História Encontros Do Acaso - Capítulo 31 - Lucy Heartfilia

Ele estava certo, eu não era ninguém para dizer aquilo para ele, mas ainda assim... O Natsu não precisava falar daquela forma, quer dizer... Está bem, eu sei, eu não deveria ter me intrometido em um assunto que não me interfere, principalmente quando tecnicamente a causa disso tudo fui eu.
Assim que cheguei em casa, encontrei a Layla sentada no chão da sala com diversos lápis espalhados ao seu redor, enquanto ela desenhava totalmente concentrada.
Era sempre assim, desde que ela voltará tem passado a tarde desenhando e sempre que alguém pergunta o que ela tanto faz, a mulher apenas diz que não é nada e não mostra, pelo menos é isso que o Sting me contou, mas sinceramente isso não é da minha conta.
- Lucy. - A ouvi me chamar, assim que cheguei na escada. - Será que nós podemos conversar?
Eu não me mexi, primeiro que algo dentro de mim me dizia que aquela conversa seria boa, mas também havia algo que me dizia que eu deveria apenas ignorá-la assim como ela fez comigo durante os últimos três anos.
- O que você quer? - Essas foram as primeiras palavras que eu direcionei a Layla desde que eu voltei para casa a dois meses.
- Você pode vir aqui? 
Respirei fundo e me aproximei dela, mas apenas o suficiente para ver seu rosto, ela me olhava da mesma forma que sempre olhou quando eu era criança, mas aquilo como toda certeza não me abalava. 
- O que foi, Layla? - Perguntei cruzando os braços, com seriedade. - Caso não tenha percebido eu preciso ir para o meu quarto, fazer os meus deveres.
- Não vai demorar muito, Lucy. - Ela falou abrindo um pequeno sorriso. - Eu só queria saber a sua opinião sobre esse desenho.
Antes que eu pudesse lhe dizer que eu não iria dar opinião a alguma, porque eu não me importava com o que ela desenhava, Layla levantou um de seus desenhos e eu quase perdi o ar.
Aquele desenho... Era meu. Quer dizer um desenho meu, mas terminado.
Era um dos primeiros desenhos que eu havia tentado fazer depois que eu comecei a sofrer os transtornos alimentares, mas simplesmente não havia saído nada.
Era um garota sentada no chão do seu quarto com a cabeça nos seus joelhos, a minha intenção era fazer com que tivessem monstros a atormentado, mas quando eu tentei fazer isso, eu acabei travando e acabei não terminando o desenho. Mas agora bem na minha frente, Layla me mostrava uma nova versão do meu desenho, a garota continuava sentada da maneira que eu havia desenhado, mas em vez de monstros, havia uma mulher perto da menina tocando na sua cabeça, nas costas da mulher haviam asas, aquele desenho representava o contrário do que eu queria, ele mostrava a esperança.
- Você entrou no meu quarto?! Quem te deu a permissão de mexer nas minhas coisas?! - Perguntei extremamente irritada.
- Eu não mexi nas suas coisas, Lucy. - Layla falou calma. - Esses desenhos estavam em uma caixa no meu guarda roupa.
- Isso é mentira! - Eu falei diminuindo o tom de voz. - Esses desenhos estavam no meu quarto. 
- Não Lucy, estavam no meu quarto. Judeus me falou que você sempre os colocava lá, esperando que um dia eu os visse.
Ah, ela estava certa, eu tinha me esquecido que eu havia feito isso, mas não importava ela ainda não tinha o direito de refazer os meus desenhos.
- De acordo com as datas do seu último desenho, você parou de desenhar no ano passado. - Layla falou. - O que aconteceu, Lucy?
- Aconteceu que eu simplesmente parei de desenhar, por sua causa. - Eu falei e dei as costas para ela e andei até as escadas. - Agora me deixe em paz e pare de completar os meus desenhos.
- Infelizmente eu não posso fazer nenhum dos seus pedidos. - Escutei ela sussurrar.
Entrei no meu quarto e joguei a minha mochila em qualquer canto do meu quarto e me joguei na cama, eu simplesmente não podia acreditar que ela estava fazendo o que bem entendesse com o meus desenhos, se bem quem liga não é mesmo? É só um monte de papel sem significado. 
Depois de longas horas no meu quarto, bateram na porta e eu sequer me dei ao trabalho de abrir, mas quem quer que estivesse do outro lado, abriu a porta e entrou no quarto. 
- Lucy, você precisa comer. - Ouvi Laxus falar. - Virgo falou que você nem almoçou. 
- Estou sem fome, Nii-san. - Murmurei. 
- O que aconteceu? Você geralmente está sempre com fome. - Meu irmão falou se sentando na minha cama.
- Não aconteceu nada, eu apenas não estou com fome. - Falei.
- Você não me engana, Lucy. - Laxus falou. - A senhorita e o Sting não sabem mentir pra mim. Por acaso essa falta de fome, tem haver com os desenhos da mamãe. 
Me sentei na minha cama e olhei irritada para o meu irmão.
- Aqueles são os meus desenhos, ela não tem o direito de modificá-los! - Falei em um tom mais alto. - Mesmo que eu tenha os colocado naquela maldita caixa, ela não tinha o direito de...
- Imouto-chan. - Laxus falou pegando na minha mão, fazendo com que eu ficasse quieta. - Quando a mamãe terminar o trabalho dela, você me dirá se precisa ficar tão brava assim, está bem?
- Você sabe o que ela fazendo! - Eu falei o olhando e ele sorriu de canto. - O que é?
- Eu não posso te contar, Lucy. Mas não se preocupe, eu tenho certeza que você vai gostar. - Meu irmão beijou a minha testa e se levantou da minha cama. - Agora nós podemos ir comer alguma coisa? Eu não quero ver minha imouto-chan passando mal.
- Tudo bem. - Falei me levantando da cama.