Voltou a dirigir.

Robert, Aion e Castiel.

Se lembrava perfeitamente que Elizabeth havia sussurrado naquele quarto. Por algum motivo, não gostava da pronuncia Castiel. Para ele, no sonho que tivera quando ainda era apenas um garotinho, era somente um homem digino de dar pena, já que se apaixonou pela garota errada e fora torturado por ela. Sim.. ele tinha sonhos que mostrava claramente isso.

Sentiu que Lucy tentava abrasá-lo cada vez mais e se assustou com isso. Realmente sabia que duas das pessoas de dentro do carro teria que morrer mas ele não sabia qual. E só este pensamento o assustava.

Assim que virou o carro na gruta de pedra o carro chacoalhou e parou. Indicava claramente que estava sem bateria.

Fechou a cara e encostou o rosto na janela. Teriam que esperar. Tentava adormecer mas nada acontecia, o sono não via e seu estomago revirava indicando de que em algum momento, Hendrickson apareceria e os mandariam para o inferno pessoalmente.

Seus pensamentos foram cortados quando Meliodas abriu os olhos.

- Eles estão próximo - Sussurrou para que o outro ouvisse e assim as duas meninas também abriram os olhos em alerta, ninguém havia dormido.

 

***********

Os quatro pararam tensos olhando a porta do furgão, que se abriria a qualquer momento. Havia se armado com tudo o que podiam colocar as mãos ali, mas o fato de não saberem o que os esperava quando abrissem a porta era preocupante.

Isso e o fato que Elizabeth mal conseguia ficar em pé, se apoiando em si. Natsu focou em Meliodas, nas costas tensas. Ele havia fechado os olhos, se concentrando em algo. Elizabeth parecia saber exatamente o que ele fazia, seu corpo tencionando perto do seu.

- Okay. - ele se colocou um passo a frente dos três. – Vou dar uma chance para fugirmos daqui, ou ao menos aguentar, dependendo como estiver a situação ali fora.

-Meliodas...- ele ergueu a mão, Lucy se calando, embora não parecesse feliz.

-Porém, eu não vou aguentar muito tempo, e provavelmente depois não vou servir de muita coisa, por isso teremos que ser rápidos e eficientes nisso. Os três assentiram.

Hendrickson estava lá fora, com os olhos cheios de ódio, sendo amparado por um de seus seguranças.

Natsu conhecia o bastante de Meliodas para saber que ele queria mata-lo naquele instante, antes que causasse mais problemas. E, sinceramente, Natsu também queria. O homem havia torturado seu irmão de forma cruel e metódica. Havia torturado Elizabeth na frente do loiro. E tinha certeza que era completamente insano. Não havia lógica em nada do que ele fazia.

A chance passou quando ouviram o som da tranca da porta se abrindo. Meliodas ergueu a mão na frente do rosto, em uma pose que já conhecia. Antes mesmo que a porta se abrisse Meliodas estava a arrancando, levando guardas armados ao chão pelo caminho. E depois de alguns segundos de um silêncio surpreso, começaram os tiros.

 

**********

Meliodas parava os tiros como se, ao redor daquele carro, havia um campo de força invisível e ninguém parecia vê-lo. Seu rosto antes sereno estava com uma marca estranha na testa e os olhos totalmente escuros.

Natsu sabia que o irmão estava em um modo que nem mesmo ele poderia toca-lo. Voltou a tona quando Lucy o chamou pela blusa assim como Elizabeth que o perguntava o que fazer. Sinceramente, ele não tinham a resposta, mas alguma coisa dentro de sua cabeça gritava afirmando que duas pessoas, dentre eles, teriam que morrer.

Foi para a outra porta e abriu erguendo as mãos deixando os guardas surpresos com tal ato. Suas mãos fora envolvido com bolas de ar quente pronto para atacar.

Assim como ele, Meliodas saiu do furgão erguendo as mãos. Diferente do irmão, massas pretas envolviam as suas e assim destruindo boa parte dos guardas. As meninas ainda estavam cansadas e não possuiam magia suficiente para servirem de ajuda. Elizabeth estava exausta ainda da tortura que a poucas horas, sofrerá, mas queria ajudar.

Lucy no entanto queria, de forma ou outra, ajudar Natsu e assim saindo também do veiculo se pondo ao lado dele. Com pouco de magia as chaves de ouro brilhavam invocando um espirito a fazendo cair de joelhos no chão. O espirito invocado queria ampará-la mas ela apontava para os guardas com um pedido mudo para que ajudar-se o Natsu.

O rosado estava exausto, sua cabeça latejava e sua visão ficando turva. Ele iria desabar a qualquer momento. Cuspiu fogo e viu os gritos dos guardas. Realmente iria desmaiar, e fora quando viu Hendrickson levantar uma arma para a cabeça de Meliodas que estava distraído demais para perceber, que o fez despertar. Aquela arma era diferente da outras. Era grande e havia uma crus desenhada e completamente feita de Prata e ouro. Ele sorria maleficamente quando apertou o gatilho.

Realmente, aquela voz em sua cabeça estava correta. Não teve nem tempo de fazer alguma coisa quando vira Elizabeth se por de frente para Meliodas levando o tiro o deixando em estado de xoque. Tanto Meliodas quanto Hendrickson.

Ela caiu no chão segurando o peito e gemendo de dor. Meliodas parara o que fazia e fora, desesperado, tentando acudi-la, o que não estava dando muito certo, ela cuspia sangue. Lucy se encontrava em xoque, e Natsu puto.

- Elizabeth... - Sussurrou apertando-a com força contra o peito tremendo. De novo não.

- Ops! - Natsu voltou o rosto para Hendrickson. - Tiro errado - E então apertou o gatilho em direção ao Natsu que cuspiu fogo para que derretesse a bala não adiantando. A bala penetrou em seu peito fazendo cair de costas. e Lucy gritar o nome dele.

Droga! De que aquelas balas eram feitas? 

E no estante em que caíra no chão, escultaram barulhos de carros sobre a pista. Zeref descia bravo e seu humor piorou quando viu Natsu estirado no pé da montanha com Lucy chorando cada vez mais alto.

Fitou friamente Hendrickson. E estava prestes a mata-lo quando uma voz mais ativa gritou forte cobrindo a montanha com uma massa escura. A força era tão grande que o jogara contra a montanha e Ban junto.

Droga! Meliodas havia se descontrolado. 

E não pode fazer nada quando a sombra escura estava destruindo praticamente tudo. Fitou o corpo de seu irmão. Lucy fora engolida nas trevas e não pensou duas vezes quando esticou os braços trêmulos e fez o corpo de Natsu se cobrir com algo mais escuro e então o apagão aconteceu cobrindo praticamente a área inteira e se não duvidasse, metade do planeta.

 

********

Destroços. Zeref encontrava-se em meio aos destroços. Meliodas estava desaparecido e o corpo de Elizabeth também. Lucy havia desaparecido. Tudo estava em pedaços. Ban morto e um buraco enorme estirado em seu campo de visão. Tudo destruído. Hendrickson... ainda sentia sua presença, ele não morrera, ainda estava vivo. Não era de sua conta.

Caminhou com passos lentos de encontro ao Natsu. Ele ainda estava coberto pela massa escura que o próprio o envolvera. Ergueu a mão machucada fazendo com que o feitiço se desfizesse. Mas para sua surpresa, seu irmão havia encolhido. Tornando-se apenas um garotinho.

Abaixou com calma. Não tinha muito tempo. Mesmo que ele tenha virado uma criança, ele ainda estava morrendo.

Lembrou de um feitiço proibido e então recitou calmo e confiante para que desse certo. Ele teria a maldição, mas ele não se importava. Seu irmão teria que continuar vivo. E assim aconteceu. Uma magia forte e clara envolveu o corpo de Natsu o colocando dentro de uma bola oval cheio de água. Não era morte e sim um estado de hibernação. Não era o suficiente para deixá-lo vivo. Zeref suspirou exausto e com uma dor, extremamente, forte em seu peito. Ele não iria deixar seu irmão morrer porque, afinal, Ele ainda iria voltar no tempo e salvar sua familia da morte causada pelos dragões...

E assim caminhou sem rumo. Com seu irmãozinho hibernado dentro daquela bolha de água.

 

 

*********

Meliodas caminhava sem rumo. Não conseguira proteger sua mulher amada outra vez. Os destroços ainda eram presentes naquela região. Todos estavam desaparecidos. Não existia mais nada. E a maldição que Natsu teria havia passado para ele. Mesmo que o matasse em uma guerra, ele não iria morrer. Continuaria caminhando eternamente sem rumo a sua própria destruição.

O que seria aquele mundo sem Elizabeth?

Ele havia errado em proteger todos. E agora, estava fugindo pela primeira vez em toda a sua vida. Estava fugindo daquele maldito clã demoníaco. 

Porque eles simplesmente não o esqueciam?

Talvez por ele ser o irmão mais velho e capitão próximo a se tornar rei daquele inferno. Talvez nem devesse ter se apaixonado por ela. Seria melhor esquece-la.

Mas como esquecer a mulher que ama?

Continuou a andar sem rumo...

 

 

***********

Hendrickson fora arremessado contra a cadeira e crispou irritado. Meliodas o expulsou para o inframundo e selado a entrada e saída.

Droga!

Ele estava quase conseguido tudo. Ele havia juntado os quatros, haviam os feito reencarnar naquele mundo. Havia conseguido torturar o irmão, quase conseguiu sugar seu poder. Quase ficou com Elizabeth. E tudo aquilo fora perdido quando a albina se jogou contra o tiro.

Socou a cadeira com força.

Não iria mais ter chance de junta-los. Meliodas trancou os portões do inferno e agora... Elizabeth iria reencarnar e poderiam ficar juntos.

Mordeu a língua com força o suficiente para sair sangue... Precisava pensar rápido. Como ele daria uma guerra santa fazendo com que seu irmão mais velho aceitasse de imediado?

- Senhor? Retornou do mundo humano? - Uma voz rouca se fez presente e ele levantou o olhar bravo e então viu sua chance.

- Tenho um trabalho para você... - E sorriu. 

O demônio vermelho entortou a cabeça em duvida não entendendo onde seu senhor queria chegar.

Um dia no inferno era equivalente a dez anos na terra.

- Daqui a quarenta dias você... - Girou os dedos e levantou de sua cadeira. - Irá fazer uma visitinha ao meu irmão e a sua namorada. - Sorriu quando descia as escadas distraído. Inclinou-se sobre o mostro sem tocá-lo. O bichou tremeu. Sabia que se o tocasse, ele iria ser morto sem ter feito nada. - Mate-a sem nenhum pudor... Não quero que Meliodas fique com ela... Me deixaria triste. - E assim assobiou saindo de seu quarto. Tinha muito o que fazer para seduzir dois humanos ao poder das trevas...

E já teria dois em mente...

A unica coisa que resta era esperar que eles nascessem daquela destruição causada.

 

 

 

********

Bastou quatrocentos anos para que aquele demônio matasse Elaine e Elizabeth... Como escrito, Meliodas iria reunir os Sete pecados capitais com ajuda de Merlin...

Os sete amaldiçoados...

Dessa vez, iria proteger a encarnação de Elizabeth nem que morresse...

Por que ele a amava mais que a própria vida...

 

*********

Natsu havia acordado e encontrado um dos ultimos dragões que o queria matar, mas não conseguia... Aquele menino era seu maior tesouro... 

Igneel sabia que o mal estava próximo, tanto que Natsu dava indícios que um poder obscuro iria, a qualquer momento, se libertar. Então, quando Natsu dormia, ressitou uma magia antiga e passou a habitar o corpo do menino que tanto criara, parando em si, as combustão de ritual negro. E para que não fosse morto, controlou o corpo de Natsu para que atravessasse o portal do eclipse assim como as outras crianças que estavam sendo controladas por dragões. Eles parariam o Natsu se fosse preciso.


Notas Finais


Vejo vocês nos comentários :D

Continuação é no anime mesmo... Então assistem Fairy tail e Nanatsu no taizai ;)


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