Rio de Janeiro - 2022
POR EUGÊNIO BARBOSA
Era 5:27 da madrugada e o Delegado da Polícia Federal do Rio de Janeiro, Eugênio Barbosa, se delíciava tomando seu tradicional café puro, forte e sem açucar. Era a primeira folga que recebia em três meses, desde seu último caso: uma tentativa de flagrante por corrupção política. Nada fora do comum, somente o bom e velho Brasil de sempre. Procurou não se lembrar da sujeiraiada que encontrou nos celulares, computadores e nas casas dos senadores, deputados e secretários públicos. Após terminar seu café, pegou sua bicicleta e pedalou até a praia. O sol belo e ainda frio, refletia bem na água do mar calmo.
- Bom Dia delegado..._ Sussurou Úrsula no ouvido de Eugênio, que se virou e a tomou em um beijo delicado. Após terminarem, a mulher de cabelos castanho e olhos verdes lhe perguntou_ Por que não disse que estava de folga ?
- Ué... Achei que tinha avisado
- Não, não avisou. Mas não tem importância. E então... Vamos ?
O homem sorriu, e olhou no horizonte como quem estivesse correndo em direção a pensamentos vagos
- Ta tudo bem ?_ Perguntou sua noiva
- Está sim, só estou com uma sensação estranha...
- Claro que está, a meses que não pega uma folga, desacostumou_ Riu a mulher debochando
- Ah! É verdade, e por falar nisso mais tarde vou levar Isadora e Elisa para o cinema, prometi a elas.
- Ta brincando né ? Mas nós não íamos na casa da minha irmã hoje ? Você tinha dito que...
- Úrsula!_ Interrompeu o Delegado_ Já te pedi um milhão de vezes, não tenta competir com minhaa filhas, elas sempre vão vim...
- Em primeiro lugar_ Completou a mulher_ Eu sei, eu não estou querendo competir eu só... Enfim. Já que só vou te ter por algumas horas então... Vamos ?
- Vamos!_ Sorriu a beijando.
Ambos subiram em suas respectivas bicicletas e foram pedalar.
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Santander - Espanha
POR VIOLETA CAMARGO
- Papai ?! Papai sai daí! Vamos vai..._ Suspirou_ Eu tava brincando. Não me faça arrombar a porta_ Vendo que não obtinha resposta, Violeta tomou distância, ajeitou o zíper da sua bota cuturno preta, e com um chute certeiro, arrombou a porta de madeira do velho professor de História, Afonso Camargo. Ao entrar no quarto, a mulher olhou para a cama mas não viu quem procurava, abriu a porta da sacada do enorme quarto, e não achou. Ao abrir a porta do banheiro da suíte, encontrou o pai caído no chão, desacordado_ PADRE! Dios Mio!_ Violeta se jogou no chão ao lado do pai, dando tapas em seu rosto, chorando e gritando tentando fazer o pai acordar. Após exatos um minuto, cinquenta e nove segundos, o professor abriu os olhos
- AHA!! GANHEI! Três a quatro. Parece que o jogo virou não é mesmo ?_ Zombava o velho gargalhando da cara de sua filha que mal podia imaginar
- O que ?! Eu... Papai eu não acredito, o senhor foi longe demais dessa vez, fingir que teve um treco ? No dar pie con bola! _ A morena de cabelos cumpridos saiu marchando para fora do quarto
- Ei! HIJA! Vai me deixar aqui no chão ?!_ A mulher voltou de braços cruzados e o levantou, o homem ria enquanto a morena se dirigia para um quadro negro, onde anotou um ponto no nome do homem_ Ow ow, por que meio ponto ?
- Porque combinamos que se fingir de morto NÃO VALIA!
- Ah! Mas fingir que está gravida daquele borde do teu noivo, pode ?
- Ele não é meu noivo, é só um namorado que já já eu vou dispensar, como sempre faço. E eu sou policial professor, ou pelo menos era, sabe que esse tipo de coisa me deixa mal_ Disse a morena séria, indo para a cozinha e pegando sua bolsa encima da mesa
- Hija?_ Chamou o pai a seguindo_ Não sente falta ? De sua antiga vida ?
- O que ? Do Brasil corrupto que só nos leva ladeira abaixo ? Ou de trabalhar na polícia para prender esses mesmos corruptos que serão soltos depois e ainda zombar da nossa cara ?
- É, eu sei o quanto você ODEIA desonestida mas... Era tão boa polícial..._ Disse o pai a olhando com amor
- É... Mas o senhor precisou de mim aqui na Espanha, e eu não posso deixar mi padre sozinho, sim ?_ O beijou na testa como uma despedida.
- Quando você vai falar sobre o que aconteceu ?_ Ao ouvir a pergunta repentinamente, Violeta parou e engoliu seco, ficou estagnada, nunca havia conversado com o pai sobre o que realmente a fez largar a polícia e ir morar com o ele na Espanha, e pretendia continuar assim, guardando suas dores para si mesma.
- Hasta luego papi.
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