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História Encontro de Duas almas - As Lágrimas das Deusas - Parte 2 - História escrita por Shino22 - Spirit Fanfics e Histórias
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História Encontro de Duas almas - As Lágrimas das Deusas - Parte 2


Escrita por: Shino22 e Elizabhete

Notas do Autor


Oi pessoas desconhecidas por mim. ( ⇜ Elizabhete em foco aqui ⇝)

➫Como a Shino havia avisado sou eu que posto hoje;
➬Provavelmente nas próximas semanas sou eu que posto;
➬Eu dei uma revisada básica, espero que não tenham erros;
➬ Espero que gostem, juro que tentei deixar o mais fácil de si entender;

Capítulo 22 - As Lágrimas das Deusas - Parte 2


Lucy inclinou-se sobre a parede tocando a mesma para mante-se de pé. Conseguindo,  ela jogou a franja para trás respirando fundo. Alguma coisa estava interferindo em sua cabeça. Lucy caminhou mais um pouco, porém parou não conseguindo manter o que fosse aquilo longe de seu corpo, interferir na entrada dela não ajudava e nada, seu corpo parecia receber as consequências.

"É melhor deixar que venha."- Ruminou.

Conformada com a ideia, Lucy relaxou o corpo e fechou os olhos, deixando que as imagens a levassem para o que fosse que estivesse vindo em sua mente. O som do mar e as gaivotas sobre si a fizeram notar que estava em uma praia, o cheiro salgado invadiu suas narinas, o sol parecendo mais quente, e a água morna, só então notou que estava descalça assim como usava um vestido longo azul de alcinhas. Passando por si uma garota loira a atravessou, e quando digo atravessou, a atravessou mesmo, passou por seu corpo. 

—Castiel! Castiel! - Uma jovem loira corria sobre a praia a procura de seu amigo fujão, procurou e não o encontrou. Revirou os olhos com um certa raiva - Ele me abandonou? - Perguntou tentando retirar o pó de seu vestido branco. - Castiel! - Gritou e então em algumas árvores distantes pode ver aquele bastardo.

Lucy o reconheceu de imediato. Passou a mão sobre o rosto pálido, sabia que perderia a consciência então tratou de respirar bem fundo para voltar a ver.

"Mas porque aquele menino parecia tanto com ele?"- Excogitou.

- Castiel! - A loira gritava animada correndo entre as pedras de encontro ao rapaz que sorria malicioso com uma rosa vermelha em sua mão.

-  Encontrei! - Debochou. A loira parecia indignada.

- Ei ei... - Ele disse sorrindo. - Porque essa cara? - Ele sentou-se na areia e a loira fez o mesmo.

- Eu queria ter te mostrado. - Cruzou os braços inflando as bochechas retirando outra vez o sorriso do mais velho. - Como sempre achou.

- Hora Aion... Não seja egoísta! - Ele a puxou pelo braço e forçou o corpo dela contra o seu, a envolvendo em um abraço. A jovem parecia se conformar com o abraço, então um sorriso não tão inocente, pulou para cima de encontro com o maior que, desequilibrou-se e caiu entre o chão de areia. Aion passou os braços em volta de seu pescoço depositando um Celinho. Aquela noite estava completa.

—Saiba que eu te amo! - Disse por debaixo levantando lentamente, ele viu que ela não acordaria. Passou os braços por debaixo do corpo pequeno e a carregou carinhosamente ate uma miniatura de casa entre as árvores. Uma pequena cabana de madeira e palha, havia uma rede vermelha grande sobre as árvores.

Lucy abriu os olhos eufórica. Tratou de pensar, aquela cabana se parecia com a que ela invadira noite passada. A cabana que tinha os copos dos alunos. Respirou fundo, estava ficando maluca... Aquela escola estava mexendo consigo. Equilibrou – se sobre a parede que estava a mantendo em pé e caminhou lentamente...

 

 

Depois de sair daquele corredor, Lucy tratou de voltar para o quarto. Não estava aguentando ficar em pé e muito menos aguentar ficar acordada. Caminhou - mancou- para um corredor deserto onde não encontrava-se ninguém. Passou por uma sala onde estava escrito Laboratório que rapidamente foi aberta fazendo com que Lucy pulasse de susto. Ela reconheceu de primeira, era a Sra. Akira, seu corpo tentava a todo custo sair de perto daquela mulher. Sim, não ia desobedecer seus instintos e tratou de andara mais rápido.

- Srta. Heartifilia! - Akira chamou fazendo com que Lucy parasse. Esta sorriu e jogou seus cabelos para trás. Lucy estranhou, o modo de agir lembrara alguém, só não sabia quem especificamente... - Gostaria de conversar... - Ela levantou sua mão mostrando respeito. - Poderia me acompanhar? - Akira abriu espaço, mostrando a porta aberta, claramente dando espaço para que ela entrasse.

A voz de Akira era brusca, mas sem rudeza. Profissional.

Lucy espremeu os olhos diante do convite, sua mente gritava para ela fugir, sair correndo. Seguindo seus extintos, decidiu então sair. Levantou o rosto para a professora e franziu o cenho...Algo de familiar a atingiu quando o viu. Lucy paralisou.

" Esse rosto ."- Aquilatou.

Akira, vendo que a loira estava desconfiada, retirou de seu jaleco branco, um óculos transparente e o colocou em seu rosto sorrindo em seguida. Os professores de The Seven Fairy usavam sempre um jaleco branco, para se destacar entre a escola. Lucy engoliu em seco, queria sair, mas também por ser curiosa terminou concordando com o convite. Precisava de mais informações sobre a escola assustadora, Elizabeth havia se recusado a ajuda-la, então decidiu que seria por sua conta. Ainda estava assustada com o que, agora pouco, havia acontecido. O Vice-diretor era assustador quando simplesmente, parecia não ser.

Atravessando a porta, Lucy examinou a pequena sala. As estantes que cobriam as paredes estavam repletas de livros de capa dura com temas acadêmicos, mas sem muita personalidade, todos encadernados em cores neutras e escritos com letras negras. Havia uma poltrona cor-de-laranja do outro lado da mesa e várias caixas empilhados em um canto.

- Ontem foi meu primeiro dia - Ela explicou ao ver os olhos da garota sobre as caixas. - Ainda estou desempacotando. Sente-se por favor. - Ofereceu. Lucy afrouxou sua perna, que estava com uma atadura devido a ontem, e se sentou na poltrona. Nada naquela sala pequena dava a Lucy qualquer indicação sobre a personalidade da Srta. Akira. Havia uma livro sobre a mesa e uma caneca vermelha com o que parecia ser café. Não havia vestígio de perfume ou de aromatizador de ambientes. A tela do computador estava apagada.

A professora agachou-se diante de um arquivo atrás da mesa, retirou de lá uma pasta novinha em folha e escreveu o nome de Lucy na aba com caneta hidrocor azul. Ela se acomodou na cadeira giratória, cruzou as pernas e sorriu para a loira educadamente. Lucy sentiu seu estomago revirar. Estava com a mesma sensação quando conversou com Hendrickson em sua sala. Era como se estivesse encarando um mostro, Porem profissional

- Então. - Srta. Akira tratou de iniciar uma conversa. - Por acaso foi você que entrou na biblioteca ontem? -Foi direto ao ponto fazendo com que a loira ficasse tensa.

" Minta "- Ela podia ver sua mente vozear. 

Aquela voz mais uma vez... Sabia que fora ela que pediu para que saísse da sala do Vice, e se arrependeu amargamente por não ter obedecido. Decidiu então negar com a cabeça. Sabia que mentir era errado, porém, não queria ser, mais uma vez, ameaçada. Akira arqueou uma das sobrancelhas antes de endireitar os óculos vermelhos e a observar o pequeno corpo de Lucy. Akira sabia melhor do que ninguém que ela estava mentindo. Sorriu sínica fazendo Lucy tremer. Havia falado com o Diabo e agora estava conversando com um demônio.

- Oh! - Foi o que ela disse quando girou na cadeira de rodas pegando um livro verde. - Creio que gostaria que a srta. Lê-se este livro. - A loira espremeu os olhos para tentar focalizar sua visão. Conseguindo assustou-se, estava escrito: Lágrimas. A outra apenas sorriu entregando-a. - E Natsu... - Foi direta sem rodei-os novamente. - O que você é dele?—- Lucy  respirou o mais profundo que seu corpo permitia, queria que oxigênio entrasse em sua cabeça. Como Akira não sabia? Todo mundo sabia.

Apenas suspirou com a cabeça baixa e respondeu.

- Meu irmão... - Pronunciou baixo.

 Akira pareceu  estar surpresa. Ajeitou os óculos mais uma vez tentando assimilar aquilo.

" Então Layla os pós como irmãos? Esperta... Muito esperta" - Refletiu. Ela retirou a pasta da mesa e levantou-se de sua cadeira indo de encontro com Lucy. Quando estava próxima suficiente do rosto de Lucy, um sorriso malicioso apareceu. Apoiou-se na poltrona e retirou seus óculos.

- Recomendo... - Começou, Lucy teve a impressão de que aquilo estava se repetindo, ela estava igual ao Vice-Diretor. - A não ficar perto de Natsu... Não garanto que sobreviva... - Encerrou inclinando-se para porta. Lucy tomou aquilo como um aviso de que já poderia sair e o fez, retirou-se do acento e caminhou para a porta com a cabeça baixa. Saindo de lá a loira não conteve as lágrimas.

- Porque comigo? - Resmungou entre os soluços. Lucy estava certa. Tudo parecia cair sobre ela. Quando mais procurava, mais a destruía. E agora essa visões? Quem eram eles? E porque ela estava ali com ele? Lucy caminhou para o corredor ainda trêmula, só hoje havia recebido duas ameaça. Sorriu, sabia que se procura-se mais, iria acabar se arrependendo. Mas... Que diferença isso faz? Precisava da verdade e esse caminho era o correto. Virou no mesmo corredor que entrará na biblioteca noite passada, empurrou a porta ainda ressentida e entrou. Viu que na mesa que viu o álbum e ele não estava lá, estranhou... Quem poderia ter pegado? Ignorou. Não queria mais uma complicação. Precisava descansar.

Sua mente precisava descansar.

Lucy não percebeu que estava sendo seguida de tão atordoada que estava, até que foi segurada pelo braço e jogada na parede de um corredor que estava na penumbra. Àquela hora, o intervalo já devia ter acabado, e por isso os pavilhões estavam vazios. Por ação reflexa tentou se livrar da imobilização, mas estava muito abalada. Ainda lembrava-se do ato do maldito Hendrick. Do olhar sobre si. Das palavras que a prendiam em um jogo doentio. As mãos eram iguais, geladas também e um pouco quente. Tentou se mover, empurrar, mas foi segurada com mais força contra a parede com os dedos gelados apertando seus braços. E o reconhecimento a tomou pela sensação de familiaridade antes mesmo das palavras.  

- Abra os olhos, sou eu. - Nem havia notado que os havia fechado. Abriu os castanhos e encontrou os verdes ônix com uma expressão que denotava preocupação, raiva e outras coisas que não entendia. - Você está tremendo. - A voz saiu um pouco hesitante. Surpresa. Sim, ela estava.

"Controle-se, Lucy!"-Ordenou a si mesma, muitas vezes, até a respiração normalizar, os olhos sempre nos Verdes. Natsu se encurvara para ficar da sua altura, a fitando, e viu aos poucos a outra se acalmar. O assustava, realmente o assustava vê-la daquela forma, vulnerável. Era como se apenas naquele momento notasse que Lucy era pequena, bem menor que ele. Seus olhos varreram o rosto que estava pálido, os lábios carnudos que tremiam de leve. As mãos dela estavam em seu antebraço, como se precisasse de apoio enquanto sua respiração normalizava.

Estavam perto, muito perto. E aquilo lhe trouxe uma lembrança familiar. Como se fosse normal, como se aquela vontade de se aproximar mais, fosse natural, até sentir a respiração, aquele cheiro que lhe lembrava coisas boas... e tristes. Teria feito o que queria, se os olhos não desviassem para o uniforme da outra. Notou que ela estava um pouco mais aberto do que lembrava no pescoço, os dois primeiros botões abertos. E de algum modo, ele soube que aquilo havia sido coisa do diretor. No mesmo momento o olhar malicioso veio em sua mente. Aquilo fez uma raiva irracional tomar conta de si, e a mudança devia ter sido notada pela outra que o olhou confusa. Natsu nunca demonstrava sentimentos. Agora ele estava bem ali, fazendo caretas.

– O que estava fazendo na sala do Hendrick? - A voz saiu ríspida e cortante. Apertou os braços da loira com raiva. A pequena arregalou os olhos, e a confusão de outrora foi substituída por raiva que crisparam nos olhos castanhos e, antes que Natsu se desse conta, havia sido empurrado com força e agilidade.

– Não é da sua conta, bastardo. - Lucy sibilou lhe apontando o dedo, nervosa por Natsu tê-la seguido, e por pensar nele se metendo naquilo mais do que já estava metido sem nem saber.

– Claro que é! - O outro gritou esmurrando o bebedouro de metal ao lado e fazendo barulho no pavilhão vazio. Lucy teve vontade de se encolher da raiva pura no rosto do outro, mas não o fez, não tinha tempo para perder com Natsu, ou o seu coração idiota que estava  a disparar. O fato de ainda sentir os dedos dele em seu braço, mesmo por cima da blusa, como se ainda estivessem lá, como se fossem para estar lá. Ela tinha um problema muito maior para resolver, para ter que lidar com tudo isso, e com as malditas vozes zunindo em sua cabeça, a tontura que insistia em lhe tomar agora que conversava com Natsu, como se algo quisesse saltar da sua cabeça a força.

As vozes  simplesmente transbordavam em sua cabeça sem autorização.

 

- Vem!

– É muito alto

– Não seja bobo, eu te protejo! Segura minha mão. Não solte.

Lucy massageou a ponta do nariz com o indicador e polegar da mão direita, enquanto com o outro se apoiava na parede levemente tonta enquanto as vozes vinham e iam embora, baixas, vendo cenas de uma menina loira que estendia a mão para outra criança com os cabelos rosados, subindo juntos por um desfiladeiro perigoso. Era como se sentisse o vento batendo, o barulho do mar, as risadas...

 

- Eu nunca vou te soltar.

O corpo de Lucy desfaleceu, fazendo ela simplesmente estremecer e sem se importa com a queda que levaria. Em segundos Natsu esquecera sua raiva e correra até a garota a amparando, recostando-a na parede com o próprio corpo. Os olhos da outra estavam fechados apertados, a mandíbula trincada, e lágrimas saiam devagar, rolando pelo rosto pardo como pequenos diamantes brilhantes. Natsu estava com medo. Um tipo de medo irracional que poucas vezes sentira na vida. Ele queria saber o que estava acontecendo com Lucy, porque ultimamente sempre que a via, Lucy não conversava e tentava fugir. Natsu se lembrará que fora ela mesmo quem pediu sua amizade, e agora estava tratando de evitá-lo. Ele queria que ela lhe contasse.

– Por que Natsu? - A voz perguntou baixa e sofrida e os olhos castanhos se abriram lacrimosos. Ainda mais cerúleos que o normal, mais ausentes que o normal. - Por que não pode apenas me deixar em paz?

"Por que eu me importo com você."– Pensou ele, se dando conta do que pensou de imediato.

– Eu não sei. - Respondeu ele perdido ao olhar os olhos castanhos sofridos, sentindo o corpo quente e pequeno contra o seu quase sem forças. Deslizou uma mão para a cintura da outra que continuava grogue, a outra mão percorreu com os dedos o caminho das lágrimas, limpando o que restava ali, sem desviar os olhos dos castanhos, perdidos.

– O que está fazendo? - A voz de Lucy falhou em uma batida do coração, que disparou. Seria até engraçado, a maior encrenqueira da casa que os odiava do fundo do coração, estar tão... Vulnerável. E por causa de um... Garoto. Um garoto irritante, metido, e em que ela havia prometido nunca sentir-se assim. Ela devia socar Natsu e a fazer largar, mas ela não conseguia. Não porque ainda estivesse tonta, mas porque não queria, porque sentia o mesmo cheiro que sentira na visão estranha. O mesmo som da respiração. Conhecia a batida do coração dele. Conhecia-o.

– O que está fazendo? - Repetiu mais baixo, também para si mesmo. Natsu passou a mão no rosto da outra, deslizou devagar para o pescoço longo e macio, segurou o queixo hipnotizado pelos detalhes ainda mais acentuados pela luz do sol que vinha pela janela de vidro pequena acima da parede, oposta a qual estavam, do corredor estreito, a única coisa que impedia a total penumbra. A luz do sol que batia em cheio na outra, como o vira na sala de aula no primeiro dia. A pele pálida, os olhos castanhos-caramelo derretidos, os lábios cheios e rosados trêmulos, o nariz fino com a ponta levemente avermelhada... Não era seguro. Não era saudável para alguém ser tão atraente assim a aquele ponto.

– Nat...

– Droga, eu não sei. - Confessou acabando de vez com aquela tortura e finalmente tomando os lábios macios, calando-o. Para sua surpresa, Lucy não o repeliu, somente fechou os olhos. Um choque percorreu os dois, era como se aquilo já houvesse acontecido milhares de vezes, e fosse natural de forma assustadora. Estava diferente do que a outra vez. Como se aquele simples toque fosse mais que necessário, mais que desejado. Natsu já havia a beijado, porém estava diferente, o toque estava diferente, o de antes  não se comparava com agora, era aquela. Lucy foi tomada por imagens desconexas que a deixaram tonta, e de repente aquele vazio que sempre a tomou. Aquela falta, o motivo de acordar todos os dias procurando algo incerto, e ir dormir achando que aquele não fora o dia. Sumira. Tudo. Era uma explosão estranha, com um selinho simples. Mas de algum modo, não o era. Sentiu Natsu entreabrindo seus lábios com os dela e não impediu de aquilo ficar mais profundo. As mãos que até então estiveram ao longo do seu corpo se firmaram no pescoço do outro, e a que estava em sua cintura a puxou para cima, impedindo que seus pés ainda tocassem o chão, enquanto a outra acariciava suas costas de maneira delicada. O beijo acabou com ambos ofegantes e confusos. Lucy abriu os olhos e encarou os olhos do outro e, antes de conseguir falar algo mais já estava sendo esmagado no abraço de novo, em outro beijo urgente.

Mas não conseguiram finalizar esse.

– Dragneel, Heartifilia. - A voz profunda fez Lucy empurrar Natsu de vez, rápido e com força. O rosado bateu no bebedouro com um xingamento e se virou com um olhar mortal para quem estava atrapalhando a si. Encontrou-se paralisado em olhos verdes diferentes aos seus, cabelos curtos arrepiado, este que consistia em uma roupa social negra e gravata negra riscada de vermelho que lhe caia bem.

– Meliodas. - Replicou irritado.

– Irmãozinho. - A voz do outro era vazia, e os olhos esmeraldas saíram do irmão para a figura menor que era o motivo de estar ali. Estava atrás do irmão mais novo, com as roupas bagunçadas, a boca vermelha, ainda ofegante. Os cabelos dourados ainda mais revoltados que o natural e o rosto pardo corada.— Sabe, estou começando a achar que só pego vocês dois se beijando. - Meliodas pronunciou-se em deboche. Em parte estava certo. Ele queria ver quem estava fazendo sons esquisitos e conseguiu ver, seu irmãozinho e sua suposta irmã se... pegando? Lucy que ainda estava corada, fitou os dois irmão, era vergonhoso, além de que, sempre que isso acontecia  Meliodas os pegavam neste estado. Lucy estava admirada. Meliodas era do mesmo tamanho que ela, alguns centímetros mais baixo, vendo que, ele era de fato o mais velho entre Natsu.

Lucy encarou o rosto afinado de Meliodas, estava envergonhada e preparada para desmentir qualquer coisa como o fato de Natsu te-la beijado e ela, aparentemente, ter gostado, entretanto, quando seu olhar se fixou nos olhos verde-esmeralda do garoto a ideia lhe pareceu absurda tendo em vista da situação que se encontrava agora. Meliodas parecia olhar  divertido para Natsu notando o desconforto do irmão, quando na verdade seu olhar estava fixo em Lucy, claramente ela havia notado. Lucy passou a ver Meliodas com outros olhos quando parou para analisa-lo, o sorriso divertido aparentemente inocente, se tornara medonho e ardiloso. Eles a estavam lendo. Meliodas sabia que Lucy havia chegado ao fundo de tudo, Meliodas sabia que ela estava tendo alucinações que nem ela mesma sabia explicar.

Aquele a sua frente era um Meliodas desconhecido para Lucy.

Instintivamente ela recuou um pouco mais ao ponto de se esconder  atras de Natsu. Não fizera movimentos bruscos, muito pelo contrario, eram cautelosos e precisos. Mesmo atras de Natsu, Lucy sentiu o olhar de Meliodas sobre si, foi inevitável ver suas pernas fraquejarem, assim como havia sentido um arrepio na espinha que se espalhara por seu corpo.  A situação se assemelhava a uma selva e ela estava no pior papel: Meliodas era o caçador e ela a caça, de bônus, uma caça que estava machucada e perturbada psicologicamente e fisicamente.

Em uma reação involuntária e um tanto arriscada, ela se agarrou a roupa da unica pessoa que ela sabia ser confiável naquele momento desastroso e confuso. Em Natsu. Ele sentiu um puxão um tanto forte e parou no mesmo momento a conversa com Meliodas e encarou a loira. Atras de si ela tremia e o rosto transbordava medo. Novamente passava a ele uma face fragilizada. Natsu se virou para Meliodas e o viu com o olhar sobre a garota. Não precisou de muito para ligar os pontos.

Entrou na defensiva.

- O que você com a Lucy? - Ele não se moveu, a pergunta por si só mostrava a ameaça escondida.

Lucy estava ínscia a situação que havia provocado, estava mais preocupada com o que passava por seu corpo e atingia seu coração, algo em seu peito que estava errado. Algo gritava que tudo aquilo não era bom, que Meliodas escondia algo cruel, cruel o bastante para ela temer querer saber.

Como uma bomba atômica a cabeça da loira explodir ante a visão daquela pessoa, seu jeito tão parecido com o de Natsu, mas não era ele, os olhos eram diferentes, o cheiro era diferente, a áurea que carregava era diferente, e o que a fez duvidar que seria Natsu: ele chorava compulsivamente com algo em seus braços. Mas reparou pouco, pois no estante que os olhos o prenderam, sentiu seu peito se comprimir em uma angustia, seus olhos marejaram novamente, uma reação que já estava se tornando estúpida, mesmo quando Natsu tomou sua frente, os olhos dele não a largaram. Ouviu o nome. Meliodas, mas não o processou direito.

Ouviu as vozes de novo e dessa vez, a dor pareceu ser maior do que a das outras vezes.

 

- Você procurou essa dor. Toda essa dor para você mesma...

– Não... eu só queria...

– Não existem segundas chances...

– Então... Apenas faça."

Aqueles olhos, aquela pessoa, aquela mesma voz que lhe chamou de Heartifilia. Havia sangue... E culpa. Seu sangue...

- Lucy...? - Lucy ouviu a voz da irmã se aproximando, levantou o rosto e a viu. A visão bem ali, mostrava Elizabeth jogada no chão com toneladas de sangue, e em parte estava Meliodas, a abraçando enquanto chorava, como se aquela fosse a culpa... Culpa dele...

– Apenas...faça.— Murmurou ela enquanto só teve tempo de ver Natsu virar o pescoço para a ver falar, e caiu contra o chão como uma árvore morta cai no meio da mata.

                                                              Continua....


Notas Finais


Então, acho que é isso...
Obrigado por tudo, e desculpa qualquer coisa.
Até a próxima.


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